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IDEOLOGIA DE GÊNERO

(O que segue abaixo é parte de um texto explicativo sobre gêneros sexuais,


construído a partir de algumas explicações de psicólogas e psicanalistas. O texto
está publicado no Site Terra (notícias/educação) e o endereço de acesso se encontra
no final do texto, caso deseje consulta-lo por completo.
O objetivo de colocar esse texto aqui, é para que você conheça como tem sido
explicado a formação ou construção da identidade de gênero. Para quem desejar saber
mais sobre o assunto, estou disponibilizando todos os sites consultados sobre o
tema e que me ajudaram a construir esse estudo. Veja no final os endereços)

GÊNEROS SEXUAIS:

De acordo com a psicanalista Elizabeth Zambrano, doutora em Antropologia pela


UFRGS, em termos básicos, a identidade sexual de uma pessoa é composta pelo sexo,
pela orientação sexual e pelo gênero.
O sexo é o aspecto biológico da identidade sexual e é determinado pelas
características físicas que diferenciam homens e mulheres, desde os órgãos do
sistema reprodutor até as características sexuais secundárias, como barba e seios.
Já a orientação sexual - e não opção sexual - é o aspecto psicológico e diz
respeito à atração sexual e afetiva em relação a outras pessoas. [...]
O gênero, por outro lado, é um conceito de fundo cultural e histórico, por se
tratar de uma construção social. Desde a infância, as pessoas são ensinadas sobre
uma série de valores e hábitos de acordo com seu sexo biológico: meninos brincam de
bola, meninas, de boneca, e assim por diante. "Gênero compreende papéis e condutas
sociais que são comumente associadas ao masculino e ao feminino”, [...]
A sensação de pertencimento ao gênero masculino ou feminino percebida pelas pessoas
durante a vida é chamada de identidade de gênero.
A combinação entre sexo biológico, orientação sexual e gênero pode dar origem a um
grande leque de possibilidades de classificação. Levando em conta esses elementos,
uma mulher heterossexual, por exemplo, pode ser definida como um ser humano do sexo
e gênero feminino, que se identifica como mulher e sente atração por homens. Já um
homem homossexual é um ser humano do sexo e gênero masculino, que se identifica
como homem e sente atração por homens. [...]
É difícil dizer de uma forma geral o que ocasiona as diferentes orientações
sexuais, pois acredita-se que elas tenham origens multivariáveis. "Existem teorias
que dizem que a homossexualidade pode partir de vivências na infância, outras dizem
que envolve um componente genético ou que pode ainda ser uma fase de
experimentação. Não há uma explicação definitiva porque a experiência é pessoal. As
generalizações que já foram feitas nesse sentido não se confirmam", explica a
psicanalista.

A chave para compreender melhor os integrantes do T da sigla do movimento -


transgêneros, transexuais e travestis - está no conceito de identidade de gênero.
Pelos perfis de gênero terem sido historicamente baseados no sexo biológico, na
maior parte das vezes, as pessoas sentem correspondência entre as duas partes: os
homens se identificam com hábitos e características que, dentro de sua cultura, são
definidos como masculinos, e o mesmo ocorre com as mulheres. São pessoas cisgênero.
No entanto, há pessoas com quem isso não acontece: apesar de serem biologicamente
homens ou mulheres, elas se identificam com o gênero culturalmente associado ao
sexo oposto ao seu, como se tivessem nascido com o corpo trocado. São as pessoas
transgênero.
O que diferencia transgêneros, transsexuais e travestis são as intervenções
corporais feitas para aproximar o sexo biológico do sexo ao qual eles sentem
pertencer. Os transexuais recorrem às cirurgias de mudança de sexo para
corresponder integralmente ao sexo oposto. Porém, é importante observar que a
transexualidade ainda é considerada um transtorno de identidade de gênero e
necessita desse diagnóstico médico para viabilizar a mudança de sexo, o que
dificulta a obtenção da cirurgia por muitas pessoas.
Por não se considerarem completamente pertencentes ao sexo oposto, travestis
realizam modificações corporais parciais: não trocam de sexo, mas podem colocar
próteses de silicone, por exemplo. Transgêneros também são aqueles que, apesar de
não se identificarem com seu sexo biológico, optam por não fazer nenhuma alteração
física, podendo, por exemplo, se limitar a usar as roupas do outro sexo.
Existem ainda novas categorias que batalham por espaço entre as classificações
convencionais, como os assexuais e os pansexuais.
Os assexuais são pessoas que, independente do sexo ou do gênero, não sentem atração
sexual por nenhum dos sexos. Mesmo assim, podem manter um envolvimento afetivo e
romântico. [...]
Os pansexuais são pessoas que se sentem atraídas por todos independentemente de seu
gênero, seja ele cis ou trans. A adoção do termo pretende escapar da divisão
binária imposta pelo conceito de bissexualidade. "As pessoas que se identificam
como pansexuais têm uma visão mais crítica das nuances que existem entre masculino
e feminino", diz Carolina Maia. "Elas não limitam a atração ao sexo da pessoa. Por
isso, se sentem atraídas por uma variedade maior de gêneros".
[...] "O termo intersexual normalmente é usado para descrever a figura que antes
era chamada de hermafrodita", explica a jornalista Carolina Maia. "São pessoas que
nascem com a genitália indefinida ou apresentando os dois genitais, causando uma
ambiguidade sexual". A substituição do termo hermafrodita, que tem origem na
mitologia grega, deu-se porque a palavra pressupõe que a pessoa tenha os dois sexos
no mesmo corpo. [...]

A relação entre pessoas do mesmo sexo não é um fenômeno recente. Registros


históricos documentam que a homossexualidade era uma prática comum em muitas
regiões do planeta desde a Antiguidade. Na Grécia e Roma Antiga, os relacionamentos
homossexuais se davam principalmente entre adolescentes e homens mais velhos, e
faziam parte de um processo de formação pessoal dos futuros cidadãos. No entanto,
durante séculos, não existiu sequer uma palavra que descrevesse uma pessoa atraída
por outras do mesmo sexo. [...]
O termo homossexual surgiu no final do século XIX, época em que surgiram os
primeiros estudos sobre identidade sexual. Ele foi cunhado em 1869 pelo médico
húngaro Karl-Maria Benkert como uma categoria médica que incluía pessoas que
apresentavam comportamentos considerados moralmente inaceitáveis para a época, até
então chamados por pederastas em alusão aos antigos gregos. [...]
[...]o início da luta pelos direitos LGBT tem relação direta com o feminismo, a
partir da década de 1960. Ambos os movimentos têm como principal bandeira a
igualdade entre os indivíduos pela libertação de estritas normas de gênero. [...]

www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/vc-sabia-generos-sexuais/
(Acesso em 30/06/18)

BREVE HISTÓRICO DOS PRINCIPAIS TEORIZADORES DO CONCEITO DE GÊNERO.

John Money - (1921-2006/Nova Zelândia) Psicólogo e sexólogo – tornou o conceito de


gênero mais amplo e inclusivo do que o masculino / feminino. Para ele, o gênero
incluía não apenas a condição de homem ou mulher, mas também uma questão de
reconhecimento pessoal, atribuição social ou determinação legal; não apenas com
base na genitália de alguém, mas também com base em critérios somáticos e
comportamentais que vão além das diferenças genitais. Ele definiu o papel do
gênero como “todas as coisas que uma pessoa diz ou faz para se revelar como tendo o
status de menino ou homem, menina ou mulher[...]”. [...]introduziu o termo
orientação sexual no lugar de preferência sexual, argumentando que a atração não é
necessariamente uma questão de livre escolha.
Robert Stoller (1924-1991/EUA) – Psiquiatra. Desenvolveu teorias sobre identidade
de gênero. Para ele, sexo é somente biológico, e gênero é uma construção da
sociedade, que define os papéis masculino/feminino.

Judite Butler - (1956 – EUA) – filósofa. Uma das principais teóricas sobre a teoria
Queer, entre outras coisas. Seu livro “O problema do gênero” (1990) contribuiu
muito para a diferenciação entre sexo e gênero.

Simone de Beauvoir – (1908 – 1986/França) – Filósofa/escritora. Foi amante


(relacionamento liberal) de Jean-Paul Sartre (filósofo), com quem esteve envolvida
no polêmico manifesto “A idade da Razão” que tinha por objetivo retirar a idade
mínima para consentimento em relações sexuais. Autora do livro “O segundo sexo”
(1949) no qual consta a frase “ninguém nasce mulher torna-se mulher”, frase que se
tornou como uma “bandeira” para os ativistas da I.G., defendia que é o conjunto da
civilização que define o que é mulher.

TRABALHOS ACADÊMICOS OU PUBLICAÇÕES SOBRE QUESTÕES DE GÊNERO


(o texto que segue abaixo, são partes de publicações e trabalhas acadêmicos sobre
questões de gênero. Os endereços eletrônicos de cada publicação estão mencionados
junto a cada texto, caso desejar consulta-los.)

GÊNERO (algumas definições)


(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
<www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061>

[...]Joan Scott (1989), a epistemologia feminista, a partir da década de 1980,


começa a utilizar a palavra gênero com um caráter mais sério, passando a atribuir a
esta categoria uma referência à organização social da relação entre os sexos e não
mais uma mera forma de atribuição às mulheres ou aos estudos que se voltavam ao
sexo oprimido [...]gênero era tido como um sinônimo de mulheres, afirma Joan Scott
(1989).
[...]Durante a década de 60, segundo Guacira Lopes Louro (2001) o movimento
homossexual ganhava mais força a partir de grupos organizados, que promoviam
reuniões de discussão e de ativismo[...]
[...]Esses movimentos homossexuais, nos Estados Unidos e na Europa, de acordo com
as premissas de Richard Miskolci (2011), homogeneizavam-se na perspectiva política
que se centrava no que chamavam de liberação sexual, dentro da qual a ação de sair
do armário e a aceitação social para um estilo de vida essencialmente gay
constituía-se enquanto pauta e realização máxima[...]
[...]Segundo Carlos Lacerda Coelho Junior (2014), durante as décadas de 50/60, um
novo florescimento acontece quando os grupos homossexuais começavam a se organizar
nos Estados Unidos[...]

(2) (A construção social da identidade de gênero de alunos do LICEU PIAUIENSE:


sinalizando diferenças e desigualdades, por Ronaldo Matos Albano)-2008
http://leg.ufpi.br/ppged/index/pagina/id/1773 (n° 17)
[...]De acordo com Carvalho (2000), os estudos sobre gênero tratam as noções de
masculino e feminino construídas entre os sexos, ao longo da história nas diversas
sociedades e culturas[...] Fica evidente, portanto, que caracterizarmos a categoria
gênero significa ir além da compreensão das diferenciações biológicas entre homens
e mulheres, ou seja, gênero significa as ideias e concepções socialmente
construídas de masculino e feminino. Tais concepções são geradas por meio da
articulação das diferenças biológicas, que são as determinações orgânicas em que se
caracterizam o indivíduo como “macho” ou “fêmea” com as representações destas
diferenças consolidadas no âmbito social[...]
[...]Os estudos de gênero e o seu conceito hoje estão diretamente ligados à
história do movimento feminista contemporâneo[...]
[...]O movimento feminista teve, pois, grande importância nos Estados Unidos e
exerceu, de certa forma, uma influência internacional. O conceito de gênero foi
introduzido nesse país na década de 1970, em seu discurso teórico, por meio dos
estudos da Antropologia. Já na Europa, em 1972, a inglesa Ann Oakley havia apontado
a necessidade da distinção entre macho e fêmea e gênero, na classificação social de
masculino e feminino, instigando, então, diversas autoras a aprofundarem seus
estudos nesta temática. O feminismo pretendia, portanto, segundo Strey (1998, p.
184), “[...] que o uso do conceito ou categoria gênero transformasse profundamente
os paradigmas da história e de outras disciplinas do conhecimento humano” [...]
[...]Louro (2001b), mediante os estudos que tem desenvolvido no Brasil, de uma
abordagem sobre gênero denominada “Teoria Queer” advinda da corrente pós
estruturalista francesa que estuda esta temática, reflete sobre a cautela que os
estudos acerca do gênero têm de ter em função exatamente do não reducionismo aos
binarismos comuns como heterossexualidade/homossexualidade, mulher dominada/homem
dominador, igualdade/desigualdade, diferenças/semelhanças. Ou seja, esta teoria
caracteriza-se pelo questionamento das oposições fixas e aprisionadoras que de
certa forma tendem a “moldar” o indivíduo, mediante as possibilidades que o social
lhes dá de enquadramento em um perfil de gênero. Segundo Louro (2001b, p. 6) o
termo “queer representa claramente a diferença que não quer ser assimilada ou
tolerada e, portanto, sua forma de ação é muito mais transgressiva e perturbadora”.
[...]
[...]Diante dessa discussão é que se torna importante fazermos uma articulação da
categoria gênero com o processo de formação do homem, ou seja, uma vez evidenciados
que os referenciais masculinos e femininos são produzidos socialmente e que estes
referenciais direcionam e determinam a execução de papéis também socialmente
caracterizados como sendo masculinos e/ou femininos, cabe-nos inferir que, em meio
a visão do homem como um ser sócio histórico e cultural, no bojo das relações
sociais, as relações de gênero também definem e constituem a formação humana e as
experiências vivenciadas pelo homem as quais são advindas dessa formação. Podemos
compreender essa articulação entre a categoria gênero e a formação humana nas
palavras de Sousa e Carvalho (2003, p. 8) quando ressaltam que as relações de
gênero referem-se “a um sistema de relações de poder baseadas num conjunto de
qualidades, papéis, identidades e comportamentos opostos atribuídos a mulheres e
homens” e são determinadas pelo contexto social, cultural, político e econômico. As
referidas autoras ainda defendem a ideia de que o gênero é também construído
historicamente sendo, portanto, variável e mutável. [...]
[...]Compreendemos, portanto, que o caráter mutável e transformador que engendra o
próprio processo constitutivo da identidade humana e, consequentemente, da
identidade de gênero, só pode ser entendido por meio da própria atividade,
afetividade e consciência do indivíduo sobre seu mundo objetivo e de todas as suas
inúmeras significações sociais, para proporcionar assim, a possibilidade de o
indivíduo realizar a internalização daquilo que lhe for dotado de significado e de
sentido, em seu processo de individualização. Em outros termos, a própria vida do
indivíduo e a inter-relação desta com todas as transformações e mudanças de ordem
social, histórica, cultural, subjetiva, dentre outras, é que vai nos permitir
compreender o processo de construção da identidade de gênero do adolescente.
Concluímos assim, que a identidade masculina e feminina do adolescente vai sendo
construída à medida que este atribui significados e sentidos ao que ele vivencia,
isto é, pensa, sente e age acerca das questões sobre gênero e que os referenciais
que balizam tal movimento são constituídos nos âmbitos sociais, históricos,
culturais e subjetivos dessa rede de inter-relações que caracteriza e produz o
homem e a mulher.[...]
[...]Quanto às questões de gênero, de forma igualmente complexa, percebemos a sua
compreensão, tendo em vista o dinamismo e os diversos fatores que emergem na
elaboração desse conceito pelo indivíduo. Definir-se como homem ou mulher ou
conceitualizar masculino e feminino, necessita de uma lógica que facilite a
apreensão destes conceitos também influenciados e constituídos num contexto sócio-
histórico e cultural, numa história (princípio da historicidade) que se constrói
nas circunstâncias materiais (conceito de matéria) e que se transformam, definindo
e significando o ponto de vista do ser humano frente a esta questão.[...]
[...]Necessário se faz, portanto, que outras pesquisas que estabeleçam como foco a
identidade de gênero e sexual, venham a investigar como essa dimensão da
sexualidade acontece e contribui nesse processo de construção da identidade sexual
e de gênero, por exemplo, no espaço escolar. Ou seja, desenvolver pesquisas que
possam promover intervenções pedagógicas que possibilitem práticas educativas que
priorizem o respeito à diversidade sexual e de gênero. A escola, como promotora de
uma educação sem desigualdades e diferenças entre homens e mulheres, favorecendo a
expressão por parte dos alunos, das diversas formas de ser homem e ser mulher, e,
consequentemente, viabilizando possibilidades emancipatórias de construção das
identidades de gênero e sexualidade dos alunos ao longo do seu desenvolvimento
humano. [...]

