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Sumário
Conceito. Noções Gerais. Evolução história.................................................................................2
Natureza Jurídica......................................................................................................................4
Espécie de família (rol exemplificativo)....................................................................................4
Família conjugal:...................................................................................................................4
Família parental:...................................................................................................................5
Princípios Constitucionais............................................................................................................5
PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.......................................................5
(ART..............................................................................................................................5
1º, III CRFB),..................................................................................................................5
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE: (..................................................................................6
PRINCÍPIOS DA IGUALDADE ENTE CÔNJUGES E COMPANHEIROS:...............................6
PRINCÍPIO DA NÃO INTERVENÇÃO OU DO LIVRE PLANEJAMENTO FAMILIAR (ART; 226
§7º) 6
PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE FILHOS (ART. 227 §6º)............................................6
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL A CRIANÇA E ADOLESCENTE (ART. 227 CRFB).....7
PRINCÍPIOS DA PARENTALIDADE RESPONSÁVEL. (ART. 229 CRFB)...............................7
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO PLENA DE VIDA.................................................................7
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE CONSTITUIR UMA COMUNHÃO DE VIDA FAMILIAR......7
CASAMENTO............................................................................................................................7
Conceito:......................................................................................................................7
Natureza jurídica..................................................................................................................8
Características do Casamento......................................................................................8
Habilitação matrimonial. - Art. 1526 CC............................................................................9
Espécie de Casamento:.........................................................................................................9
CAPACIDADE MATRIMONIAL......................................................................................10
Causas de impedimento.............................................................................................11
Causas suspensivas: art. 1523 CC...............................................................................13
Prova do casamento...........................................................................................................14
Análise tridimensional do casamento.........................................................................14
Divórcio......................................................................................................................................17
Partilha de bens.........................................................................................................................19
Regime de bens..........................................................................................................................19
Regimes em espécie...................................................................................................................20
1. Separação legal ou separação obrigatória..........................................................................20
Regime de bens. Separação convencional/absoluta. Art. 1687..................................................20
Regime de bens. Comunhão parcial...........................................................................................20
Regime de bens. Comunhão universal.......................................................................................21
Regime de bens. Participação final nos aquestos (bens adquiridos na constância do casamento)
...................................................................................................................................................21
PARENTESCO..............................................................................................................................22
- Em linha reta........................................................................................................................22
- Parentesco na linha colateral ou transversal.......................................................................22
Parentesco por afinidade.......................................................................................................23
Famílias recompostas ou mosaico..........................................................................................23
Multiparentalidade................................................................................................................24
Filiação.......................................................................................................................................24
---Filiação presumida..............................................................................................................24
Filiação biológica....................................................................................................................25
Filiação socioafetiva...............................................................................................................26
Reconhecimento de filhos......................................................................................................27
Registro tardio de maiores de idade......................................................................................27
O certo é falar direito das famílias, uma vez que há uma pluralidade de formas de famílias.
Lato sensu, o vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que
procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e
pela adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins.
As leis em geral referem-se à família como um núcleo mais restrito, constituído pelos pais e
sua prole.
Apesar do cunho patrimonial a infração do direito de família é diferente dos outros ramos do
direito, ex: perdas e danos, as violações do direito de família têm sanções diversas: suspensão
ou extinção do poder familiar, dissolução da sociedade conjugal, perda de direito a alimentos
etc.
Todavia, podem assemelhar-se as obrigações, como nos alimentos, ora tendo o tipo dos
direitos reais, como nos usufrutos dos bens dos filhos. Na realidade, tal acontece apenas
indiretamente, como nos exemplos citados e ainda no tocante ao regime de bens entre
cônjuges ou conviventes e a administração dos bens dos incapazes, em que aparentemente
assumem a fisionomia de direito real ou obrigacional.
Conforme a sua finalidade ou o seu objetivo, as normas do direito de família ora regulam as
relações pessoais entre os cônjuges, ou entre os ascendentes e os descendentes ou entre
parentes fora da linha reta; ora disciplinam as relações patrimoniais que se desenvolvem no
seio da família, compreendendo as que se passam entre cônjuges, entre pais e filhos, entre
tutor e pupilo; ora finalmente assumem a direção das relações assistenciais, e novamente tem
sua vista os cônjuges entre si, os filhos perante os pais, o tutelado em face do tutor, interdito
diante do seu curador. Relações pessoais, patrimoniais e assistenciais são, portanto, os três
setores em que o direito de família atua.
A partir da CRFB/88 adotou-se um caráter mais humanista, tendo o ser humano como um fim
em si mesmo, decorrente da dignidade da pessoa humana, preponderância do cunho
existencial frente a patrimonialização, configurando a despatrimonialização das relações
privadas
Anteriormente, a família era matrimonializada e passou a ser uma família democrática, antes
da CF/88 só era possível constituição da família através do casamento, só assim era
reconhecido a entidade familiar.
Ex: respeito ao idoso. E, família eudemonista, se preocupa com o bem-estar dos seus
integrantes, atender as necessidades básicas do ser humano digno dessa dignidade. Busca da
felicidade.
Hoje está o afeto como valor jurídico. Afeto analisado através do comportamento objetivo,
enxerga padrão de conduta, uma vez que o sentimento é o subjetivo. Ex: guarda de filhos, o
juiz analisa quem melhor apresente condições de exercer essa guarda.
Igualdade entre cônjuges: abandonamos a família patriarcal, onde o homem comandava com
auxílio da mulher, mas sua opinião prevalecia. Hoje a família é democrática.
Vínculo afetivo vai unir essas pessoas, seja na relação de parentesco ou entidade conjugal.
Identidade e Publicidade (Elemento externo). O código civil de 16 e as leis posteriores, vigentes
no século passado, regulavam a família constituída unicamente pelo casamento, de modelo
patriarcal e hierarquizada, como foi dito, ao passo que o moderno enfoque pelo qual é
identificada tem indicado novos elementos que compõe as relações familiares, destacando-se
os vínculos afetivos que norteiam a sua formação. Nessa linha, a família socioafetiva vem
sendo priorizada em nossa doutrina e jurisprudência.
Necessita-se que haja um objetivo de comunhão de vida, projeto de vida dentro daquele
núcleo familiar.
Natureza Jurídica
Já foi dito que a família constitui o alicerce mais sólido em que se assenta toda a organização
social, estando a merecer, por isso, a proteção especial do Estado, como proclama o art. 226
da Constituição Federal, que ela se refere como “base familiar”. É natural, pois, que aquele
queira protege-la e fortalece-la, estabelecendo normas de ordem pública, que não podem ser
revogadas pela vontade dos particulares e determinando a participação do Ministério Público
nos litígios que envolvem relações familiares.
Mudança da expressão “pátrio poder” foi substituída, no novo diploma, por “poder familiar”.
Pontes de Miranda enfatiza essa característica, afirmando que “a grande maioria dos preceitos
de direitos de família é composta de normas cogentes. Só excepcionalmente, em matéria de
regime de bens, O código civil deixa margem à autonomia da vontade”.
Natureza personalíssima.
Espécie de família (rol exemplificativo)
Família conjugal:
1)família matrimonial: decorrente do casamento;
Família parental:
1) Monoparental: 1 dos pais
3) Anaparental: constituída somente pelos filhos, 2 irmãos que vivem juntos, uma tia que cuida
de um sobrinho (Resp 1217415, reconhecimento da família Ana parental, e adoção pós
mortem)
4) Extensa: expressa na eca, a regra é a família natural, a exceção é art 25§única, além da
unidade pais e filhos, formada com parentes próximos com os quais a criança de afetividade e
afinidade. “ aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém
vínculos de afinidade e afetividade.
7) Coparental: acordo no interesse na criação do filho, sem qualquer vínculo amoroso entre si,
não tem previsão no brasil. Critica: frágil em relação ao melhor interesse da criança, esquivar
da união de estável que existe.
STJ: existência de união estável putativa, não sabe da existência do vínculo anterior, questão
de prova.
10) Familia Poliafetiva: é o mesmo núcleo, os integrantes sabem seu papel dentro do núcleo.
Não é necessário coabitação. Não é reconhecido no brasil.
Ex: família da religião islamismo, o brasil não admite pois adota o princípio da monogamia.
Liberdade religiosa tem que está de acordo com princípios de ordem pública, valor social
cultural da monogamia.
11) Familia multiespecies. REsp 1713167: seres humanos e pets, utilizar por analogia instituto
que você aplica apenas so para pessoas. Ex: casal se separa e tem um bicho de estimação,
semovente, como resolve a questão do cachorro? Guarda, series ser cientes, dotados de
sensibilidade.
Conforme estabelecido no art. 226 §5º da CRFB, verbis “os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. A regulamentação
instruída no aludido dispositivo acaba com o poder marital e com o sistema de
encapsulamento da mulher, restrita a tarefas domésticas e à procriação. O patriarcalismo não
mais se coaduna, efetivamente, com a época atual, em que grande parte dos avanços
tecnológicos e sociais esta diretamente vinculada as funções da mulher na família e referenda
a evolução moderna, confirmando verdadeira revolução no campo social. O dever de prover à
manutenção da família deixou de ser apenas um encargo do marido, incumbindo também à
mulher, de acordo com as possibilidades de cada qual (art. 1567§u e 1568).
Priorizada, assim, a convivência familiar, ora nos defrontamos com o grupo fundado no
casamento ou no companheirismo, ora com a família monoparental sujeita aos menores
deveres e tendo os mesmos direitos. O estatuto da criança e do adolescente outorgou, ainda,
direitos à família substituta. Os novos rumos conduzem à família socioafetiva, onde
prevalecem os laços da afetividade sobre os elementos meramente formais. Nessa linha, a
dissolução da sociedade conjugal pelo divórcio tende a ser consequência da affectio, e não da
culpa de qualquer dos cônjuges.
Ex: reconhecimento da união estável como entidade familiar, possibilitam essa opção aos
casais que pretendem estabelecer uma comunhão da vida baseada no relacionamento afetivo.
CASAMENTO
Conceito:
É um negócio jurídico de direito de família, por meio do qual um homem e uma mulher se
vinculam através de uma relação jurídica personalíssima e permanente, que traduz ampla
duradoura comunhão de vida– José Lamartine Corrêa.
O requisito de duas pessoas de sexo diferente, foi afastado pelo STJ, que reconheceu
expressamente a inexistência do óbice relativo à igualdade de sexos (uniões homoafetivas).
Outras teorias:
- Teoria eclética: ato complexo (contrato na sua formação e instituição no seu conteúdo),
defendida por Silvio rodrigues.
Características do Casamento
a) É ato eminentemente solene: Destinam-se elas a dar maior segurança aos referidos
atos, para garantir a sua validade e enfatiza a sua seriedade. O ato matrimonial é,
desse modo, evolvido numa aura de solenidade, que principia com o processo de
habilitação e publicação dos editais, desenvolve-se na cerimônia em que é celebrado e
prossegue no registro no livro próprio. Destaca-se a formalidade da celebração,
presidida pelo representante do Estado que, depois de ouvida aos nubentes a
afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declara efetuado o
casamento mediante palavras sacramentais (CC, art. 1535). As formalidades exigidas
constituem elementos essenciais e estruturais do casamento, cuja inobservância torna
o ato inexistente.
b) As normas que o regulamentam são de ordem pública: O casamento é constituído de
um conjunto de normas imperativas, cujo objetivo consiste em dar À família uma
organização social moral compatível com as aspirações do Estado e a natureza
permanente do homem, definidas em princípios insculpidos na Constituição Federal e
nas leis civis. Por essa razão, malgrado a liberdade concedida a toda pessoa de
escolher o seu cônjuge, não é dado aos nubentes discutir com o celebrante o conteúdo
e a extensão dos seus direitos e deveres, nem impor regras sobre dissolução do
vinculo ou reconhecimento de filho.
c) Estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges: Assim o proclama o art. 1511 CC. União exclusiva, uma vez que o primeiro
dever imposto a ambos os cônjuges no art. 1566 é o de fidelidade recíproca. A aludida
comunhão esta ligada ao princípio da igualdade substancia, que pressupõe o respeito
a diferença entre os cônjuges e consequente preservação da dignidade das pessoas
cosadas. Em complemento o art. 1565. – finalidade, affectio conjugal. (procriação,
educação dos filhos e a satisfação sexual são objetivos secundários)
d) Representa união permanente. A constituição de 1988 reduziu o prazo da separação
de fato para um ano, no divorcio-conversão, criando ainda uma modalidade
permanente e ordinária de divórcio direito, desde que comprovada a separação de
fato por mais de 2 anos. O código Civil de 2002, proclama que o divorcio é uma das
causas que ensejam o termino da sociedade conjugal, tendo o condão de dissolver o
casamento valido (art. 157, IV e §1º), regulamento o assunto nos art, 1571 e 1582. A
emenda constitucional n 66/2010 alterou a redação do §6º do art. 226 da CF, retirando
do texto a referência à separação judicial e aos requisitos temporais para a obtenção
do divórcio.
e) Exige diversidade de sexos:, a partir do reconhecimento, pelo STF, da união
homoafetiva como entidade familiar, a jurisprudência, especialmente a do STJ REsp
1.183.378 – RS, tem afastado o requisito da diversidade de sexos, admitindo
expressamente o casamento homoafetivo.
f) Não comporta termo ou condição. Constitui, assim, negócio jurídico puro e simples.
g) Permite liberdade de escolha do nubente. Trata-se de uma consequencia ntural do seu
caráter pessoal. Cabe exclusivamente aos consortes manifestar a sua vontade,
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais (CC, art.1542). Reconhece
hoje a melhor doutrina que a liberdade de casar-se corresponde a um direito da
personalidade, pois tutela interesse fundamental do homem.
