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2. - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. - Compreender, analisar e discutir sexo, gênero e sexualidade na teoria
antropológica.
2. - Identificar diálogos entre a Antropologia do Gênero e Antropologia da Ciência e
da Tecnologia.
3. - Mapear influências de ideologias e práticas colonizadoras e o surgimento de
políticas de patologização de identidades.
. “O que gênero é, o que os homens e mulheres são, e os tipos de
relações que acontecem entre eles não são simples elaborações de dados
biológicos mas, em grande medida, produtos de processos culturais e
sociais”.
No sentido que lhe é atribuído hoje, “gênero” veio abarcar um universo
muito mais amplo. E, apesar de o antagonismo de sexo ser interpretado
ainda em termos comportamentais – como uma questão de relações entre
situações divergentes entre homens e mulheres – as análises deslocaram-se
para o universo simbólico. - ORTENER, Sherry B. and WHITEHEAD, Harriet.
Sexual Meanings. The Cultural Construction of Gender and Sexuality. Introduction
Cambridge University Press. 1992. p. 1.
. Bibliografia de apoio:
- MEAD, Margaret. Sexo e Temperamento. SP. Perspectiva. 4ª edição, 2000.
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/1219?show=full
http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2015/05/r@uprimeiraedicao-rese
nha-3.pdf
.
• Resumo: Esse artigo decorre de um esforço
realizado para analisar a construção natural
(determinismo biológico), assim como a construção social
(simbolismo de gênero) de homens e mulheres, e tenta
apresentar uma possibilidade de representação de
gênero que não seja apenas uma metáfora para explicar
diferenças de base sexual entre pessoas.
.
• Mas, enquanto gênero permanece algo tão evidente
para aqueles que se prendem a uma atitude natural, ele
tem se tornado um conceito altamente enfocado e
discutido porque esta questão, aparentemente simples, é
muito complexa.
.
. Na vivência do dia a dia, gênero nunca se reduz a
caracteres sexuais, mas sim a um conjunto de
categorizações morais, a um conjunto de
comportamentos socialmente sancionados e
constantemente reavaliados, negociados, lembrados.
oposições hierárquicas.
com a natureza.
•I - A construção natural de homens e mulheres – o
determinismo biológico - e ideias e atitudes a essa
construção associadas.
•Esse par de opostos, aliado a vários outros fatores, tem uma função
cognitiva e vem servindo como tentativa de explicação da realidade.
Foi justamente ao redor da idéia de “natureza”,
no momento da consolidação do pensamento
científico, que foi sendo construído todo um
sistema de naturalização do sexo e de
discriminações e exclusões entre os sexos. A
divisão hierárquica dos papéis que foram
distribuídos entre homens e mulheres
embrenharam-se no natural.34
.
.
A oposição entre mulher e homem fundada dessa forma,
passa a servir para estabelecer verdades que são
totalmente desconectadas com gênero e com o corpo.
aparentemente claras - que na verdade não são claras, mas cuja falsa
segundo ela, a atitude natural não pode ser refutada pela força da lógica ou
Como está em Mead, enquanto não for possível entender como uma
cultura pode moldar todos os homens e mulheres nela nascidos, de forma
que se aproximem de um comportamento ideal inerente apenas a alguns
poucos, ou restringir a um sexo o ideal de comportamento que outra
cultura logrou limitar ao sexo oposto, não se poderá falar de forma muito
compreensiva sobre diferenças sexuais, ou como acrescentaríamos hoje,
sobre diferenças sexuais e também de gênero.
Sexo e temperamento em três sociedades
primitivas.
•Resenha de autoria de Mariana Boujikian Felippe
e Shisleni de Oliveira-Macedo
•https://ea.fflch.usp.br/obra/sexo-e-temperamento-e
m-tres-sociedades-primitivas
Página 29
Entre os Arapesh, a antropóloga encontrou uma sociedade em que
homens e mulheres mostravam-se gentis, não agressivos,
cooperativos e atentos às necessidades alheias. Não eram
guerreiros ou vingativos, embora pudessem ocorrer conflitos em
virtude de casamentos, quando estes se davam em razão de fuga
ou rapto.
Página 29
.
.
Em A Vida Sexual dos Selvagens, Malinowski define seu
objeto de pesquisa como sendo a sexualidade.
visível.
