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GÊNEROS SEXUAIS:
www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/vc-sabia-generos-sexuais/
(Acesso em 30/06/18)
Judite Butler - (1956 – EUA) – filósofa. Uma das principais teóricas sobre a teoria
Queer, entre outras coisas. Seu livro “O problema do gênero” (1990) contribuiu
muito para a diferenciação entre sexo e gênero.
O professor Michael King afirma: "A conclusão dos cientistas que pesquisaram as
origens e a estabilidade da orientação sexual é que essa é uma característica
humana que se forma no início da vida e é resistente a mudanças. Evidências
científicas sobre as origens da homossexualidade são consideradas relevantes para o
debate teológico e social porque prejudicam as afirmações de que a orientação
sexual é uma escolha."
Nas culturas ocidentais em geral, o termo homossexual é usado para abranger toda
uma postura, atitude e identidade social. Em outras culturas, rótulos
homossexualidade e heterossexuais não enfatizam uma identidade social como um todo
ou indicam afiliação da comunidade com base na orientação sexual. Na verdade,
certos estudiosos, como David Green, têm afirmado que a homossexualidade é uma
construção social moderna ocidental[...]
HOMOSSEXUALIDADE E CRISTIANISMO
(de forma resumida, como algumas igrejas cristãs observam a questão da
homossexualidade)
CASAMENTOS/UNIÕES HOMOAFETIVAS
(1) (O desafio da bênção religiosa sobre a união homoafetiva entre casais
homossexuais que se declaram evangélicos Fabiano Pereira)-2014
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/discernindo/article/view/4751/4036
-LEIS BRASILEIRAS
O Brasil já contabiliza mais de 60 mil pessoas vivendo com parceiros do mesmo sexo,
segundo dados do Censo 2010. A legalização de união civil entre casais homossexuais
foi aprovada no Supremo Tribunal Federal na madrugada do dia 05 de Maio de 2011.
[...]No dia 14 de Maio de 2013, Por 14 votos a 1, conselho editou resolução que
obriga cartórios a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo BRASÍLIA - Os
cartórios de todo o País serão obrigados a celebrar o casamento civil entre pessoas
do mesmo sexo. Quem se recusar a realizar o casamento ou a converter a união
estável em casamento poderá ser punido. Resolução aprovada pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) determina aos cartórios que celebrem os casamentos homoafetivos,
mesmo que não haja lei sobre o tema. A decisão terá validade assim que for
publicada no Diário da Justiça Eletrônico, nos próximos dias. Autor da proposta, o
presidente do CNJ, Joaquim Barbosa, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF),
em 2011, garantiu a casais de pessoas do mesmo sexo os mesmos direitos dos
heterossexuais. O tribunal, naquele julgamento, garantiu às uniões homoafetivas o
mesmo tratamento dado às uniões estáveis entre homem e mulher[...]
A BÍBLIA
A BÍBLIA FALA SOBRE PECADOS SEXUAIS, ENTRE ELES, ENCONTRAMOS TERMOS COMO SODOMITA,
EFEMINADOS, ENTRE OUTROS. VAMOS ESTUDAR ALGUNS TEXTOS BÍBLICOS PARA COMPREENDERMOS
O SIGNIFICADO DESTES TERMOS, COMO TAMBÉM OBSERVAR O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA SOBRE A
NATUREZA HUMANA. NOSSO ESTUDO TEM INÍCIO COM A HISTÓRIA DE SODOMA E GOMORRA, PARA
COMPREENDERMOS UM DESTES TERMOS: SODOMITA.
1.1- Sodoma
Origem da região
Canaã (Neto de Noé) gerou Sidom (primogênito) e os demais povos cananeus, os quais
habitaram desde Sidom até Sodoma e Gomorra, Admá, Zeboim (Gn 10.15-19)
A expressão "Sodoma e Gomorra" se aplica, por extensão, a estas cinco cidades-
estados do vale de Sidim, no mar Morto (também chamado mar Salgado): Sodoma,
Gomorra, Admá, Zebolim e Bela,também chamada de Zoar).
O vale de Sidim ("Vale dos Campos") era descrito como um lugar paradisíaco. Ocupava
uma área aproximadamente circular no vale inferior do mar Morto, atualmente
submerso pelas suas águas salgadas.