Local: art. 1534 no cartório ou outro lugar. Art. 1539 onde encontrar o impedimento (em caso
de moléstia grave)
Momento da Celebração: controvérsia. Art. 1514 e 1535 CC. Ato complexo, manifestação da
vontade e a autoridade do celebrante se declara casados. – entendimento majoritário.
Obs.: O silêncio, nesse caso, não pode ser interpretado como manifestação de vontade. Não se
admite também que o consentimento seja subordinado a condição ou termo. O estrangeiro
pode valer-se de intérprete, caso não entenda bem o vernáculo.
Obs.: Fidelidade recíproca está na esfera de disponibilidade do casal, eles entram em acordo
caso queiram. Diferente da assistência mútua.
A presença das testemunhas é imprescindível. O art. 1534, caput, CC exige a presença de pelo
menos duas, afirmando que podem ser parentes ou não dos contraentes. Se algum deles não
souber ou não puder escrever, colher-se-ão as impressões digitais, e o número de
testemunhas será aumentado para quatro, qualquer seja o local em que se realize o ato.
Também será aumentado para quatro se o casamento se realizar em edifício particular (art.
1.534 §§1 e 2), não havendo também aqui nenhuma restrição relativa ao parentesco, mesmo
próximo, dos contraentes.
Dispõe o art. 1538 CC, “a celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos
contraentes: I- recusar a solene afirmação da sua vontade; II- declarar que esta não é livre e
espontânea; III- manifestar-se arrependido. Parágrafo único: o nubente que, por algum dos
fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retrata-se
no mesmo dia”.
Se, apesar da recusa, a cerimonia prosseguir e o ato for concluído e registrado, o casamento
será inexistente por falta de elemento essencial: o consentimento.
O registro “não contende com a existência, nem em rigor, com a nulidade ou mesmo com a
eficácia do ato, mas só com a sua prova”. Prova-se o casamento celebrado no Brasil, com
efeito, pela certidão do registro, como dispõe o art. 1543 CC. Nada obsta, porém, que
inexistindo tal assento, seja o casamento provado por outros meios, inclusive a posse do
estado de casado, provada por testemunhas que assistiram a celebração do ato ou que sempre
consideraram os cônjuges como ente si casados, como se verá no capitulo seguinte.
Espécie de Casamento:
Depende de habilitação (prévia ou posterior) e registro (efeitos retorativos) e art. 1515 e 1516
CC)
3- Por procuração: art. 1524 CC): O casamento pode ser celebrado “mediante
procuração, por instrumento público”, que outorgue “poderes especiais” ao
mandatário para receber, em nome do outorgante, o outro contraente, que deve ser
nomeado e qualificado. Reconhece a doutrina certo poder de decisão ao procurador
ad nuptias, que lhe permite recusar a celebração do casamento sempre que possa
supor que o mandante, se tivesse conhecimento da realidade, com certeza não se
casaria, como na hipótese de tomar ciência de relevante circunstancia, como uma
causa de invalidade do casamento ou doença física ou psíquica do nubente, por
exemplo. O mandato pode ser revogado só por instrumento publico e terá eficácia
pelo prazo de noventa dias. A revogação do mandato não necessita chegar ao
conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou
o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas
e danos. Desse modo, valem os atos praticados enquanto o mandatário não sabe da
revogação. Quanto aos terceiros de boa-fé, ainda que notificada a revogação, não
produzirá efeitos (não se aplica a procuração ad nuptias). O casamento será anulável,
desde que não sobrevenha coabitação entre os cônjuges, como prescreve o art. 1.550,
V do Código Civil.
4- Nuncupativo ou in extremmis: iminente risco de morrer (Art. 1540 a 1541 CC).
Dispensa previa habilitação, autoridade celebrante + 6 testemunhas. Ratificação
posterior com efeitos retroativos.
Na habilitação que se escolhe o pacto nupcial, então como não houve tempo hábil para isso
aplica-se o regime de comunhão parcial de bens.
5- Putativo: art. 1561 CC. Apesar de nulo ou anulável, é possível produzir efeitos para
quem estiver de boa fé.
6- Consular: art. 1544 CC. Somente consul de carreira (art 13 Dec. 24.113/34). Uma das
partes voltando ao brasil registre em seu domilicio, 180 dias contados da volta de 1 ou
de ambos.
A Natureza do ato do casamento exclui que se possa contrai-lo por decisão de outrem, ou com
a sua assistência. Quando “os pais, os tutores, ou curadores, consentem no casamento, não
representam, nem assistem, pois a capacidade matrimonial é completa, e o consentimento,
que se faz mister, é simples formalidade, que se cerca de cautela o ato matrimonial, assim
como precisa o marido, para alienação de certos bens, do consentimento da mulher, ou vice-
versa”.
Merece detida reflexão a extinção da representação pela revogação da procuração, por morte
ou incapacidade superveniente do representado.
CAPACIDADE MATRIMONIAL
O código civil de 2002 inovou ao tratar, em capítulo próprio (arts. 1517 a 1520), da capacidade
para o casamento, que deve ser demonstrada no processo de habitação, fixando em 16 anos a
idade mínima, denominada a idade núbil, tanto para homem como para a mulher.
- Enunciado 512 CJF: O ART. 1517 cc, que exige autorização dos pais ou responsáveis para
casamento, enquanto não atingida a maioridade civil. Não se aplica ao emancipado.
Se o pedido de suprimento do consentimento for deferido, será expedido alvará, a ser juntado
no processo de habilitação. O procedimento para o suprimento judicial do consentimento dos
representantes legais é o previsto para a jurisdição voluntária. Para viabilizar o pedido, admite-
se que o menor púbere outorgue procuração a advogado, sem assistência de seu
representante legal, em razão da evidente colidência de interesses e por se tratar de
procedimento de jurisdição voluntária. Comumente, no entanto, o próprio representante do
Ministério Público – a quem não se pode negar a legitimidade de parte, como defensor dos
interesses dos incapazes – encarrega-se de requerer ao juiz a nomeação de advogado dativo
para o menor.
A eventual deficiência ou intelectual, por si, não afastam a capacidade civil das pessoas, salvo
se, em decorrência delas não puderem exprimir sua vontade.
A existência de casamento anterior impede a união conjugal com qualquer outra pessoa, como
dispõe o art. 1521, VI CC. Procura-se, assim, combater a bigamia. O impedimento só
desaparece após a dissolução do anterior vínculo matrimonial pela morte, nulidade ou
anulação, divorcio e pela caracterização da presunção quanto ao ausente (Art. 1571 §1)
O decurso do prazo de dez meses de viuvez para o novo casamento é requisito imposto
somente à mulher, estabelecida no novo Código Civil como “causa suspesivs” (Art. 1523, II). O
objetivo é evitar duvida sobre a paternidade.
Menores de 16 anos pode casar? Antigamente era possível o suprimento judicial em hipóteses
de gravidez. Hoje é proibido.
1ª corrente: diz que a lei 13.811/19 revogou tacitamente a hipótese de anulabilidade. Nulidade
virtual, proíbe a conduta e não dá uma sanção. Fazer remissão – predominante.
2ª Não houve revogação expressa, anulável apenas para maiores de 14 anos (Lei 13.818/2018.
Causas de impedimento
Os impedimentos são circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressamente
especificadas na lei, que vedam a realização do casamento. Evitam uniões que possam, de
algum modo, ameaçar a ordem pública, resultantes de circunstancias ou fatos impossíveis de
serem supridos ou sanados.
Obs: os afins de um cônjuge não são afins do outro “o marido da irmã e a mulher do
irmão nada são entre si”.
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante; - A proibição é de ordem moral, considerando o respeito e a confiança que
devem reinar no seio da família. A adoção, como foi dito, imita a família. Desse modo,
o pai adotivo ou a mãe adotiva não pode casar-se com a viúva do filho adotivo ou com
o viúvo da filha adotiva.
Casamento avuncular: Dec – lei 3200/41. Tios x sobrinhos, demonstrar que não há
incompatibilidade genética na prole, você pode sim ter casamento. Casamento homoafetivo?
Interpretação funcional, não haveria necessidade.
Enunciado. 98 CJF: o inc iv do art. 1521 ncc, deve ser interpretado a luz do decreto lei 3200/41,
no que se refere a possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau.
Primo não são atingidos pela restrição e podem casar-se sem nenhum problema, porque são
colaterais de quarto grau.
Conforme previsto no art. 1522, os impedimentos podem ser opostos, até o momento da
celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver
conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
Mesmo nulo o casamento, necessita, para se casar novamente, obter a declaração judicial da
nulidade. Nesta ação, segundo ensinamento de Iolanda Moreira Leite, hpa que provar a
ocorrência de dois pressupostos: a)realização válida do primeiro casamento; b)vigência desse
casamento a época do segundo. Provados esses dois pressupostos na esfera civil, o segundo
casamento recebera a sanção de nulidade, cessando todos os seus efeitos. A sanção de
nulidade recairá sobre o segundo casamento, ainda que um ou ambos os contraentes
estivessem de boa-fé.
Enquanto não se pronuncia a nulidade do primeiro casamento, o posterior é tido como nulo.
O código civil de 2002 não prevê pena de multa para o oficial do registro e o juiz, por não
declararem de ofício os impedimento que conhecerem, como o fazia do Código de 1916 nos
arts, 227 III e 228 III. Mas o não cumprimento desse dever pode acarretar-lhes não só sanções
de natureza administrativa, como também de natureza indenizatória, uma vez que um
casamento anulado por conta de impedimento conhecido e não declarado de oficio pode dar
ensejo a grave dano de natureza moral.
Por outro lado, aos nubentes é assegurado o direito de “requerer prazo razoável para fazer
prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de
má-fé”.
As aludidas causas visam proteger interesses de terceiros, em geral da prole (herdeiro) do leito
anterior (evitando a confusão de patrimônio e de sangue), do ex-cônjuge e da pessoa
influencia pelo abuso de confiança ou de autoridade exercido pelo outro (tutela e curatela).
Podem, por isso, deixar de ser aplicada pelo juiz, provocando-se a inexistência de prejuízo para
essas pessoas.
A oposição das causas suspensivas, como se verá no capítulo seguinte, dever ser feita no prazo
de quinze dias da publicação dos editais, para produzir o efeito de sustar a realização do
casamento. Se efetivada após esse prazo, não terá o condão de obstá-lo, embora sujeite os
cônjuges ao regime da separação dos bens e os imóveis destes a hipoteca legal, na hipótese do
inciso I do art. 1523, supramencionado. Ainda que arguidas tempestivamente, há, não
obstante, possibilidade de se afastar tais causas, com todos os seus respectivos efeitos, na
hipóteses do p.único do art. 1523, que se reporta à inexistência de prejuízo às pessoas que a
lei visa proteger.
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do
casal e der partilha aos herdeiros;
- a jurisprudência tem, efetiva e sabiamente, nos casos de infração à restrição legal, afastado a
invalidade do regime de comunhão de bens, se o cônjuge falecido não tiver deixado algum filho,
assim como, ainda que tenha deixado algum, se o casal não tiver bens a partilhar. Por essa razão,
admitem os juízes, embora não prevista no Código de Processo Civil, a realização do inventário
negativo, instuido como certidão negativa de bens, cuja única finalidade é comprovar a inexistência
da causa suspensiva em questão. Mesmo existindo filhos e bens, também tem sido afastada a
nulidade quando não há risco de confusão de patrimônio em razão do novo casamento, como
consta do precedente retrotrasncrito.
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
Prova do casamento
- certidão de casamento.
- posse do estado de casado (teoria da aparência) art. 1545 CC (hoje em dia não é mais
aplicado)
Elementos:
1- Diferença de sexo
2- Consentimento: agentes capazes para manifestar vontade. Ex: Art 4º, III CC,
casamento inexistência.
3- Celebração na forma da lei
Obs: Diversidade de sexos. ADI 4277 e a ADPF 132. STJ. REsp. 1183378/RS
É possível a conversão da união estável em casamento, tanto pela via adm quanto a judicial.
Tanto homo e heteroafetivo.
Res. CNJ 175 (ADI 4966) – possível habilitação de casamento sem a diversidade do sexo.