As práticas amorosas, segundo Malinowski são influenciadas:
particular;
- Ele chama atenção para as relações de um trobiandês com seu pai, sua
dos nativos.
•Em Sexo e Repressão, Malinowski discutindo com a
psicanálise, desafia a teoria edipiana – ao concluir que
o complexo de Édipo não é um fenômeno universal.
Em A Vida Sexual do Selvagem - quando examina a
sexualidade como uma força sociológica e cultural,
incorpora em seus exames as relações de gênero -
muito embora não as denomine assim - sem no entanto
separá-lo de sexo. Porém, se por um lado a sua
concepção de gênero dá margem a que se inclua nela a
dicotomia homem/mulher, deixa de lado as relações que
– EVANS-PRITCHARD, E. E. A Inversão Sexual entre os Azande
(http://www.cchla.ufrn.br/bagoas/v06n07art01_pritchard.pdf)
realeza.
•ttps://www.google.com/search?q=
Azande+fotos+dessa+popula%C3%
A7%C3%A3o&client=firefox-b-d&sxs
rf=ALiCzsbExA_
.
‘.
•O autor fez com que dados e teorias dialogassem, mesmo que essa comunicação
apresente, por vezes, alguns ruídos não muito coerente
‘.
Nova Guiné.
https://www.youtube.com/watch?v=1hWF0nmk840
. Naven retrata um ritual Iatmul homônimo, no qual, em ocasiões especiais, os
simples, tanto por sua forma, quanto por seus personagens, e o que chama a
pela primeira vez, seja uma ação cotidiana ou extraordinária. A forma mais
masculino.
. Do contrário, as mulheres (irmã do pai –iau, irmã –nyanggai,esposa do
pode ser resumida da seguinte forma: quando uma criança realizava alguma
.
.
comunidade (p.14
Desse modo, o autor adotou uma perspectiva sincrônica e dinâmica,
em que a integração da sociedade era um determinado estado de
equilíbrio entre tendências agregadoras e desagregadoras; eraum
fenômeno de comunicação (p. 35).
laua,entre outros.
cismogênese foi expandida para outros contextos, tais como: entre casais,
trabalho seminal de Radcliffe-Brown (1881-1955) sobre o irmão da mãe na África do Sul. Por outro lado, observa expressões
características da emoção iatmul, de seu ethos, e o valor específico a elas atribuído durante a cerimônia, o que mostra como
Apesar da separação meticulosa dos planos de análise, Bateson esclarece que o material sobre o qual se baseia o estudo é
o mesmo, concluindo, no balanço autocrítico efetuado nos epílogos das edições de 1936 e de 1958, que as perspectivas
adotadas são apenas maneiras pelas quais os cientistas organizam a sua descrição, e que, portanto, nem o ethos, o eidos ou
recusados a outros”..
•VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “A relação apihi-pihã: fintando a
afinidade”. In: Araweté – os deuses canibais. RJ. Zahar, 1986 (pp.422-437).
•https://monoskop.org/images/c/c3/Viveiros_de_Castro_Eduardo_Arawete_Os_deuse
s_canibais_1986.pdf
..
.
. Fusão. (sincronia e diacronia).
Strauss diz assim: com a noção de fato social total, Mauss queria
ele descreve a construção das canoas ele tem que levar em conta a
Magia, ele tem que levar em conta a Mitologia, ele tem que levar em
O Kula é um fato social total. De fato ali está tudo misturado. Todas
O fato social total é uma perspectiva que você tem a respeito dos fatos
sociais. E é para essa perspectiva que Levi Strauss está chamando atenção
quando ele diz que há uma tripla perspectiva do fato social total.
Quer dizer, além de ter essas várias integrações que compõem o homem, há
Durkheim.
Trata de dizer sim, que o que você tem mais concretamente são
fenômenos mais ou menos específicos.
síntese de fenômenos.
Mauss não resolve o mistério do Kula dizendo: essa é uma projeção da sociedade, é
uma maneira de integrar a sociedade. Ele descreve como é que o Kula se dá.
Ele descreve quais são as relações de troca efetivas no Kula. Ele descreve quais são
as relações jurídicas no Kula. Ele descreve como é que o Kula se dá.
Quer dizer, a sociedade não é uma coisa, ela é, de algum modo, um processo de
integração.
