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A CONSTRUÇÃO DO CORPO-GÊNERO NA PSICOLOGIA BRASILEIRA

ATUAL
Amanda Neves Rastrelli1
Amana Rocha Mattos2
Resumo: O presente trabalho surgiu a partir dos estudos acerca da teoria queer de Judith Butler e Paul
Beatriz Preciado, que propõe que o sexo e o gênero são construções sócio-culturais retirando o sexo e o
gênero da lógica biológica, mas pensando-os como algo criado por cada sujeito individualmente a partir
de sua vivência em sociedade e através da repetição de comportamentos e hábitos: "Talvez o sexo sempre
tenha sido o gênero, de tal forma que a distinção entre sexo e gênero revela-se absolutamente nenhuma"
(BUTLER, 2015, p. 25), indicando o sexo e o gênero enquanto constructo discursivo dentro da cultura.
Estudos estes que me fizeram concluir que há uma falha no que a psicologia se propõe quando o tema é
gênero. Inclusive por acreditar que enxergar o sujeito em sua totalidade, isto é, levando o seu gênero em
consideração, seja também um papel da psicologia, ainda mais em tempos atuais, quando a discussão
acerca deste tema vigora. E que, é preciso ir além do que Butler e Preciado propõe, visto que somos ainda
um país com as marcas da colonização muito presentes. Logo, proponho uma aproximação da discussão
da construção psicológica do sujeito à construção do gênero do mesmo. A fim de que o gênero entre,
enfim, na discussão acerca da individualidade, permitindo que o sujeito possa ser visto singularmente, a
partir de sua experiência, daquilo que acontece no encontro entre indivíduo e mundo e que possibilita que
o corpo e o gênero sejam individuais e não categorizados.

Palavras-chave: Gênero, América Latina, teoria queer, Psicologia Social.

Diferente do que é apreendido com a Psicologia do Desenvolvimento, onde o


gênero é determinado pelo sexo, como nos aponta Mattos e Cidade (2016) de forma
biologizante e pragmática, Judith Butler (1990) inaugura o conceito de gênero
performativo, ou seja, o gênero não é substantivo, mas um verbo (igual à ação).

A psicologia vem se consolidando, desde o século XX, como área de


formação de especialistas para explicarem, diagnosticarem e cuidarem de
sujeitos entendidos como “desviantes” na sociedade moderna. No que diz
respeito às questões de gênero e sexualidade, consagrou-se como um campo
especialmente prolífico na produção de conceitos, categorias e teorias que
promoveram uma naturalização do elo entre determinado genital, sexo,
gênero e orientação sexual. Tal naturalização, fundada sobre preceitos
evolucionistas (que ressaltam os fins reprodutivos da dimensão sexual
humana). (...) Convocada para analisar, classificar e falar sobre corpos,
experiências e relações de sexo/gênero, a psicologia responde
frequentemente, enquanto ciência e prática profissional, de maneira a
contribuir para as políticas de Estado que fazem a gestão dos corpos e a

1
Mestranda, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil.
2
Professora Doutora Adjunta, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil.

Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13 th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
manutenção de normas estáveis e ideais regulatórios de
sexo/gênero. (MATTOS, A.; CIDADE, M. L, 2016, pág. 135)

Logo, o gênero é performativo e individual. Cada indivíduo se constitui de


forma diferente, ou seja, cada um tem um gênero. Entretanto, como para Butler o
predominante é a transformação, ninguém chega a ser um gênero, mas a construí-lo
diariamente. Portanto, cada um desenvolve um gênero, mas o gênero nunca é finalizado.
Ele é uma espécie de território inabitado, um lugar a ser descoberto, visto que não tem
como prever o gênero, ele nasce a partir de experimentações de si mesmo, trazendo
descobertas que só são tangíveis ao próprio sujeito.