A destruição ardente de Sodoma e Gomorra, e a existência de poços de betume*
(asfalto) naquela região são descritas na Bíblia. (Gn 14:3, 10; 19:12-28) Muitos
peritos acham que as águas do mar Morto talvez se tenham elevado no passado e
tenham estendido a extremidade meridional do mar numa considerável distância,
cobrindo assim o que talvez tenha sido o lugar dessas duas cidades. Explorações
feitas nesta região mostram ser ela uma área queimada, de óleo e asfalto. A
respeito deste assunto diz o livro Light From the Ancient Past (Luz do Passado
Remoto), de Jack Finegan (1959, p. 147): “Uma cuidadosa pesquisa da evidência
literária, geológica e arqueológica aponta para a conclusão que as infames ‘cidades
da planície’ (Gênesis 19:29) estavam na área que agora está submersa . . . e que
sua ruína foi realizada por um grande terremoto, provavelmente acompanhado por
explosões, relâmpagos, ignição de gás natural e conflagração (incêndio que se
alastra) geral.”
Ló foi morar na região de Sodoma (Gn 13.12,13) e foi levado cativo quando aconteceu
a guerra dos reis na região (Gn 14.2,3, - poços de betume* vs 10)
*betume = O nome betume era aplicado para designar essa forma de petróleo
naturalmente encontrada, recebendo diversas denominações além das duas: asfalto,
alcatrão, lama, resina,... (Noé usou betume na arca = Gn 6.14).
A destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19.1-29)
Em Gn 13.13, vemos a afirmação de que os habitantes de Sodoma eram maus e grandes
pecadores contra o Senhor.
Pedro (2 Pd 2.6-8) também afirma que os habitantes de Sodoma eram insubordinados e
tinham um procedimento libertino (plural "atos ou modos maliciosos, como palavras
sujas, movimentos corporais indecentes, manipulação incómoda de machos e fêmeas,
etc.)
Quando os anjos visitaram Abraão e Sara para lhes falar sobre o nascimento de
Isaque (Gn 18), eles decidem contar a Abraão o que vai acontecer com Sodoma e
Gomorra (Gn 18.16-20) Abraão, sabendo que seu sobrinho Ló está na região se
preocupa, e decide interceder pela cidade. (Gn 18.22-33). Os anjos chegam a Sodoma
e encontram Ló, assentado a entrada da cidade (Gn 19.1) Ló os leva para sua casa e
lhes oferece uma refeição. Antes de se deitarem, os homens da cidade cercam a casa
de Ló, e lhe dizem para colocar os visitantes para fora, afim de abusarem deles
(conhecerem carnalmente – vs 5). Deus destruiu as cidades e salvou Ló, por causa de
Abraão. (vs 23-29)
Deus colocou a destruição de Sodoma e Gomorra como exemplo a quantos venham viver
impiamente: Deuteronômio 29.23,24; Isaias 3.9; Jeremias 16.49,50; 2 Pedro 2.6-8;
Judas 7
Termo “Sodomita” utilizado na Bíblia
-Dt 23.18 (salário de prostituição, nem de sodomita (cão – keleb = prostituto)
O termo κύνες "kunes", literalmente é cão, mas ao analisarmos contextualmente com
base em fontes históricas encontramos o significado de prostituto cerimonial da
cultura Greco-Romana, que tanto pode ser Hetero como Homossexual. Este personagem
cerimonial tem a conotação de cão por ser um predador voraz em sentidos espirituais
por se alimentar de outros seres. Podemos ver este termo cão em hebraico כלב
"kelev" na passagem de Deuteronômio 23:17-18. .< http://judeu-
autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-que.html>
-1 Coríntios 6.9
Impuros (fornicadores) - (pornos – prostituto)
Idólatras (prostituição cultual)
Adúlteros (moichos – amante masculino)
Efeminados (malakos – macio.... figuradamente, um catamita*
O termo μαλακοὶ "malakoi" de 1 Coríntios 6.9, que é comumente traduzido por
efeminados, tem intrínseco o significado de homem com trejeitos femininos,
subjugado por outros homens pela sua fragilidade e também como no usual nas versões
modernas um homossexual masculino passivo.
http://judeu-autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-que.html>
(*Catamita era o companheiro jovem, pré-adolescente ou adolescente, em uma relação
de pederastia entre dois homens no mundo antigo, especialmente na antiga Roma.