“Assim sendo, as famílias formadas por pessoas homoafetivas não são menos dignas de
proteção do Estado se comparadas com aquelas apoiadas na tradição e formadas por casais
heteroafetivos. O que se deve levar em consideração é como aquele arranjo familiar deve ser
levado em conta e, evidentemente, o vínculo que mais segurança jurídica confere às famílias é
o casamento civil. Assim, se é o casamento civil a forma pela qual o Estado melhor protege a
família e se são múltiplos os arranjos familiares reconhecidos pela CF/1988, não será negada
essa via a nenhuma família que por ela optar, independentemente de orientação sexual dos
nubentes, uma vez que as famílias constituídas por pares homoafetivos possuem os mesmos
núcleos axiológicos daquelas constituídas por casais heteroafetivos, quais sejam, a dignidade
das pessoas e o afeto. Por consequência, o mesmo raciocínio utilizado tanto pelo STJ quanto
pelo STF para conceder aos pares homoafetivos os direitos decorrentes da união estável
devem ser utilizado para lhes proporcionar a via do casamento civil, ademais porque a CF
determina a facilitação da conversão da união estável em casamento (art. 226, § 3º)”
- Art. 6º EPD, mesmo que deficiência psíquica tem plena capacidade para celebrar casamento.
Há deficiências que não, ex: autismo grau 4.
-Art. 85, caput e §º EPD Curatelado? Pode, curatela se restringe apenas a atos patrimoniais,
não precisa do curatelado para manifestar vontade. Pode ser feito com auxilio deste, mas não
é obrigatório. Casamento ato de existência, pacto antinupcial precisa da presença do curador.
2- Casamento nulo:
Em dois casos o Código Civil considerava nulo o casamento: I) quando contraído por “enfermo
mental sem o necessário discernimento para atos da vida civil – revogado pelo Estatuto da
Pessoa com Deficiência; II) por infringência de impedimento (art 1521) - art. 1.548 CC;
A declaração de nulidade proclama, retroatividade, jamais ter existido casamento válido. Por
isso diz-se que, em princípio, a nulidade produz efeitos ex tunc. Desde a celebração o
casamento não produzirá efeitos, salvo para terceiros de boa fé.
Assim, os bens que se haviam comunicado pelo casamento retornam ao antigo dono e não se
cumpre o pacto antenupcial. O casamento nulo, entretanto, aproveita aos filhos, ainda que
ambos os cônjuges estejam de má-fé, segundo dispõe o §2º do art. 1561 CC, a paternidade é
certo.
Insuscetível de confirmação (art. 169 CC), não tem prazo, ação própria art. 1549 CC (deve),
sentença declaratória art. 1563 CC. É hipótese do art. 1548, II CC. MP ou legitimado. Qualquer
pessoa maior pode opor os impedimentos cuja violação acarrete a nulidade do casamento,
mas a ação declaratória de nulidade é permitida somente a quem tenha legítimo interesse,
econômico ou moral, e ao Ministério Público, cujo interesse é de cunho social.
Obs.: a ação declaratória de nulidade e a ação anulatória começar com o pedido de prévia
separação de corpos. O código civil de 2002 admite expressamente a separação de corpos,
comprovada a sua necessidade, como medida preparatória de ação de nulidade do casamento,
de anulação, de separação judicial, de divórcio direto e de dissolução de união estável,
devendo ser “concedida pelo juiz com a possível brevidade”. A separação de corpos se mostra
às vezes necessária, para proteger a integridade física e psicológica do casal, bem como para
comprovar o dies a quo da separação de fato.
Como a ação de nulidade segue o rito ordinário, admite-se reconvenção, com o pedido de
divórcio, por exemplo, ou imputação de culpa ao autor, para responsabilizá-lo pela nulidade e
pelos ônus da sucumbência.
Proposta a aludida ação, incumbe a quem a alega o ônus da prova. Como a aludida versa sobre
direitos indisponíveis, regidos por princípios de ordem pública, a confissão do réu é, por si só,
insuficiente para o decreto de procedência. O seu valor é considerado relativo, devendo a
admissibilidade do pedido ser sopesada em conjunto com outros elementos de convicção.
3-Casamento anulável:
O código Civil de 2002 considera anulável o casamento nas hipóteses elencadas nos art. 1550,
1556 e 1558.
O casamento anulável produz todos os efeitos enquanto não anulado por decisão judicial
transitada em julgado. Até então tem validade resolúvel, que se tornará definitiva se decorrer
o prazo decadencial sem que tenha sido ajuizada anulatória. Porém, a sentença que anula o
casamento tem efeitos retro-operantes, fazendo com que os cônjuges retornem à condição
anterior, como se jamais o tivessem contraído. Produz efeitos iguais a decretação da nulidade,
desfazendo a sociedade conjugal como se nunca houvesse existido, salvo caso de putatividade.
Tal como no nulo, não houve o efeito de antecipação da maioridade.
Obs.: O dolo, em si, isto é, quando não leve a erro essencial, embora vício do consentimento,
não conduz à anulabilidade do matrimônio, diversamente do que acontece com os negócios
jurídicos em geral
A ação anulatória pode ser proposta pelo próprio cônjuge menor, mesmo sem assistência ou
representação, por seus representantes legais, e por seus ascendentes (CC, art. 1552), no
prazo de 180 dias 1560§1º.
Obs.: mesmo se o representante legal do menor consentiu no casamento, ele pode propor a
ação de anulação por defeito de idade, porque podia ter ignorado a verdadeira de idade do
menor representado e também porque a falta de idade nada tem que ver com a apreciação da
conveniência do casamento.
A lei n. 11.106/2005, revogou, além de outros dispositivos, o inciso VII do art. 107 do CP. Com
isso, o casamento deixou de evitar a imposição ou o cumprimento de pena criminal, nos
crimes contra os crimes contra os costumes de ação penal pública.
2ª Não houve revogação expressa, anulável apenas para maiores de 14 anos (Lei 13.818/2018.
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
maior de 16 e menor de 18, sem autorização dos pais ou suprimento judicial. Não há
divergência.
No caso de falta de autorização dos pais ou representantes legais, a ação anulatória só pode
ser proposta, por iniciativa do próprio incapaz, ao deixar de sê-lo, das pessoas que tinham o
direito de consentir, ou seja, de seus representantes legais, desde que não tenha assistido ao
ato ou, por qualquer modo, manifestado sua aprovação (CC, art. 1555 §2º), ou de seus
herdeiros necessários. Se a pessoa que tinha o direito de consentir tiver assistido ao
casamento, não poderá, pois requerer a anulação, porquanto a sua presença tem o valor de
um consentimento tácito.
Legitimidade: art. 1555 caput e §1 - será contado do dia em que cessou a incapacidade, no
primeiro caso, a partir do casamento, no segundo, e, no terceiro, da morte do incapaz (art.
1555 §1º).
Fato impeditivo: art. 1551 – após celebração houver gravidez, o juiz fica impedido.
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
- 1550, II CC
- Art. 1550, III cc – vícios de vontade: erro e coação.
Erro. Art 1556 e 1557 CC, erro essencial sobre a pessoa do outro. Não cabe erro acidental. O
erro, como geral, consiste em uma falsa representação da realidade. Em matéria de casamento
nada mais é do que uma especificação da teoria geral do erro substancial quanto à pessoa.
Prazo: 3 anos.
*transexual: a condição de mudar nome não pode esta registrado. Transexual tem o direito de
sua privacidade, mas deve ser leal ao companheiro. Prof não deu uma resposta. Mas enseja
erro.
Ex: bêbado.
Revogação de procuração.
Admite convalidação
Legitimidade.
Art. 1554 territorial. Valido, mesmo que não seja delegatário, mas exerce publicamente como
juiz de casamento.
Divórcio
Evolução histórica.
4 fases:
E, nesse diapsão, percebe-se a forte influência dos cânones romanos no sistema normatizado
brasileiro.
Nessa fase, há apenas o desquite, instituto de influência religiosa, que gerava apenas a
dissolução da sociedade conjugal, com a manutenção do vínculo conjugal, e a impossibilidade
jurídica de contrair formalmente novas núpcias, o que somente gerava “famílias clandestinas”,
destinatárias do preconceito e da rejeição social.
CC/16 – art. 315 – vinculo do casamento era indissolúvel, só era possível com a morte ou
nulidade. Dissolução da sociedade conjugal (morte, nulidade ou anulabilidade e desquite-
separação de corpos, partilha, não pode se casar de novo).
Começou a mudar a partir do advento da Lei 6515/77 (lei do divórcio) amparada pela EC
09/77, “casamento somente poderá ser dissolvido, nos casos expressos em lei, desde que haja
prévia separação judicial por mais de três anos”.
Tal diploma determinou expressamente que, no Código Civil, todas as disposições relativas ao
antigo “desquite” fossem substituídas pelo regramento da separação judicial.
Pela concepção originaria da lei do divórcio, a separação judicial, forma de extinção da
sociedade conjugal sem dissolução do vinculo matrimonial, passou a se constituir em um
requisito para o exercício do chamado divorcio indireto (divorcio por conversão).
Em síntese, a lei estabeleceu que a separação judicial passava ser requisito necessário e prévio
para o pedido de divórcio, que tinha de aguardar a consumação de um prazo de 3 anos, em
consonância com o art §1º do art. 175 CF vigente da época.
A partir de 1988, consolidou-se o divórcio direto, aperfeiçoando a tíbia da lei n. 6515/77 sem
extinguir porém o divórcio indireto (decorrente da conversão da separação judicial).
Divorcio direto passou a ser aceito expressamente no texto constitucional, com eficácia
imediata, tendo por único requisito o decurso do lapso temporal de mais de dois anos de
separação de fato.
Trata-se de uma completa mudança de paradigma sobre o tema, em que o Estado busca se
afastar da intimidade do casal, reconhecendo a sua autonomia para extinguir, pela sua
vontade, o vinculo conjugal, sem necessidade de requisitos temporais ou de motivação
vinculante.
Obs.: Culpa nos alimentos e na usucapião familiar (Enunciado 595 da CJF). Art. 1240-A CC.
Abandono de lar para a perda da meação do bem – hipóteses de culpa. Você precisaria
provar? Não, dissociar da culpa. Abandono voluntario + ausência da tutela familiar.
Dessa forma, aplica-se o Enunciado 595 CJF: o abandono do lar significa deixar sua família
desprotegida financeiramente. é uma ausência de tutela/proteção da assistência material, não
tem nada a ver com o fim do relacionamento então.
O divórcio pode ser judicial ou extrajudicial. Para o extrajudicial não podem haver filhos
menores de idade (poi para menores de 18 anos ensejaria a participação do Ministério Público
e via judicial para fixação da guarda, alimentos e regime de convivência) e não pode haver lide.
Contudo, comprava a resolução prévia de todas as questões de guarda, alimentos e regime de
convivência já tiver sido determinada judicialmente, o divórcio pode ser extrajudicial (571, VI
da jornada de direito civil do CJF).
Obs: Enunciado 571 (VI Jornada). Se comprovada a resolução previa e judicial de todas as
questões referente dos filhos menores ou incapazes, o rebelião de notas poderá lavras
escritura publica de dissolução conjugal.
O divórcio judicial não enseja necessariamente a partilha dos bens, o artigo 1581 estabelece
que o divorcio pode ser concedido mesmo que não haja a partilha de bens. Havendo acordo
sobe a vontade de dissolução do vínculo judicial, a partilha pode ser deixada para depois.
Por escritura publica, requisitos: acordo, não haver filhos/nascituro (precisa de intervenção do
MP e poder judiciário). Advogado (pode ser o mesmo advogad)
Divórcio judicial
É possível deixar a partilhar posterior, quando houver consenso apenas pelo divórcio.
Exceção: P. único. Curador provisório (designado por sentença). Impossibilidade (Resp
1645612) (curador, ascendente, descendente e irmão)
Morte no curso do processo: em regra a ação personalíssima se extingue com a morte de uma
das partes, mas nesse caso não acarreta perda de seu objeto se já manifestada a vontade de
um dos cônjuges de se divorciar. Direito potestativo. Efeitos retroativos a data da propositura.
- Necessidade de mediação para divórcio? Art. 693 CPC Necessidade de passar pela meação. As
críticas está na defesa do divórcio ser um direito potestativo. As partes em comum acordo
estão com a decisão tomada e não há necessidade de uma possível meação. - recomendação
O divórcio não tem requisitos subjetivos e temporais, você só apenas manifesta seu desejo de
se divorciar. Seria possível um juiz liminarmente determinar o divórcio? Tem enunciado 46
EBDFAN permitindo. Essa tutela é provisória e alterar seu estado civil, por ser provisória pode
ser revogada, ou seja, um tempo você fica solteiro e depois é revogada? Como ficaria isso?
Inaudita altera pars? Sem a citação da pessoa, a pessoa não sabe que você ta se divorciando.
Como ficaria isso? A solução é sentença parcial de mérito, é uma sentença definitiva para um
dos pedidos e o processo continua aos demais.
