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Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias

Unidade Curricular de Antropologia Sociológica

2º Ano – 3º Semestre

Licenciatura em Enfermagem (XLII CLE)

As principais instituições sociais, o seu funcionamento e relação com a saúde

Elaborado por:

Inês Rodrigues, 30008716


Mariana Porto, 30008933
Marisa Almeida, 30008685
Micaela Filipa, 30008780

Orientado por:

Profª Madalena Mascarenhas

Lisboa, Portugal

Dezembro de 2022

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Círculo de Saúde e Doença na Família……………………………………………9

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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
2. INSTITUIÇÃO FAMILAR .................................................................................................... 5
2.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA .................................................................. 5
2.2. EVOLUÇÃO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL ............................................................ 6
2.3. RELAÇÃO DA FAMÍLIA COM A SAÚDE .................................................................... 8
3. INSTITUIÇÕES POLÍTICAS ............................................................................................. 11
3.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES POLÍTICAS ................................. 11
3.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS EM PORTUGAL ............................ 12
3.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS COM A SAÚDE ................................ 13
4. INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS .......................................................................................... 16
4.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS .............................. 16
4.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS EM PORTUGAL ......................... 17
4.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS COM A SAÚDE ............................. 19
5. INSTITUIÇÕES ESCOLARES ........................................................................................... 22
5.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES ESCOLARES .............................. 22
5.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES EM PORTUGAL .......................... 22
5.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES COM A SAÚDE .............................. 24
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 27
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 28

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1. INTRODUÇÃO
No âmbito da Unidade Curricular de Antropologia Sociológica, lecionada pela
professora Madalena Mascarenhas, foi-nos proposto a realização de um trabalho sobre as
principais instituições sociais, o seu funcionamento e a sua relação com a saúde.

Desde cedo que o Ser Humano se encontra num sistema social onde incorpora
valores e normas da sua sociedade, aprendendo a participar e agir conforme o grupo ou
comunidade em que estamos inseridos.

A socialização pode ser definida como um processo em que a pessoa interioriza


os padrões sociais impostos pela sociedade. Esta permite que o indivíduo aja de acordo
com as expectativas sociais e, dependendo das culturas, ter desejos e sentimentos
permitidos pela sociedade (Piletti, 1986).

As instituições sociais são ferramentas de socialização criadas pelo Homem, com


a função de controlar as relações sociais e interpessoais. As instituições sociais
normatizam, legalizam e legitimam os comportamentos do indivíduo na sociedade
(Ramos & Nascimento, 2008). Desta forma, foram identificadas entidades de instituições
sociais como a família, a política, a religião e a educação.

Podemos afirmar que uma instituição social é tudo aquilo que procura padronizar
a ação dos indivíduos, instituindo comportamentos, e fazendo-os agir de acordo com as
expectativas socialmente construídas (Foracchi & Martins 1994).

Além disso, as instituições sociais têm como finalidade a satisfação das


necessidades dos indivíduos e dos grupos sociais. Estabelecem padrões, papéis e relações
entre os indivíduos da mesma cultura na satisfação destas necessidades, definem
comportamentos, valores e códigos de conduta (Caetano, 2009).

Posto isto, o objetivo do nosso trabalho será com o propósito de adquirir


conhecimentos acerca das instituições sociais, o seu funcionamento, evolução,
importância na sociedade e relacionar as respetivas instituições sociais com a saúde.

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2. INSTITUIÇÃO FAMILAR
2.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA
“O conceito de família é antigo, existindo desde o início das primeiras aglomerações
humanas. Desta forma, é um fato social que, independentemente de suas múltiplas
configurações e modelos, está presente há muito tempo na humanidade.” (Stacciarini,
2019, p.13).

A família é um dos principais grupos sociais a que pertencemos, visto que é uma
fonte de socialização fundamental para a aprendizagem de padrões e normas culturais
adequadas a um determinado indivíduo, que devem ser internalizados e reproduzidos nas
suas funções sociais (Ramos & Nascimento, 2008).

A principal função da família consiste na educação, sendo que deve ensinar as


atitudes que permitem preservar a vida, ensinar o desenvolvimento da capacidade de
relacionamento familiar, social, atividade reprodutiva e para a inserção profissional, e,
por fim, a transmissão e criação de normas culturais (Ramos & Nascimento, 2008).

Além disso,

“a família representa o espaço de socialização, de busca coletiva de estratégias de


sobrevivência, local para o exercício da cidadania, possibilidade para o desenvolvimento
individual e grupal dos seus membros (...), com crenças, valores e práticas desenvolvidas
ligadas diretamente às transformações da sociedade (...)” (Valle, 2009, p.121).

Pode-se afirmar que a família é constituída por um conjunto de pessoas unidas


pelo grau de parentesco. É, ainda, uma estrutura social que se altera ao longo do tempo e
do espaço, devido ao número de casamentos, ao tipo de casamento e ao tipo de família
(Ramos & Nascimento, 2008).

Quanto ao número de casamentos, a família pode ser monogâmica ou poligâmica.


Na família monogâmica, cada esposo tem apenas um cônjuge, como acontece na
sociedade portuguesa. A família poligâmica consiste num casamento de um homem com
várias mulheres, como acontece, por exemplo, nas tribos africanas (Ramos &
Nascimento, 2008).