Geralmente refere-se a amantes homossexuais jovens e passivos. A palavra deriva do
latim catamitus.. <https://pt.wikipedia.org/wiki/Catamita)>
Esse termo (malakoi) usado por Paulo com esse sentido só aparece nesse texto de
Coríntios. A mesma palavra aparece mais duas vezes no NT, referindo-se a maciez de
uma roupa– Lc 7.25)
Sodomitas (arsenokoites) O termo aparece aqui e em 1Timóteo 1.10
O termo ἀρσενοκοῖται "arsenokoitai" de 1 Coríntios e de 1 Timóteo, vem da junção de
dois termos: árrhēn, "um macho" e koite "uma cama ou leito", daí vem o entendimento
de uma relação homossexual masculina, onde um homem se deita com outro homem em um
cama, com conotação sexual ativa e não apenas para descansar[...]
< http://judeu-autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-
que.html>
O termo (arseno-macho/ koiten-relação sexual) aparece na Septuaginta, qdo o texto
hebraico é traduzido para o grego. Lev 18:22 (Septuaginta) kai meta arsenos ou
koimeeteesee koiten gynaikos bdelugma gar estin
ÚLTIMOS DIAS
1 Timóteo 4.1-2 = apostasia (afastar-se/abandonar/ rejeitar) da fé.
Causa: obedecer a espíritos enganadores; ensinos de demônios; hipocrisia dos que
falam mentiras (pseudologos = ensino de doutrinas cristãs errôneas) e que tem
cauterizada (queimada, tornou-se insensível) a própria consciência. (sobre a
consciência = leia também Romanos 2.15)
2 Timóteo 3.1-5 = tempos difíceis
2 Tessalonicenses 2.1-12 = apostasia que precede a vinda do Senhor Jesus
●Introdução
Por que esta orientação pastoral sobre o tema do Homossexualismo?
A cada dia cresce a visibilidade do tema homossexualismo como realidade que sempre
existiu. Na Igreja ele tem sido tratado como tabu, especialmente nos momentos
quando ela se depara com um caso de homossexualismo.
Na sociedade em geral o assunto é tratado cada vez com mais naturalidade, o lema é
cada um na sua, a imprensa noticia casamento de homossexuais com destaque. As
novelas exploram o tema, mulheres lésbicas tomam-se verdadeiras heroínas, e são
consideradas vítimas incompreendidas. Há afirmações e provas científicas buscando
afirmar que não se trata de uma preferência sexual, resultado de escolha, mas que o
homossexualismo é uma tendência natural irreversível, orgânica mesmo, enfim uma
forma de sexualidade tão natural como a sexualidade entre homem e mulher.
Que tipo de vida a sociedade contemporânea tem proposto e produzido? Esta pergunta
é respondida a cada dia pelos jornais, revistas, rádio e televisão. O quadro
apresentado é desolador, aumenta as conquistas científicas e aumenta a miséria e a
violência. Fala-se de paz, mas continuam sendo gastos milhões em armamentos. Por
tudo isso é que percebemos a ausência de condições da nossa sociedade em ditar
normas no campo da moral. Um mundo guiado somente pelo saber humano não tem
condições de produzir justiça e felicidade, caminha, sim, para a morte. Por isso
não podemos aceitar o homossexualismo como uma expressão natural e normal de
sexualidade, porque uma resposta apenas científica não é suficiente para determinar
nossa posição.
Diante disso é que nos propomos a responder as perguntas de forma precisa: A Bíblia
fala sobre homossexualismo? O homossexualismo é uma expressão correta, desde a
perspectiva cristã, de prática da sexualidade? Enfim, a prática do homossexualismo
é pecado? Por quê devemos responder a tais questões?Esta carta tem o objetivo de
introduzir algumas orientações e oferecer a posição bíblicoteológico e pastoral da
Igreja Metodista sobre o assunto.
O que diz a Bíblia sobre o assunto?
Consideraremos alguns textos bíblicos que abordam o assunto
O primeiro texto que devemos considerar é Gênesis 18.20 e 19.1-11. Nestes textos
fica claro a prática do homossexualismo como um dos símbolos das abominações, com
as quais Deus não aprova e nem se agrada. Tal registro consta nas notas da Bíblia
de Jerusalém (uma Bíblia de estudos) sobre o mesmo texto.O relato mostra o
resultado da maravilhosa experiência de encontro com Deus vivida por Abraão, no
capítulo 18, no qual Deus anuncia a destruição de Sodoma e Gomorra por causa do seu
pecado. Abraão, pensando em seu sobrinho Ló, que vivia em Sodoma, pergunta: “Se
houver na cidade 50 justos ainda assim o Senhor destruirá?” A resposta foi que não,
até quando se diminui para dez justos, o que, segundo os estudiosos, seria o número
dos membros da família de Jó. O símbolo de todos os pecados cometidos pelos
moradores de Sodoma é ilustrado na tentativa deles de terem relações sexuais com os
mensageiros de Deus que estavam abrigados na casa de Ló, e se trata de prática
homossexual, porque rejeitam a proposta de Ló, que tentando proteger seus hóspedes
oferece a turba de homens às suas filhas, o que é rejeitado.