Separação
Com o advento da lei de divórcio, a orientadora era de aditar a separação judicial nos
processos para que fossem convocados em ação de divórcio, pois entendeu-se que a
separação judicial teria sido revogada. Hoje, o entendimento majoritário é que ela é
permanente.
2ª corrente – efeitos próprios – A separação judicial põe fim a sociedade conjugal (affectio
maritaris): há separação de corpos; pode ensejar uma partilha de bens; mas não põe fim ao
vínculo matrimonial (mesmo separado de fato, o estado civil ainda é de casado). Trata-se de
uma opção para quem, por aspectos morais e subjetivos, não tem certeza se quer se casar.
Essa teoria foi confirmada no CPC, que traz a separação judicial e consensual.
STJ: 3ª TURMA. REsp 1.431.370 – 4ª turma: REsp 2358098. – diz que ainda permance
Insegura jurídica muito grande, o dia que se separaram de fato. Já pode constituir uma família,
uma união estável art. 1723 §1º
Separação de corpos
Tutela de urgência. Mesmo que não haja risco a integridade física, ex: questões econômicas.
Partilha de bens
Divorcio sem partilha (art. 1581) – é possível com ou sem partilha
Indenização pelo uso exclusiva de bem comum antes da partilha (art. 1319 CC), desde que a
parte que toca a cada um tenha sido definida por qualquer meio inequívoco. REsp 1250362,
mas não é obrigatória (filho comum morando com o genitor). Resp 1699.013.
Regime de bens
É lícito aos nubentes, antes do casamento, estipular o regime de bens de seu casamento.
Pode-se escolher quais regras irão se aplicar ou não: em regra, pode ter um regime de
comunhão parcial que estabelece, em pacto antenupcial que determina que as heranças irão
se comunicar.
- Princípios específicos
c) mutabilidade do regime contratado no curso de casamento. Art. 1639 §2º CC e art. 734 CPC
Alteração só se faz por sentença. Para alterar justo motivo. Ex.: atividade de risco. Pode
ensejar necessidade partilha
- pacto antenupcial
Enunciado 635, VIII CJF: “o pacto antenupcial e o contrato de convivência podem conter
clausulas existências, desde que estas não violem os princípios da dignidade da pessoa
humana, a igualdade entre os cônjuges e da solidariedade familiar.
É possível fixação de domicílio, contudo não pode estabelecer a moradia do menor nesse
pacto, pois você não sabe qual o melhor interesses do menor. Só no caso concreto
Clausula de indenização por infidelidade – só ensejaria mais discussão. Ilícito civil, clausula
penal, prefixação de perdas e danos.
Forma art. 1653 Por escritura publica, sob pena de nulidade. condição suspensiva necessita da
realização do casamento
O art. 978 CC autoriza o empresário casado a, “sem necessidade outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou grava-
los de ônus real”. Esse dispositivo, segundo Ricardo Fiuza, “veio a consolidar o entendimento
mais evoluído de que qualquer dos cônjuges pode, sem necessidade de outorga uxória, alienar
ou gravar de ônus reais bens que integrem o patrimônio da empresa de que cada um
isoladamente participe. No caso das sociedades comerciais, a aplicação desse princípio
decorre, diretamente, da separação patrimonial objetiva entre os bens da sociedade e os bens
particulares dos sócios.
Regimes em espécie
Sumula 377 STF – permite a comunicabilidade de bens. Vedação ao enriquecimento sem causa
Loteria. REsp 16889152. 4ª T – União estável onde tinha aquisições a título oneroso sem prova
do esforço comum e o sujeito ganha na loteria na constância da união estável, o inicio do
relacionamento se deu por interesse. Daria direito a meação.
Enunciado 261, III jornada CJF- ART. 1641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens
não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando casamento for procedido de união
estável iniciada antes dessa idade.
Regime de bens. Separação convencional/absoluta. Art. 1687
- Exige pacto nupcial, as partes separam do patrimônio, a titularidade permanece e o que vier
ser adquirido na constância do casamento permanecera com a pessoa que adquiriu. Mas cabe
condomínio se adquirir juntos e determinar fração.
- não aplica a sumula 377 STF. Mais protetiva do que a separação legal.
Valorização de cotas sociais adquiridas antes do casamento. Controvértido. Não comunica. STJ,
valorização das cotas adquiridas permancem como um bem particular3ª T; REsp 1173931. Ralf
M. – comunica
- exige outorga
Exige outorga
Art. 1672
PARENTESCO
Paulo lobo: “ parentesco é a relação jurídica estabelecida pela lei ou por decisão judicial entre
uma pessoa e as demais que integram o grupo familiar, nos limites da lei.”
Após a constituição de 1988: não há mais parentesco legítima ou ilegítimo. Art. 227 §6º e art.
226 CRFB.
Art. 1593 CC: natural (consanguinidade) e civil ( “ outra origem”). Enunciado 103 CJF. Ex:
adoção, inseminação heteróloga.
- Em linha reta
Art. 1591 CC “ são parentes em linha renha que estão umas para com as outras na relação de
ascedentes e descedentes”
Os mais próximos preferem aos mais remotos em direitos e obrigações recíprocas. Ex. art 1829
e 1833. Art. 1696 e 1697 CC.
Trato e fama – para ter direito a sucessão do padrasto, mesmo com a inclusão do nome.
Multiparentalidade
Reconhecimento do parentesco socioafetivo pode se dar com ou sem exclusão do parentesco
biológico. Também nas famílias homoafetivas.
Filiação
1) Legítima. Paternidade presumida Art. 1.597, CC
2) Biológica. Genética. Lei no 8.560/92
3) Socioafetiva
Princípios constitucionais:
1.596,CC
e obrigações parentais.
Reconhecimento
-Presunção legal
---Filiação presumida
❑Decorre da demonstração do estado de casado. Pater is est quem justae nuptiae
demonstrant.
❑Mater semper certa est. Decorre da gravidez e do parto, todavia uso das técnicas de
reprodução assistida (cessão temporária de útero). Resolução CFM 2294/2021 e Provimento
63/2017
❑Art. 1.597, CC se aplica à união estável? Controvertido (inc. I e II). STJ, 3a T., REsp 1.194.059-
SP, DJ 14.11.2012. Inc. III a V – efeito autônomo do consentimento (reflexo do planejamento
familiar, art. 226, §7o CRFB
Art. 1.598, CC
Separação de fato também gera ruptura de convivência. Cabível negatória de paternidade. Art.
1.601, CC
Post mortem: art. 17, §2o, Prov. CNJ 63/2017 (termo de autorização prévia específico, com
firma reconhecida) e Res. CFM 2294/2021.Enunciado 633, CJF. A decisão de autorizar a
utilização de embriões consiste em disposição post mortem, atraindo, portanto, a imperativa
obediência à forma expressa e incontestável, alcançada por meio do testamento ou
instrumento análogo. Não pode em contrato padrão de prestação de serviços de reprodução
humana. Resp 1918421, 4a T, dj 26/08/2021.
Sigilo (Res. CFM 2294/2021, IV.2 e 4) x direito à identidade genética. Melhor interesse da
criança e do adolescentes. Art. 48, ECA - conhecimento sem que estabeleça qualquer vinculo
jurídico.
Filiação biológica
Exame de DNA. Alto grau de confiabilidade. Lei 8560/92.
Art. 232, CC, sum 301 STJ, art. 2-A, Lei 8560/92. Presunção relativa.
Filiação socioafetiva
❑Afeto como valor jurídico.
❑Requisitos: nome, trato e fama (nomem, tractatus e reputatio). ❑ Enunciado 256, CJF: “A
posse do estado de filho (parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco
civil.”
Filiação socioafetiva
Se nas demandas negativas propostas em face do filho, pelo próprio pai registral ou terceiros,
a filiação socioafetiva pode prevalecer mesmo ausente o laço biológico; nas demandas
positivas movidas pelo filho para reconhecimento da filiação biológica, a existência da filiação
socioafetiva não pode ser obstáculo, sob pena de se impor restrição vedada pela lei (Rose
Venceslau, Filiação biológica, socioafetiva e registral, p. 360)
Provimento 63/2017
❑ Herança, Alimentos
Enunciado 341 CJF: Para os fins do art. 1.696, a relação socioafetiva pode ser elemento
gerador de obrigação alimentar.
Reconhecimento de filhos
Fora da presunção legal. Filhos fora do casamento (art. 1.607, CC)
❑Reconhecimento voluntário:
imprescritível
negatória.
28/2013
Família internacional.
Cuida-se de relações jurídicas transnacionais. É necessário que haja um elemento
estrangeiro para que se aplique o direito internacional privado. Para o paradigma conflito de
leis,
quem é o estrangeiro e qual sua a situação jurídica. A primeira questão imposta é a jurisdição:
qual juiz tem jurisdição sobre determinada questão jurídica? As regras de jurisdição são
comumente unilaterais, ou seja, cada um tem as suas. Trata-se aqui de conflito de jurisdições.
Impõe-se portanto o conceito de leis: qual a lei que o juiz usará para decidir o mérito
da LINDB. A LINDB é uma das principias normas de direito internacional privado, trazendo
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
aquela que determinará sua capacidade. Alguém que esta domiciliado no Chile terá sua
capacidade determinada pela lei chilena. Há limites para essa aplicação, sendo o mais
importante a ordem publica. Se uma lei estrangeira diz que alguém pode se casar aos 10
anos de idade, essa lei não pode ser aplicada no brasil. Mas se uma lei prevê que é
possível o casamento aos 17, essa lei deve ser aplicada. Fora a violação da ordem publica,
é necessário aplicar a lei estrangeira quando a lei brasileira assim determinar.
leis aplicadas do aspectos formais são as brasileiras. Quanto aos impedimentos, são
O artigo 41 do Código Bustamante (tratado internacional ainda tem vigor, com status
de Lei Federal) reitera o disposto pelo artigo 7º, §1º, LINDB. Trata-se, por parte da doutrina, do
princípio locus regis actum, de maneira que a lei aplicada será aquela do ato.
Artigo 41: Ter-se-á em toda parte como valido, quanto à forma, o matrimônio celebrado na
que estabeleçam como eficaz as leis do país em que se efetue. Contudo, os Estados,
cujalegislação exigir uma cerimônia religiosa, poderão negar validade aos matrimônios
territorialidade, se é assim para o casamento celebrado no brasil, será assim para a lei no
exterior
(o casamento celebrado na Franca, será regido pela lei francesa). É uma consequência lógica
do
locus regis actum. O limite é eventual conflito com a lei brasileira - se os requisitos
determinados
pelo país X forem manifestamente contrárias a lei brasileira, o ato praticado no estrangeiro
não
constituam, e nele devem, ser registradas ou inscritas, se a legislação local exigir esse
requisito.
acordo com as leis do local que foi celebrado o ato. O que se discute no Brasil, é como esse
casamento produz efeitos no Brasil. Para tanto, além de se observar a ordem pública, há outro
Públicos:
estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos,
legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do
regulamento consular.
§ 1º Os assentos de que trata este artigo serão, porém, transladados nos cartórios de 1º
conhecido, quando tiverem de produzir efeito no País, ou, antes, por meio de segunda via
que os cônsules serão obrigados a remeter por intermédio do Ministério das Relações
Exteriores. Se não voltar a residir no Brasil, não tem prazo, basta, quando queria, fazer o
registro para que o casamento tem efeitos no brasil (ex: pensão em órgão público).
respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem
a residir.
óbito de brasileiros em país estrangeiro, tomados por autoridade consular brasileira, nos
refere o caput do art. 32 da Lei nº 6.015/1973, será efetuado no Livro "E" do 1o Ofício de
autorização judicial.
que a existência do casamento independe do registro, sendo este somente necessário quando
se
pretende produzir efeitos (ex: para fins previdenciários, identificação do cônjuge nessa
qualidade
em ação judicial e etc.). O casamento realizado no estrangeiro é valido no Brasil tendo sido ou
não registrado, e dessa forma impede que seja contraído novo casamento. A prova do estado
de
mais uma vez, só é necessário para produzir efeitos. O casamento no exterior produz efeitos
atualmente. Se for exigido registro, deve ser feito no RTD, na forma do artigo 29, Lei de
Registro
Públicos, já que o RTD é o órgão competente para reconhecer situações estrangeiras que
produzam efeitos em repartição pública ou em juízo. Essa não é uma previsão legal.
consulados não são repartições estrangeiras. O que acontece é que esses territórios é que são
consular. O que a lei brasileira autoriza é que, caso a lei do pais de origem permita, que o
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
consulares do país de ambos os nubentes. Não é uma obrigatoriedade, mas sim uma
faculdade. Além da autorização da lei brasileira, deve haver autorização da lei do país
estrangeiro também.
para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive
sede do Consulado. A lei do país em que se localiza o cônjuge deve também autorizar. § 1º As
autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação
consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou
incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu
casamento.
mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma
delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
nesses casamentos é que eles são automaticamente comunicados aos registro brasileiros. Mas
se o registro não acontecer, de forma automática, pode (e deve) ser feito no registro civil na
forma
d) Casamento entre pessoas do mesmo sexo: Hoje em dia não há uma discussão
muito grande, já que é vedada a recusa de autoridades em casar ou convocar união estável em
casamento para pessoas do mesmo sexo, logo o casamento celebrado no Brasil entre pessoas
casar, e o juiz, apesar da legalidade da previsão no direito francês, negou a habilitação, pois
violaria a ordem pública do Marrocos, em que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é
crime. A Corte de Cassação Francesa determinou que seria possível pois o casamento seria
legalizado na França.
possível que o casamento celebrado na França (ex) seja invalidado pela lei brasileira? O STF
entende que esse artigo não possui aplicabilidade, portanto, não seria possível
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
exterior seriam anulados, já que a lei estrangeira não é exatamente igual a lei brasileira,
F) Regime de bens (artigo 7º §4º): a regra geral é o domicílio comum dos nubentes e
se esse domicílio for diverso nessa hipótese, e somente nessa hipótese, o domicilio que regerá
o
regime de bens será o primeiro domicílio depois de casados. Se o domicílio for comum já antes
Quando a lei fala em “domicílio do chefe de família” esse dispositivo não foi
Art. 7º, § 7º: Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao
outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob
sua guarda.
habilitação do casamento, entre eles, o domicilio para fins de fixação do regime de bens.