No que diz respeito ao tipo de casamento, existe a endogamia e a exogamia. A


endogamia significa que o casamento é permitido apenas dentro do mesmo grupo ou tribo,
sendo muito comum nas sociedades primitivas. A exogamia é o tipo de casamento

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encontrado na maioria das sociedades modernas, sendo o casamento com alguém fora do
grupo social (Ramos & Nascimento, 2008).

Ainda, a família pode ser classificada em dois tipos básicos: família nuclear, que
reúne o casal e os seus filhos, e família extensa, que reúne os parentes além do casal e
filhos, como os avós, netos, genros ou noras (Ramos & Nascimento, 2008).

2.2. EVOLUÇÃO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL


De acordo com Stacciarini (2019), antigamente, as famílias eram constituídas com a
intenção de garantir a segurança dos seus pares, não sendo o afeto o principal fator que
os uniam. No entanto, isto não significa que houvesse ausência de afetividade entre estes
membros.

“De fato, os interesses das sociedades primitivas eram mais pragmáticos e voltados à
sobrevivência, reprodução e assistência, o que não quer dizer acerca da exclusão absoluta
do afeto entre os seus integrantes. Diz-se apenas que não era o fator predominante, como
nos dias atuais com relação às configurações familiares ocidentais.” (Stacciarini, 2019, p.
15).

Assim, salvo raras exceções, não se pode afirmar que antigamente havia
configurações familiares como as conhecemos atualmente, em que o principal foco
passou a ser a afetividade entre os membros da família.

As aglomerações humanas surgiram através de uma facticidade, levando em


consideração os relacionamentos que deram origem ao crescimento populacional, sendo,
assim, o principal agente socializador do ser humano.

Estas famílias eram formadas segundo um regime matriarcal, ou seja, por


aglomerações humanas, em que a mulher detinha o governo familiar (Nader, 2016).

"Dentro do matriarcado teria havido tanto a poliandria (vários homens para uma mulher)
como a monogamia, fase em que a mulher se unia apenas a um homem. O fato de o
homem ser guerreiro, caçador, deslocando-se no espaço como nômade, enquanto a
mulher cuida da sobrevivência dos filhos, cultivando a terra, muito contribuiu para a
caracterização do pretendido tipo familiar” (Nader, 2016, p.45).

Neste seguimento, surgiram as tribos e os modelos pré-modernos de divisão de


trabalho e tarefas, sendo este fenómeno marcado por um desenvolvimento embrionário
das relações sociais e familiares.

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Admite-se assim que as primeiras famílias tenham surgido do desenvolvimento
das relações sociais e afetivas, não somente de vínculos biológicos. É também importante
compreender que nestas relações familiares,

“(...) intervêm outros fatores de ordem social e económica. Como tal, o conceito varia de
acordo com a estrutura social e política em que se insere e interessa recordar os diversos
conceitos de família que acompanharam a evolução histórica das sociedades humanas.
Não existe um conceito único de família, mas diversos conceitos” (Medina, 2013, p.21).

Em oposição ao modelo de família dos povos antigos, no século XVIII estas eram
mais complexas, pois não estavam destinadas somente à procriação, mas também à
educação da sociedade, possibilitando um auxílio mútuo entre os seus membros.
(Stacciarini, 2019).

Nesta época histórica, o matrimónio era considerado monogâmico por tradição,


sendo considerado uma união entre o homem e a mulher, com o objetivo de estabelecer
uma comunhão de vida duradoura. No entanto, o homem assume um papel determinante
no que diz respeito aos seus filhos, à sua esposa e, em última instância, com a sociedade,
sendo este papel caracterizado por uma maximização do poder enquanto chefe de família.
A “masculinidade era vista como símbolo protetor e estruturador dos grupos sociais”
(Santiago, 2015, p.36).

Posto isto, o modelo predominante destas famílias baseia-se num conceito


patriarcal e hierarquizado, sendo que a mulher casada se encontrava com bastantes
limitações. Somente com o falecimento do cônjuge, a mulher se tornava autónoma
(Stacciarini, 2019).

No entanto, o século XX foi marcado por transformações na sexualidade e na


constituição familiar, devido a um desenvolvimento técnico, científico e industrializado.
O que permitiu uma mudança nos papéis tradicionais femininos e masculinos “permitindo
às mulheres o investimento instrumental no mundo profissional (exercício de profissões
remuneradas), e aos homens, o investimento expressivo num mundo familiar constituído
por afetos e cuidados” (Giron, 2018, p.13).

Podemos assim compreender que houve desenvolvimentos notórios na


constituição familiar, com destaque para a diminuição do poder absoluto da figura do
homem enquanto pai, que antes era visto como o chefe de família, permitindo uma maior
equidade entre a mulher, perante os seus filhos (Stacciarini, 2019).

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Posteriormente, surgiram alguns novos conceitos de família, como, família
mononuclear, reconstituídas, homoparentais, com filhos biológicos ou com filhos
adotivos. Porém “nenhuma é tão revolucionária quanto a família homoparental, já que
esta suprime um princípio fundamental na constituição do grupo familiar: a diferenciação
sexual” (Giron, 2018, p.14).

Particularmente, os casais homoparentais, sejam eles femininos ou masculinos,


vieram modificar as crenças sobre a parentalidade, a procriação e a sexualidade. Além
disso, ainda enfrentam alguns problemas, mais especificamente, na falta de aceitação da
família e da sociedade, “o medo ou repulsa por pessoas homossexuais, a avaliação dos
atos homossexuais como desviantes ou patológicos, e as atitudes em relação aos direitos
das pessoas homossexuais (...)” (Giron, 2018, p.16).