Se alguém é uma mulher, isso certamente não é tudo o que esse alguém é; o
termo não logra ser exaustivo, não porque os traços predefinidos de gênero da
pessoa transcendam a parafernália específica de seu gênero, mas porque o gênero
nem sempre se constitui de maneira coerente ou consistente nos diferentes
contextos históricos, e porque o gênero estabelece interseções com modalidades
raciais, classistas, étnicas, sexuais e regionais de identidades discursivamente
constituídas. Resulta que se tornou impossível separar a noção de ̳gênero das
interseções políticas e culturais em que invariavelmente ela é produzida e
mantida. (BUTLER, 2003, p.33)

Baseada na teoria de construção de gênero de Butler, o filósofo Paul Beatriz


Preciado inaugura a teoria de Multidão Queer.

O corpo não é um dado passivo sobre o qual age o biopoder, mas antes a
potência mesma que torna possível a incorporação prostética dos gêneros. A
sexopolítica torna-se não somente um lugar de poder, mas, sobretudo, o espaço
de uma criação na qual se sucedem e se justapõem os movimentos feministas,
homossexuais, transexuais, intersexuais, transgêneros, chicanas, pós-coloniais...
As minorias sexuais tornam-se multidões. O monstro sexual que tem por nome
multidão torna-se queer. O corpo da multidão queer aparece no centro disso que
chamei, para retomar uma expressão de Deleuze, de um trabalho de
"desterritorialização" da heterossexualidade. Uma desterritorialização que afeta
tanto o espaço urbano (é preciso, então, falar de desterritorialização do espaço
majoritário, e não do gueto) quanto o espaço corporal. Esse processo de
"desterritorialização" do corpo obriga a resistir aos processos do tornar-se
"normal". Que existam tecnologias precisas de produção dos corpos "normais"
ou de normalização dos gêneros não resulta um determinismo nem uma
impossibilidade de ação política. Pelo contrário, porque porta em si mesma,
como fracasso ou resíduo, a história das tecnologias de normalização dos corpos,
a multidão queer tem também a possibilidade de intervir nos dispositivos
biotecnológicos de produção de subjetividade sexual. (PRECIADO, 2013, p.2)

Para tal autore, a verdade sobre o gênero não existe, está por ser inventada. O
corpo é uma escritura e a escritura é uma tecnologia, pois é um instrumento de
intervenção sobre nós mesmos. Tudo é um texto: a sociedade, o corpo, a sexualidade, os

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lugares, etc. Homossexualidade e Heterossexualidade são ficções políticas, criadas a
partir de discursos médico e religioso em nossa sociedade. O que existe é uma
multiplicidade de subjetividades e, consequentemente, possibilidades de identidades.

O sistema sexo/gênero é um sistema de escritura. O corpo é um texto


socialmente construído, um arquivo orgânico da história da humanidade como
história da produção-reprodução sexual, na qual certos códigos se naturalizam,
outros ficam elípticos e outros são sistematicamente eliminados ou riscados. A
(hetero)sexualidade, longe de surgir espontaneamente de cada corpo recém-
nascido, deve se reinscrever ou se reinstruir através de operações constantes de
repetições e de recitações dos códigos (masculino e feminino) socialmente
investidos como naturais (PRECIADO, 2015, p. 26).

Para Preciado, não existe célula feminina ou masculina. A biologia é um


processo tecnovivo que é influenciado culturalmente. É raro que se tenha um
conhecimento das próprias células corporais, é extremamente incomum que o indivíduo
tenha acesso à sua carta de DNA, que comprovaria sua suposta sexualidade, logo, o
sujeito (bem como a sexualidade do mesmo) é avaliado por sua estética. O corpo é
múltiplo e plástico, a categoria de gênero foi inventada para sustentar a binaridade já
que não se podia explicar a multiplicidade de corpos. O gênero é um objeto de poder e
de normalização, de obediência, de técnica política. E é a partir daí que a
heterossexualidade ou homossexualidade se torna normal ou perversa. O movimento
Queer, que Preciado propõe, vê o gênero e a sexualidade como espaços plásticos,
passíveis de modificação.

Entretanto, o incômodo que faz com que este trabalho aconteça, é a percepção
de, por mais que as teorias de Butler e Preciado sejam atuais e relevantes, o que a gerou
é um cenário localizado e experenciado a partir de realidades diferentes da América
Latina. Aqui no sul do mundo, com os movimentos sociais unificados pensando as
questões de gênero e Feminismo, desponta nomes como o de Maria Galindo, ativista
anarquista, que afirma: “eu quero ser mulher sem modelos a que imitar”.