(3) (Os estudos sobre gênero ao longo da história - Ronaldo M. Albano)-2006


http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/2006.gt16/
GT16_2006_11.PDF

[...]na virada do século, as manifestações contra a discriminação feminina


adquiriram uma visibilidade e uma expressividade maior no chamado “sufragismo”, ou
seja, no movimento voltado para estender o direito do voto às mulheres. Com uma
amplitude inusitada, alastrando-se por vários países ocidentais (ainda que com
força e resultados desiguais), o sufragismo passou a ser reconhecido,
posteriormente, como a “primeira onda” do feminismo. Seus objetivos mais imediatos
(eventualmente acrescidos de reivindicações ligadas à organização da família,
oportunidade de estudo ou acesso a determinadas profissões) estavam, sem dúvida,
ligados ao interesse das mulheres brancas de classe média, e o alcance dessas metas
(embora circunscrito a alguns países) foi seguido de uma certa acomodação no
movimento. Será no desdobramento da assim denominada “segunda onda” – aquela que se
inicia no final da década de 1960 – que o feminismo, além das preocupações sociais
e políticas, irá se voltar para as construções propriamente teóricas. No âmbito do
debate que a partir de então se trava, entre estudiosas e militantes, de um lado, e
seus críticos ou suas críticas, de outro, será engendrado e problematizado o
conceito de gênero[...]
[...]De acordo com Louro (1997, p.21) “é através das feministas anglo-saxãs que
gender passa a ser usado como distinto de sex”. O grande objetivo seria, então,
através da linguagem, isolar compreensões fechadas acerca das distinções biológicas
entre homem e mulher enquanto visão completa e acabada do masculino e do feminino e
acentuar como o termo gênero, “o caráter fundamentalmente social das distinções
baseadas no sexo” (Scott apud Louro, 1997, p.21). Acerca desta perspectiva, Louro
(1997, p.21-22), nos traz: “ao dirigir o foco para o caráter “fundamentalmente
social”, não há, contudo, a pretensão de negar que o gênero se constitui com ou
sobre corpos sexuados, ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada,
deliberadamente, a construção social e histórica produzida sobre as características
biológicas. (...) O conceito pretende se referir ao modo como as características
sexuais são compreendidas e representadas ou, então, como são trazidas para a
prática social e tornadas parte do processo histórico [...]
[...]No Brasil, o termo gênero, de origem anglo-saxã, começa a ser utilizado já no
final dos anos 80. A pretensão passa a ser, portanto, compreender o gênero como
constituinte da identidade do indivíduo e mais, não tomar o termo gênero como
significando sexualidade, embora a literatura na área mostre que são conceitos
indissociáveis, do ponto de vista de sua proximidade, porém não se constituem como
sinônimos[...]
[...]acerca das questões de gênero, explicita Louro (1997, p.141): um outro modo de
compreender as identidades sexuais e de gênero implica mudanças extremamente
significativas. Não é tarefa fácil e trivial. Trata-se de assumir que todos os
sujeitos são constituídos socialmente, que a diferença (seja ela qual for) é uma
construção feita – sempre – a partir de um dado lugar que se toma como norma ou
como centro. É preciso, pois, pôr a norma em questão, discutir o centro, duvidar do
natural... Mas, não há como negar que a disposição de questionar nosso próprio
comportamento e nossas próprias convicções é sempre muito mobilizadora: para que
resulte em alguma transformação, tal disposição precisará ser acompanhada da
decisão de buscar informações, de discutir e trocar ideias, de ouvir aqueles e
aquelas que, histórica e socialmente, foram instituídos como “outros”.[...]
Livro: “Gênero e Igreja: educar para transformar”
“Gênero é distinto das diferenças biológicas[...] refere-se aos papéis sociais[...]
não é uma consequência inevitável do sexo da pessoa[...] pg 11

(4) GÊNERO E SEXUALIDADE – Guacira Lopes Louro(2008)


http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n2/a03v19n2.pdf

[...]Ainda que teóricas e intelectuais disputem quanto aos modos de compreender e


atribuir sentido a esses processos, elas e eles costumam concordar que não é o
momento do nascimento e da nomeação de um corpo como macho ou como fêmea que faz
deste um sujeito masculino ou feminino. A construção do gênero e da sexualidade dá-
se ao longo de toda a vida, continuamente, infindavelmente[...] A construção dos
gêneros e das sexualidades dá-se através de inúmeras aprendizagens e práticas[...]
Família, escola, igreja, instituições legais e médicas mantêm-se, por certo, como
instâncias importantes nesse processo constitutivo[...]
[...]a partir dos anos 1960, jovens, estudantes, negros, mulheres, as chamadas
minorias sexuais e étnicas passaram a falar mais alto, denunciando sua
inconformidade e seu desencanto, questionando teorias e conceitos, derrubando
fórmulas, criando novas linguagens e construindo novas práticas sociais. Uma série
de lutas ou uma luta plural, protagonizada por grupos sociais tradicionalmente
subordinados, passava a privilegiar a cultura como palco do embate[...] A cultura,
diz Stuart Hall é agora um dos elementos mais dinâmicos e mais imprevisíveis da
mudança histórica do novo milênio. Daí porque não deve nos surpreender que as lutas
pelo poder sejam, crescentemente, simbólicas e discursivas, ao invés de tomar,
simplesmente uma forma física e compulsiva, e que as próprias políticas assumam
progressivamente a feição de uma política cultural... (Hall, 1997, p. 20). Esse
tipo de luta requer armas peculiares. Supõe estratégias mais sutis e engenhosas.
Talvez por isso a alguns escape a força dos embates culturais. Mas os movimentos
sociais organizados (dentre eles o movimento feminista e os das minorias sexuais)
compreenderam, desde logo, que o acesso e o controle dos espaços culturais, como a
mídia, o cinema, a televisão, os jornais, os currículos das escolas e
universidades, eram fundamentais[...] Esse embate, como qualquer outro embate
cultural, é complexo exatamente porque está em contínua transformação. No terreno
dos gêneros e da sexualidade, o grande desafio, hoje, parece não ser apenas aceitar
que as posições se tenham multiplicado, então, que é impossível lidar com elas a
partir de esquemas binários (masculino/feminino, heterossexual/homossexual). O
desafio maior talvez seja admitir que as fronteiras sexuais e de gênero vêm sendo
constantemente atravessadas e o que é ainda mais complicado admitir que o lugar
social no qual alguns sujeitos vivem é exatamente a fronteira. A posição de
ambigüidade entre as identidades de gênero e/ou sexuais é o lugar que alguns
escolheram para viver (Louro, 2004).

HOMOSSEXUALIDADE / HOMOSSEXUALISMO / HOMOAFETIVIDADE


(Compreendendo os termos)

Alguns especialistas recomendam evitar completamente o uso do termo homossexual


devido a sua história clínica e porque a palavra se refere apenas a um tipo de
comportamento sexual (em oposição aos sentimentos românticos) e, portanto, tem uma
conotação negativa. Há uma visão que afirma que o problema não seria o termo
homossexualidade, antes a palavra homossexualismo. Especialistas em literatura
psiquiátrica concordam em posicionar o surgimento do termo homossexualismo no
século XIX, por volta da década de 1860 ou 1870, criado pelo discurso médico para
identificar o sujeito homossexual. Uma vez que o sufixo "ismo" é utilizado para
referenciar posições filosóficas, ideológicas e/ou científicas, diversos psicólogos
e outros afirmam que sua utilização é errônea e usada no passado como forma de
associá-la a distúrbio mental ou doença. Em alguns léxicos, o homossexualismo
aparece definido por prática de atos homossexuais, enquanto o termo
homossexualidade é aplicado à atracção sentimental e sexual. Também por isso,
muitas pessoas consideram que o termo homossexualismo tem um significado
pejorativo, e isto tem levado a que o termo seja hoje em dia mais utilizado por
pessoas que têm uma visão negativa da homossexualidade. No entanto, a adoção de
ambas as formas tem sido vasta em qualquer campo. O termo "homossexualismo" é
utilizado com frequência, por exemplo, tanto coloquialmente como em obras
acadêmicas e dicionários renomados do português brasileiro, como sinônimo de
"homossexualidade", sem que seja feita qualquer distinção entre as duas palavras,
enquanto que em outros documentos evita-se o "ismo" e sua carga patológica e adota-
se o "dade" que significa modo de ser. Há ainda acadêmicos que, adotando a proposta
de Jurandir Freire Costa, evitam ambos os termos e preferem homoafetividade em
virtude de um caratér "pejorativo" em que as outras duas palavras seriam utilizadas
(este termo foi criado originariamente pelo psicanalista alemão Ferenczi, em 1911,
com o assentimento de Freud).

O que o Site BRASIL ESCOLA, informa sobre o tema:


A homossexualidade refere-se à situação na qual o interesse e o desejo sexual
dirige-se a pessoas do mesmo sexo. É uma das possibilidades verificadas de
manifestação da sexualidade e afetividade humana. A homossexualidade é um
comportamento aprendido, um padrão duradouro de organização do desejo sexual.
A homossexualidade pode estar relacionada a várias causas, como a determinação
genética, proposta pelo geneticista Dean Hamer ao descobrir genes, designado por
ele de GAY-1. Hipótese esta que apesar de não aceita no meio científico americano,
foi defendida, onde a homossexualidade é colocada como conseqüência de uma variação
genética, e não como uma opção ou estilo de vida.
Daryl Bem, psicólogo da Universidade de Cornell (EUA) ao pesquisar a formação
intra-familiar concluiu que alguns fatores como o tipo de relação com a mãe, com o
pai, o tipo de investimento familiar podem determinar a homossexualidade.
A teoria psicanalítica aponta que a homossexualidade pode estar relacionada com a
forte ligação com a mãe, onde se estabelece uma relação maior com esta por ser mais
dominadora, ao passo que o pai é uma figura passiva. A homossexualidade não é
compreendida como um transtorno médico ou psiquiátrico.
Patrícia Lopes (Equipe Brasil Escola

DEFINIÇÕES DA COMUNIDADE CIENTÍFICA:


(Não existe consenso entre na comunidade científica sobre os fatores que levam uma
pessoa a ser homossexual, ou o que define a orientação sexual, veja abaixo algumas
citações sobre o assunto)

A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a


Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais, em 2006, declararam:
“Atualmente, não há consenso científico sobre os fatores específicos que levam um
indivíduo a tornar-se heterossexual, homossexual ou bissexual, incluindo possíveis
efeitos biológicos, psicológicos ou sociais da orientação sexual dos pais. No
entanto, as evidências disponíveis indicam que a grande maioria das lésbicas e
adultos homossexuais foram criados por pais heterossexuais e que a grande maioria
das crianças criadas por pais gays e lésbicas crescem como heterossexuais.”

O Royal College of Psychiatrists, em 2007, afirmou:


“Apesar de quase um século de especulação psicanalítica e psicológica, não há
nenhuma evidência substantiva para apoiar a sugestão de que a natureza da criação
dos filhos ou que as primeiras experiências da infância desempenham qualquer papel
na formação da orientação fundamental de uma pessoa heterossexual ou homossexual.
Parece que a orientação sexual é de natureza biológica, determinada por uma
complexa interação de fatores genéticos e do ambiente uterino precoce. A orientação
sexual não é, portanto, uma escolha.”