Assim as famílias homoparentais fazem, atualmente, parte da sociedade, mas


ainda existe um grande caminho a percorrer para a normalização destas famílias, de modo
a reduzir todos os preconceitos que as rodeiam.

Posto isto, a família é um sistema aberto, cujo conceito tem sofrido, praticamente
em todas as sociedades, alguns períodos de instabilidade e mudança, várias teorizações,
ramificações e diferenciações, desde os tempos primitivos até aos mais modernos.

2.3. RELAÇÃO DA FAMÍLIA COM A SAÚDE


As instituições sociais revelam um papel importante na saúde dos membros que as
constituem. Geralmente, uma grande parte da saúde é determinada pela instituição
familiar, no entanto não se deve menosprezar a influência da instituição política, da
instituição religiosa e instituição educacional.

A família e fatores associados têm um papel fundamental na prestação de


cuidados, na saúde e no bem-estar dos elementos da família, sendo a fonte principal de
crenças e tipos de comportamentos relacionados com a saúde (Ribeiro, 2007).

Doherty & Campbell (1983) desenvolveram um modelo denominado por “Círculo


de Saúde e Doença na Família”, que explica a relação entre o sistema familiar e o sistema
de saúde através de várias categorias como a promoção de saúde e prevenção da doença,
a vulnerabilidade e o início da doença, o significado familiar do adoecer, a resposta
familiar à fase aguda da doença, e a adaptação à mesma e à sua reabilitação.

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A promoção da saúde e a prevenção da doença
relaciona a família e seus estilos de vida, referindo-se
aos comportamentos que esta tem e que determinam a
saúde e o bem-estar (Ribeiro, 2007).

Fig. 1 – Círculo de Saúde e


Doença na Família.

A família é uma das principais instituições que pode influenciar os


comportamentos do indivíduo, como a dieta, o exercício físico, o tabagismo, a adesão à
terapêutica ou o uso dos serviços de saúde (Ribeiro, 2007). Em relação ao tabagismo, os
“fumadores têm mais tendência a casar com fumadores, fumar o mesmo número de
cigarros e deixar de fumar em simultâneo” (Ribeiro, 2007, p.301-302). Além disso,
normalmente os membros da família partilham as mesmas dietas e ingerem as mesmas
quantidades de calorias, o que por vezes podem induzir a distúrbios alimentares (Ribeiro,
2007).

Tendo em conta que a doença cardiovascular é uma das principais causas de


mortalidade em Portugal, todos estes fatores merecem a atenção dos profissionais de
saúde e justificam a necessidade de realizar abordagens terapêuticas, no âmbito da
educação para a saúde e modificação de estilos de vida, junto da família (Ribeiro, 2007).

Além disso, certos eventos stressantes no seio familiar provocam uma


determinada vulnerabilidade no indivíduo, influenciando a sua saúde. Por exemplo,
segundo Ribeiro (2007), o acontecimento de vida que produz maior stress na pessoa é a
morte do cônjuge ou parceiro e, ainda, que o divórcio ou a separação conjugal
condicionam o aumento da mortalidade (Ribeiro, 2007).

De acordo com Ribeiro (2007), a utilização dos serviços de saúde é influenciada


por fatores familiares e que existem diversos padrões familiares de utilização desses
mesmos serviços de saúde. “Quando o indivíduo desenvolve sintomas, o processo de
decisão pode envolver a família inteira e ser afetada pela história familiar relacionada
com outros problemas de saúde” (Ribeiro, 2007, p.302).

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Os casos de doença aguda são um dos desafios mais difíceis que pode acontecer à
família porque

“pode existir um período de negação perante a situação, seguida de uma rápida


mobilização de recursos e suporte por parte da família. Durante a fase de crise, toda a
família se mobiliza perante o doente mesmo quando existe história de conflitos,
afastamento ou separação entre os elementos da família” (Ribeiro, 2007, p.302-303).

Por fim, verificou-se que o grau de coesão da família é um fator de grande


influência no êxito do suporte familiar, seja na doença aguda como na doença crónica.
“Os familiares são os que mais apoiam os doentes crónicos perante a solicitação do ponto
de vista físico, incluindo a preparação de refeições, a administração de medicação e nos
cuidados diários” (Ribeiro, 2007, p.302-303), portanto a doença crónica afeta todos os
aspetos da vida familiar.

Posto isto, a família é um dos principais pilares no suporte emocional e físico do


indivíduo no que diz respeito à saúde e à doença, isto porque não é possível separar estes
dois conceitos da pessoa nem do ambiente que a rodeia.

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3. INSTITUIÇÕES POLÍTICAS
3.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES POLÍTICAS
O sistema político é concebido como uma atividade orientada em torno da organização
do Estado, constituído por instituições políticas e “aparelhos próprios concebidos para o
controlo do sistema social, através do exercício do poder e da definição de objetivos
coletivos que, não sendo neutros, dependem de ideologias dominantes num dado período
e da forma como se legitimam” (Tavares, 2016, p. 178).