SEGUE ABAIXO, ALGUMAS CITAÇÕES DE HERLAN JOSÉ DA SILVA SMITH, SOBRE AS DIVERSAS
TEOLOGIAS LGBT, (Mestrando – Ciências da Religião) PUBLICADAS NO PORTAL DA
UNIVERSIDADE METODISTA – Periódicos Científicos e Acadêmicos
TEOLOGIA GAY
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061
[...] Segundo Murilo Araújo (2012), a teologia queer é um ramo recente dentro dos
estudos teológicos que começa a ser desenvolvido em meio às últimas décadas do
século XX no contexto norte-americano e que se consolida, a partir dos anos 2000,
na América Latina, principalmente por meio das contribuições do teólogo luterano
André Musskopf.
[...]É assim que, consoante com André Musskopf (2003), a teologia gay, como nas
comunidades eclesiais de base e nos grupos de mulheres, gays e lésbicas passaram a
resgatar suas experiências, assim como suas formas de experimentar, ver e encarar o
mundo, emergindo como sujeitos de sua própria realidade no confeccionar de sua
história e no fazer de uma teologia que dê conta de suas vivências[...]
[...]O empreendimento que as teólogas e teólogos gays lograram realizar,
à luz de Murilo Araújo (2012), talvez tenha se constituído nas mais numerosas
discussões entre a chamada Teologia da Libertação. Têm sido produzidas por meio das
mais diversas perspectivas, sofrendo metamorfoses de modo significativo, ao passo
das transformações sociais e na compreensão da própria sexualidade. Encontram bases
na teologia da libertação, pois esta, conforme André Musskopf (2003), formula a
emergência de novos sujeitos teológicos e também históricos, centrando-se agora nas
relações sociais de exploração onde, como aponta Gutiérrez (apud André MUSSKOPF,
2005), os povos oprimidos sejam capazes de se expressar livremente e criativamente
na sociedade e, entre o povo de Deus. É assim que a teologia gay emerge[...]
[...]É de modo semelhante às críticas que o próprio movimento queer promove os
movimentos homossexuais de vanguarda que André Musskopf (2003) abarca uma
perspectiva queer. Para o autor, em uma ótica hermenêutica, as teologias gays
construíam – e ainda quase sempre constroem – um trabalho interpretativo que se
constituía no fito de rediscutir o que chama de textos de terror, isto é, as partes
bíblicas que promovem ojeriza à homossexualidade. O erro dessas análises seria,
segundo ele, o de não promover uma mirada ampla
sobre as Escrituras sagradas em sua totalidade, então, o trabalho teológico
hermenêutico que travam remonta em apenas tirar gays e lésbicas do armário no seio
dos textos sagrados, e não contestar as pressuposições hetero-cis-centradas que
fornecem as regulações de gênero e de sexualidade dentro dos próprios contextos de
escrita dos textos sagrados[...]
[...]Queer é não definição identitária, como já entendemos, logo, falar que
teologia queer é teologia para pessoas homossexuais é altamente perigoso. Uma
teologia que abrace o queer enquanto posição teórico-metodológica deve assumir o
afago de tudo aquilo que está fora da norma e o que se encontra em regiões
periféricas não é só a homossexualidade, uma manifestação da sexualidade
humana[...]
TEOLOGIA HOMOSSEXUAL
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061
[...]Musskopf explica que a teologia homossexual, que também pode ser definida como
uma teologia sobre a homossexualidade (Idem, 2010, p. 261), surgiu na primeira
metade do século XX (2010, p. 259) e é um legado do surgimento da figura do
“homossexual” como uma nova categoria classificatória das relações entre pessoas do
mesmo sexo, dentro do discurso médico e no contexto do Movimento Homófilo” (André
MUSSKOPF, 2008, p. 124-125).[...]