A Academia Americana de Pediatria afirmou, em Pediatria, em 2004:


“A orientação sexual, provavelmente não é determinada por apenas um fator, mas por
uma combinação de influências genéticas, hormonais e ambientais. Nas últimas
décadas, as teorias baseadas no fator biológico têm sido favorecidas por
especialistas. Ainda continua havendo controvérsia e incerteza quanto à gênese da
diversidade das orientações sexuais humanas, não há nenhuma evidência científica de
que pais anormais, abuso sexual ou qualquer outro evento adverso da vida
influenciem a orientação sexual. O conhecimento atual sugere que a orientação
sexual normalmente é estabelecida durante a infância.”

O professor Michael King afirma: "A conclusão dos cientistas que pesquisaram as
origens e a estabilidade da orientação sexual é que essa é uma característica
humana que se forma no início da vida e é resistente a mudanças. Evidências
científicas sobre as origens da homossexualidade são consideradas relevantes para o
debate teológico e social porque prejudicam as afirmações de que a orientação
sexual é uma escolha."

Garcia-Falgueras e Swaab afirmaram no resumo de seu estudo de 2010: "O cérebro


fetal desenvolve-se durante o período intrauterino na direção masculina por meio de
uma ação direta da testosterona sobre as células nervosas em desenvolvimento ou na
direção feminina por meio da ausência desta onda de hormônio. Desta forma, nossa
identidade de gênero (a convicção de pertencer ao sexo masculino ou feminino) e a
orientação sexual são programadas ou organizadas em nossas estruturas cerebrais
quando estamos ainda no útero. Não há nenhuma indicação de que o ambiente social
após o nascimento tenha algum efeito sobre a identidade de gênero ou sobre a
orientação sexual".

A Associação Americana de Psicologia "incentiva os profissionais de saúde mental a


evitarem desvirtuar a eficácia dos esforços de mudança de orientação sexual
promovendo ou prometendo mudar a orientação sexual ao prestarem assistência aos
indivíduos angustiados por conta própria ou por outras pessoas quanto a sua
orientação sexual e conclui que os benefícios relatados pelos participantes nos
esforços de mudança de orientação sexual podem ser obtidos através de abordagens
que não tentam mudar a orientação sexual".

Nas culturas ocidentais em geral, o termo homossexual é usado para abranger toda
uma postura, atitude e identidade social. Em outras culturas, rótulos
homossexualidade e heterossexuais não enfatizam uma identidade social como um todo
ou indicam afiliação da comunidade com base na orientação sexual. Na verdade,
certos estudiosos, como David Green, têm afirmado que a homossexualidade é uma
construção social moderna ocidental[...]

HOMOSSEXUALIDADE E CRISTIANISMO
(de forma resumida, como algumas igrejas cristãs observam a questão da
homossexualidade)

As denominações cristãs têm uma variedade de pontos de vista sobre questões


relacionadas a orientação sexual e homossexualidade, que vão desde a condenação
definitiva à aceitação completa. De acordo com os valores tradicionais das
religiões abraâmicas, a maioria das denominações cristãs acolhem as pessoas
atraídas pelo mesmo sexo, mas ensinam que as relações e atos sexuais homossexuais
são pecaminosos.Estas denominações incluem a Igreja Católica Romana, as Igrejas
Ortodoxas Orientais, as igrejas metodista, e algumas outras denominações
protestantes. Muitas igrejas pentecostais como a Assembleia de Deus, bem como
igrejas restauracionistas, como as Testemunhas de Jeová e os Mórmons, também
assumem a posição de que a atividade sexual homossexual é algo imoral.
Outras denominações cristãs não consideram relações homossexuais monogâmicas como
pecaminosas e imorais. Estas incluem a Igreja Unida do Canadá e a Igreja Unida de
Cristo. Em particular, a Igreja da Comunidade Metropolitana foi fundada
especificamente para servir a comunidade LGBT cristã. Na Europa, também há muitas
igrejas cristãs que não consideram relacionamentos do mesmo sexo monogâmicos como
pecaminosos ou imorais. Estas incluem todos os alemães luteranos, igrejas unidas e
reformadas na Igreja Evangélica na Alemanha, todas as igrejas reformadas suíças na
Igreja Reformada Suíça, a Igreja Protestante da Holanda, a Igreja Nacional
Dinamarquesa, a Igreja da Suécia, a Igreja da Islândia, a Igreja Evangélica
Espanhola[15] e a Igreja da Noruega. A Igreja da Finlândia também permite oração
para casais do mesmo sexo[...]

CASAMENTOS/UNIÕES HOMOAFETIVAS
(1) (O desafio da bênção religiosa sobre a união homoafetiva entre casais
homossexuais que se declaram evangélicos Fabiano Pereira)-2014
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/discernindo/article/view/4751/4036

-LEIS BRASILEIRAS
O Brasil já contabiliza mais de 60 mil pessoas vivendo com parceiros do mesmo sexo,
segundo dados do Censo 2010. A legalização de união civil entre casais homossexuais
foi aprovada no Supremo Tribunal Federal na madrugada do dia 05 de Maio de 2011.
[...]No dia 14 de Maio de 2013, Por 14 votos a 1, conselho editou resolução que
obriga cartórios a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo BRASÍLIA - Os
cartórios de todo o País serão obrigados a celebrar o casamento civil entre pessoas
do mesmo sexo. Quem se recusar a realizar o casamento ou a converter a união
estável em casamento poderá ser punido. Resolução aprovada pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) determina aos cartórios que celebrem os casamentos homoafetivos,
mesmo que não haja lei sobre o tema. A decisão terá validade assim que for
publicada no Diário da Justiça Eletrônico, nos próximos dias. Autor da proposta, o
presidente do CNJ, Joaquim Barbosa, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF),
em 2011, garantiu a casais de pessoas do mesmo sexo os mesmos direitos dos
heterossexuais. O tribunal, naquele julgamento, garantiu às uniões homoafetivas o
mesmo tratamento dado às uniões estáveis entre homem e mulher[...]

A BÍBLIA

A BÍBLIA FALA SOBRE PECADOS SEXUAIS, ENTRE ELES, ENCONTRAMOS TERMOS COMO SODOMITA,
EFEMINADOS, ENTRE OUTROS. VAMOS ESTUDAR ALGUNS TEXTOS BÍBLICOS PARA COMPREENDERMOS
O SIGNIFICADO DESTES TERMOS, COMO TAMBÉM OBSERVAR O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA SOBRE A
NATUREZA HUMANA. NOSSO ESTUDO TEM INÍCIO COM A HISTÓRIA DE SODOMA E GOMORRA, PARA
COMPREENDERMOS UM DESTES TERMOS: SODOMITA.

1.1- Sodoma
Origem da região
Canaã (Neto de Noé) gerou Sidom (primogênito) e os demais povos cananeus, os quais
habitaram desde Sidom até Sodoma e Gomorra, Admá, Zeboim (Gn 10.15-19)
A expressão "Sodoma e Gomorra" se aplica, por extensão, a estas cinco cidades-
estados do vale de Sidim, no mar Morto (também chamado mar Salgado): Sodoma,
Gomorra, Admá, Zebolim e Bela,também chamada de Zoar).
O vale de Sidim ("Vale dos Campos") era descrito como um lugar paradisíaco. Ocupava
uma área aproximadamente circular no vale inferior do mar Morto, atualmente
submerso pelas suas águas salgadas.
A destruição ardente de Sodoma e Gomorra, e a existência de poços de betume*
(asfalto) naquela região são descritas na Bíblia. (Gn 14:3, 10; 19:12-28) Muitos
peritos acham que as águas do mar Morto talvez se tenham elevado no passado e
tenham estendido a extremidade meridional do mar numa considerável distância,
cobrindo assim o que talvez tenha sido o lugar dessas duas cidades. Explorações
feitas nesta região mostram ser ela uma área queimada, de óleo e asfalto. A
respeito deste assunto diz o livro Light From the Ancient Past (Luz do Passado
Remoto), de Jack Finegan (1959, p. 147): “Uma cuidadosa pesquisa da evidência
literária, geológica e arqueológica aponta para a conclusão que as infames ‘cidades
da planície’ (Gênesis 19:29) estavam na área que agora está submersa . . . e que
sua ruína foi realizada por um grande terremoto, provavelmente acompanhado por
explosões, relâmpagos, ignição de gás natural e conflagração (incêndio que se
alastra) geral.”
Ló foi morar na região de Sodoma (Gn 13.12,13) e foi levado cativo quando aconteceu
a guerra dos reis na região (Gn 14.2,3, - poços de betume* vs 10)
*betume = O nome betume era aplicado para designar essa forma de petróleo
naturalmente encontrada, recebendo diversas denominações além das duas: asfalto,
alcatrão, lama, resina,... (Noé usou betume na arca = Gn 6.14).
A destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19.1-29)
Em Gn 13.13, vemos a afirmação de que os habitantes de Sodoma eram maus e grandes
pecadores contra o Senhor.
Pedro (2 Pd 2.6-8) também afirma que os habitantes de Sodoma eram insubordinados e
tinham um procedimento libertino (plural "atos ou modos maliciosos, como palavras
sujas, movimentos corporais indecentes, manipulação incómoda de machos e fêmeas,
etc.)
Quando os anjos visitaram Abraão e Sara para lhes falar sobre o nascimento de
Isaque (Gn 18), eles decidem contar a Abraão o que vai acontecer com Sodoma e
Gomorra (Gn 18.16-20) Abraão, sabendo que seu sobrinho Ló está na região se
preocupa, e decide interceder pela cidade. (Gn 18.22-33). Os anjos chegam a Sodoma
e encontram Ló, assentado a entrada da cidade (Gn 19.1) Ló os leva para sua casa e
lhes oferece uma refeição. Antes de se deitarem, os homens da cidade cercam a casa
de Ló, e lhe dizem para colocar os visitantes para fora, afim de abusarem deles
(conhecerem carnalmente – vs 5). Deus destruiu as cidades e salvou Ló, por causa de
Abraão. (vs 23-29)
Deus colocou a destruição de Sodoma e Gomorra como exemplo a quantos venham viver
impiamente: Deuteronômio 29.23,24; Isaias 3.9; Jeremias 16.49,50; 2 Pedro 2.6-8;
Judas 7
Termo “Sodomita” utilizado na Bíblia
-Dt 23.18 (salário de prostituição, nem de sodomita (cão – keleb = prostituto)
O termo κύνες "kunes", literalmente é cão, mas ao analisarmos contextualmente com
base em fontes históricas encontramos o significado de prostituto cerimonial da
cultura Greco-Romana, que tanto pode ser Hetero como Homossexual. Este personagem
cerimonial tem a conotação de cão por ser um predador voraz em sentidos espirituais
por se alimentar de outros seres. Podemos ver este termo cão em hebraico ‫כלב‬
"kelev" na passagem de Deuteronômio 23:17-18. .< http://judeu-
autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-que.html>
-1 Coríntios 6.9
Impuros (fornicadores) - (pornos – prostituto)
Idólatras (prostituição cultual)
Adúlteros (moichos – amante masculino)
Efeminados (malakos – macio.... figuradamente, um catamita*
O termo μαλακοὶ "malakoi" de 1 Coríntios 6.9, que é comumente traduzido por
efeminados, tem intrínseco o significado de homem com trejeitos femininos,
subjugado por outros homens pela sua fragilidade e também como no usual nas versões
modernas um homossexual masculino passivo.
http://judeu-autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-que.html>
(*Catamita era o companheiro jovem, pré-adolescente ou adolescente, em uma relação
de pederastia entre dois homens no mundo antigo, especialmente na antiga Roma.
Geralmente refere-se a amantes homossexuais jovens e passivos. A palavra deriva do
latim catamitus.. <https://pt.wikipedia.org/wiki/Catamita)>
Esse termo (malakoi) usado por Paulo com esse sentido só aparece nesse texto de
Coríntios. A mesma palavra aparece mais duas vezes no NT, referindo-se a maciez de
uma roupa– Lc 7.25)
Sodomitas (arsenokoites) O termo aparece aqui e em 1Timóteo 1.10
O termo ἀρσενοκοῖται "arsenokoitai" de 1 Coríntios e de 1 Timóteo, vem da junção de
dois termos: árrhēn, "um macho" e koite "uma cama ou leito", daí vem o entendimento
de uma relação homossexual masculina, onde um homem se deita com outro homem em um
cama, com conotação sexual ativa e não apenas para descansar[...]
< http://judeu-autonomo.blogspot.com/2011/06/arsenokoites-versus-sodomita-o-
que.html>
O termo (arseno-macho/ koiten-relação sexual) aparece na Septuaginta, qdo o texto
hebraico é traduzido para o grego. Lev 18:22 (Septuaginta) kai meta arsenos ou
koimeeteesee koiten gynaikos bdelugma gar estin

1 Timóteo 1.10 (veja o texto dos vs 8 ao11)


Impuros (pornôs – fornicadores)
Sodomitas (arsenokoites)
Roubadores de homens (andrapodistes)- sequestradores, aqueles que roubam para
escravizar.