Deste modo, o sistema político pode ser entendido como um subsistema do


sistema social, que é formado por um conjunto de elementos interdependentes, por
exemplo, o sistema político depende do sistema económico, sistema educativo e sistema
de saúde, e vice-versa (Tavares, 2016).

As políticas sociais constituem-se enquanto uma das dimensões do sistema


político que, por sua vez, se decompõe em políticas setoriais, como as políticas de saúde
ou políticas educacionais, entre outras. Além destas, as instituições políticas, também são
uma dimensão do sistema político (Tavares, 2016).

As instituições políticas destinam-se ao Estado ou fazem parte dele, sem


propriamente o integrar. “Todo o Estado é também um conjunto ou um sistema de
instituições, como as leis, os órgãos da burocracia pública e os ramos do governo” (Couto,
2015, p.481).

Nenhuma instituição política funciona sem objetivos, visto que atuam em


contextos amplos que englobam alterações incontroláveis, que ocorrem devido à
interação com outras instituições sociais, económicas e culturais. Uma alteração numa
das instituições pode não corresponder aos objetivos da instituição política, alterando os
seus resultados esperados. Um exemplo disto, são os partidos, que na sua origem são
elementos de oposição tornando-se depois membros do governo ou vice versa (Couto,
2015).

Assim, os objetivos antes traçados, deixam de fazer sentido, devido às


modificações, adaptações e transformações que ocorreram e não se inserem mais no
contexto (Couto, 2015).

As instituições políticas planeiam objetivos e visam responder a situações de


desigualdade social, na sua maioria relacionadas com fenómenos de pobreza e de
exclusão social, o que remete para a sua principal função de proteção da sociedade. Estas

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tentam promover um conjunto de mecanismos ou serviços que se destinam à assistência
dos cidadãos e responder às situações de carência e necessidades existentes (Rodrigues et
al., 1999).

3.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS EM PORTUGAL


Em Portugal, houve dois períodos históricos divididos pela Revolução de 25 de abril de
1974. Na época anterior a este marco histórico, as políticas sociais desenvolvidas
baseavam-se, maioritariamente, nos conceitos do Estado Novo. No entanto, a partir desta
data, destacou-se uma importante transição democrática com impacto no âmbito da
proteção social (Rodrigues et al., 1999).

O papel das instituições políticas, como o Estado, alargou-se progressivamente,


passando de uma função de controlo ou supervisão das atividades de organizações
privadas, como por exemplo as instituições religiosas de caridade, para exercer um papel
ativo (Rodrigues et al., 1999).

Com isto, foram criadas instituições políticas no âmbito da dimensão social que
com o passar dos anos, foram reformadas, “(...) das quais se evidencia a criação dos
seguros sociais obrigatórios (em 1919) e a sua consolidação (com o Estado Novo) num
sistema de base corporativa, o que evoluiu para a criação de várias instituições de
previdência (1935)” (Rodrigues et al., 1999, p.40).

Nos anos 60, aquando da reforma do sistema de proteção social, surgiu o


mecanismo de Estado-Providência, que permitiu a criação de serviços públicos de
educação, saúde e segurança social, mais especificamente as caixas de previdência, com
o objetivo fundamental da proteção das sociedades. Estas admitiam prestações imediatas
de doença, maternidade, desemprego e abono de família, um exemplo disso foi a criação
da Caixa Nacional de Seguros e Doenças Profissionais (Rodrigues et al., 1999).

Após o 25 de abril, a institucionalização da democracia alcançou um conjunto de


transformações políticas, das quais já tinham sido iniciadas na década de 60, o que levou
a um desmantelamento das estruturas administrativas do regime anterior (Barreto, 1997;
Rodrigues et al., 1999). As reformas imediatas mais importantes são referentes ao sistema
de assistência ao desemprego e criação da pensão social. Perante estas medidas, destaca-
se o aumento do salário mínimo, abono de família e pensão mínima (Rodrigues et al.,
1999).

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No final dos anos 70, as mudanças elaboradas ao nível social foram de carácter
estrutural, sendo que houve uma reorganização da assistência ao nível dos cuidados
medicamentosos que representou o primeiro momento da criação do Serviço Nacional de
Saúde (Rodrigues et al., 1999). Além disso, caracterizou-se também por um período de
grande estabilidade política, na qual se criou o Ministério da Saúde, o Ministério do
Trabalho e Segurança Social, com o objetivo de intervir nas questões de saúde, laborais,
salariais e na proteção social dos indivíduos (Rodrigues et al., 1999).

Posto isto, as instituições políticas, ao longo do tempo, sofreram várias reformas


que permitiram melhorar o apoio social, nomeadamente, com a criação do Serviço
Nacional de Saúde, juntamente com os vários Ministérios de proteção social,
especialmente o Ministério da Saúde. Portanto, afirma-se que os sistemas políticos
também se relacionam com a saúde.

3.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS COM A SAÚDE


Antes do 25 de abril de 1974, a saúde em Portugal era constituída por diversas vias, tais
como, as misericórdias e as instituições centenárias de solidariedade social, que
apresentavam uma importância significativa na saúde. Estas tinham como função gerir
parte das instituições hospitalares e outros serviços por todo o país (Baganha et al., 2002).