Para Maria Galindo, não se pode despatriarcalizar sem descolonizar. Ela


inaugurou o conceito de despatriarcar e acredita que só se pode desfazer o elo entre
colonização e patriarcado quando se buscar o lugar das mulheres nessa relação. Não há
como entender a homofobia, não há como entender o posicionamento contra a

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legalização do aborto sem entender a colonização. Em primeiro lugar, há a
desmestiçagem dos índios e brancos, há uma tentativa de branqueamento quando a
mulher branca é colocada como modelo, como ícone de beleza, e para Galindo, esta é a
origem o racismo. Nossa cultura é composta por miscigenação, entretanto é uma
miscigenação forçada, na base da violência sexual, escravidão, humilhação e exploração
das mulheres. Quem o somos e como o nosso gênero/identidade é constituído, é
marcado por violência; ser uma mulher colonizada é marcado por violência. Quem era,
e quem continua sendo, o principal alvo de violação e submissão senão às mulheres?

No se puede descolonizar sin despatriarcalizar, porque la complicidad


colonizador/colonizado se construyó sobre la base del intercambio de mujeres
como botín de guerra, o como vehículo de alianzas políticas. (GALINDO, 2014,
p.18).

A despatriarcalização é um método, um processo, uma possibilidade, uma


desmontagem, uma desmistificação. É desarmar, destruir, descodificar. E ao mesmo
tempo descolonizar é algo que está no horizonte, uma utopia, uma impossibilidade. E
então também é vital e importante porque nos permite sair da voracidade liberal. Como
horizonte a despatriarcalização se descoloca desse terreno de todas as lutas sociais. Ao
mesmo tempo a despatriarcalização é a criação de um sujeito político, o que é
primordial para tornar-se concreta. O sujeito poderia ser expresso, metaforicamente
como “índias, putas e lesbianas – juntas, revoltasey hermanadas” (GALINDO, 2007,
p.21). Com isso, a psicóloga quer dizer que não está falando da mulher do feminismo
liberal, branco, rico que só explora a mulher sulamericana, mas da mulher da América
do Sul, que foi educada e treinada a se comportar sob outro registro que não o europeu
de Preciado ou o americano de Butler, por exemplo.

Es necesaria una visión compleja sobre el patriarcado: este no es la


discriminación de las mujeres, sino la construcción de las jerarquias sociales,
superpuestas unas sobre otras y fundadas en privilégios masculinos sobre las
formas de organización social. El patriarcado no es una cuestión aparte sino un
eje de la construcción económica, cultural y política de la sociedad. La
despatriarcalización se convierte entonces en la osadía de concebir al patriarcado
como una estructura susceptible de ser desmontada, osadía íntimamente
relacionada con la desobediência masiva de las mujeres a los mandatos
patriarcales, una desobediência que aunque se pretendacontener desde las
instituciones es profundamente anti-institucional. (GALINDO, 2013, p.27).

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Esse sujeito político possibilita a des-guetização, a desfragmentação. Galindo
acredita que a revolução feminista é falida por se colocar a favor do patriarcado, por se
resumir à três tipos de mulheres: as que giram em torno da construção da representação
das mulheres como sujeito político (quando uma mulher acredita representar a outra
simplesmente pelo fato de ser mulher, acreditando que está sendo porta-voz das
mulheres, está, na verdade, sendo à favor do patriarcado, visto que cada grupo de
mulher tem um tipo de demanda. É evidente que há demandas comuns – como a
violação sexual, por exemplo – mas uma mulher hétero tem demandas diferentes de
uma mulher lésbica e assim sucessivamente); as que giram em torno da violência
machista (estão sendo exigidas e criadas leis de proteção à mulher que dão a ilusão de
que hoje em dia as mesmas possuem um maior aparato de defesa do que as gerações
anteriores, quando na verdade, a violência não cessa por essas leis, além de os
dispositivos de proteção não funcionarem devidamente, visto que é gerido pelo Estado,
ou seja, pelo patriarcado) e aquelas que giram em torno da soberania do corpo
(enquanto a maternidade for romantizada e as mulheres acreditarem que nasceram pra
ser mães; enquanto o aborto for um tabu onde o Estado decide se a mulher pode ou não
abortar; enquanto o prazer sexual feminino não for abertamente discutido sem que a
reprodução seja relacionada à sexualidade; a mulher não terá uma real voz e poder sobre
o próprio corpo).