1.2 - Antigo Testamento


Levítico 18.19-30 (o capítulo todo fala sobre as práticas abomináveis dos povos do
Egito e de Canãa, com os quais o povo de Israel teve e teria contato. O povo não
deveria seguir suas práticas consideradas por Deus “abomináveis”. O capítulo em
questão trata de relacionamentos íntimos e sexuais.
Para aqueles que afirmam que não vivemos debaixo da Lei, e que se devemos
considerar essas ordenanças, devemos considerar todas as demais, é bom observar o
que Jesus afirmou em Mateus 5.17 (Jesus veio para “cumprir” palavra que no grego
(pléroó) significa: completar/ encher/ consumar. Na sequência do texto de Mateus,
Jesus cita alguns pontos da Lei, e lhe confere sentido mais profundo e perfeito,
mostrando que a questão não e o que se faz exteriormente, mas o que de fato há no
coração, no interior do homem.
Paulo também afirma que o fim (objetivo/ propósito) da lei é Cristo- Rm 10.4
Cristo é novo sacerdote, eterno, perfeito. E com Ele veio um novo sacerdócio: a
Nova aliança. (Novo Testamento) – Hebreus 7. Assim pois, não estamos mais debaixo
da Antiga Aliança (leis e ordenanças). A Lei nada aperfeiçoou (Hb 7.19) mas Jesus é
o perfeito Sacerdote de Superior Aliança. Com a nova aliança, Jesus nos apresentou
o verdadeiro sentido e propósito da Lei. Todo ensinamento do AT, precisa ser
observado a partir da Nova Aliança. E na nova aliança, relações sexuais ilícitas
continuam sendo pecado e abominação.

1.3 - Novo Testamento


Romanos 1.18-32
(vs 1) A ira de Deus se revela contra toda impiedade e perversão
Ira (orge – ou gay) ira, indignação / perversão (injustiça relacionada ao
caráter/vida..)
(vs 20) indesculpáveis (anapologetos – sem desculpa ou defesa)
(vs 24) Deus os entregou a impureza, por meio dos desejos exagerados do próprio
coração, para desonrarem seus corpos entre si.
(vs 25) pois mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando a criatura em lugar do
Criador.
(vs 26) por causa disso, Deus os entregou a paixões infames (infâmia = indignidade,
desgraça, reprovação, vergonha).
Até as mulheres mudaram o modo “natural” (físico, instintivo) de suas relações
íntimas ( chresis – relação sexual), por outro, contrário a natureza.
(vs 27) semelhantemente, os homens.... se inflamaram (queimar) em seu desejo
(orexis – excitação da mente), uns em direção aos outros, cometendo torpeza
(indecência), homens com homens, e recebendo em si mesmos merecida punição do seu
erro.
(vs 28) e porque desprezaram o conhecimento de Deus, Deus os entregou a uma
disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes.

Outros textos: 1 Co 6.9-20 / Gl 5.19 (moicheia=adultério)/(pornéia=fornicação*) /


Cl 3.5-8 / Filipenses 3.17-18 = Caráter do pecado é o orgulho

NATUREZA TERRENA DO SER HUMANO


João 2.23-25 = a natureza humana não é confiável
Colossenses 3.5-8 = fazer morrer a natureza terrena: prostituição (porneia
(fornicação)= adultério/incesto [idolatria]) (ira – Ef.2)
Efésios 3.22-24 = despojar-se do velho homem que se corrompe
I Tessalonicenses 4.3 = abster-se (rejeitar/renunciar/evitar...) da prostituição.
É o homem/mulher que deve fugir da prostituição e fazer morrer a sua natureza
terrena, revestindo-se da nova natureza em Cristo Jesus.

ÚLTIMOS DIAS
1 Timóteo 4.1-2 = apostasia (afastar-se/abandonar/ rejeitar) da fé.
Causa: obedecer a espíritos enganadores; ensinos de demônios; hipocrisia dos que
falam mentiras (pseudologos = ensino de doutrinas cristãs errôneas) e que tem
cauterizada (queimada, tornou-se insensível) a própria consciência. (sobre a
consciência = leia também Romanos 2.15)
2 Timóteo 3.1-5 = tempos difíceis
2 Tessalonicenses 2.1-12 = apostasia que precede a vinda do Senhor Jesus

O QUE DIZEM AS LIDERANÇAS DA IGREJA METODISTA

(1) CARTA PASTORAL DO COLÉGIO EPISCOPAL (2000)


http://www.metodista.org.br/arquivos/v/cartas-pastorais
Igreja e a Questão do Homossexualismo – Uma Orientação Pastoral

●Introdução
Por que esta orientação pastoral sobre o tema do Homossexualismo?

A cada dia cresce a visibilidade do tema homossexualismo como realidade que sempre
existiu. Na Igreja ele tem sido tratado como tabu, especialmente nos momentos
quando ela se depara com um caso de homossexualismo.
Na sociedade em geral o assunto é tratado cada vez com mais naturalidade, o lema é
cada um na sua, a imprensa noticia casamento de homossexuais com destaque. As
novelas exploram o tema, mulheres lésbicas tomam-se verdadeiras heroínas, e são
consideradas vítimas incompreendidas. Há afirmações e provas científicas buscando
afirmar que não se trata de uma preferência sexual, resultado de escolha, mas que o
homossexualismo é uma tendência natural irreversível, orgânica mesmo, enfim uma
forma de sexualidade tão natural como a sexualidade entre homem e mulher.
Que tipo de vida a sociedade contemporânea tem proposto e produzido? Esta pergunta
é respondida a cada dia pelos jornais, revistas, rádio e televisão. O quadro
apresentado é desolador, aumenta as conquistas científicas e aumenta a miséria e a
violência. Fala-se de paz, mas continuam sendo gastos milhões em armamentos. Por
tudo isso é que percebemos a ausência de condições da nossa sociedade em ditar
normas no campo da moral. Um mundo guiado somente pelo saber humano não tem
condições de produzir justiça e felicidade, caminha, sim, para a morte. Por isso
não podemos aceitar o homossexualismo como uma expressão natural e normal de
sexualidade, porque uma resposta apenas científica não é suficiente para determinar
nossa posição.
Diante disso é que nos propomos a responder as perguntas de forma precisa: A Bíblia
fala sobre homossexualismo? O homossexualismo é uma expressão correta, desde a
perspectiva cristã, de prática da sexualidade? Enfim, a prática do homossexualismo
é pecado? Por quê devemos responder a tais questões?Esta carta tem o objetivo de
introduzir algumas orientações e oferecer a posição bíblicoteológico e pastoral da
Igreja Metodista sobre o assunto.
O que diz a Bíblia sobre o assunto?
Consideraremos alguns textos bíblicos que abordam o assunto
O primeiro texto que devemos considerar é Gênesis 18.20 e 19.1-11. Nestes textos
fica claro a prática do homossexualismo como um dos símbolos das abominações, com
as quais Deus não aprova e nem se agrada. Tal registro consta nas notas da Bíblia
de Jerusalém (uma Bíblia de estudos) sobre o mesmo texto.O relato mostra o
resultado da maravilhosa experiência de encontro com Deus vivida por Abraão, no
capítulo 18, no qual Deus anuncia a destruição de Sodoma e Gomorra por causa do seu
pecado. Abraão, pensando em seu sobrinho Ló, que vivia em Sodoma, pergunta: “Se
houver na cidade 50 justos ainda assim o Senhor destruirá?” A resposta foi que não,
até quando se diminui para dez justos, o que, segundo os estudiosos, seria o número
dos membros da família de Jó. O símbolo de todos os pecados cometidos pelos
moradores de Sodoma é ilustrado na tentativa deles de terem relações sexuais com os
mensageiros de Deus que estavam abrigados na casa de Ló, e se trata de prática
homossexual, porque rejeitam a proposta de Ló, que tentando proteger seus hóspedes
oferece a turba de homens às suas filhas, o que é rejeitado.

Ainda no Antigo Testamento (Levítico 18.22), encontra-se uma instrução legal, na


forma de mandamento: “Com o macho (zakbar) não te deitarás, como se fosse mulher; é
abominação”. Na seqüência, no capítulo 20.13 é dada a condenação a morte aos que
praticarem o homossexualismo.
Finalmente, no Novo Testamento a linguagem não permite qualquer dúvida. Romanos
I.26-27 classifica o homossexualismo, tão comum entre gregos e romanos, como
paixões infames, diz no final que são passíveis de morte os que tais cousas
praticam (Rm I.32), ou ainda, instruindo a igreja em Corinto Paulo adverte: “ou não
sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?Não vos enganeis: nem impuros,
nem idólatras, nem adúlteros nem efeminados, nem sodomitas…” (I Co 6.9).
Alguns alegam que Jesus nada disse sobre o homossexualismo. É verdade!Mas Jesus
disse sobre a lei judaica, conforme apresenta Levítico e tantos outros textos. Ele
disse: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim
para cumprir.Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem i ou
um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra”. (Mt 5.17-18).
● Conclusão
Orientações Pastorais: Com base nestas reflexões bíblicas como devemos agir?
a) Primeiramente, vale a frase, nós abominamos o pecado, mas devemos exercer amor
semelhante ao de Jesus, para com todos os pecadores. Sobre hipótese alguma devemos
ter uma atitude preconceituosa e discriminatória em relação aos homossexuais.São
pessoas carentes de respeito e amor;
b) Não devemos considerar os homossexuais mais pecadores do que alguns que estão
dentro da igreja, que são mentirosos, maldizentes, injustos, como bem classificou o
Apóstolo Paulo (I Co 6.9-10). A Igreja tem a tendência de considerar um/a
adúltero/a um/a pecador/a mais aceitável do que um homossexual;
c) Por outro lado, não devemos deixar de dizer ao pecador, seja ele um homossexual
ou não: ” …porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23), abordando a graça de Deus
para com todos/as os/as pecadores/as; Finalmente, o homossexual é, em muitos casos,
uma tendência de ordem orgânica e/ou emocional, também, e como tal deve ser
considerada.Ter homossexualidade não é pecado em si mesmo, o pecado é a prática
desta tendência. A Igreja pode e deve contribuir para a reversão desta tendência da
homossexualidade, por ser ela contrária ao padrão bíblico cristão da moral.
Estas são as nossas preocupações e orientações pastorais como Bispos da Igreja
Metodista, as quais repartimos com a Igreja para auxiliar na caminhada missionária.
Orando por todos vós.
Os Bispos da Igreja (abril de 2000)

(2) Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre o projeto de lei acerca da


homofobia – (2007)
O Colégio Episcopal da Igreja Metodista reunido em São Paulo, nos dias 11 e 12 de
abril de 2007, cumprindo sua responsabilidade pastoral, tendo em vista a tramitação
do projeto de lei no Congresso Nacional sob nº 5003 de 2001, que criminaliza toda e
qualquer manifestação contra a opção sexual do homossexualismo, chamada de “lei
contra a homofobia”, vem diante do seu rebanho pronunciar-se acerca do tema da
seguinte forma:
1) Reconhece que há na sociedade brasileira manifestações de natureza
discriminatória de todo tipo, e inclusive contra as pessoas homossexuais. Tais
manifestações não fazem justiça aos direitos individuais, nem, tão pouco, à
tradição cristã de reconhecer qualquer ser humano como criatura divina e ao
mandamento bíblico de amar o próximo como a si mesmo.
2) Entende que esta liberdade individual, de aceitar uma sexualidade homossexual,
não a torna correta por si mesma. Tampouco impede que quem dela discorde, expresse
sua opinião contrária. Numa sociedade democrática se reconhece o direito de
escolha, mas também nesta sociedade os valores individuais, e mesmo de segmentos,
não podem se impor sobre os valores de outras comunidades específicas, por exemplo,
as Igrejas Cristãs. Assim, tal lei ora em discussão retomaria os princípios de
censura de consciência e opinião típicas do fascismo e das ditaduras que tantos
males causaram à humanidade.
3)Afirma o ensino Bíblico de que Deus criou homem e mulher, e esta é a orientação
sexual reconhecida pela Igreja. E este mesmo ensino Bíblico classifica como um
pecado a prática do homossexualismo. Deste modo, é inalienável o direito da Igreja
de pregar e ensinar no privado e no público contra a prática homossexual como um
pecado e desobediência aos ensinos de Deus. O fato da Igreja compreender o
homossexualismo desta maneira não a impede de receber, acolher e dialogar com os
homossexuais. A Igreja quer, no entanto, preservar o seu direito de questionar a
conduta humana, qualquer que seja ela, inclusive a conduta homossexual, de modo a
poder desempenhar sua missão de pregar a reconciliação do ser humano com Deus, com
o seu próximo e consigo mesmo.
O Colégio Episcopal reafirma o seu compromisso com os valores do Reino de Deus,
conforme estabelecidos na Escritura Sagrada, e exorta a Igreja no sentido de
acolher todas as pessoas com amor, na busca de uma vida plena.
São Paulo, 12 de abril de 2007.