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
• STF - RE 86787 - 1978: em 1970, A. B., 58 anos, viúva, com vasto patrimônio
decidiu casar-se com C.D., 28 anos, solteiro, sem bens declarados. À época, para evitar a
dias, retornam ao Rio Grande do Sul, onde passam a viver por alguns anos. Na ação de
divórcio, o marido alega a nulidade da declaração, uma vez que, à luz dos fatos, o casal
efetivamente permaneceu domiciliado no Rio Grande do Sul. O regime legal brasileiro era o da
comunhão universal e o regime legal uruguaio o da separação total de bens. Quid iuris?
Casamento. Regime de bens. Interpretação do artigo 7º, § 4º, da Lei de Introdução ao Código
Civil Brasileiro. 1) Nubentes que, sem impedimento para casar, contraem matrimônio no
Uruguai, depois de preencher, pela lei uruguaia, os requisitos exigidos para a fixação de
domicílio nesse país. Decisão onde se reconhece que o domicílio se estabeleceu no lugar
do casamento também segundo a lei brasileira. Conclusão que assentou, neste ponto, no
exame da prova, sendo, pois, irreversível em sede de recurso extraordinário (Súmula 279).
Inexistência, pois, de ofensa ao artigo 7º, § 4º, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro.
[...] 3) Infração ao princípio geral de direito segundo o qual não pode a parte ‘venire contra
factum proprium’.”
civil, e o conteúdo desse pacto deve estar de acordo com a lei do domicílio. Ninguém verifica
se
o conteúdo está de acordo com a lei do domicilio, isso só é invocado quando dá problema.
Mas e a forma do pacto? Interpretação harmonizada: lei do local da celebração para a
Art. 1.653 (CC). É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, é ineficaz
Art. 1.657 (CC). As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão
dos cônjuges.
2. Divórcio
23, CPC.
em que: Os requisitos não são cumulativos, basta que um esteja presente. O que
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Se o ato que dá
do feito [ação de dissolução de união estável] é determinada pelo art. 88 [21], I, do Código de
Processo Civil, tendo em vista que o réu possui domicílio no Brasil – competência internacional
cumulativa ou concorrente.”
casamento foi celebrado em território nacional. Inteligência do art. 88 [21], III, do CPC”
Não só a ação de divórcio mas também de alimentos, regime de guarda e filhos são
de competência concorrente, ou seja, o juiz estrangeiro pode dispor sobre todas essas
matérias.
O que não pode ser homologado ano Brasil é a sentença estrangeira que dispõe
sobre bens localizadas no Brasil, já que essa competência é exclusiva da jurisdição brasileira,
na
forma do artigo 23, I, CPC. O que acontece aqui é que o juiz estrangeiro pode livremente
decidir
sobre bens localizados no Brasil, mas a sentença não será homologada já que competência
exclusiva do Brasil
outra:
sentença estrangeira que trata sobre bens no brasil simplesmente não será
homologado.
nacional;
• STJ, SEC no 15639, 2017: no mesmo sentido STJ, SEC no 14822, 2018, STJ, SEC no
judicial, é competência exclusiva da Justiça brasileira, nos termos do art. 23, III, do Código de
Processo Civil. Nada obstante, a jurisprudência pátria admite que a Justiça estrangeira ratifique
acordos firmados pelas partes, independente do imóvel localizar-se em território brasileiro”
• STJ, SEC no 11795, 2019: A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça [...] autoriza a
ex-cônjuges quanto à partilha de bens imóveis situados no Brasil, que não viole as regras de
direito
interno brasileiro”
Dessa forma, caso haja sentença estrangeira tiver simplesmente homologado acordo,
ou seja, houve acordo no exterior e o juiz estrangeiro somente homologou, então a sentença
estrangeira que trate da partilha de bens no exterior pode ser homologada no Brasil.
extrajudicial no Brasil desde que não haja bens a serem partilhados no exterior. Nesse caso
devese
doutrina, alguns entendem que pode haver outras hipóteses em que há interesse do Estado
Andrighi, há forte inclinação do STJ para entender que é um rol exemplificando, contudo,
deve-se
observar a falta de efetividade a sentença, de maneira que, não iria adiantar que o juiz
brasileiro
decidisse sobre bens no exterior se a lei do país em que se encontram os bens prevem a
jurisdição exclusiva.
compete ao STJ, na forma do artigo 105, CRFB/88 c/c 961, CPC. Trabalha-se aqui no plano da
eficácia, e não da validade. Para anular a sentença estrangeira deve-se recorrer ao tribunal que
a
proferiu. O que o STJ faz é reconhecer a eficácia da sentença no Brasil, de maneira que,
independente da decisão do STJ, a sentença pode produzir efeitos no local onde foi proferida.
Art. 961 (CPC) A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação
caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua
competência.
Na sentença estrangeira de divorcio consensual (se tiver litígio, não se aplica essa
assuntos que o divorcio consensual? Todo o resto precisa ser homologado, restado dispensado
o
• STJ, SEC no 13571, 2017: No caso concreto, uma vez requerida a homologação em
período anterior à vigência do NCPC, vislumbro interesse de agir e proveito às partes no exame
Nem sempre o divorcio feito no exterior será feito pelo respectivo poder judiciário,
pode ser um ato administrativo e nesse caos, poderá ser homologado pelo Brasil, mesmo que
salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a
eficácia das sentenças estrangeiras no país. Não há mais prazo uma vez que não há mais
Nesse sentido: Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que instituiu o
plena e imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três anos,
Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.” (STJ, SEC no 4445,
Quando o divórcio é litigioso, ou seja, não há necessidade de homologação, pode
haver averbação:
Artigo 1º do Provimento no 53/2016 – CNJ: A averbação direta no assento de casamento
não judicial de divórcio, que pela lei brasileira tem natureza jurisdicional, deverá ser
realizada perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais a partir de 18 de março
de 2016. Deve ser uma sentença pura a simples de divórcio. A sentença só pode tratar
sobre divórcio, e mais nada. Esse dispositivo é aplicável aos casamentos que foram
realizados no Brasil.
Ainda sobre o divórcio no exterior, tem-se o artigo 18, LINDB que dá mais
disposições:
incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu
1. Competência internacional
que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no
Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato
praticado no Brasil.
Art. 22 (CPC) Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando: a) o credor tiver seu domicílio ou sua residência no Brasil; b) o réu
sentença de alimentos do exterior, caso alguma das partes queira revê-la, cabe ação revisional
de
alimentos.
• STJ, HDE no 1396, 2019: O Brasil adotou sistema que prevê ser de jurisdição
ajuizamento de uma ação judicial no Brasil não inviabiliza, por si só, a homologação da
sentença estrangeira que versou sobre as mesmas matérias [...] mas a existência de decisão
homologação.
cooperação internacional
cooperação internacional
• Art. VI.3 “a lei que regerá as ações mencionadas e qualquer questão conexa será a
Quanto a competência:
aos estados-partes da OEA. Logo, seu artigo 11, determina que a sentença determinaria que a
sentença produzisse efeitos em demais países, dispensada a homologação, o juiz que
recebesse
a sentença poderia executa-la imediatamente, sem que tivesse homologação pelo STJ. O artigo
convencia não é usada no Brasil, todas ase sentença, com excessão do divorcio consensual, são
homologadas.
decorrentes não somente de filiação, mas também de relações conjugais ou de outras relações
A Convenção de Haia também cria uma figura análoga a Autoridade Central, cada
estado cria a sua autoridade central (no Brasil é o Ministério da Justiça) que irá receber os
que tratem de alimentos em relação de filiação ou filiação e relação conjugal, nos demais
pedidos, não pode fazer uso da Autoridade Central. Essa previsão vem no artigo 26, §4º, CPC.
acordo de alimentos, e esse artigo foi objeto de reserva pelo Brasil. A ideia aqui é impedir que
se
viole o princípio do juiz natural, o Brasil não aceita que as partes façam modificação do foro
em
mas esse método deve ser rápido. A Convenção assim traz sugestões de medidas a serem
tomadas, como por exemplo, a penhora de salário, mecanismos para facilitação do trânsito
financeiro (nessa hipótese, caso seja alimentos em razão de filiação ou filiação e relação
conjugal,
criança é retirada de um Estado ilicitamente por seu genitor, existe um mecanismo de retorno
imediato.
pressuposto que o juiz da residência habitual da criança é o juiz natural para tratar de guarda,
não pode um genitor retirar ilicitamente a criança de seu país e propor a altercar de guarda em
a retirada da criança da de um país para outro, transferência nasce ilícita. A retenção, por
outro
lado, nasce lícita mas se torna ilícita (um exemplo é quando um dos genitores leva a criança
para
viajar com autorização do outro cônjuge e nunca mais volta). A ilicitude decorre da violação do
transferidas para qualquer Estado Contratante ou nele retidas indevidamente; fazer respeitar
de
maneira efetiva nos outros Estados Contratantes os direitos de guarda e de visita existentes
num
Estado Contratante.
O artigo 16 da Convenção traz a l´pogica que o juiz estrangeiro onde. Criança tinha
Contratante para onde a criança tenha sido levada ou onde esteja retida não poderão
tomar decisões sobre o fundo do direito de guarda sem que fique determinado não
ou sem que haja transcorrido um período razoável de tempo sem que seja apresentado
Art. 12 Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida nos termos do
autoridade respectiva deverá ordenar o retomo imediato da criança. Por que esse
intervalo entre os prazos? Porque nem sempre o genitor que ficou para trás sabe onde está
a criança. Não é “passou mais de um ano, a criança já está adaptada”, a criança deve ser
de uma ano referido no parágrafo anterior, deverá ordenar o retorno da criança, salvo
quando for provado que a criança já se encontra integrada no seu novo meio. […]
Quando o prazo for maior que um ano, autoridade central poderá investigar se a criança já
está adaptada.
Art. 13 Sem prejuízo das disposições contidas no Artigo anterior, a autoridade judicial ou
a) que a pessoa, instituição ou organismo que tinha a seu cuidado a pessoa da criança não
b) que existe um risco grave de a criança, no seu retorno, ficar sujeita a perigos de
ordem física ou psíquica, ou, de qualquer outro modo, ficar numa situação
intolerável. Essa hipótese é bastaste arguida pelo o genitor responsável pelo sequestro.
Uma hipótese que passou a ser paliçada no Brasil é a Lei Maria da Penha, por mais que não
seja a criança que sofra violência doméstica, mas sim a mãe, pode haver óbice ao
retorno.
criança se verificar que esta se opõe a ele e que a criança atingiu já idade e grau de
maturidade tais que seja apropriado levar em consideração as suas opiniões sobre o
assunto. Ex: criança de 15 anos e 10 meses que diz que quer ficar no Brasil.
Art. 20 O retomo da criança de acordo com as disposições contidas no Artigo 12° poderá
ser recusado quando não for compatível com os princípios fundamentais do Estado
requerido com relação à proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.
Exemplos: contexto de guerra e conflito armado. Ainda que a guerra acabe, não pode
propor nova ação, pois quando se nega o reitor, se opera uma transferencia da residência
Quanto a competência:
• CC 100345 (2009), STJ; CC 64012 (2006), STJ Justiça Federal: tratado-contrato – cumprimento
de
obrigação fundada em tratado internacional (art. 109, III, CRFB) [CC 100345 (2009), STJ; CC
64012
(2006), STJ]
Havendo recusa do retorno, caberá à Justiça Estadual dispor sobre as questões de Direito de
Poder Familiar
Histórico
O poder familiar só recebeu esse nome, porque anteriormente era o pátrio poder, poder
paterno, poder de pai e não conseguimos sustentar esse termo depois da constituição de 88,
que traz a igualdade entre pai e mãe, igualdade entre filho e no teor das relações familiares foi
muito importante, mudando o viés das relações familiares. Quando veio o código de 2022 veio
o nome iuris, poder familiar.