[...]há uma essencialização da experiência homossexual, vista como “universal” como
se fosse vivida por todos gays da mesma forma. [...]Neste tipo de reflexão, há a
identificação de personagens bíblicos com a homossexualidade: as narrativas sobre
Jônatas e Davi e Rute e Noemi [..] são as mais proeminentes nessa área. Bastante
anacronicamente, embora com indubitáveis ganhos em termos pastorais, essas
personagens passam a representar a experiência homossexual na Bíblia [...] parece
haver uma crença no fato de que, se provarmos que Jônatas e Davi eram gays e Rute e
Noemi eram lésbicas (categorias que só passaram a ser usadas no século XX), a
participação de homossexuais nas igrejas estaria garantida (André MUSSKOPF, 2010,
pp. 260-261).
[...]Assim, se a teologia homossexual procurava incluir as pessoas nas igrejas e
perceber o que a Bíblia dizia sobre pessoas homossexuais e o que pessoas
homossexuais tinham a dizer sobre a Bíblia, a teologia gay procurava, de maneira
menos defensiva e mais incisiva, problematizar questões como a de que a
homossexualidade está na Bíblia e de que há personagens bíblicos gays e
lésbicas[...]
Para Musskopf, o fundamento maior desta teologia é o de que Deus criou todos os
seres, incluídas as pessoas homossexuais, para viverem de forma plena, sem serem
oprimidas e/ou internalizarem a discriminação. A teologia gay feita no Brasil tem,
como contempla o autor (2005), fundamentação na pedagogia do oprimido, na teologia
da libertação e na teologia feminista; além da teologia gay estadunidense. E
certamente esta reflexão, feita aqui e partindo daqui, traz diferenças em relação
ao ser homossexual em países europeus ou nos Estados Unidos, o que aponta para uma
teologia em desenvolvimento. Nesta teologia, a sexualidade e corporeidade mostram-
se como expressões de existência e parâmetro de um fazer teológico inclusivo ao
público LGBT. Tal reflexão teológica se dá, assim, a partir da interpolação entre
experiência homossexual e vivência religiosa. Visto que a homossexualidade costuma
ser entendida como o ato sexual genital entre indivíduos do mesmo sexo, a teologia
gay procura estabelecer um novo sujeito, no qual a identidade gay não esteja
resumida à genitalidade, tendo sua centralidade na intimidade e entrega ao outro e
no prazer recíproco.
[...]a partir desta teologia (gay), entende-se a pessoa homossexual como sujeito
afetivo criado e amado por Deus, e ao mesmo tempo, injustiçado e oprimido, mas com
condições de superação através da conscientização, reflexão e ação[...]
[...]São preconceitos advindos de ambientes e áreas diversas, como a família, a
escola, o trabalho, as áreas psi, a medicina, a academia, a mídia, e claro, a
doutrina das igrejas católica e evangélica. Grande parte destes preconceitos é
reforçada pela interpretação de versos e trechos da Bíblia, e esta proposta
teológica tem como cerne relativiza-los e contextualiza-los a partir de uma
hermenêutica fundamentada no método histórico-crítico, com o objetivo de auxiliar
as pessoas a desconstruírem preconceitos (muitas vezes internalizados) e
conscientizá-las acerca da urgência na aceitação do próximo com suas
diferenças[...]
[...]A referência confessional estrangeira mais conhecida sobre teologia gay é Troy
Perry, fundador das Metropolitan Community Churches (MCC, matriz das ICM
brasileiras), e autor de diversas publicações, dentre elas a obra referência na
área, O Senhor é o meu pastor e Ele sabe que eu sou gay[...]
[...] Alexandre FEITOSA, O prêmio do Amor. Uma abordagem cristã do sexo nas
relações homoafetivas, 2011. O autor define assim a teologia inclusiva: “como a
própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a
inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os
negros, as mulheres e os homossexuais. Seu pilar central encontra-se no amor de
Deus pelo homem, amor que, embora eterno e incondicional, foi negado pelo discurso
religioso ao longo de vários séculos” (idem, 2010, p. 13-14)[...] Feitosa, pastor
da Comunidade Athos de Brasília, publicou ainda, em 2012, um livro que apresenta
concepções identitárias sobre o que é transexualidade objetivando orientar pastores
inclusivos sobre as maneiras de se receber transexuais em suas igrejas[...]
[...]A missionária Lanna Holder, fundadora da Comunidade Cidade de Refúgio, lançou
em 2010 a autobiografia O diário de uma filha pródiga, no qual conta sua passagem
de missionária da Assembleia de Deus, trabalhando diretamente com a reversão da
homossexualidade para líder de uma das comunidades inclusivas LGBT[...]