Dentro destas instituições, destacam-se os Serviços Médico-Sociais, que tinham


como função prestar cuidados médicos aos beneficiários da Federação de Caixa de
Previdência, os Serviços de Saúde Pública, direcionados essencialmente para a proteção
da saúde (vacinações, proteção materno-infantil, saneamento ambiental, etc.), os
Hospitais estatais, gerais e especializados, que se encontravam localizados
essencialmente nos grandes centros urbanos e, por fim, os serviços privados, dirigidos
aos estratos socioeconómicos mais elevados (Baganha et al., 2002).

Ao longo da década de 70, juntamente com outras transformações na sociedade


portuguesa, o sistema de saúde português sofreu diversas mudanças significativas na sua
estrutura e funcionamento (Baganha et al., 2002).

O objetivo da política na década de 70 foi diminuir as barreiras ao acesso de


cuidados de saúde, quer no financiamento, quer no acesso físico (Barros, s.d.).

Neste sentido surgiu, pela primeira vez em 1971, o direito à saúde a todos os
cidadãos. Neste seguimento, tornou-se possível organizar de forma completa o Ministério
da Saúde e de Assistência. “O Estado deixou de ter uma intervenção supletiva para passar

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a ser responsável tanto pela política da saúde como pela sua execução” (Baganha et al.,
2002, p.3).

A nova organização e funcionamento do Ministério da Saúde reestruturou os


serviços centrais, regionais, distritais e locais (Baganha et al., 2002).

Ainda em 1971, fundaram-se duas estruturas funcionais, os Centro de Saúde e os


Hospitais. O Ministério da Saúde passou a orientar, através das Direções Gerais de Saúde
e dos Hospitais, toda a política de saúde (Baganha et al., 2002).

A partir de 1974, surgiu o conceito de Sistema de Saúde, que nos dias de hoje
ainda é utilizado, por isso é importante defini-lo. De acordo com Almeida (1999), um
sistema de saúde pode ser visto como um conjunto dos diversos tipos de recursos que o
Estado, a sociedade, as comunidades ou um simples grupos de população reúnem para
organizar a proteção generalizada de cuidados na promoção da saúde.

Ainda nesta época, passou-se a ter em Portugal um Serviço Nacional de Saúde,


mais especificamente em 1979, criado com um objetivo democrático de universalidade,
generalidade e gratuitidade dos cuidados de saúde. O Serviço Nacional de Saúde demorou
cerca de dez anos para ser implementado, o que refletiu as contradições e lutas internas
entre o Estado e os médicos existentes em Portugal (Baganha et al., 2002).

O Serviço Nacional de Saúde foi, essencialmente, construído com o orçamento do


Estado, o que levou a uma debilidade estrutural na sua construção, a uma frágil base
financeira e ausência de inovação na sua organização e gestão, como também, à falta de
transparência entre os interesses públicos e privados e dificuldade de acesso e numa baixa
eficiência dos serviços públicos de saúde (OPSS, 2001).

A partir dos anos 80, apesar destas consequências, o Serviço Nacional de


Saúde privilegiou as unidades de cuidados de saúde primários no âmbito de reorganizar
as redes hospitalares, reestruturar as carreiras de medicina e enfermagem e desenvolver o
controlo da medicina privada e dos produtos farmacêuticos (Baganha et al., 2002).

No entanto, com o chegar dos anos 90, o sistema de saúde português foi
reestruturado pela Lei de Bases da Saúde e Estatuto do Serviço Nacional de Saúde,
definindo este como “um grande espaço de convergência e congregação de esforços”
(Almeida, 1999, p.6), composto por “três segmentos claramente individualizados”
(Almeida, 1999, p.6), articulados entre si.

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De acordo com isto, houve uma inter-relação entre o Serviço Nacional de Saúde,
com todas as instituições e serviços dependentes do Ministério da Saúde, e entre todas as
entidades públicas e privadas, na prestação de cuidados de saúde (Baganha et al., 2002).

Na primeira década dos anos 2000, o Ministério da Saúde desenvolveu um plano


com objetivo de capacitar o Sistema Nacional de Saúde para a inovação e reorientar os
sistemas de saúde. Esta época foi marcada por um défice de recursos humanos, escassez
de profissionais de saúde e assimetria na sua distribuição regional, como também, a
incompatibilidade no sistema remuneratório face ao horário de trabalho e desempenho
dos profissionais de saúde (Ministério da Saúde, 2004).

Neste seguimento, foram desenvolvidas algumas orientações estratégicas e


intervenções necessárias, tais como, desenvolver um sistema de recursos humanos
integrados a curto e a médio prazo, adequar e promover a oferta educativa/formativa de
profissionais de saúde face às necessidades dos cidadãos e do sistema de saúde e fornecer
aos profissionais de saúde incentivos e estimulá-los com o objetivo de motivar e encorajar
a sua mobilização para áreas geográficas de maior carência. Por fim, proceder à
adequação de sistemas remuneratórios, de modo a contribuir para a fixação e captação
dos melhores profissionais no Serviço Nacional de Saúde (Ministério da Saúde, 2004).

Em 2018 e 2019, aumentaram as iniciativas de apoio ao Serviço Nacional de


Saúde através de estudos, debates, entre outros, demonstrando assim, a necessidade de o
renovar e de o tornar mais ágil, mais eficiente e projetado no futuro (Escoval et al., 2019).

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4. INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
4.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
A experiência religiosa ou a religiosidade é um fenómeno complexo, um modo primário
do indivíduo, que surge a partir da própria consciência que o ser humano é um ser finito,
limitado, imperfeito, e que se descobre num mundo que não criou e cujo sentido
desconhece (Bitencourt, 2011).