O poder patriarcal era unificado, chefe da religião familiar, alicerçada em preceitos católicos.
Como também, antigamente a criança e adolescente não era vista como sujeito de direito
dentro dessa familia, apenas os determinados pelo pai. Com a constituição de 88 muda esse
cenário, adotando o princípio da prioridade absoluta da criança e do adolescente
Art. 227 CF.
Obs.: é dever da família, da sociedade e do Estado, com absoluta propriedade. Assim, a criação
do seu vizinho importa.
O que é afinal esse poder familiar? Só exerce pai ou mãe, quem tem guarda ou tutor não
exerce esse direito. Mesmo se você tem multiparentalidade todos ali vão exercer, poder
advindo de um dever jurídico. Art. 229 CF.
A dissolução de união estável ou casamento de nada atinge o poder familiar sob os filhos, a
relação jurídica dos cônjuges ou companheiros são relações distintas aos filhos.
Historicamente acometia, a mulher que pedia desquite, separação e depois o divórcio, a culpa
pelo desfazimento era dela, a pessoa culpada pelo desfazimento pelo vínculo conjugal perdia a
guarda dos filhos.
É dirigir a criação e educação dos filhos menores, de acordo com as regras do art. 1630 Cc. Ter
seus filhos em sua companhia e guarda, se a pessoa perde o poder familiar perde também a
companhia e guarda. Conceder autorização para o casamento dos filhos a partir dos 16 anos
de idade, atenção para menores de 16 gravida, conjugar o artigo com o ECA (revogação em
2019). Determinar em tutor, em caso de impossibilidade de exercício do poder familiar.
Representar os filhos absolutamente incapazes e assisti-los até término da incapacidade
relativa. Exigir obediência e respeito, além dos serviços próprios a idade.
Só quem exerce o poder familiar é o pai e/ou mãe. Tutor não exercer poder familiar,
exerce tutela (se a criança está sobre tutela é porque, por algum motivo não há poder familiar
ativo). Na hipótese de múltiplos registros, quando há 2 pais e uma mãe, por exemplo, todos
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
O poder familiar é advindo de um dever jurídico, que o limita. Para que se exerce esse
vida dos filhos menores. Fala-se em “menores”, pois o filho pode atingir a maioridade e
continuar
incapaz, nesse caso, nomeia-se um curador. Ambos os pais (atualmente) podem exercer a
curatela.
falecer e etc.
pais em relação aos filhos, uma vez que, com a Constituição de 1988, a relação jurídica entre
os
cônjuges é diferente da relação que estes tem com seus filhos. Historicamente, a dissolução da
sociedade conjugal acometia a relação entre pais e filhos: a mulher que pedia um desquite
Quais são os deveres que colocam o poder familiar nas mãos dos pais?
a) Dirigir a criança e educação dos filhos menores: o Estado impõe limites e regras,
b) Ter seus filhos em sua companhia e guarda: se tem poder familiar, tem direito à
guarda.
c) Conceder autorização para o casamento dos filhos: a partir dos 16 anos de idade.
Existe a possibilidade de isso acontecer antes dos 16 anos? Existe uma previsão no Código
Civil para a hipótese em que a menina menor de 16 anos pode receber autorização do juízo
para se casar caso esteja grávida. Essa regra deve se interpretada com ECA, de maneira a se
essa previsão não está de acordo com o ECA e não deve ser aplicada.
incapacidade relativa.
f) Exigir obediência e respeito, além dos serviços próprios à idade: fazer com que o
menor seja amadurecido aos poucos, para que eventualmente possa ser inserido na
II - pela emancipação, nos termos do art. 5 o , parágrafo único; Importante lembrar que o
IV - pela adoção; A adoção extingue o poder familiar na medida que retira o poder familiar
Pode ser que quem exerce o poder abuse-o. Caso o abuso seja muito grave ou
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o
Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e
do patrimônio dos filhos (aqui, interessa o patrimônio dos filhos, se os pais se tornam
insolventes
por má administração de seu próprio patrimônio, não há perda do poder familiar); (ii) cabível
requerimento judicial por qualquer parente (leia-se “interessado” para estar em consonância
com
o ECA) ou Ministério Público; (iii) judiciário adotará medida voltada à segurança e ao resguardo
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
O ECA tem uma uma interpretação e o a previsão previdenciária é outra, dessa forma,
Art. 16, Lei 8213: São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado:
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
Regulamento.
Artigo 33, ECA: A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
Art. 1.618. A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei n
regra do CNJ.
mesmo nome da família. Quando é maior de 18 anos, não pode mais mudar o pré nome.
Os pais tem, inerente ao exercício do poder familiar, a administração dos bens dos
Quem perde o poder familiar não perde o dever de prestar alimentos, salvo ema aso
de adoção.
A primeira questão que se coloca em relação ao dano moral nas relações familiares é
Primeira corrente: Entende que basta haver a violação de algum dever legal relacionado
a família e/ou sociedade conjugal para que reste configurado o dano moral passível de
compensação. O dano pode ser ser patrimonial ou existencial (artigo 1.566). O dano ao
direito da personalidade é indelével, não há como retornar ao status quo ante da relação,
por isso fala-se em reparação de dano - gênero - que se dividirá em indenização (= dano
I - fidelidade recíproca;
familiares, devem estar presentes os artigos 186 e 187 do Código Civil. Essa é a corrente
basta que haja responsabilidade civil no geral. Logo, é necessário que haja conduta
humana culpável (ou seja, deve ser voluntária). Conduta humana é o comportamento
humano voluntário que se exterioriza através de uma ação ou omissão, produzindo
consequências jurídicas.
Artigo 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
Para a segunda corrente, além da conduta humana voluntária e culpável, é necessário que
o resultado seja danoso. O dano, por sua vez, é uma lesão ao bem juridicamente tutelável.
Entre a conduta e o dano é necessário haver nexo de causalidade, ou seja, a condito sine
direito de família.
de “amar”. Essa hipótese é rechaçada pelo STJ, de maneira que, o abandono afetivo deve
decorrer do dever legal de cuidado para que constitua elemento suficiente para caracterizar
dano moral compensável. O dano aqui caracterizado é o dano moral in re ipsa, ou seja, não
precisa que fique demonstrada a lesão, decorrendo da própria violação das regras jurídicas
que
ordinária têm competência cumulativa para o julgamento e a execução das causas decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 14, da Lei no
11.340/2006.
compreende o dever de sustento, guarda e educação dos filhos. Não há dever jurídico de
cuidar
afetuosamente, de modo que o abandono afetivo, se cumpridos os deveres de sustento,
guarda
Alimentos
Garante uma serie de direitos fundamentais, sob a luz do princípio da dignidade da
3º, I, CRFB/88.
como direitos da personalidade: direitos de receber os alimentos que você precisa, mas sem
que
você possa prover por si mesmo. Alimentos prescrevem? Depende da acepção utilizada: se se
em até 2 anos, de acordo com o 206, §2º, Código Civil - nesse caso, trata-se dos alimentos já
fixados e estabelecidos.
que decorrem de um ato de manifestação de vontade (inter vivos ou causa mortis), assume-se
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Outro dispositivo que fala de alimentos
alimentos indenizatórios são aqueles oriundos de atos ilícitos, cuja previsão vem no artigo 920,
CC.
no sentido de somente caber prisão civil do devedor de alimentos legítimos, e não os dos
alimentos indenizatórios. Uma outra distinção importante é que os alimentos legítimos são
causa
de impenhorabilidade do bem de família: a dívida aumentar é ser sanada pode ser oriunda de
Quanto à extensão, o juiz emir regra irá fixar alimentos legítimos pra garantir o padrão
de vida do alimentando, a previsão vem no artigo 1.694, CC, se chamam alimentos civis ou
alimentos côngruos.
manutenção do padrão de vida. A hipótese o artigo 1.704, § único, CC, traz a hipótese de culpa
para o fim do relacionamento. Quem defende que não há culpa para fim de relacionamento,
entende que esse dispositivo viola o principio constitucional da solidariedade familiar, prevista
no
será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver
parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será
queles com caráter indenizatório e seriam devidos em 3 situações: (i) em razão do fim do
aqueda abrupta do padrão de vida de uma das partes; (ii) bens a partilhar que são do mesmo
valor mas a liquidação de um é muito maior do que de outro; (iii) uso exclusivo de um bem que
pertence a ambos (a partilha dos bens ainda não foi feita mas fixa um valor a título e aluguéis -
REsp 1.290.313).
automaticamente.
razões de veto da lei, já que a maior parte foi vetada)3: a lei regulamenta os alimentos da mãe
gestante ou do feto? Pelo artigo 1º a titular dos alimentos seria mãe gestante. Deve-se ter em
vista que o STF adota a teoria natalista, ou seja, só se é titular de direitos após o nascimento
com
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será
exercido.
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas
que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também
deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
gestante.
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos
em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
Não se pode exigir que a mãe faca exame de DNA antes do nascimento do bebê, já
Até quando vigoram os alimentos provisórios? Até o transito julgado da decisão, inclusive em
recursos que não são dotados de efeito suspensivo.
Quando favoráveis ao alimentando a sentença produz efeito desde logo – valor superior a
liminar.
Se for redução da verba alimentar, o STJ entende que nesse caso a liminar vai produzir efeito
até o trânsito em julgado, após o TJ o valor fixado na sentença retroage até a citação Art.
13§3º. (em caso se execução)
Mas se o valor for a menor na liminar e depois a maior na sentença, você pode cobrar a
diferença. – execução provisória, verba alimentar.
528 cpc, protesto do título executivo, sem prejuízo da possibilidade de prisão civil (medida
coercitiva)
Com a pandemia, STJ flexibilizou a prisão civil poderia ser fixado em regime domiciliar. É
possível a penhora dos bens do devedor de alimentos, sem que haja a conversão do rito da
prisão para o da constrição patrimonial, enquanto durar a suspensão de todos as ordens de
prisão civil...
Facultou ao credor se pretende que a prisão civil seja cumprida em regime domiciliar ou se
prefere diferir o seu cumprimento.
A decisão não transita em julgado e pode ser a qualquer tempo revista ou exonera – alteração
superveniente dos fatos. – De acordo com Alexandre Câmara, diz que transita em julgado sim
e faz coisa julgada material, o que você traz é uma nova causa de pedir, nova demanda.
Art. 1708, se você tiver um novo casamento ou união estável cessa a obrigação de alimentos.
Em. 265, III, CJF) – cessa também se tiver em concubinato (criticado).
Art. 1709 CC Nova prole (divergência), p stj tinha entendimento pacifico que não enseja a
redução dos alimentos, ex: novos filhos. – Cabe equiparação.
- entre cônjuges: mutua assistência. Separação de fato. Art. 1704. Divórcio exceção REsp
1073052
Já no divorcio rompe com o vínculos e os deveres decorrentes desse casamento, mas preclui a
ação, eu perco a chance de pedir esses alimentos?
-Alimentos avoengos: quando o pai não tiver condições ou não for vivo. Art. 1698, 1696. –
subsidiário, uma decisão judicial comprovando. Sumula 596 e Enunciado 342; - não abre uma
nova cognição para ver as necessidades dos avos de pagar.
- alimentos entre colaterais. Art. 1697 CC. Tios/sobrinho Resp. 1032846- RS. – Stj entende que
na linha colateral se limita ao segundo grau. – analisar mera liberalidade, obrigação natural,
sem qualquer executividade, sendo possível a exoneração a qualquer tempo, mas sendo
repetíveis.
Intuito familiar – determinado para os credores. Vantagem: entende que mesmo que um dos
filhos tenha alcançando a idade, o valor continua o mesmo.
Incide sobre quais verbais?
Valor fixo ou percentual sobre o salario do alimentante. Obs: hrs extras tb.
Concubinato – pessoas impedidas de casar ou constituir união estável. Nossa sociedade preza
a monogamia. Art. 1727 RESP 988090- MT/ RELATOR FILIPE SALOMÃO, APELAÇÃO CIVIL
001936-15.2006 – ALEXANDRE CAMARA.
a) De ordem subjetiva: sujeito, convivência more uxoria, vida de casal similar as pessoas
casadas, não é necessária coabitação.
affectio maritais, intuito de constituir família.
REsp: 1454643-Rel. Marco aurelio Belize. 1257819 Rel. Manssame ... Agr em recurso
726098 , Rel Ricardo levandowisk
Diversidade do sexo –
(livro e material do trabalho)
*interpretação conforme*
ADPF 123 – RJ
Apelação civil 0017795-52.2012.8.19.0209- 20ª câmara cível.
Deveres dos companheiros. 1724 – lealdade, respeito, assistência, guara, sustento e educação
dos filhos.