(3) Pronunciamento do Bispo Paulo Rangel – 1ª Região Eclesiástica da Igreja


Metodista – Rio de Janeiro) - 2017
A Igreja Metodista na Primeira Região Eclesiástica, representada nesta carta pelo
seu Presidente Reverendíssimo Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves, e seus
assessores e assessoras, os/as Superintendentes Distritais, vêm orientar o povo
metodista de sua jurisdição acerca de texto recentemente publicado em Redes Sociais
com o título “LGBT Metodistas, existimos e resistimos”.
Preliminarmente, cabe informar que o uso do símbolo da Igreja Metodista do Brasil
sugerindo associação oficial com qualquer grupo ou movimento sem autorização dos
devidos órgãos competentes é caracterizado de todo como indevido. Pelo uso da “cruz
e chama” nas cores comumente utilizadas por grupos LGBT, muitas pessoas estão
questionando se a Igreja Metodista do Brasil definiu apoio aos movimentos
homossexuais, o que não é verdade. Como responsáveis pelo pastoreio dos / das
metodistas na 1ª RE, declaramos nossa indignação a respeito da tentativa de
associarem a Igreja Metodista a um grupo ou movimento sem que essa seja uma decisão
de seus concílios, instâncias e autoridades competentes.
Não tomamos tal atitude exclusivamente por se tratar de LGBT, mas por uma
associação não autorizada, o que para nós da 1ª RE fragiliza a Igreja Metodista do
Brasil, uma vez que assim, grupos de qualquer ideologia poderão se articular e, sem
processo de acolhimento e reconhecimento formal da instituição, associarem
indevidamente suas bandeiras a nós. Esse é um caminho perigoso. Destacamos e
valorizamos a liberdade de expressão, de conquista tão cara no nosso país, mas
entendemos que a expressão e opção de indivíduos não podem sugerir uma associação
formal com o uso de símbolos e nome da Igreja Metodista.
Sobre o tema da homossexualidade, permanece em vigor a Carta Pastoral ‘A Igreja e a
Questão da Homossexualidade’ assinada pelo Colégio Episcopal, onde a posição
oficial, baseada nos textos bíblicos mencionados no referido documento, é a de que
para nós, metodistas brasileiros, a prática da homossexualidade afronta os
princípios divinos, sendo, portanto, considerada pecado diante de Deus. É pecado
porque de acordo com a ideologia de gênero os seres humanos nasceriam “neutros” e
poderiam, ao longo da vida, escolher ou descobrir seu gênero sexual. A sigla ‘LGBT’
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) é resultado de
uma característica da ideologia que é a da multiplicidade dos gêneros, ou seja, a
existência de vários gêneros sexuais mais complexos, além do masculino e feminino,
o que também é um equívoco para a nossa interpretação bíblica e a própria ciência
biológica, como atesta a Associação Americana de Pediatras e diversos outros
órgãos. Na biologia não há gênero, mas macho e fêmea. Gênero é algo gramatical para
distinções. Mesmo que um macho decida pensar e se comportar como fêmea, ou o
contrário, isso não altera seu sexo; logo, opção pela alteração da ordem natural é
pra nós pecado e o respeito e liberdade de expressão não podem ser relativizados
quando são contrários ao que um grupo quer impor. Respeito e liberdade de expressão
não podem possuir apenas uma via, como se quer instituir no Brasil sobre o tema da
homossexualidade. Usar como referência decisões de algumas Conferências (Regiões
Eclesiásticas) da Igreja Metodista Unida não é determinante para nosso debate.
Temos relações fraternas e missionárias com a Metodista Unida, mas destacamos nossa
caminhada autônoma desde 1930. O debate sobre a homossexualidade na Igreja
Metodista Unida já dura 40 anos e, mesmo assim, ainda não decidiram o que fazer;
portanto, decisões isoladas de algumas Conferências não nos norteiam.
Por fim, quero destacar, como Bispo da 1ª Região Eclesiástica, que iremos seguir
baseados nos fundamentos bíblicos e orientações da ‘Carta Pastoral sobre
Homossexualidade’, produzida pelo Colégio Episcopal para afirmar que não são
reconhecidos ministérios específicos LGBT em nossas igrejas locais, que não
reconhecemos ministros ou ministras que assumam práticas e bandeiras homossexuais,
e que vamos continuar nosso desafio ministerial de acolher, sem distinção alguma,
todas as pessoas com suas diferentes práticas de vida e devidas propostas de
mudanças pelo contato com o Evangelho de Jesus, o Cristo.
Nosso pronunciamento é para que não haja dúvidas nos limites da 1ª RE de como a
Igreja Metodista do Brasil pensa e age, e nossa opção é porque o amor de Deus
sempre nos propõe correções na vida, para nossa felicidade, ordem, e Glória d’Ele.

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2017.


Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves
Presidente da 1ª Região Eclesiástica

(4) Declaração do Colégio Episcopal da Igreja Metodista (2018)


Considerando que somos uma igreja conciliar, que adota doutrinariamente os
princípios de fé do metodismo histórico tendo como fundamento as Sagradas
Escrituras como suficientes regras de fé e de prática para todos os cristãos e
cristãs;
Considerando que as decisões conciliares reafirmam e determinam nosso modo de ser
igreja, através de documentos orientadores e aplicáveis, em termos de orientação e
disciplina, a todos/as seus/as membros, bispos e bispas, clérigos e clérigas,
leigos e leigas;
Considerando que é da responsabilidade do Colégio Episcopal e dos membros Clérigos,
mediante voto religioso, o zelo doutrinário, bem como cumprir e fazer cumprir os
cânones, normativas emanadas de órgãos superiores e as decisões conciliares;
Reafirmamos estes princípios declarando que nenhum pastor ou pastora metodista, no
ministério ativo ou inativo, está autorizado a realizar cerimônia ou atos similares
que celebrem, enquanto tal, a união estável ou casamento entre pessoas do mesmo
sexo.
(Maio/2018 – Site Nacional)

(5) Bispo José Carlos Peres-(2018) (https://www.facebook.com/bispoperes/)


[...] esclareço que a posição da Igreja Metodista no Brasil é clara e já nos
manifestamos como igreja, em outros momentos, sobre a causa gay. Somos contra o
casamento gay. É vedado, pelos nossos Cânones, aos pastores e pastoras metodistas
realizar casamento entre pessoas do mesmo sexo. Portanto, qualquer pastor ou
pastora que realize casamentos nesta condição viola a orientação da igreja, viola
os votos feitos em sua ordenação ao ministério metodista[...]

(6) - (O desafio da bênção religiosa sobre a união homoafetiva entre casais


homossexuais que se declaram evangélicos Fabiano Pereira) -2014
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/discernindo/article/view/4751/4036
A igreja Metodista no Brasil em seu posicionamento em relação ao tema: Afirma o
ensino Bíblico de que Deus criou homem e mulher, e esta é a orientação sexual
reconhecida pela Igreja. E este mesmo ensino Bíblico classifica como um pecado a
prática do homossexualismo (utilizo este termo, pois se trata da palavra que os
materiais didáticos fornecidos pela Igreja Metodista tem publicado, não existe uma
preocupação com o uso da palavra homossexualidade). Deste modo, é inalienável o
direito da Igreja de pregar e ensinar, no privado e no público, contra a prática
homossexual como um pecado e desobediência aos ensinos de Deus. O fato de a Igreja
compreender o homossexualismo (os pronunciamentos e cartas pastorais não fazem uso
da palavra homossexualidade) desta maneira não a impede de receber, acolher e
dialogar com os homossexuais. A Igreja quer, no entanto, preservar o seu direito de
questionar a conduta humana, qualquer que seja ela, inclusive a conduta
homossexual, de modo a poder desempenhar sua missão de pregar a reconciliação do
ser humano com Deus, com o seu próximo e consigo mesmo.
Art. 61 É vetado ao/a Pastor/a: VII - celebrar a bênção do matrimônio entre
pessoas do mesmo sexo, por ser incompatível com as doutrinas e práticas da Igreja
Metodista. § Art. 13 - §3º - Nenhum ministro ou pastor metodista pode celebrar a
bênção do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, por ser incompatível com as
doutrinas e práticas da Igreja Metodista. [...]

CONSELHOS PASTORAIS SOBRE O TEMA:


(Pastor Renato Saidel – Pastor da Igreja Metodista)

• Nós abominamos o pecado, mas devemos exercer amor semelhante ao de Jesus,


para com todos os pecadores. Sobre hipótese alguma devemos ter uma atitude
preconceituosa e discriminatória em relação aos homossexuais. São pessoas carentes
de respeito e amor;
• Não devemos considerar os homossexuais mais pecadores do que alguns que
estão dentro da igreja;
• não devemos deixar de dizer ao pecador, seja ele um homossexual ou não:
" ... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23), abordando a graça de Deus para com
todos/as os/as pecadores/as;
• o homossexual é, em muitos casos, uma tendência de ordem orgânica e/ou
emocional, também, e como tal deve ser considerada, o pecado é a prática desta
tendência.
• Devemos ter o cuidado de trazermos à lembrança de onde nós viemos e, o mais
importante, transmitir a verdade com o amor de Cristo. (ver Tito 3)
• Se não fosse pela graça de Deus, ainda seríamos pecadores.
• Precisamos renunciar ao medo e à insegurança de lidar com a
homossexualidade.
• Quem lida com a homossexualidade deve receber a oportunidade de optar por
Cristo e mudar, se desejar.
• Não podemos ter medo de oferecer a Verdade com amor.

A igreja pode ajudar:


• A casa de Deus deve ser um porto seguro onde o homossexual possa aprender a
reordenar sua identificação e as questões relacionais a partir do plano do Pai,
pois Deus fala conosco de forma única, capacitadora e libertadora
Nosso Papel:
• Transparência: devemos primeiro ter consciência que fomos perdoados para
podermos falar a um homossexual sobre sua necessidade de perdão, cura e plenitude
• Seja um modelo de relacionamento positivo e saudável
• Amizade incondicional: devemos ser amigos consistentes
• Não devemos nos esquecer da família e dos amigos de quem enfrenta essa
questão

O que não deve ser feito:


• Odeie o pecado, mas ame o pecador: dizer que você odeia a homossexualidade,
mas ama os homossexuais não faz sentido para as pessoas cuja identidade básica
encontra-se na sexualidade
• Presumir que o gay saiba que é pecador
• Diga não à manipulação e intimidação: “Todos vocês vão para o inferno!”
• Esquecer da própria necessidade do Salvador

(ABAIXO, SEGUEM INFORMAÇÕES SOBRE ALGUMAS IGREJAS E COMUNIDADES CONSIDERADAS


INCLUSIVAS PELO FATO DA ACEITAÇÃO DO PÚBLICO LGBT+, COMO TAMBÉM PELA DIVERSIDADE
RELIGIOSA)

IGREJAS E COMUNIDADES INCLUSIVAS


Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo
“Somos a primeira e maior Igreja Inclusiva de todo o mundo, presente em mais de 40
países, com mais de 300 igrejas, missões e grupos. No Brasil estamos presentes em
diversos estados e você pode se juntar para adorar a Deus, lutando por um mundo
melhor.” https://www.facebook.com/icmsbrasil/
Igreja Comunidade Cidade de Refúgio – 2011(SP) 2013(PR)
http://www.jesuscidadederefugio.com.br/
Igreja Cristã Evangelho para todos
https://www.linkedin.com/in/a%C3%A7%C3%A3o-social-5b306528/#experience-section
Comunidade Athos de Brasília
https://www.facebook.com/comunidadeathos

SEGUE ABAIXO, ALGUMAS CITAÇÕES DE HERLAN JOSÉ DA SILVA SMITH, SOBRE AS DIVERSAS
TEOLOGIAS LGBT, (Mestrando – Ciências da Religião) PUBLICADAS NO PORTAL DA
UNIVERSIDADE METODISTA – Periódicos Científicos e Acadêmicos

TEOLOGIA GAY
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061
[...] Segundo Murilo Araújo (2012), a teologia queer é um ramo recente dentro dos
estudos teológicos que começa a ser desenvolvido em meio às últimas décadas do
século XX no contexto norte-americano e que se consolida, a partir dos anos 2000,
na América Latina, principalmente por meio das contribuições do teólogo luterano
André Musskopf.
[...]É assim que, consoante com André Musskopf (2003), a teologia gay, como nas
comunidades eclesiais de base e nos grupos de mulheres, gays e lésbicas passaram a
resgatar suas experiências, assim como suas formas de experimentar, ver e encarar o
mundo, emergindo como sujeitos de sua própria realidade no confeccionar de sua
história e no fazer de uma teologia que dê conta de suas vivências[...]
[...]O empreendimento que as teólogas e teólogos gays lograram realizar,
à luz de Murilo Araújo (2012), talvez tenha se constituído nas mais numerosas
discussões entre a chamada Teologia da Libertação. Têm sido produzidas por meio das
mais diversas perspectivas, sofrendo metamorfoses de modo significativo, ao passo
das transformações sociais e na compreensão da própria sexualidade. Encontram bases
na teologia da libertação, pois esta, conforme André Musskopf (2003), formula a
emergência de novos sujeitos teológicos e também históricos, centrando-se agora nas
relações sociais de exploração onde, como aponta Gutiérrez (apud André MUSSKOPF,
2005), os povos oprimidos sejam capazes de se expressar livremente e criativamente
na sociedade e, entre o povo de Deus. É assim que a teologia gay emerge[...]
[...]É de modo semelhante às críticas que o próprio movimento queer promove os
movimentos homossexuais de vanguarda que André Musskopf (2003) abarca uma
perspectiva queer. Para o autor, em uma ótica hermenêutica, as teologias gays
construíam – e ainda quase sempre constroem – um trabalho interpretativo que se
constituía no fito de rediscutir o que chama de textos de terror, isto é, as partes
bíblicas que promovem ojeriza à homossexualidade. O erro dessas análises seria,
segundo ele, o de não promover uma mirada ampla
sobre as Escrituras sagradas em sua totalidade, então, o trabalho teológico
hermenêutico que travam remonta em apenas tirar gays e lésbicas do armário no seio
dos textos sagrados, e não contestar as pressuposições hetero-cis-centradas que
fornecem as regulações de gênero e de sexualidade dentro dos próprios contextos de
escrita dos textos sagrados[...]
[...]Queer é não definição identitária, como já entendemos, logo, falar que
teologia queer é teologia para pessoas homossexuais é altamente perigoso. Uma
teologia que abrace o queer enquanto posição teórico-metodológica deve assumir o
afago de tudo aquilo que está fora da norma e o que se encontra em regiões
periféricas não é só a homossexualidade, uma manifestação da sexualidade
humana[...]