[...]No Brasil, a maioria das igrejas inclusivas parece praticar uma mescla entre o
que foi acima definido como teologias homossexual, gay e lésbica, como é possível
identificar em ministração de diácono da Igreja Cristã Evangelho Para Todos
(ICEPT), de São Paulo: aqui na Para Todos nós temos a proposta de abordar o tema da
homossexualidade sob a perspectiva de uma comunidade cristã que acredita que Deus
não faz acepção de pessoas e prega o seu amor para todos, independentemente de
característica pré-determinada, pois em Gálatas 3:28 está escrito que “nisto não há
judeu nem grego, nem servo nem livre, nem macho nem fêmea, pois todos vós sois um
em Cristo Jesus’ A sociedade empurrou à marginalidade homossexuais e bissexuais.
Violências de todos os tipos foram utilizadas no trabalho de limpar a sociedade da
“aberração” causadora de todos os males da Terra. Pessoas foram mortas, empregos
tomados, filhos expulsos do convívio familiar. Para isso, foi usada a autorização
mais eficaz: a Bíblia. mas vamos aprender esta noite que a Bíblia nunca condenou e
nem condena a homossexualidade, pois a Bíblia é o relato do maior amor do mundo
(DIÁCONO 1 DA ICEPT, nota de campo, 2011)[...] O diácono complementou concebendo a
diferença de concepções teológicas acerca da homossexualidade: confrontam-se duas
posições atualmente. Em uma, a atividade homossexual é grave pecado, ofensa a Deus,
algo abominável em todas suas formas. para os que defendem essa posição, a
homossexualidade é desvio da ordem original à criação de Deus, que criou homem e
mulher para constituírem o matrimônio como lugar supremo da vivência da sexualidade
e da procriação. e assim estão excluídos gays, transexuais, travestis. Nesta visão,
homossexualidade seria opção, ou dominação demoníaca capaz de ser alterada mediante
tratamento, esforço próprio e oração. Não se submeter ao tratamento seria ser
conivente com o pecado. há os que defendem ser esta uma cruz dada por Deus para ser
carregada, e a única forma de se alcançar a Deus seria viver o celibato. Estas são
as posições de orientação fundamentalista. Na outra perspectiva, não há nada de
detestável nas relações homossexuais. As passagens bíblicas usadas para condenação
não estariam se referindo à orientação homossexual, mas a abusos nesta área. O que
cabe é reconhecer a homossexualidade como equivalente à heterossexualidade e
destinar-lhe o mesmo tratamento religioso e legal. Lutam pelo fim de qualquer
discriminação na igreja. Muitos estudiosos acreditam que a Bíblia traz relatos
positivos sobre homoafetividade, como o amor entre Jônatas e Davi, Rute e Noemi,
Daniel e o eunuco-chefe, o centurião e seu escravo mas não existem elementos
históricos que comprovem tais afirmações (DIÁCONO 1 DA ICEPT,2011)[...]
[...]De modo semelhante ao comentário do diácono da ICEPT, Márcio Retamero, ex-
reverendo da unidade fluminense da ICM (ICM Betel), também compara as concepções
teológicas de igrejas inclusivas e tradicionais: para a “igreja inclusiva” todos os
seres humanos são alvos de Deus que em Cristo Jesus estava reconciliando o mundo
com Ele mesmo. Retoricamente, as igrejas fundamentalistas ou tradicionais, declaram
que essa também é a missão delas. Contudo, é possível verificar logo, que isso não
condiz com a verdade. Tais igrejas mantêm o discurso desnivelador do tipo: “Deus
ama o pecador, mas abomina o pecado”, particionando assim, agente e ação, e isso
simplesmente não é possível e nem bíblico, pois as Escrituras os afirmam que, ainda
quando éramos pecadores, Deus nos amou. Ou seja, apesar de mim e de você, Deus nos
ama e enviou Seu Filho para nós. Paralelo a isso, a igreja fundamentalista ou
tradicional, mantém o discurso conservador, sexista, machista, heteronormativo e
homofóbico. Isso significa que no seu interior, as Escrituras são lidas desde essas
perspectivas, contaminando, dessa maneira, a proclamação da mensagem evangélica,
pervertendo a obra de Jesus e o testemunho dos Apóstolos. Para eles, as Escrituras
devem ser lidas e compreendidas, bem como ensinadas e absorvidas, ao “pé da letra”,
o que não significa que eles assim procedam. Na verdade, como nos afirmou R.
Fabris, nenhuma comunidade de fé se achega às Escrituras como “virgem pura e
imaculada”; nem a leitura do jornal diário é possível dessa maneira (Márcio
RETAMERO, 2011, p. 31).