Art 1725.
Tutela
Destinados a crianças e adolescentes órfãs ou cujos pais tenham sido destituídos do poder
familiar (Todos), menores de 18 anos. Estão sem representação jurídica, sem poder familiar.
Tem por finalidade atribuir representação jurídica e tornar alguém responsável pelo cuidado
daquela criança ou adolescente. – poder familiar (autoridade parental) é exclusivo dois pais,
logo não restitui o poder familiar e sim uma representação jurídica e responsabilidade de
cuidado.
Pode ser exercido por uma pessoa ou por mais de uma pessoa (tutela compartilhada, não tem
previsão na lei, faz uma interpretação extensiva da norma de curatela e o melhor interesse da
criança)
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do menor e
administrar seus bens.
Se os pais recuperarem o poder familiar, ou se este surgir com a adoção ou o reconhecimento
do filho havido fora do casamento cessará o aludido ônus. Se o menor ainda se encontrar sob
o poder familiar, só se admitirá a nomeação de tutor depois que os pais forem destituídos de
tal encargo.
Art. 1728 CC
O tutor exerce um múnus público, uma delegação do Estado que, não podendo exercer essa
função, transfere a obrigação de zelar pela criação, pela educação e pelos bens do menor a
terceira pessoa. É considerada um encargo público e obrigatório, salvo 1736 e 1737 CC.
Legitimados:
- O primeiro suscetível a tutela é a pessoa indicada pelos pais, costuma conhecer essa tutela
como tutela testamentária, os pais no exército da autoridade parental pode em testamento ou
em outro documento autentico podem indicar quem eles gostariam que na inexistência dele,
quem exercesse a tutela. – Obs: é proibido testamento conjunto, logo cada um dos pais ira
fazer seu documento. -1729. Se o juiz entender que outra pessoa é mais indicada, pode o juiz
deferir assim como na legal que a família extensa é prioritária.
- Em caso de não houver indicação, ou estas indicadas rejeitam ou o juiz entende que eles não
estão apts, será o caso de tutela legal/legitima, exercida pelos parentes, primeiros ascendentes
e depois colaterais- 1731
- tutela dativa, determinada pelo juiz. – qualquer pessoa, mesmo sem vinculo de afetividade.
Juiz deve preferir o com vinculo.
Se caso for grupo de irmãos, o código propõe que os mesmos tutores exerçam a tutela desse
grupo, unificar cuidados e educação e manter eles unidos – melhor interesse da criança, regra
preferencial.
Para ser tutor ou tutora você precisa ser mais de 18 anos e ter plena capacidade civil.
Na lei do deficiente físico, os art. 6º e 84 diz expressamente as pessoas com deficiência não
tem afetado o âmbito existencial, ou seja, em tese pessoas sob curatela podem ser tutoras de
outra.
Diferentemente da adoção, a tutela cessa aos 18 anos. São os casos de encerramento também
da modicação do tutor (remoção de tutela), morte ou emacipação do menor.
Responsabilidades:
- Cuidar da criança ou adolescente (alimentação, moradia, educação, roupa, saúde)
- Administrar o patrimônio. Obs.: gastos extraordinários precisam de autorização judicia.
- fazer prestação de contas, a cada 2 anos, completas e nos anos de intervalo faz uma
simplificada.
Aspectos processuais:
- vara de família ou vara da infância, o que determina é a existência ou não a situação de risco.
(Competência absoluta, pode declinar)
- foro competente: onde o menor esteja.
- qualquer pessoa tem legitimidade, mas em regra o MP que pleiteia a ação (família, estado e
sociedade). Criança e adolescente não é parte do processo. DP: entende que a criança também
poderia influir no resultado, pois o que esta decidindo é a vida dela.
CURATELA:
É instrumento de apoio utilizado para pessoas com mais de 18 anos de idade e que
apresentem diminuição /déficit em sua capacidade.
Uma pessoa com menos de 18 anos pode ser submetida a curatela? O CC diz que menos de 18
é tutela e mais de 18 é curatela. O Cristiano chaves defende que as pessoas entre 16 e 18 anos
podem ser submetida também a curatela (se apresentar em déficit em sua capacidade) ou
pessoas emancipadas também.
A curatela tem por objetivo é o instrumento de apoio e segundamente é atribuir um
representante legal para essa pessoa.
O papel principal do curador é do curatelado e ajudar a desenvolver a autonomia desse
curatelado
A curatela é excepcional, sendo justificada no caso concreto.
1774 e 1775
Auxiliar a pessoa com deficiência nos atos civis. Só podemos usar a TDA em pessoas capazes.
So quem pleitear a TODA, tem legitimidade.
Apoiador pessoas maiores e capazes que foram indicadas pela pessoa que quer a TDA.
A opinião dos curadores é facultativas. Os atos praticados mesmo sem apoio são validos.
(...)
Gestação após falecimento por inseminação, é possível. – autorização do material mesmo
depois da morte.
Maternidade
Provmento 63 cnj – mae é qm escolheu a materidade.
Orientação sexual é a emoção, atração sexual, tem a ver com os relacionamentos íntimos
sexuais. Está errado a expressão opção, uma vez que você não escolhe sentimentos. Se for do
mesmo gênero, é homossexual. Se for sexos diferentes, é heterossexual. Há também, a
bissexualidade, liberdade maior nas suas preferências sexuais. Existe outras diversidades fora
do binarismo. (comportamento padrão definido pela pratica cultural)
O sexo biológico esta formado a formação biológica do aspecto sexual e para definição do sexo
biológico tem 5 características biológicas que precisam estar organizadas entre si para dizer se
a pessoa é do sexo feminino ou do sexo masculino, nada tem a ver com a orientação ou
identidade.
Identidade de Gênero
b) Transgénero:
Ex: questão crossomial que saiu do padrão. A mulher nasce sem ovário.
- queer
- não binários
-travestis
-binário
- panagênero
- cross- dressers: transcende o papel de genero, ex: é homem e se sente bem, mas se veste de
mulher.
- andógrenos
- drag-queen
- homossexual
-heterossexual
-bissexual
Realidade trans:
- desconforto persistente com o sexo feminino ou masculino que lhe foi atribuído no registro
- Pedidos judiciais de alteração dos elementos: nome e sexo nos registro civis.
O direito não pode calar-se às realidades sociais. A identidade sexual afeta o mais íntimo
aspecto da vida privada. Negar o reconhecimento do sexo psicológico, no caso em exame, em
que é latente a incompatibilidade do requerente com o gênero registral feminino, resultaria
num sofrimento perpétuo para o autor
Por tais fundamentos, JULGO PROCEDENTES OS PEDIDOS, com resolução do mérito, na forma
do artigo 487, inciso I, do CPC/15, para determinar que seja expedido mandado de registro
para modificação do assentamento de nascimento do autor para que seu nome passe a
constar ANTÔNIO LUIZ DE TAL e a designação sexual para MASCULINO.
3ª. Vara de Família – Regional da Leopoldina – TJRJ – Dra. Márcia Malvar Barambo – novembro
de 2016.
Isso posto, julgo procedente o pedido do autor para a retificação civil de seu nome, de modo
que passe a figurar no Registro Civil de Pessoas Naturais como Roberto de Tal. Em
consequência, extingo o feito, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil. Expeça-se
o Mandado ao Registro Civil, para a modificação do Registro de Nascimento do Autor para que
seu nome passe a ser ROBERTO DE TAL, alterando-se também a designação sexual de feminino
para MASCULINO.
Decisão STJ - 2017 - Em 09/05/2017, a Quarta Turma do STJ acolheu pedido de modificação de
prenome e de gênero de transexual que apresentou avaliação psicológica pericial para
demonstrar identificação social como mulher. Para o colegiado, o direito dos transexuais à
retificação do registro não pode ser condicionado à realização de cirurgia, que pode inclusive
ser inviável do ponto de vista financeiro ou por impedimento médico. RE 1.626.739/RS,
Ministro Relator Dr. Luis Felipe Salomão. Se a mudança do prenome configura alteração de
gênero (masculino para feminino ou vice-versa), a manutenção do sexo constante do registro
civil preservará a incongruência entre os dados assentados e a identidade de gênero da
pessoa, a qual continuará suscetível a toda sorte de constrangimentos na vida civil,
configurando-se, a meu juízo, flagrante atentado a direito existencial inerente à personalidade.
ADI 4275/DF - STF - 2018 - Voto do Ministro Dr. Fachin Premissas Primeira: O direito à
igualdade sem discriminações abrange a identidade ou expressão de gênero. Segunda: A
identidade de gênero é manifestação da própria personalidade da pessoa humana e, como tal,
cabe ao Estado apenas o papel de reconhecê-la, nunca de constituí-la. Terceira: A pessoa não
deve provar o que é, e o Estado não deve condicionar a expressão da identidade a qualquer
tipo de modelo, ainda que meramente procedimental.
Voto do Ministro Dr. Edson Fachin Diante de todo o exposto, julgo procedente a presente ação
direta para dar interpretação conforme a Constituição e o Pacto de São José da Costa Rica ao
art. 58 da Lei 6.015/73, de modo a reconhecer aos transgêneros, que assim o desejarem,
independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos
hormonais ou patologizantes, o direito à substituição de prenome e sexo diretamente no
registro civil. É como voto
Três Conclusões Importantes do Julgado O relator, Min. Dias Toffoli, destacou 3 fatores
importantes: i) ampliou o rol de pessoas abarcadas pelo decisum, de transexuais para
transgêneros; ii) reconheceu o direito à substituição de prenome e sexo, independentemente
de cirurgia ou tratamento; iii) assentou que a via, para adequação da identidade nos assentos
públicos pode ser administrativa ou judicial, ficando afastada a imperatividade desta última.
Para a averbação que altera o registro civil dos transgêneros, a pessoa requerente deverá
apresentar ao ofício do RCPN, no ato do requerimento: I – certidão de nascimento atualizada;
II – certidão de casamento atualizada, se for o caso; III – cópia do registro geral de identidade
(RG); IV – cópia da identificação civil nacional (ICN), se for o caso; V – cópia do passaporte
brasileiro, se for o caso; VI – cópia do cadastro de pessoa física (CPF) no Ministério da Fazenda;
VII – cópia do título de eleitor; IX – cópia de carteira de identidade social, se for o caso; X –
comprovante de endereço; XI – certidão do distribuidor cível do local de residência dos últimos
cinco anos (estadual/federal); XII – certidão do distribuidor criminal do local de residência dos
últimos cinco anos (estadual/federal); XIII – certidão de execução criminal do local de
residência dos últimos cinco anos (estadual/federal); XIV – certidão dos tabelionatos de
protestos do local de residência dos últimos cinco anos; XV – certidão da Justiça Eleitoral do
local de residência dos últimos cinco anos; XVI – certidão da Justiça do Trabalho do local de
residência dos últimos cinco anos; XVII – certidão da Justiça Militar, se for o caso.
CNJ de 3 de Maio de 2021 Pag. 11-12 Regras registrais para sexo ignorado
- Provimento dispõe sobre o assento de nascimento no Registro Civil das Pessoas Naturais nos
casos em que o campo sexo da Declaração de Nascido Vivo (DNV) ou na Declaração de Óbito
(DO) fetal, tenha sido preenchido “ignorado”.
-Declaração de Nascido Vivo (DNV), o campo sexo “ignorado”, o assento de nascimento será
lavrado registrando o sexo “ignorado”.
-Recusada a sugestão, o registro deve ser feito com o prenome indicado pelo declarante.
-a designação de sexo será feita por opção, a ser realizada a qualquer tempo e averbada no
registro civil de pessoas naturais, independentemente de autorização judicial ou de
comprovação de realização de cirurgia de designação sexual ou de tratamento hormonal, ou
de apresentação de laudo médico ou psicológico.
- A pessoa optante sob poder familiar poderá ser representado ou assistido apenas pela mãe
ou pelo pai. Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário o
consentimento da pessoa optante.
-Art. 1º. Recomendar aos órgãos do Poder Judiciário a adoção do Protocolo para Julgamento
com Perspectiva de Gênero, aprovado pelo Grupo de Trabalho instituído por intermédio da
Portaria CNJ no 27/2021, para colaborar com a implementação das Políticas Nacionais
estabelecidas pelas Resoluções CNJ no 254/2020 e 255/2020, relativas, respectivamente, ao
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres pelo Poder Judiciário e ao Incentivo à
Participação Feminina no Poder Judiciário.
-Aplicação das medidas protetivas da Lei Maria da Penha aplica-se a mulheres transexuais.
-Análise do recurso do Ministério Público contra decisão da Justiça de São Paulo, que negou
medidas protetivas previstas na lei para uma mulher transgênero que foi agredida pelo pai.
Relator, Ministro Rogério Schietti – ressaltou que foram 140 assassinatos de mulheres trans no
ano de 2021.
- 18 de março de 2021.