TEOLOGIA HOMOSSEXUAL
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061

[...]Musskopf explica que a teologia homossexual, que também pode ser definida como
uma teologia sobre a homossexualidade (Idem, 2010, p. 261), surgiu na primeira
metade do século XX (2010, p. 259) e é um legado do surgimento da figura do
“homossexual” como uma nova categoria classificatória das relações entre pessoas do
mesmo sexo, dentro do discurso médico e no contexto do Movimento Homófilo” (André
MUSSKOPF, 2008, p. 124-125).[...]
[...]há uma essencialização da experiência homossexual, vista como “universal” como
se fosse vivida por todos gays da mesma forma. [...]Neste tipo de reflexão, há a
identificação de personagens bíblicos com a homossexualidade: as narrativas sobre
Jônatas e Davi e Rute e Noemi [..] são as mais proeminentes nessa área. Bastante
anacronicamente, embora com indubitáveis ganhos em termos pastorais, essas
personagens passam a representar a experiência homossexual na Bíblia [...] parece
haver uma crença no fato de que, se provarmos que Jônatas e Davi eram gays e Rute e
Noemi eram lésbicas (categorias que só passaram a ser usadas no século XX), a
participação de homossexuais nas igrejas estaria garantida (André MUSSKOPF, 2010,
pp. 260-261).
[...]Assim, se a teologia homossexual procurava incluir as pessoas nas igrejas e
perceber o que a Bíblia dizia sobre pessoas homossexuais e o que pessoas
homossexuais tinham a dizer sobre a Bíblia, a teologia gay procurava, de maneira
menos defensiva e mais incisiva, problematizar questões como a de que a
homossexualidade está na Bíblia e de que há personagens bíblicos gays e
lésbicas[...]

Para Musskopf, o fundamento maior desta teologia é o de que Deus criou todos os
seres, incluídas as pessoas homossexuais, para viverem de forma plena, sem serem
oprimidas e/ou internalizarem a discriminação. A teologia gay feita no Brasil tem,
como contempla o autor (2005), fundamentação na pedagogia do oprimido, na teologia
da libertação e na teologia feminista; além da teologia gay estadunidense. E
certamente esta reflexão, feita aqui e partindo daqui, traz diferenças em relação
ao ser homossexual em países europeus ou nos Estados Unidos, o que aponta para uma
teologia em desenvolvimento. Nesta teologia, a sexualidade e corporeidade mostram-
se como expressões de existência e parâmetro de um fazer teológico inclusivo ao
público LGBT. Tal reflexão teológica se dá, assim, a partir da interpolação entre
experiência homossexual e vivência religiosa. Visto que a homossexualidade costuma
ser entendida como o ato sexual genital entre indivíduos do mesmo sexo, a teologia
gay procura estabelecer um novo sujeito, no qual a identidade gay não esteja
resumida à genitalidade, tendo sua centralidade na intimidade e entrega ao outro e
no prazer recíproco.
[...]a partir desta teologia (gay), entende-se a pessoa homossexual como sujeito
afetivo criado e amado por Deus, e ao mesmo tempo, injustiçado e oprimido, mas com
condições de superação através da conscientização, reflexão e ação[...]
[...]São preconceitos advindos de ambientes e áreas diversas, como a família, a
escola, o trabalho, as áreas psi, a medicina, a academia, a mídia, e claro, a
doutrina das igrejas católica e evangélica. Grande parte destes preconceitos é
reforçada pela interpretação de versos e trechos da Bíblia, e esta proposta
teológica tem como cerne relativiza-los e contextualiza-los a partir de uma
hermenêutica fundamentada no método histórico-crítico, com o objetivo de auxiliar
as pessoas a desconstruírem preconceitos (muitas vezes internalizados) e
conscientizá-las acerca da urgência na aceitação do próximo com suas
diferenças[...]
[...]A referência confessional estrangeira mais conhecida sobre teologia gay é Troy
Perry, fundador das Metropolitan Community Churches (MCC, matriz das ICM
brasileiras), e autor de diversas publicações, dentre elas a obra referência na
área, O Senhor é o meu pastor e Ele sabe que eu sou gay[...]
[...] Alexandre FEITOSA, O prêmio do Amor. Uma abordagem cristã do sexo nas
relações homoafetivas, 2011. O autor define assim a teologia inclusiva: “como a
própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a
inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os
negros, as mulheres e os homossexuais. Seu pilar central encontra-se no amor de
Deus pelo homem, amor que, embora eterno e incondicional, foi negado pelo discurso
religioso ao longo de vários séculos” (idem, 2010, p. 13-14)[...] Feitosa, pastor
da Comunidade Athos de Brasília, publicou ainda, em 2012, um livro que apresenta
concepções identitárias sobre o que é transexualidade objetivando orientar pastores
inclusivos sobre as maneiras de se receber transexuais em suas igrejas[...]
[...]A missionária Lanna Holder, fundadora da Comunidade Cidade de Refúgio, lançou
em 2010 a autobiografia O diário de uma filha pródiga, no qual conta sua passagem
de missionária da Assembleia de Deus, trabalhando diretamente com a reversão da
homossexualidade para líder de uma das comunidades inclusivas LGBT[...]
[...]No Brasil, a maioria das igrejas inclusivas parece praticar uma mescla entre o
que foi acima definido como teologias homossexual, gay e lésbica, como é possível
identificar em ministração de diácono da Igreja Cristã Evangelho Para Todos
(ICEPT), de São Paulo: aqui na Para Todos nós temos a proposta de abordar o tema da
homossexualidade sob a perspectiva de uma comunidade cristã que acredita que Deus
não faz acepção de pessoas e prega o seu amor para todos, independentemente de
característica pré-determinada, pois em Gálatas 3:28 está escrito que “nisto não há
judeu nem grego, nem servo nem livre, nem macho nem fêmea, pois todos vós sois um
em Cristo Jesus’ A sociedade empurrou à marginalidade homossexuais e bissexuais.
Violências de todos os tipos foram utilizadas no trabalho de limpar a sociedade da
“aberração” causadora de todos os males da Terra. Pessoas foram mortas, empregos
tomados, filhos expulsos do convívio familiar. Para isso, foi usada a autorização
mais eficaz: a Bíblia. mas vamos aprender esta noite que a Bíblia nunca condenou e
nem condena a homossexualidade, pois a Bíblia é o relato do maior amor do mundo
(DIÁCONO 1 DA ICEPT, nota de campo, 2011)[...] O diácono complementou concebendo a
diferença de concepções teológicas acerca da homossexualidade: confrontam-se duas
posições atualmente. Em uma, a atividade homossexual é grave pecado, ofensa a Deus,
algo abominável em todas suas formas. para os que defendem essa posição, a
homossexualidade é desvio da ordem original à criação de Deus, que criou homem e
mulher para constituírem o matrimônio como lugar supremo da vivência da sexualidade
e da procriação. e assim estão excluídos gays, transexuais, travestis. Nesta visão,
homossexualidade seria opção, ou dominação demoníaca capaz de ser alterada mediante
tratamento, esforço próprio e oração. Não se submeter ao tratamento seria ser
conivente com o pecado. há os que defendem ser esta uma cruz dada por Deus para ser
carregada, e a única forma de se alcançar a Deus seria viver o celibato. Estas são
as posições de orientação fundamentalista. Na outra perspectiva, não há nada de
detestável nas relações homossexuais. As passagens bíblicas usadas para condenação
não estariam se referindo à orientação homossexual, mas a abusos nesta área. O que
cabe é reconhecer a homossexualidade como equivalente à heterossexualidade e
destinar-lhe o mesmo tratamento religioso e legal. Lutam pelo fim de qualquer
discriminação na igreja. Muitos estudiosos acreditam que a Bíblia traz relatos
positivos sobre homoafetividade, como o amor entre Jônatas e Davi, Rute e Noemi,
Daniel e o eunuco-chefe, o centurião e seu escravo mas não existem elementos
históricos que comprovem tais afirmações (DIÁCONO 1 DA ICEPT,2011)[...]
[...]De modo semelhante ao comentário do diácono da ICEPT, Márcio Retamero, ex-
reverendo da unidade fluminense da ICM (ICM Betel), também compara as concepções
teológicas de igrejas inclusivas e tradicionais: para a “igreja inclusiva” todos os
seres humanos são alvos de Deus que em Cristo Jesus estava reconciliando o mundo
com Ele mesmo. Retoricamente, as igrejas fundamentalistas ou tradicionais, declaram
que essa também é a missão delas. Contudo, é possível verificar logo, que isso não
condiz com a verdade. Tais igrejas mantêm o discurso desnivelador do tipo: “Deus
ama o pecador, mas abomina o pecado”, particionando assim, agente e ação, e isso
simplesmente não é possível e nem bíblico, pois as Escrituras os afirmam que, ainda
quando éramos pecadores, Deus nos amou. Ou seja, apesar de mim e de você, Deus nos
ama e enviou Seu Filho para nós. Paralelo a isso, a igreja fundamentalista ou
tradicional, mantém o discurso conservador, sexista, machista, heteronormativo e
homofóbico. Isso significa que no seu interior, as Escrituras são lidas desde essas
perspectivas, contaminando, dessa maneira, a proclamação da mensagem evangélica,
pervertendo a obra de Jesus e o testemunho dos Apóstolos. Para eles, as Escrituras
devem ser lidas e compreendidas, bem como ensinadas e absorvidas, ao “pé da letra”,
o que não significa que eles assim procedam. Na verdade, como nos afirmou R.
Fabris, nenhuma comunidade de fé se achega às Escrituras como “virgem pura e
imaculada”; nem a leitura do jornal diário é possível dessa maneira (Márcio
RETAMERO, 2011, p. 31).

TEOLOGIA QUEER
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/view/8337/6061

[...]Por intermédio de Richard Miskolci (2012), vale ressaltar que queer era um
xingamento, uma palavra de baixo calão, era um termo de ofensa utilizado para se
referir, segundo o entendimento de Larissa Pelúcio (2014), às identidades sexuais
e/ou de gênero que não se enquadravam na lógica da heterossexualidade compulsória.
[...]
[...] A proposta – do movimento e da teoria – foi de reverter essa posição, mas sem
sair dela. Em outras palavras, a ação estabeleceu-se em retirar a carga negativa
por trás do termo e assumir o queer enquanto condição, marca ou posição, que nas
palavras de Guacira Lopes Louro (2006) não se pretende fixar. Ao tornar-se marca
discursiva para nomear uma série de produções de conhecimento e também, um
posicionamento político, queer se inclina contra as “convenções culturais como
forças autoritárias e preconceituosas” (Richard MISKOLCI, 2012, p. 25).[....]
[...]Queer, então, não é mais uma forma de ativismo colorido em defesa da
homossexualidade. Queer é, nesse sentido, uma política pós--identitária na
perspectiva de Guacira Lopes Louro (2001), simplesmente por encarar os regimes de
normalização e apontar para o estranho, à contestação, para o que está fora do
centro, por abarcar tudo o que se encontra em não lugar ou, em meias-palavras, por
não se atrelar a identidades específicas como os movimentos de outrora. O Queer,
diria, preocupa-se com aquilo que está nas margens e toda uma totalidade de corpos
que não se pretendem ser assimilados ou entendidos enquanto diversidade, queer
prega um aprendizado pela alteridade. Queer é diferença, desobediência. O
pensamento queer atinge status de teoria, quando Teresa de Laurentis, feminista
italiana, ressignifica o termo em uma conferência nos Estados Unidos, de acordo com
Richard Miskolci (2014), e o utiliza como um rótulo para abarcar um conjunto amplo
e disperso de reflexões que questionavam o que Judith Butler (2003) passou a chamar
de matriz heterossexual[...]

Surge, amparada nos movimentos queer e na teoria queer, a teologia queer, que
segundo André Musskopf, “não se fundamenta em modelos heterocêntricos” (2010, p.
261[..] O autor explica que nesta teologia a leitura e interpretação de textos não
visa mais simplesmente provar a validade das experiências LGBT, mas assumi-las como
dado e como lugar a partir de onde se lê e interpreta o texto bíblico. Assim, a
pergunta é o que gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais
enxergam quando lêem a Bíblia? O que ela tem a dizer a eles e elas? (André MUSSKOPF
, 2010, p. 261). Acerca desta teologia, a teóloga argentina Marcela Althaus-Reid
considera que: o cristianismo entende e organiza o mundo a partir de uma ideologia
heterossexual: a família, a subordinação, a dualidade. Minha proposta é pensar uma
fé e uma teologia a partir de experiências sexuais diferentes. Não a dos gays, ou a
das lésbicas, ou a dos travestis, mas a partir da Teoria Queer, uma espécie de
guarda-chuva que abriga toda a diversidade sexual. Quero saber, por exemplo, como
um travesti se relaciona com o sagrado, como é o Deus do transexual. Minha teologia
não é sobre igualdade, é sobre diferença (2004, s/p).[...]
Marcela A Reid,[...] reflete acerca de um Deus que não está terminado. Temos Deus
saindo do armário ao dizer “não posso ser Deus, tenho outra identidade, preciso ser
homem”. Não é um gesto de doação aos homens, mas uma necessidade de Deus de
revelar-se. Dizer: “Sou frágil, sou humano”. Sair desse armário lhe custou caro.
Essa é uma interpretação nova de Deus, a partir de outra maneira de se relacionar
com a divindade. Essas metáforas do Deus perfeito, da sabedoria suprema, do
terminado vêm de uma maneira de pensar pré-moderna. Eu trabalho com o pós-moderno.
O Deus Queer é um Deus inacabado. Em processo, ambíguo, de múltiplas identidades,
que nunca terminamos de conhecer porque, quando o abarcamos, escapa, há mais. Não
quero um Deus do centro hegemônico, um rei que vem te visitar na favela, te dá a
mão e diz: “Eu sou Deus, tenho um reino e sou tão bom que venho te visitar. Mas,
agora, dá licença que tenho de voltar ao Reino dos Céus”. Falo de um Deus que abre
seu armário e diverte seus amigos, dizendo: “Agora sou Marlene Dietrich” (2004,
s/p).