La idea de que lo único que nos hace falta alas mujere em el capitalismo es uma
serie de derechos a adquirir y por lo tanto el contenido de la lucha se resume em
formas de inclusión dentro el proyecto hegemónico, es la idea mas perversa y
conservadora de cara a las luchas feministas em el mundo. (GALINDO, 2014, p.
46).

Despatriarcalizar é uma nova matriz de luta feminista a fim de transformar a


sociedade em um lugar mais habitável, com mais sonhos. Entretanto, não há como
exigir que a consciência feminista das mulheres se dê da mesma forma, visto que cada
uma tem uma realidade sócio-cultural, com experiências, afetações e, portanto,
construções, diferentes

María Galindo es la de un feminismo fundado en la combinación y alianza


insólita, imposible y prohibida, inesperada, entre diferentes: Indias, putas y
lesbianas, juntas, revueltas y hermanadas. Deshacer la fila, asaltar la mesa
desordenándolo todo y poniéndolo patas arriba(Mujeres Creando, 2013, p.45).

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“A proposta de Galindo é estar na rua, na luta callejeira, a fim de ser
reconhecida, de ser legitimada como mulher, índia e lésbica, como isujeito único, por
mais que esse termo soe redundante, é ali mesmo que ela quer chegar “eu quero ser
mulher sem modelos a quem imitar” (Galindo, 2015, 36). Ela defende a identidade
como uma construção diária, ou seja, a construção do gênero está para Preciado, Butler
e Galindo da mesma forma performativa, entretanto, a Sudamericana acredita que
gênero é só mais uma questão dentro de uma rede sistêmica de opressões, dentro da
tecnocracia. Logo, não desenvolve um conceito para gênero, mas se apega em desfazer
a linguagem fixa, o sujeito fixo, o tradicionalismo, o nacionalismo, o conceito e postura
de pátria e colônia. Para ela o sujeito se constrói diariamente, visto que a linguagem se
modifica todos os dias, de cultura para cultura, de contexto histórico para contexto
histórico, local para local, logo o sujeito é performativo, diferentemente do que o
sistema representacional nos faz crer, já que é vantajoso propagar a ideia de que temos
que ter corpos, mentes, vidas e anseios iguais, que é exatamente o que mantém o
sistema colonialista-patriarcal funcionando.

Então, é nessa junção teórica que acredito que a Psicologia do Desenvolvimento


falha e que deveria debruçar-se: se o gênero e a identidade são processos construídos a
partir das experimentações sociais, como pode a Psicologia ignorar esta construção?
Como as teorias de gênero na América do Sul podem ignorar o fato de que fomos
colonizados e que, ao legitimar a Teoria Queer sem repensá-la a partir das vivências
sudacas, estamos, mais uma vez sendo colonizados?

Seguirei sonhando e implorando ao universo que a educação latino-americana


mude e que a partir da origem da formação humana se use estes tipos de
conhecimento, para que nossos filhos, limpos de impurezas impostas
genericamente, se formem livres de estigmas sociais, como os que realizam
atualmente os Jardins infantis da Suécia, e esta ideia de aprender em um
ambiente com neutralidade de gênero, erradicando os estereótipos e a
desigualdade, se espalhe tão fortemente como as ideologias místicas e chegue a
todo o mundo (HIJA DE PERRA, 2015, p.8)

Despatriarcar é um verbo, uma construção de identidade, uma ação política,


inventado, por acreditar que as mulheres precisam, em primeiro lugar, criar
continuamente, reinventar-se, desobedecer ao sistema patriarcal intrínseco. E é
importante perceber que

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Despatriarcar es un verbo, es una acción política que destituye al patriarca de su
poder y su autoridad, en todos y cada uno de los ámbitos: desde la cama hasta la
calle, desde la historia hasta la ley (GALINDO, 2014, p.32).