Então, quando Levi Strauss sustenta o triplo sentido do fato social em
Mauss:
essa integração dos níveis sociais;
essa integração dos níveis humanos;
essa integração entre sincronia e diacronia
Levi Strauss está tocando no ponto chave do salto que Mauss dá na história
da Antropologia em relação ao durkheiminismo.
Isso é, ele está tocando no modo que Mauss desembola quase todos os
impasses que havíamos colocado em relação a Durkheim.
Isso foi o que Levi Strauss compreendeu.
Para entender bem a noção de fato social total tem que acrescentar
Você pode tanto dizer que ao fazer a troca de pessoas por coisas você está
rebaixando as pessoas ao estatuto de coisas quanto pode dizer que ao fazer
a mesma troca você está elevando as coisas ao estatuto de pessoas.
Acho que foi Margareth Mead que perguntou para uma africana se
ela não ficava chateada por ser trocada por vacas. Ai a africana
Eles não são os únicos fatos sociais que existem, mas há alguns
fenômenos empíricos que são adequados para você perceber.
durkheimiana de outro.
comparatista.
Malinowski tem uma posição muito mais próxima daquela de durkheimiana.
Em Boas é uma solução meio de compromisso, pois no limite,Boas acha que eu tenho
Ai entra uma exigência de rigor tão grande porque ele diz que se tem que estudar
cada caso, tão bem estudado antes de se começar a comparação, que ele não
conseguiu fazer comparação nenhuma, pois, evidentemente, ele morreu antes que
isso: como não somos imortais o método de Boas não podia ser praticado .
. O que Boas propunha era estudar todos os casos do mundo até as
últimas conseqüência, então não dava para funcionar.
Ou seja, ele pega quase que um caso, ele pega um sistema mágico
muito bem definido, muito bem estudado, analisa, no sentido próprio
do termo, todos os elementos que estão presentes na Magia.
Então: na Magia tem o mágico; na Magia tem o ambiente mágico; na
Magia tem o não sei o que; e vai separando, separando e no fim ele
diz assim.
Bom, por mais que a gente analise, por mais que a gente dissecar a
Magia, tem sempre um resíduo, tem sempre a ideia de uma força
mágica que embebe todos esses elementos, e que não é analisável,
portanto. Ela está presente no Mago, está presente em não sei o
que...
Essa força é o Mana. Ai ele diz assim, bom aqui é que está o centro
para a gente poder entender o que a Magia é. Então ele vai estudar
o Mana.
Não é um dado único que é analisado no ESD tipo que é feito nas
FEVReligiosa e tampouco é uma infinidade de casos para serem
comparados como no modelo tyloriano.
Esses sistemas são selecionados a partir de uma discussão inicial onde Levi
Strauss mistura dados de todas as partes, mas que é apenas uma maneira
que ele usa para determinar quais são os fatos privilegiados para essa
experiência que ele vai fazer.
. Esse é um ou outro ponto que é ponto fundamental.
É por isso que o ESD é um livro tão lido, porque cada pessoa que vai lendo
o ESD começa a descobrir coisas ali que ela começa a enxergar em outras
partes, à vontade.
fazer agora.
constituem. .
. Esse texto vale a pena ler. É um texto muito antigo,
relação à reciprocidade.
Tem muitas interpretações do ESD. Parece que ele virou uma espécie de
fato social total onde cada um foi separando e interpretando para vender o
sucessivamente.
.
A grande crítica que Levi Strauss faz a Mauss, e Leffort no caso
compartilha dessa crítica, é que como se tivesse uma espécie de
resíduo durkheimiano em Mauss, isso é Levi Strauss falando, que é
como se tivesse um certo de resíduo durkheimiano em Mauss, que
não deixa Mauss levar o seu raciocínio até às últimas
conseqüências.
que o Levi Strauss disse é que Mauss se deixou se mistificar por uma teoria
dos nativos. E que aquela nem sequer era uma teoria nativa, mas uma teoria
de alguns nativos.
É uma teoria de alguns sábios maori que refletiram sobre aquele fenômeno e
existe, uma força na coisa dada que faz com que as pessoas devolvem e faz
Mas, o Levi Strauss tem que dizer isso, a famosa frase: contra o teórico o
razão. Essa frase de Levi Strauss é dificilmente conciliável com essa crítica
que ele faz. Se o nativo tem sempre razão, os maori dizem que é isso que
Strauss diz, não dá para explicar a troca através dessa força espiritual,