A religiosidade é desenvolvida com o propósito de busca pessoal e nunca por


imposição. Esta pode se manifestar através de crenças e ritos, como também noutras
atitudes que não estão diretamente relacionadas com a religião (Bitencourt, 2011).

A religiosidade não tem como objetivo exercer uma influência social, pois é um
fenómeno que surge no ser humano com o objetivo de procurar respostas para as questões
existenciais da vida, trazendo respostas e orientações que vão para além da sociedade. A
experiência religiosa está muito relacionada e ligada a vivências particulares (Bitencourt,
2011).

Quando de uma forma coletiva a experiência religiosa é experimentada, surge a


religião. Deste modo, a religião diz respeito a uma manifestação coletiva, capaz de gerar
nas pessoas fortes sentimentos de identidade, originando assim uma unidade (Budismo,
Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, etc.). Contudo, quando dentro destes grupos se tenta
limitar ou regulamentar a experiência religiosa, de modo a salvaguardá-la, inicia-se então
o processo de institucionalização da religião (Bitencourt, 2011).

As instituições religiosas procuram manter os seus ritos, como também influenciar


acontecimentos sociais garantindo assim a sua perpetuação, expansão, e manutenção da
ortodoxia por intermédio de doutrinas, da tradição e manipulação do poder (Bitencourt,
2011).

Estas instituições afirmam ter a solução para os problemas existenciais do ser


humano, levando a que estes se sintam protegidos projetando, consequentemente, os seus
conflitos mal resolvidos para uma ordem simbólica. As instituições religiosas tornam-se,
neste sentido, um refúgio para muitas pessoas, chegando mesmo a criar situações de
dependência (Bitencourt, 2011).

As instituições religiosas compreendem o conjunto de regras e estatutos que


exprimem a situação jurídica de tudo quanto, de uma forma ou de outra, diz respeito a

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uma religião: pessoas e bens, manifestações dos dogmas pela liturgia e pelo cerimonial
dos sacramentos, consequências para os fiéis da participação no culto (Pacaut, 1956).

Além disso, as instituições religiosas intervêm, principalmente, em questões éticas


ou sociais, na correção ou crítica de decisões políticas e económicas, na manutenção das
crenças e costumes tradicionais e, por fim, na estabilidade das identidades nacionais (Dix,
2010).

Ao longo do tempo, o fenómeno religioso tem sido tido em conta, e redefinido


conforme as suas circunstâncias sociais e históricas. Sobrevivendo a várias tentativas da
sua eliminação tanto pela alienação intelectual e antropológica como sociocultural e
psíquica. Pôde-se verificar um significativo desgaste progressivo referente aos costumes
e tradições da religião institucional, arrastando assim as instituições religiosas para uma
crise sem precedentes e para uma perda de influência da institucionalidade religiosa na
Sociedade (Duque, 2014).

Estas mudanças e transformações da Religião na modernidade revelam que está


em constante processo de modificação, adaptando-se aos contextos socioculturais em que
se inserem. “É a partir dos nossos tempos e da sociedade que nos envolve que se olha
para o passado e futuro, tentando auscultar a situação religiosa portuguesa” (Duque, 2014,
p.7).

No último século a situação religiosa passou por diversas fases fazendo emergir,
na nossa sociedade, distintas sensibilidades e diferentes formas de agir em relação à
questão religiosa (Duque, 2014).

4.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS EM PORTUGAL


Até ao século XV, o território português foi marcado por uma pluralidade religiosa. Nesta
época, iniciou-se a expansão do cristianismo, que predominou até ao início da era
pombalina. A Igreja católica portuguesa, durante este período, deteve um vasto poder
económico e, além disso, consistia numa autoridade ideológica na moldagem das
mentalidades e na orientação dos comportamentos e atitudes (Dix, 2010).

Durante este século, a Igreja católica conservou as crenças e os costumes


tradicionais e estabilizou (ou criou) a identidade nacional. No entanto, esta situação
mudou drasticamente com o surgimento do regime de Marquês de Pombal, que iniciou
uma política anti jesuíta, e com a emergência do liberalismo (Dix, 2010). Nesta altura, a
religião, bem como a prática religiosa, começou a ser intensivamente desvalorizada.

17
A partir dos anos 20 do século XIX, muitos protagonistas liberais mostraram uma
postura de opressão ao catolicismo e, na sociedade portuguesa, surgiram sinais de uma
secularização crescente. Observando a sociedade portuguesa em geral, na segunda metade
do século XIX, o catolicismo institucional degenerou-se socialmente para uma convicção
superficial incapaz de se aproximar interiormente a uma grande parte da população
portuguesa (Dix, 2010).

A partir de 1860, começou a surgir a expropriação de bens dos conventos, igrejas,


misericórdias ou seminários, com efeitos positivos para o progresso geral do poder
económico do país. No entanto, o liberalismo característico da sociedade portuguesa,
reconheceu a Igreja com uma função ao nível da manutenção dos laços interiores da
sociedade portuguesa (Dix, 2010).

O Concílio Vaticano I da Igreja Católica, entre os anos de 1869 e 1870,


preocupou-se em fortalecer as instituições religiosas (Cenci, 2020). No entanto, o
anticatolicismo tornou-se mais agressivo e as instituições religiosas tiveram ainda mais
dificuldade em afirmar as suas competências, gastando todas as suas forças no combate
para manter a sua própria sobrevivência (Dix, 2010).