TEOLOGIA QUEER
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061
[...]Por intermédio de Richard Miskolci (2012), vale ressaltar que queer era um
xingamento, uma palavra de baixo calão, era um termo de ofensa utilizado para se
referir, segundo o entendimento de Larissa Pelúcio (2014), às identidades sexuais
e/ou de gênero que não se enquadravam na lógica da heterossexualidade compulsória.
[...]
[...] A proposta – do movimento e da teoria – foi de reverter essa posição, mas sem
sair dela. Em outras palavras, a ação estabeleceu-se em retirar a carga negativa
por trás do termo e assumir o queer enquanto condição, marca ou posição, que nas
palavras de Guacira Lopes Louro (2006) não se pretende fixar. Ao tornar-se marca
discursiva para nomear uma série de produções de conhecimento e também, um
posicionamento político, queer se inclina contra as “convenções culturais como
forças autoritárias e preconceituosas” (Richard MISKOLCI, 2012, p. 25).[....]
[...]Queer, então, não é mais uma forma de ativismo colorido em defesa da
homossexualidade. Queer é, nesse sentido, uma política pós--identitária na
perspectiva de Guacira Lopes Louro (2001), simplesmente por encarar os regimes de
normalização e apontar para o estranho, à contestação, para o que está fora do
centro, por abarcar tudo o que se encontra em não lugar ou, em meias-palavras, por
não se atrelar a identidades específicas como os movimentos de outrora. O Queer,
diria, preocupa-se com aquilo que está nas margens e toda uma totalidade de corpos
que não se pretendem ser assimilados ou entendidos enquanto diversidade, queer
prega um aprendizado pela alteridade. Queer é diferença, desobediência. O
pensamento queer atinge status de teoria, quando Teresa de Laurentis, feminista
italiana, ressignifica o termo em uma conferência nos Estados Unidos, de acordo com
Richard Miskolci (2014), e o utiliza como um rótulo para abarcar um conjunto amplo
e disperso de reflexões que questionavam o que Judith Butler (2003) passou a chamar
de matriz heterossexual[...]
Surge, amparada nos movimentos queer e na teoria queer, a teologia queer, que
segundo André Musskopf, “não se fundamenta em modelos heterocêntricos” (2010, p.
261[..] O autor explica que nesta teologia a leitura e interpretação de textos não
visa mais simplesmente provar a validade das experiências LGBT, mas assumi-las como
dado e como lugar a partir de onde se lê e interpreta o texto bíblico. Assim, a
pergunta é o que gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais
enxergam quando lêem a Bíblia? O que ela tem a dizer a eles e elas? (André MUSSKOPF
, 2010, p. 261). Acerca desta teologia, a teóloga argentina Marcela Althaus-Reid
considera que: o cristianismo entende e organiza o mundo a partir de uma ideologia
heterossexual: a família, a subordinação, a dualidade. Minha proposta é pensar uma
fé e uma teologia a partir de experiências sexuais diferentes. Não a dos gays, ou a
das lésbicas, ou a dos travestis, mas a partir da Teoria Queer, uma espécie de
guarda-chuva que abriga toda a diversidade sexual. Quero saber, por exemplo, como
um travesti se relaciona com o sagrado, como é o Deus do transexual. Minha teologia
não é sobre igualdade, é sobre diferença (2004, s/p).[...]
Marcela A Reid,[...] reflete acerca de um Deus que não está terminado. Temos Deus
saindo do armário ao dizer “não posso ser Deus, tenho outra identidade, preciso ser
homem”. Não é um gesto de doação aos homens, mas uma necessidade de Deus de
revelar-se. Dizer: “Sou frágil, sou humano”. Sair desse armário lhe custou caro.
Essa é uma interpretação nova de Deus, a partir de outra maneira de se relacionar
com a divindade. Essas metáforas do Deus perfeito, da sabedoria suprema, do
terminado vêm de uma maneira de pensar pré-moderna. Eu trabalho com o pós-moderno.
O Deus Queer é um Deus inacabado. Em processo, ambíguo, de múltiplas identidades,
que nunca terminamos de conhecer porque, quando o abarcamos, escapa, há mais. Não
quero um Deus do centro hegemônico, um rei que vem te visitar na favela, te dá a
mão e diz: “Eu sou Deus, tenho um reino e sou tão bom que venho te visitar. Mas,
agora, dá licença que tenho de voltar ao Reino dos Céus”. Falo de um Deus que abre
seu armário e diverte seus amigos, dizendo: “Agora sou Marlene Dietrich” (2004,
s/p).