Acerca das interpretações fundamentalistas da Bíblia, citadas por Retamero, Dário


Ferreira de Souza Neto, diácono da ICM paulistana, explicou que [...]entender os
textos bíblicos como palavra de Deus, ignorando que cada livro foi escrito por
pessoas diferentes, em contextos diferentes, por motivações distintas, dentro de
seus limites de leitura do mundo é estabelecer uma relação idólatra e fetichista
com o texto bíblico (Dário SOUZA NETO, 2011, s/p).[...]
ICM-Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo
(1) (Teologia e corporeidades queer em debate: um flâneur possível? - Herlan José
da Silva Smith/Taíssa Tavernard de Luca)-2017
Teologias queer e cristrans na ICM brasileira A teologia queer da ICM se relaciona
com sua proposta de ser uma igreja radicalmente inclusiva. Como disse Alexya
Salvador, mulher transgênera e pastora da ICM Manancial, de Mairiporã, “fazemos uma
teologia protestante em suma, mas numa leitura sócio-crítica, incluindo todo mundo,
com influência queer” (Alexya SALVADOR, 2014), e como afirmou Marcos Lord – ou
Luandha Perón, pastor/a drag queen da ICM Betel, do Rio de Janeiro, a ICM não pode
parar. A gente tem aprendido sobre a teologia queer. Alguns livros estão sendo
traduzidos. A ICM é radicalmente inclusiva e tem de incluir todo mundo mesmo. Outro
dia um pastor da ICM perguntou para o Hector o que fazer no caso de um rapaz que
pediu a benção de casamento sendo que ele era poliamoroso, ou seja, ele estava
pedindo a benção para uma relação amorosa com mais de uma pessoa, ia além de um
casal. O Hector disse: se você não der, você está na igreja errada. É assim (risos)
(Marcos LORD / Luandha PERÓN, 2014).
[...]Retamero sinaliza de alguma forma, em 2011, para a ICM como igreja
radicalmente inclusiva: “se a igreja fundamentalista e tradicional é conservadora,
somos igreja libertária e libertadora; se a igreja fundamentalista é sexista e
machista, somos igreja onde não há “homem ou mulher, escravo ou livre”, lugar de
igualdade radical entre os gêneros, abrindo mão dos extremos “machista e
feminista”, escolhendo o caminho da radicalidade: “nem homem, nem mulher, mas todos
UM, em Cristo Jesus”; se a igreja fundamentalista é heteronormativa e homofóbica,
somos igreja cuja norma é a liberdade de ser, afirmativa na questão da orientação
sexual, reconhecendo como dom de Deus a sexualidade humana e a diversidade dela
como obra legítima do Criador, buscando a reconciliação e harmonia entre a
sexualidade e a espiritualidade cristã” (Márcio RETAMERO, 2011, p. 33).

Ana Ester Pádua Freire, membro da ICM de BH e professora do Instituto Darlene


Mandrágora, v.22. n. 2, 2016, p. 149-193 181 Gardner, vinculado à ICM, acerca da
mesma ser uma igreja queer. Ela contemplou que é preciso complexificar essa questão
devido a pluralidade de possibilidades que os conceitos abarcam. Apesar da Igreja
da Comunidade Metropolitana ser uma denominação com estatuto próprio e confissão de
fé que a unifica, existem sim Igrejas da Comunidade Metropolitana, no plural, que
dentro do Brasil variam entre liturgias mais tradicionais, bem próximas ao
catolicismo romano, e vão até o pentecostalismo. Com onze igrejas no Brasil, as
ICMs são o rosto da diversidade em uma proposta inclusiva. Do outro lado, seria
impossível pensar em uma Teologia Queer, quando esse conceito ainda é um conceito
em disputa. É o queer uma filosofia? É uma identidade? Por isso, seria mais
apropriado pensar a partir de Teologias Queer. Nesse sentido, pensando as Igrejas
da Comunidade Metropolitana como uma denominação que propõe a radical inclusão, sim
ela é uma igreja queer, no sentido que de “queeriza” o próprio conceito de igreja.
Com “queeriza” eu quero dizer que as ICMs criam uma igreja “estranha”, sui generis,
que ao radicalizar o conceito de inclusão, subvertem a própria ideia de igreja
cristã, criando um espaço, onde, inclusive outras matrizes não-cristãs, são
permitidas. Assim, para ser uma igreja queer, ela lança mão de Teologias Queer
disponíveis e cria outras a partir dos corpos políticos que a frequentam (Ana Ester
FREIRE, 2016).
[...]a ICM tem andado nesse sentido de ser uma igreja estranha, de ser tão queer,
que estamos pensando em ter um dia, durante o domingo, tanto o culto principal,
cristão, como abrirmos espaço para nossos irmãos de religiões afro cultuarem seus
orixás (Marcos LORD / Luandha PERÓN, 2014)[...]
[...]Cristiano Valério, reverendo da ICM paulistana, nota que a ICM 182 Mandrágora,
v.22. n. 2, 2016, p. 149-193 pode ser considerada uma igreja queer por seu discurso
sair do lugar comum das identidades homem x mulher, masculino x feminino. Por
entendermos que são construções sociais, evitamos o discurso biologizante das
“naturezas” masculinas e femininas. O número significativo de pessoas transgêneras,
assumidamente gente ou pessoas também são um indicativo interessante. A produção de
teologia queer na ICM mundial é bastante significativa. O The Queer Bible
Commentary, ou Comentário Bíblico Queer é uma produção de algumas das maiores
lideranças da MCC/ICM como a Reverenda Mona West. Na grade de formação de clérigos
da ICM as 4 disciplinas de Teologia Queer são obrigatórias e atualmente são
disponibilizadas em português do Brasil (Cristiano VALÉRIO, 2016)[...]
[...]4 Lembrando a epígrafe, “Marcella Althaus-Reid diz que Deus sai do armário e
se traveste de humanidade, e Ele adquire nomes sociais, como Jesus e Emanuel, que
significa Deus conosco. Este Deus travestido como Jesus é discriminado, só depois
Ele é aceito. Ele se travestiu prá viver a nossa pele, prá ser nosso irmão e amigo.
Por isso acolhemos pessoas transexuais e travestis aqui (Cristiano VALÉRIO, 2014
(culto em dezembro de 2014).[...]

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO


(1) (A construção social da identidade de gênero de alunos do LICEU PIAUIENSE:
sinalizando diferenças e desigualdades, por Ronaldo Matos Albano) -2008
http://leg.ufpi.br/ppged/index/pagina/id/1773 (n° 17)
[...]a abordagem sócio-histórica, como uma das vertentes que compreende o homem e o
seu processo de desenvolvimento psicológico partindo de análises filogenéticas e
ontogenéticas, ou seja, compreende o desenvolvimento do ser humano tanto no que diz
respeito à sua espécie quanto ao seu desenvolvimento como indivíduo. Essa
abordagem, como bem explicita a terminologia que a define, articula os fatores
sociais, históricos e também culturais na compreensão desse homem e dos seus
processos evolutivos. Ou seja, o homem ao se relacionar de forma contínua e
dinâmica com a realidade da qual faz parte, influência e é influenciado por essa
mesma realidade nas dimensões sócio-históricas e culturais que constituem tal
realidade[...]
[...]Essa vertente teórica se contrapõe a algumas concepções em Psicologia, muitas
vezes predominantes, que analisam o homem como ser estritamente biológico, que vai
desenvolvendo suas características e condutas baseado na predeterminação dada pela
natureza, ou seja, o homem seria apenas um organismo biologicamente determinado. Na
concepção de homem como um ser sócio-histórico, o processo de desenvolvimento do
psiquismo humano tem como fundamento central a ideia de que “[...] o nosso
substrato biológico não nos impõe nada, só nos dá as condições para construirmos
nossa própria atividade psíquica, de forma livre e singular, mas dependente da
realidade social” (CARVALHO, 2004, p. 12). Um dos expoentes da perspectiva sócio-
histórica na Psicologia foi Lev Semenovich Vygotsky, que numa tentativa de
compreender vários aspectos das condutas humanas, adotou tal visão sobre o homem e
sobre o desenvolvimento do seu psiquismo. Com base nessa Psicologia, entendemos
que:
O homem é uma criatura social, e as condições socioculturais o modificam
profundamente, desenvolvendo toda uma série de novas formas e técnicas em seu
comportamento: um estudo consciencioso dessas características constitui a tarefa
específica da ciência da psicologia (VYGOTSKY e LURIA, 1996, p. 200). [...]
[...]meio da socialização do indivíduo, de sua apropriação dos valores, regras,
condutas e costumes da sociedade, ocorrerá paulatinamente o processo de
individualização do mesmo, ao internalizar tais elementos sociais e assim
constituir a sua subjetividade. Uma das expressões dessa subjetividade é a
identidade do indivíduo, que se caracteriza pela própria “noção do eu” que este
desenvolve e que perpassa diferentes esferas significativas da vida do indivíduo,
como por exemplo, a identidade sexual, familiar e de gênero [...]
[...]Para facilitar a nossa compreensão, vamos fazer um resgate de alguns dos
principais pontos e aspectos que estão presentes nesse processo. Nascemos com o
nosso substrato biológico, essa é a nossa constituição básica e que poderia nos
levar a pensar que talvez a partir dela, se dêem todas as conexões que nos
transforma no que somos ao longo do nosso desenvolvimento. De certa forma sim, mas
não podemos perder de vista que ao nascermos já existe um contexto no qual todos os
aspectos de ordem sócio-histórica e cultural estão presentes e que certamente
passarão a fazer parte do contexto do indivíduo após o seu nascimento e até mesmo
antes deste, assim, não seria apenas a base biológica que definiria toda a
evolução. Com o nascimento, vem o contexto social primário do qual participamos, a
família. Esta se apresenta com um funcionamento característico, imbuído de valores,
regras e costumes que de forma gradativa vão também sendo repassados ao novo
membro, seja de forma explícita ou de forma mais sutil. O certo é que é nesse
primeiro contexto de tantas significações que o indivíduo está imerso e passa a
interagir oficialmente com o mundo social. Assim, paulatinamente, outros contextos
sociais também vão sendo incorporados à vida do homem, como os grupos de amigos, a
inserção na instituição escola, os meios de comunicação que possibilitam o acesso
às inúmeras realidades afins ou avessas àquela vivenciada pelo indivíduo e que,
portanto, também se constituem como um agente socializador, dentre outros[...]
[...]Para compreendermos tal processo é importante lembrar que é no âmbito social
que a identidade se constitui e se define. Constituímo-nos, portanto, por meio
desses referenciais sociais do mundo objetivo e de todas as representações que
temos deste, ou seja, é nessa dimensão social, que há a real interação e
articulação dos aspectos culturais com os aspectos individuais que nos são próprios
e que terminam por interferir nessas significações que vamos construindo no
processo de formação da nossa identidade[...]
[...]A construção da identidade humana é então a encarnação de uma metamorfose, que
se dá a partir desses dois pressupostos: uma herança genética, que é necessária –
mas não suficiente – e uma herança cultural que garante nossa formação sócio-
histórica. Deste modo a identidade humana implica a permanente emancipação de nossa
condição de simples animal, já que se trata de uma condição que nunca chegamos a
perder. Creio desnecessário lembrar que a forma que a emancipação assume varia ao
longo da história, conforme a cultura e a sociedade. (CIAMPA, 2000, p. 01). [Grifos
do autor]. [...]é por meio da interação social entre os indivíduos e o meio sócio-
cultural, no qual estão inseridos que esse processo constitutivo ocorre, ou seja, o
meio social em todas as suas dimensões mediando a construção da identidade do
homem[...]
[...]Essa discussão nos remete a uma reflexão acerca do que Ciampa (1994) sinaliza
como sendo constituintes do processo de construção da identidade humana: a ideia de
pressuposição e reposição. Em outros termos, a construção da identidade humana
perpassa por dois momentos ao longo da sua estruturação: o primeiro em relação a
identidade pressuposta que é produzida na relação do indivíduo com o outro e que,
inevitavelmente pressupõe uma representação desse outro em cada indivíduo (muitas
vezes materializadas por meio dos papéis sociais), justamente por apresentarem
pontos comuns que os identifica e, portanto, pressupõe uma identidade que define
esse indivíduo; o segundo momento é exatamente caracterizado pela reposição dessa
identidade pressuposta, na qual a singularidade do indivíduo repõe essa
pressuposição primeira de identificação com o outro. Esse processo de reposição
pode ocultar o caráter temporal e dinâmico da identidade, porém, mediante a re-
significação da identidade pressuposta, o indivíduo pode conservar ou transformar
os papéis sociais que estavam pressupostos para ele, numa perspectiva dinâmica de
uma constante metamorfose[...]
[...]Por entendermos que a identidade de gênero constitui-se num processo dinâmico
de transformação e que tal processo se dá pela inter-relação do indivíduo com o
outro, consigo mesmo e ainda com o contexto sócio-histórico e cultural que o cerca,
é que cabe estabelecermos uma relação entre esse processo e a formação da
consciência, por meio dos significados e sentidos que permeiam essa complexa rede
de relações que o constituem[...]
[...]Em meio a essas reflexões é que podemos estabelecer uma articulação entre a
consciência de gênero dos adolescentes, por meio dos significados e sentidos
atribuídos aos papéis sociais masculinos e femininos, com o processo de construção
da identidade de gênero dos mesmos. Ou seja, os significados que socialmente foram
e são atribuídos às condutas e papéis exercidos por homens e mulheres ao longo da
evolução sócio-histórica e cultural do ser humano, concomitantemente evocam
significações particularizadas desses homens e mulheres sobre esses referenciais
mediante os sentidos que atribuem a tais papéis. Assim, nesse processo de
subjetivação dos referenciais masculinos e femininos pelo indivíduo, a identidade
de gênero, também dinâmica e mutável de acordo com o contexto sócio-histórico e
cultural, vai sendo constituída e transformada pelos adolescentes, tomando-se por
base, dentre outros aspectos, os papéis socialmente estabelecidos como sendo
masculinos e femininos e que estão engendrados em todo esse processo[...]