No início do século XX, apenas um décimo da população religiosa era praticante.


Por isso, a Igreja permitiu a aprovação de mais congregações religiosas. Estas surgiram
como instituições para auxiliarem a atração novamente dos fiéis e praticantes, a missão
de atrair novamente os fiéis, para isso, utilizaram dois meios: os colégios católicos com
o objetivo de formação da liderança cristã de vanguarda e as obras de atividades
hospitalares e assistenciais (Cenci, 2020).

Porém, ocorreu uma separação oficial entre o Estado e Igreja em 1911, a que se
seguiu uma agressiva política antirreligiosa, que implementou medidas rigorosas tais
como a proibição do ensino católico, a legalização do divórcio, a abolição dos feriados
religiosos ou a proibição do juramento religioso em tribunal (Dix, 2010).

A ocorrência destas mudanças alertou para a emergência da necessidade de


mudança nas instituições religiosas. Por isso, com o chegar dos anos 20 do século XX, o
catolicismo português tornou-se cada vez mais dinâmico para tentar estimular ativamente
a profissão de fé dentro da população. Esta nova militância católica e a recristianização
da sociedade ganharam, a partir da terceira década do século XX, cada vez mais terreno,
particularmente através das fundações e associações católicas (Dix, 2010).

18
Já nos finais dos anos 1950, esta configuração tomou um rumo ligeiramente
diferente, quando surgiram alguns sinais que apontavam para uma certa
“descristianização” da sociedade portuguesa e para a transformação exterior e interior do
catolicismo português. A contestação constante entre os anticatolicistas originou o
Concílio do Vaticano II, proposto pelo Papa Pio XII, em que se discutiram as exigências
e as necessidades católicas da época (Dix, 2010; Cenci, 2020).

Após o Concílio do Vaticano II, o catolicismo em Portugal sofreu uma


transformação essencial, que permitiu o seu regresso na participação das decisões
políticas, económicas, éticas ou sociais. O chegar da primeira década dos anos 2000, o
catolicismo perdeu gradualmente a sua importância na sociedade portuguesa,

“pois permanece, sob uma outra forma social, um fator significativo na construção de
uma sociedade moderna, criticando algumas decisões éticas, sociais, políticas e
económicas. Para além das suas críticas, o catolicismo português afirma-se através da
manutenção das crenças e costumes tradicionais ou da estabilização da identidade
nacional” (Dix, 2010, p.18).

Nos últimos anos, as instituições religiosas, continuaram a esforçar-se em se


adaptarem aos contextos sociais e necessidades da sociedade portuguesa atual. Mais
recentemente, a história da Igreja foi marcada com a eleição do Papa Francisco, em 2013,
na qual a Igreja Católica criou expectativas face a um novo modelo religioso e
institucional (Cenci, 2020).

Portanto, afirma-se que a religião, ao longo dos séculos, sofreu mudanças na sua
trajetória, mais especificamente, nas suas instituições e elementos estruturais,
configurações, limitações e perspetivas.

4.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS COM A SAÚDE


Segundo alguns estudos antropológicos constatou-se que a ausência de conhecimento
sobre doenças contribuiu para que, num determinado momento da história da
humanidade, se iniciasse o processo de divinação do desconhecido. Acreditava-se que os
Deuses tinham o poder de causar as doenças e de as curar. “Além dos Deuses, apenas
aqueles que eram seus representantes na Terra podiam interferir no processo de saúde-
doença ou na vida-morte” (Faria & Seild, 2005, p.382).

A conexão entre a saúde e a religião tem originado alterações na medicina, em


especial, na psiquiatria. De acordo com Jackson e Fulford (1997), citado por Faria &

19
Seild (2005), há algum tempo que são discutidas as semelhanças entre as manifestações
psicóticas e as de natureza religiosa/espiritual. Estes autores defendem ainda, que a
diferença entre estes dois fenómenos são cruciais pois apresentam implicações
significativas nos diagnósticos e tratamentos de doenças psiquiátricas.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da American


Psychiatric Association (1994), este apresenta orientações que capacitam os profissionais
de saúde na interação com pacientes de diversas culturas. Isto tem como objetivo evitar
que variações e crenças, experiências e comportamentos religiosos, típicos de um
determinado contexto sociocultural, sejam considerados como psicopatológicos,
utilizando como exemplo disso as alucinações auditivas ou visuais de conteúdo religioso,
observados em certos rituais (Faria & Seild, 2005).

Com o objetivo de contribuir ainda para a diferenciação entre patologias mentais


e expressões da religiosidade, o manual referido apresenta uma categoria diagnóstica
denominada Problema Religioso ou Espiritual e indica a utilização da mesma:

“quando o foco da atenção é um problema religioso ou espiritual, como por exemplo


experiências aflitivas que envolvem perda ou questionamento de fé, problemas
associados com conversão e uma nova fé, ou o questionamento de valores espirituais que
podem não estar necessariamente ligados a uma igreja ou religião institucionalizada”
(American Psychiatric Association, 1994, p.693).

Como referido anteriormente, Deus é considerado, por diversas pessoas, o


principal responsável pelo aparecimento ou resolução dos problemas de saúde, o que leva
a que as pessoas recorram, frequentemente, a este como um recurso cognitivo, emocional
ou comportamental para enfrentá-los (Faria & Seild, 2005).