“Ni Dios, ni amo, ni marido, ni partido” (GALINDO, 2007, p.1), esta é a frase
que está no horizonte, fazendo uma metáfora da despatriarcalização para Galindo. Mas
vale lembrar que estar no horizonte não é um impeditivo para tentar vive-la.

Referências

BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do "sexo" Em: O corpo
educado pedagogia da sexualidade. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2000.
BUTLER, J O parentesco é sempre tido como heterossexual? Em: Cad. Pagu [online].
2003, n.21, pp. 219-260. Disponível em < http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
83332003000200010>.
BUTLER, J. Problema de Gênero – feminismos e subversão da identidade. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
GALINDO, M; A despatriarcar. Disponível em
http://mujerescreando.org/pag/articulos/2014/05-21-2014-a%20despatriarcar.html
acessado em 01/03/2016 às 22:00h
GALINDO, M. Detrás de una mujer feliz, un machista abandonado. Disponível em: <
http://mujerescreando.org/pag/articulos/2013/02-22-2013-detrasdeunamujerfeliz.html>
acessado em: 01/03/2016 às 22:02h
GALINDO, M. El II Encuentro de mujeres em lucha. Disponível em
http://www.mujerescreando.org/pag/articulos/2007/mujeresenlucha/mujeresenlucha.htm
acessado em: 22/06/2017 às 23:18h.
GALINDO, M. Maricona, Disponível em:
http://mujerescreando.org/pag/articulos/2014/25-06-2014-mariconal.html > acessado
em: 01/03/2016 às 22:04h
GALINDO, M. No Se Puede Descolonizar Sin Despatriarcalizar. Bolívia/La Paz:
Editora MC, 2013.
MATTO S, A.; CIDADE, M. L. Para pensar a c ishet ero normatividade na Psicolog
ia. Periódicus, Salvador, n. 5, v. 1, maio-out.2016. Revista de estudos indisciplinares em
gêneros e sexualidades Publicação periódica vinculada ao Grupo de Pesquisa CUS, da
Universidade Federal da Bahia – UFBA
PERRA, HIJA. Interpretações imundas de como a Teoria Queer coloniza nosso
contexto sudaca, pobre de aspirações e terceiro-mundista, perturbando com novas
construções de gênero aos humanos encantados com a heteronorma.Revista Periódicus
2ª edição novembro 2014 - abril 2015

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Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
PRECIADO, P.B.; Manifesto Contrasexual — práticas subversivas de identidade
sexual; Rio de Janeiro: N. 1 edições, 2015
PRECIADO, P. B, Multidões queer: notas para uma política dos "anormais". Rev.
Estud. Fem.[online]. 2011, vol.19, n.1, pp. 11-20. ISSN 0104-026X.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2011000100002.

The construction of the body-gender in current Brazilian Psychology


Abstract: The present work arose from the studies about the queer theory of Judith
Butler and Paul Beatriz Preciado, which proposes that sex and gender are a socio-
cultural constructions by removing gender and gender from biological logic, but
thinking of them as something created for each subject individually from their
experience in society and through the repetition of behaviors and habits. "Perhaps sex
has always been the gender, so that the distinction between sex and gender turns out to
be absolutely nonexistent" (Butler, 2015, p.25), indicating sex and gender as a
discursive constructo whithin culture. These studies have led me to conclude that there
is a flaw in what psychology proposes when the theme is gender. Even by believing that
to see the subject in its totality, that is, taking its gender into consideration, is also a role
of psychology, even more so in current times, when the discussion about this subject is
in force. And that, we must go beyond what Butler and Preciado proposes, since we are
still a country with the marks of colonization very presente. Therefore, I propose an
approximation of the discussion of the subject's psychological construction to the
construction of the subject's gender. In order that the genre may enter into the discussion
about individuality, allowing the subject to be seen singularly, from his experience, of
what happens in the encounter between the individual and the world and that allows the
body and gender to be Individual and unclassified.
Keywords: gender, Latin America, queer theory, Social Psychology

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