Legislação Brasileira :
-Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, instituída pela Portaria/MS nº 675, de 30 de março
de 2006 – garante o direito ao atendimento humanizado e livre de discriminação por
orientação sexual e identidade de gênero ;
Art. 5º A atenção médica especializada para o cuidado ao transgênero deve ser composta por
equipe mínima formada por pediatra (em caso de pacientes com até 18 (dezoito) anos de
idade), psiquiatra, endocrinologista, ginecologista, urologista e cirurgião plástico, sem prejuízo
de outras especialidades médicas que atendam à necessidade do Projeto Terapêutico Singular.
(...)
§ 1º Os procedimentos cirúrgicos de que trata esta Resolução só poderão ser realizados após
acompanhamento prévio mínimo de 1 (um) ano por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
A câmara Especial do TJ/SP decidiu em janeiro de 2021, o caso de mulher transexual agredida
pelo companheiro, devendo tramitar na vara do Foro Central de Violência Doméstica e
Familiar Contra a Mulher da Capital.
A jurisprudência do TJ/SP vem decidindo pela aplicação das medidas protetivas da lei Maria da
Penha a pessoa biologicamente do sexo masculino, mas com nome social feminino, em caso de
agressões de ex-companheiro. Tramitação em vara especializada em violência doméstica, e
não em vara criminal comum.
O juiz Alexandre Machado de Oliveira, titular do juizado, determinou como medida protetiva
que as agressoras estão proibidas de fazerem contato com a vítima ou com as testemunhas,
sob pena de prisão.
Afirma que não há espaço para tal discrepância em uma sociedade multicultural que,
conforme mandamentos constitucionais federais (CF, arts. 1º, III, 3º, IV, e 5º) e estaduais acima
referidos (CE, arts. 144 e 237, I, II, IV, VII e VIII), deve primar pelo respeito ao outro, às suas
diferenças, à sua particular forma de ser e sentir, quando esta em nada afeta a forma de ser e
sentir dos seus demais integrantes.
-Atribuídos ao nascer
- Registro de nascimento
NOME
Projeto de Lei do Senado 72/07 - que dispõe sobre registros públicos e dá outras providências,
possibilitando a substituição do prenome de pessoas transexuais - arquivado.
Projeto de Lei da Câmara 5002/2013 - Lei da identidade de gênero – denominada Lei João Nery
– propõe alterar o Art.58 da LRP;
Nome Social
Nome Social é aquele pelo qual travestis e transexuais se identificam em seu meio social.
Diversos Decretos asseguram o uso do nome social no âmbito da administração pública.
Decreto nº 33.816/11 – Município do Rio de Janeiro. Portaria nº 233/10 – Min. Planejamento
– Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Decreto nº 8.727/16 –
Presidência da República - uso em todos os órgãos públicos, autarquias e empresas federais.
Resolução nº 12/2015 - Presidência da República (SDH) - uso do nome social nas instituições de
ensino do país.
OAB Federal aprovou em 17/05/2016, o uso de identidade civil de advogados com o nome
social.
Estado do Pará aprovou a confecção de carteiras de nome social emitidas oficialmente pela
Polícia Civil daquele estado.
125 artigos, com proposta de alteração de diversas legislação para fazer constar a igualdade
de direitos e de tratamento.
1ª Questão
Luiza dos Santos, transexual, obteve o direito de alterar no Registro Civil das Pessoas Naturais
seu prenome registral de Luiz dos Santos para Luiza do Santos, todavia o magistrado indeferiu
o pedido quanto à alteração do sexo civil, tendo em vista não ter a demandante se submetido
à cirurgia de transgenitalização (ou de redesignação genital). O magistrado sustenta que a Lei
dos Registros Públicos (Lei 6.015/1973) não contém norma que autorize a modificação do sexo
civil, contendo apenas autorização para se modificar o prenome, nos casos de substituição por
"apelidos públicos notórios", ou no caso de exposição ao ridículo (arts. 58, caput, e 59, p. u.).
Por fim, afirma que o registro civil goza de fé pública, devendo espelhar a verdade, e o que se
tem admitido é a alteração do registro, em relação ao sexo, quando a mesma for submetida à
cirurgia de redesignação sexual. Decidiu corretamente o magistrado? Responda
fundamentadamente a questão.
1) Propriedade e Liberdade;
2) Direitos Políticos e Cidadania;
3) Direitos Individuais – Intimidade e Vida Privada (liberdade);
4) Direito Fundamental- Sentido da existência humana.
Dignidade como direitos sociais e coletivos integrados com os direitos individuais. O direito
sociais e coletivos abrange a saúde, educação, moradia. Direitos Individuais abrange igualdade
de direitos e personalidade.
- sociedade mais justa e mais humana, através do resgate dos valores de amor, respeito e
dignidade.
Antecedentes:
- Declaração de direitos Inglesa – 1689 – pós Guerras Civis Inglesas, visando pregar a
democracia;
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789, pós Revolução Francesa, visando a
igualdade para todos.
Princípios Gerais:
Artigo 1º. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de
razão e de consciência, devem agir uns pra os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2º. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamadas na
presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de
língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade
da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a
alguma limitação de soberania.
Artigo 3º. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
- Realizada pela Organização dos Estados Americanos, fundada em 1948, atualmente congrega
35 países.
Constituição de 1988
- Tornou inconstitucional inúmeros dispositivos, incluindo o Código Civil então vigente (1916).
Ex.: CC/16 - Art. 358 – proibia o reconhecimento de filhos espúrios
1ª Questão
Eduardo e Mônica se conheceram por meio de amigos em comum. "E mesmo com tudo
diferente, veio mesmo, de repente uma vontade de se ver, e os dois se encontravam todo dia
e a vontade crescia, como tinha de ser". Depois de 6 anos entre namoro e noivado, resolveram
se casar. Após cinco anos de casamento tiveram um filho. Viviam felizes, quando então
resolveram descobrir a origem biológica de Mônica, que viveu toda a infância e adolescência
em um orfanato. Para a surpresa do casal, após a análise do registro de nascimento de Mônica
vieram a descobrir que eram irmãos. Diante do exposto, pode-se concluir que o matrimônio
em questão é nulo com fulcro no artigo 1521, IV do Código Civil? Responda,
fundamentadamente, a questão.
Postas essas ideias gerais, vale, então, encalamistrar uma hipótese pouco comum, mas crível:
se dois irmãos se conhecem e se casam, estabelecendo uma relação entre marido e mulher,
sem a ciência do vínculo fraternal que os entrelaça, inclusive com decorrência de prole,
haveria nulidade casamentária, por conta do impedimento nupcial, decorrente da fria e
insensível aplicação da regra à hipótese vertente? Ora, se a regra proibitiva do incesto é
constitucional e compatível com o sistema jurídico, não há como se negar a aplicá-la (an all or
nothing). O caso, portanto, seria de um casamento nulo, embora contraído de boa-fé - o que
permitiria a projeção de alguns efeitos apenas, a partir da caracterização como casamento
putativo (CC, art. 1561).
Princípios de Yogyakarta
29 Princípios para aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à
orientação sexual e identidade de gênero
Princípio 24. Toda pessoa tem o direito de constituir uma família, independente de sua
orientação sexual ou identidade de gênero. As famílias existem em diversas formas. Nenhuma
família pode ser sujeita à discriminação com base na orientação sexual ou identidade de
gênero de qualquer de seus membros.
Corte Interamericana de Direitos Humanos – condena o Chile por violação do direito à não
discriminação por orientação sexual.
Professora que ministrava aulas de religião católica desde 1985, que perdeu o “certificado
de idoneidade” necessário em razão da descoberta de sua orientação sexual.
Afirmou que a ampla deferência de liberdade religiosa para outorga de tais certificados deve
compatibilizar-se com outros princípios fundamentais, como o da não-discriminação,
especialmente no contexto laboral, em que o trabalho e, portanto, a subsistência da pessoa
está envolvido
Falta de maturidade física e mental, enseja proteção e cuidados especiais, inclusive proteção
legal, tanto antes quanto após seu nascimento.
Os Estados Partes adotarão medidas a fim de lutar contra a transferência ilegal de crianças
para o exterior e a retenção ilícita das mesmas fora do país.
Protege os interesses da criança relativas à sua guarda no plano internacional, e dos efeitos
prejudiciais resultantes de mudança de domicílio ou de retenção ilícitas;
O termo sequestro não possui a mesma designação do Código Penal – Brasil adotou a
tradução de 1980;
Deslocamento ilegal da criança de seu país (a) e/ou a sua retenção indevida em outro local
que não o da sua residência habitual (b).
Art. 1º - A presente Convenção tem por objetivo: a) assegurar o retorno imediato de crianças
ilicitamente transferidas para qualquer Estado Contratante ou nele retidas indevidamente; b)
fazer respeitar de maneira efetiva nos outros Estados Contratantes os direitos de guarda e de
visita existentes.
Art. 16 - Depois de terem sido informadas da transferência ou retenção ilícitas de uma criança
nos termos do Artigo 3, as autoridades judiciais ou administrativas do Estado Contratante para
onde a criança tenha sido levada ou onde esteja retida não poderão tomar decisões sobre o
fundo do direito de guarda sem que fique determinado não estarem reunidas as condições
previstas na presente Convenção para o retorno da criança, ou sem que haja transcorrido um
período razoável de tempo sem que seja apresentado pedido de aplicação da presente
Convenção.
COMPETÊNCIA
Aplicar-se-á ao caso, a legislação onde for domiciliada a criança, considerando como tal, sua
residência habitual quando ocorreu o deslocamento ou retenção.
Após ciência da reclamação nos termos da Convenção, não poderá a autoridade determinar
decisão de guarda (art.16).
2ª Questão
João Carlos, residente nos Estados Unidos da América, genitor do menor Sandro, suscitou
conflito positivo de competência em que estão envolvidos o Juízo Federal da 1ª Vara de
Salvador (BA) e o Juízo de Direito da 2ª Vara de Família, Sucessões, Órfãos, Interditos e
Ausentes da mesma cidade. Afirma o suscitante ter proposto, na Justiça Federal, ação cautelar
de busca e apreensão de menor com fundamento na Convenção de Haia sobre os Aspectos
Civis do Sequestro Internacional de Crianças. Informa ainda a existência, na Justiça comum
estadual, de ação de fixação de guarda de menor c/c regulamentação de visitas, proposta pela
genitora do menor. Aduz que a genitora do menor, nascido e residente nos Estados Unidos da
América, trouxe Sandro para o Brasil mediante autorização do suscitante, a pretexto de
comparecer ao casamento do irmão dela, todavia não mais retornou àquele país e ainda
ingressou com a demanda de guarda narrada. Sustenta, portanto, que há conflito de
competência a ser solucionado, sendo certo que compete à Justiça Federal julgar as causas
mencionadas, visto haver interesse da União, signatária da Convenção de Haia.
Dessa forma João Carlos requer o sobrestamento do processo que tramita na Justiça estadual,
atribuindo-se ao juiz federal competência para tratar dos atos subsequentes. Postula, ao final,
a declaração da completa competência do juízo federal e a anulação das decisões concedidas
no juízo estadual, à exceção da que diz respeito ao direito de visitação. Intimada, a União
apresenta petição, destacando a necessidade de reunião das demandas por coerência com o
sistema de normas pertinentes, visto que a Convenção de Haia de 1980 tem por objetivo
preservar o foro do país de residência habitual da criança como o competente para julgar
ações de guarda.
Denúncias internacionais contra violações nos Estados-parte, que terão 6 meses para
apresentar soluções.
Segundo a ONU, 7 em cada 10 mulheres no mundo já sofreram violência que vão desde o
assédio até a morte.
A ONU estima que cerca de 5 mil mulheres são mortas por crimes de honra no mundo por
ano.
UNICEF estima que 100 milhões serão forçadas ao casamento na próxima década (65%
Bangladesh, 48% Índia e 76% Níger)
“A violência contra mulheres é uma construção social, resultado da desigualdade de força nas
relações de poder entre homens e mulheres. É criada nas relações sociais e reproduzida pela
sociedade.” Nadine Gasman, porta-voz da ONU Mulheres no Brasil.
Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Promulgada pelo
Decreto nº 6.949/2009;
Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, capaz de obstruir participação plena em igualdade de
condições. (art.2º).
Somente serão considerados incapazes por determinação judicial e após avaliação de equipe
multidisciplinar.
Várias intervenções
Revogou os incisos do art. 3º do Código Civil, que passa a ter apenas o caput: São
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos.
Revogou o inciso I do art.1548 – não poderá ser considerado nulo o casamento contraído
pelo enfermo mental;
Inseriu o §2º no art. 1550: A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbil
poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu
responsável ou curador.
Alterou o inciso III do art.1557 (erro essencial): defeito físico irremediável que não
caracterize deficiência.
Retira a sujeição à curatela (1767), o enfermo ou deficiente mental (inc. I): aqueles que não
puderem exprimir sua vontade.
É o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas,
com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil;
A pessoa com deficiência e seus apoiadores devem apresentar termo em que conste os
limites do apoio e o prazo;