GLOSSÁRIO
ARCO-IRIS
A Bandeira arco-íris é uma bandeira composta por barras horizontais que representam
as diferentes cores do arco-íris. Existem várias versões, com pequenas variações
das cores, número e disposição das barras. É impossível determinar a sua versão
original, já que o seu uso acontece desde há muito e em diferentes partes do mundo.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/68/Gay_flag.svg/120px-
Gay_flag.svg.png Versão de 6 cores desde 1979
Projetado pelo artista Gilbert Baker(ativista falecido em 2017), de São Francisco,
em 1978, inicialmente a bandeira passou por várias revisões e, em seguida, voltou a
adicionar cores devido aos tecidos amplamente disponíveis. Desde de 2008, a
variante mais comum é composta por seis faixas, com as cores vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul e violeta. A bandeira é comumente hasteada horizontalmente,
com a faixa vermelha no topo, como seria em um arco-íris natural.
BINÁRIO = é a classificação do sexo e do gênero em duas formas distintas, opostas e
desconectadas de masculino e feminino; homem e mulher. É um dos tipos gerais de
sistemas de gênero.
CISGÊNERO = é o oposto de Transgênero. Também pode ser representado pela abreviação
cis. Pessoas Cis são pessoas que se identificam com o gênero que lhes atribuíram no
nascimento.
CISGENERIDADE=Cisgeneridade é a condição sócio-política-cultural de adequação,
conformidade às normas e expectativas referentes ao sistema sexo-gênero de desígnio
no nascimento ou gestação. Pessoas não-cisgêneras podem ser binárias (sentindo-se
adequadas ao outro sistema sexo-gênero, não ao de nascimento) ou não-binárias (não
se identificando em plenitude a nenhum dos dois polos binários de gênero)
GÊNERO = é uma gama (série de elementos) de características pertencentes e
diferenciadas entre a masculinidade e a feminilidade. Dependendo do contexto, essas
características podem incluir o sexo biológico como o estado de ser do sexo
masculino, do sexo feminino ou uma variação hermafrodita que pode complicar a
atribuição do sexo, as estruturas sociais baseadas no sexo, incluindo o papel
social de gênero e outros papéis sociais, e a identidade de gênero[...]
(https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(ci%C3%AAncias_sociais)
FORNICAÇÃO (Fornicação (palavra que vem de fornicis, ou fornix: abóbada, ou arco) é
uma relação sexual realizada entre duas pessoas que não são casadas. Fornice era o
arco da porta sob a qual as prostitutas romanas se exibiam. As mulheres romanas que
não tivessem pai, marido ou filho do sexo masculino deveriam ficar sempre dentro
dos limites da casa/prédio do seu "dono" ou protetor, por isso, não podiam passar
do arco (fornice).
No Novo Testamento, fornicação é o termo usado para traduzir a palavra grega
Porneia, termo técnico que designava um matrimónio inválido. Na época de Cristo,
com a multiplicidade de leis da Judeia, não era raro que um matrimónio fosse
invalidado por impedimento jurídico. Surgia então a questão sobre se dever ou não
separar o casal que estava em zonah (casamento inválido, ou seja, um deles ou ambos
não fossem "puros" (virgens).
Por volta do Século III d.C. criou-se então o verbo "fornicare", que seria o ato de
frequentar aquele lugar. Temos esta palavra no português - se originou do latim -
que significa sexo ilícito (nesse contexto)
GAY = do inglês gay, 'alegre, jovial', proveniente do francês medieval gai, 'que
inspira alegria', e este, possivelmente, originário do gótico gaheis, 'impetuoso',
ou, mais raramente, guei, é uma palavra inglesa utilizada normalmente para se
designar o indivíduo, homem ou mulher, homossexual.[...] A palavra originariamente
não tinha conotação sexual necessária. Era usada para designar uma pessoa
espontânea, alegre, entusiástica, feliz, e, nesse sentido, pode ser encontrada em
diversas literaturas americanas, sobretudo as anteriores à década de 1920. No
entanto, o significado preliminar da palavra gay mudou drasticamente nos Estados
Unidos, vindo a assumir o significado primordial atual para definir pessoas que
sentem atração sexual por pessoas do mesmo gênero[...] O termo gay[...]era
utilizado principalmente de forma pejorativa contra homens gays a partir do século
20. Contudo, a utilização da palavra pelos próprios homossexuais, a se referirem a
si mesmos, fez com que a conotação negativa fosse amenizada.

HETEROSSEXUAL = Hétero vem da palavra grega ἕτερος [héteros], que significa


"diferente" e se reúne com a palavra proveniente do latim para o sexo. O termo
"heterossexual" foi cunhada pouco depois e se opõe ao termo "homossexual", por Karl
Maria Kertbeny e foi publicado pela primeira vez em 1869. [...] O termo
heterossexual pode ser usado para descrever a orientação sexual do indivíduo,
história sexuais, a sua preferência erótica/afetiva ou, ainda, se auto-identificar.
Mas no uso comum, na cultura ocidental, o termo heterossexual está fortemente
relacionado à imagem do hétero normativo (isto é, um heterossexual que se relaciona
exclusivamente nessa condição e rejeita a diversidade de desejos ou ainda outras
possibilidades de interação íntima)
HOMOFOBIA = (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo",
"aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação
a pessoas homossexuais, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e
pessoas intersexuais. As definições para o termo referem-se variavelmente a
antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é
observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a
violência com base na percepção de que todo tipo de orientação sexual não-
heterossexual é negativa.
HOMOSSEXUAL = do grego antigo ὁμός (homos), igual + latim sexus = sexo) refere-se à
característica, condição ou qualidade de um ser humano que sente atração física,
estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo ou gênero.
IDENTIDADE DE GÊNERO= (CONSTRUÇÃO SOCIAL)
Na sociedade, identidade de gênero se refere ao gênero com que a pessoa se
identifica (i.e, se ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê
a si como fora do convencional), mas pode também ser usado para referir-se ao
gênero que certa pessoa atribui ao indivíduo tendo como base o que tal pessoa
reconhece como indicações de papel social de gênero (roupas, corte de cabelo,
etc.).Do primeiro uso, acredita-se que a identidade de gênero se constitui como
fixa e como tal não sofrendo variações, independente do papel social de gênero que
a pessoa apresente pra ela. Do segundo, acredita-se que a identidade de gênero
possa ser afetada por uma variedade de estruturas sociais, incluindo etnicidade,
trabalho, religião ou irreligião, e família.

IDEOLOGIA DE GÊNERO = A ideologia de gênero ou a “ideologia da ausência de gênero”,


como também ficou conhecida, é a ideia de que a sexualidade humana seja parte de
“construções sociais e culturais” e não um fator biológico. De acordo com esta
ideologia, os seres humanos nasceriam “neutros” e poderiam, ao longo da vida,
escolher o seu gênero sexual. Outra característica da ideologia de gênero é a
multiplicidade dos gêneros, ou seja, a existência de vários gêneros sexuais mais
complexos, além do masculino e feminino. Os seres humanos estariam disponíveis para
assumir a identidade de gênero que mais se identificam.
IGREJAS INCLUSIVAS= igrejas inclusivas, ou ainda, radicalmente inclusivas,como no
caso da ICM paulistana a partir de 2012. Este termo, igreja radicalmente inclusiva,
hoje em dia é também apropriado pelo ministério Séfora’s de Travestis e
Transexuais, da matriz paulistana da Comunidade Cristã Nova Esperança Internacional
(CCNEI), que se declara ministério evangélico de inclusão radical. O Séfora’s foi
fundado no segundo semestre de 2014 por Jacque Channel, atualmente diaconisa da
CCNEI. (Eduardo MARANHÃO Fº, 2014, 2014, 2015d).
LÉSBICA = termo que só se refere à homossexualidade feminina. A palavra "lésbica" é
derivada do nome da ilha grega de Lesbos, onde a poetisa Safo* escreveu amplamente
sobre o seu relacionamento emocional com mulheres jovens. [...] própria palavra
lésbica, que nos dias atuais é sinônimo de homossexualidade feminina, na
antiguidade possuía outro significado. Durante muito tempo na Grécia e na Roma
antiga o termo lesbiazein, que deriva da palavra Lesbos, significava felação ´´o
ato de uma mulher fazer sexo oral em um homem´´, [5] e a palavra lésbica tinha
sinônimo de cortesã.
LESBOS = Ilha do mediterrâneo, cuja capital é Mitilene (Paulo passou por essa
cidade -Atos 20.14) [...]Atualmente, a Ilha de Lesbos é um local turístico atrativo
à mulheres lésbicas. Na Grécia Antiga, a Ilha, segundo Luciano de Samósata, era um
local de amores depravados. O termo lésbica nos dia atuais faz alusão a Safo e a
ilha em que nasceu, e a sua suposta homossexualidade.
LGBT = sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.
Em uso desde os anos 1990, o termo é uma adaptação de LGB, que era utilizado para
substituir o termo gay para se referir à comunidade LGBT no fim da década de 1980.
Ativistas acreditam que o termo "gay" não abrange ou não representa todos aqueles
que fazem parte da comunidade. [...] A sigla LGBT se destina a promover a
diversidade das culturas baseadas em identidade sexual e de gênero. Ele pode ser
usado para se referir a qualquer um que não é heterossexual ou não é cisgênero, ao
invés de exclusivamente se referir as pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou
transgêneros. Para reconhecer essa inclusão, uma variante popular, adiciona a letra
Q para aqueles que se identificam como queer ou que questionam a sua identidade
sexual; LGBTQ foi registrado em 1996. Aqueles que desejam incluir pessoas
intersexuais em grupos LGBT sugerem a sigla prolongada LGBTI. Algumas pessoas
combinam as duas siglas e usam LGBTIQ ou LGBTQI. Outros, ainda, adicionam a letra A
para os assexuais ou simpatizantes: LGBTQIA. Finalmente, um sinal de + é por vezes
adicionado ao final para representar qualquer outra pessoa que não seja coberta
pelas outras sete iniciais: LGBTQIA+.
MATRIZ HETEROSSEXUAL = regula vidas humanas, instituições e relações sociais a
partir da heterossexualidade
ORGULHO GAY - Orgulho LGBT ou orgulho gay é o conceito segundo o qual homossexuais,
lésbicas, bissexuais, transexuais, gays, de uma forma geral, os (LGBTs) devem ter
orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero. O movimento tem três
premissas principais: que as pessoas devem ter orgulho da sua orientação sexual e
identidade de género; que a diversidade é uma dádiva; e que a orientação sexual e a
identidade de género são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente
alteradas. A palavra orgulho é usada neste caso como um antónimo de vergonha, que
foi usada ao longo da história para controlar e oprimir indivíduos LGBT.
ORIENTAÇÃO SEXUAL = A orientação sexual de uma pessoa indica por quais gêneros ela
sente-se atraída, seja física, romântica e/ou emocionalmente. Ela pode ser assexual
(nenhuma - ou raros, ou específicos momentos de - atracção sexual), bissexual
(atracção por mais de um gênero - ou, por dois gêneros e outros gêneros),
heterossexual (atracção pelo gênero oposto), homossexual (atracção pelo mesmo
gênero) ou pansexual (atracção por todos os gêneros) [...]
(https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(ci%C3%AAncias_sociais)
QUEER = O termo “queer” era, na melhor das hipóteses, uma gíria para homossexuais,
na pior delas, um termo de abuso homofóbico. Nos últimos anos, “queer” passou a ser
usado de forma diferente, às vezes como um termo guarda-chuva para uma coalizão de
auto-identificações sexuais culturalmente marginalizadas e outras vezes para
descrever um modelo teórico recente, desenvolvido a partir dos tradicionais estudos
gays e lésbicos (Annamarie JAGOSE, 1996, p. 1).
TRANSGENERIDADE =termo que serve como guarda-chuva para agregar diferentes
identidades/subjetividades/expressões de gênero não-cisgêneras. Não se trata de
identidade específica, mas sim de condição sócio-política-cultural de inadequação
às convenções, normas e expectativas referentes ao sistema sexo-gênero de outorga
no nascimento ou gestação. Ainda que o público transgênero seja comumente
relacionado à homossexualidade, lembro que pessoas trans* (ou transgêneras), podem
ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais, polissexuais, pansexuais e assexuais,
dentre outras possibilidades. Trans* é diminutivo internacionalmente utilizado para
transgeneridade ou pessoas transgêneras.
SAFO* = uma antiga poetisa grega da ilha de Lesbos[...] (por volta de 600-650 a.C)
SAIR DO ARMÁRIO = Geralmente, a "saída do armário" é descrita em três fases: a
primeira, é a fase de "conhecer a si mesmo", em que a pessoa está aberta e decidida
a vivenciar relações com pessoas do mesmo sexo (chamada de "saída/decisão
interior"); a segunda envolve a decisão própria de se revelar para os outros, como
para a família, amigos e/ou colegas, etc.; a terceira fase refere-se a realmente se
envolver com uma pessoa do mesmo sexo e muitas vezes viver abertamente como uma
pessoa LGBT.
SUBJETIVIDADE = é entendida como o espaço íntimo do indivíduo, ou seja, como ele
"instala" a sua opinião ao que é dito (mundo interno) com o qual ele se relaciona
com o mundo social (mundo externo), resultando tanto em marcas singulares na
formação do indivíduo quanto na construção de crenças e valores[...]
TEMAS TRANSVERSAIS = Os temas transversais expressam conceitos e valores básicos à
democracia e à cidadania e obedecem a questões importantes e urgentes para a
sociedade contemporânea. A ética, o meio ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo,
a orientação sexual e a pluralidade cultural não são disciplinas autônomas, mas
temas que permeiam todas as áreas do conhecimento.
Site do MEC - http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf

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