GLOSSÁRIO
ARCO-IRIS
A Bandeira arco-íris é uma bandeira composta por barras horizontais que representam
as diferentes cores do arco-íris. Existem várias versões, com pequenas variações
das cores, número e disposição das barras. É impossível determinar a sua versão
original, já que o seu uso acontece desde há muito e em diferentes partes do mundo.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/68/Gay_flag.svg/120px-
Gay_flag.svg.png Versão de 6 cores desde 1979
Projetado pelo artista Gilbert Baker(ativista falecido em 2017), de São Francisco,
em 1978, inicialmente a bandeira passou por várias revisões e, em seguida, voltou a
adicionar cores devido aos tecidos amplamente disponíveis. Desde de 2008, a
variante mais comum é composta por seis faixas, com as cores vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul e violeta. A bandeira é comumente hasteada horizontalmente,
com a faixa vermelha no topo, como seria em um arco-íris natural.
BINÁRIO = é a classificação do sexo e do gênero em duas formas distintas, opostas e
desconectadas de masculino e feminino; homem e mulher. É um dos tipos gerais de
sistemas de gênero.
CISGÊNERO = é o oposto de Transgênero. Também pode ser representado pela abreviação
cis. Pessoas Cis são pessoas que se identificam com o gênero que lhes atribuíram no
nascimento.
CISGENERIDADE=Cisgeneridade é a condição sócio-política-cultural de adequação,
conformidade às normas e expectativas referentes ao sistema sexo-gênero de desígnio
no nascimento ou gestação. Pessoas não-cisgêneras podem ser binárias (sentindo-se
adequadas ao outro sistema sexo-gênero, não ao de nascimento) ou não-binárias (não
se identificando em plenitude a nenhum dos dois polos binários de gênero)
GÊNERO = é uma gama (série de elementos) de características pertencentes e
diferenciadas entre a masculinidade e a feminilidade. Dependendo do contexto, essas
características podem incluir o sexo biológico como o estado de ser do sexo
masculino, do sexo feminino ou uma variação hermafrodita que pode complicar a
atribuição do sexo, as estruturas sociais baseadas no sexo, incluindo o papel
social de gênero e outros papéis sociais, e a identidade de gênero[...]
(https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(ci%C3%AAncias_sociais)
FORNICAÇÃO (Fornicação (palavra que vem de fornicis, ou fornix: abóbada, ou arco) é
uma relação sexual realizada entre duas pessoas que não são casadas. Fornice era o
arco da porta sob a qual as prostitutas romanas se exibiam. As mulheres romanas que
não tivessem pai, marido ou filho do sexo masculino deveriam ficar sempre dentro
dos limites da casa/prédio do seu "dono" ou protetor, por isso, não podiam passar
do arco (fornice).
No Novo Testamento, fornicação é o termo usado para traduzir a palavra grega
Porneia, termo técnico que designava um matrimónio inválido. Na época de Cristo,
com a multiplicidade de leis da Judeia, não era raro que um matrimónio fosse
invalidado por impedimento jurídico. Surgia então a questão sobre se dever ou não
separar o casal que estava em zonah (casamento inválido, ou seja, um deles ou ambos
não fossem "puros" (virgens).
Por volta do Século III d.C. criou-se então o verbo "fornicare", que seria o ato de
frequentar aquele lugar. Temos esta palavra no português - se originou do latim -
que significa sexo ilícito (nesse contexto)
GAY = do inglês gay, 'alegre, jovial', proveniente do francês medieval gai, 'que
inspira alegria', e este, possivelmente, originário do gótico gaheis, 'impetuoso',
ou, mais raramente, guei, é uma palavra inglesa utilizada normalmente para se
designar o indivíduo, homem ou mulher, homossexual.[...] A palavra originariamente
não tinha conotação sexual necessária. Era usada para designar uma pessoa
espontânea, alegre, entusiástica, feliz, e, nesse sentido, pode ser encontrada em
diversas literaturas americanas, sobretudo as anteriores à década de 1920. No
entanto, o significado preliminar da palavra gay mudou drasticamente nos Estados
Unidos, vindo a assumir o significado primordial atual para definir pessoas que
sentem atração sexual por pessoas do mesmo gênero[...] O termo gay[...]era
utilizado principalmente de forma pejorativa contra homens gays a partir do século
20. Contudo, a utilização da palavra pelos próprios homossexuais, a se referirem a
si mesmos, fez com que a conotação negativa fosse amenizada.