Neste seguimento, podemos compreender que, as estratégias cognitivas e


comportamentais desenvolvidas para lidar com estes eventos stressantes, resultantes da
religião ou da espiritualidade da pessoa, estão associadas às estratégias de coping
religiosas desenvolvidas por cada pessoa (Faria & Seild, 2005).

Ao longo de toda a vida, as pessoas deparam-se com sofrimento, desafios e


transições, o que as incentiva a desafiarem as suas próprias capacidades, sendo isto
caracterizado por um processo dinâmico de coping no qual as crenças e práticas religiosas
podem estar inseridas. O indivíduo é visto como um agente ativo no processo de

20
desenvolvimento de estratégias de coping, sendo este orientado e influenciado por um
sistema de valores e crenças previamente estabelecido (Faria & Seild, 2005).

Diversas pessoas têm por hábito recorrer a instituições religiosas em tempos de


doenças severas, por estas estarem historicamente identificadas pela oferta de apoio
emocional, prática assistencial e caridade aos enfermos e necessitados.

Contudo, é importante referir que nem todas as pessoas recorrem à religião como
uma estratégia de coping, sendo que, apenas recorrem a esta as pessoas cujas crenças e
práticas religiosas são parte relevante da sua orientação geral no mundo (Faria & Seild,
2005).

21
5. INSTITUIÇÕES ESCOLARES
5.1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES ESCOLARES
A educação trata-se de uma realidade presente nas sociedades humanas que se
desenvolve, originariamente, de forma espontânea e sistemática. A institucionalização da
educação dá origem às instituições escolares (Saviani, 2005)

As instituições escolares exercem um papel determinante no desenvolvimento


cognitivo e social de todos os indivíduos, desde o início da sua vida. São estas que
permitem construir uma identidade social e a aquisição de princípios éticos e morais da
sociedade em que estão inseridos, no entanto, é também aqui que se depositam as
expectativas, bem como as dúvidas, inseguranças e perspetivas em relação ao futuro
(Borsa, 2007).

Segundo Palacios (1995), as instituições escolares, juntamente com a família, são


a instituição social que mais repercussões tem para os indivíduos. As escolas não só
intervém na transmissão de conhecimentos científicos, como também incluem aspetos
relativos aos processos de socialização e individualização da criança, o desenvolvimento
de relações afetivas, a capacidade de participar em situações sociais, a aquisição de
competências comunicacionais, e o desenvolvimento da atividade sexual, das condutas
pró-sociais e da própria identidade pessoal.

Considera-se que a educação não se constitui apenas como um processo de ensino


e aprendizagem, mas também, como uma metodologia para construir indivíduos críticos,
socializados e com conhecimentos que lhes permite integrar na sociedade em que estão
inseridas (Borsa, 2007).

5.2. EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES EM PORTUGAL


Segundo Carvalho, pouco se sabe acerca da existência de escolas no território português
até ao século XI e XII, sendo que as únicas referências educacionais neste século
remontam à presença da Igreja como entidade formadora do povo (Mendonça, 2006).

A partir do século XV, com o desenvolvimento do comércio e indústria subjacente


ao período dos descobrimentos, ocorreram mudanças socioeconómicas e culturais que
concorreram para a consciencialização económica, social e política da necessidade de
instrução, com a implicação da família na educação dos filhos. Com o início do século
XVI, inicia-se uma nova fase de escolarização, com a implementação de instituições
destinadas ao ensino de crianças e jovens (Mendonça, 2006).

22
Embora no século XVII se apontasse a idade de dez anos para o início da prática
escolar, esta faixa etária foi diminuída gradualmente pois considerava-se que a educação
estava presente desde o nascimento. Nesta época, propôs-se ainda que todas as crianças,
independentemente da condição financeira ou género, tivessem acesso à escolaridade em
todas as cidades de Portugal (Mendonça, 2006).

Apesar destas primeiras iniciativas para a criação de um sistema de educação em


Portugal, apenas na segunda metade do século XIX é que se conseguiu realizar tal
acontecimento e garantir a frequência escolar para a globalidade das crianças portuguesas
(Santos et al., 2013). Este fenómeno deve-se ao aumento das exigências ao nível da
cultura e do ensino, determinado também pela diminuição da influência da Igreja neste
domínio. Como consequência, a educação passou a aliar-se ao Estado (Mendonça, 2006).

O conceito de obrigatoriedade escolar surgiu na constituição portuguesa, em 1826,


que institui a frequência de instrução primária para todos os cidadãos portugueses.
Contudo, só em 1835 é que se “estipulou que o ensino primário deveria ser gratuito para
todos os cidadãos, ao mesmo tempo que se responsabilizavam os pais e as entidades
locais, nomeadamente, câmaras e paróquias, no cumprimento da obrigatoriedade da
frequência escolar a partir dos sete anos de idade” (Mendonça, 2006, p.57).

Nos anos de 1848-49 notou-se uma ineficácia do ensino que se devia a aspetos
como “a insuficiência de grande número de professores, o diminuto número de escolas
públicas e a pouca afluência de alunos a muitas delas (...) motivada, em parte, pelo estado
de ignorância em que ainda jaz grande porção da família portuguesa e, em parte, pela
miséria das classes operárias” (Medeiros, 1993, p.38-39 citado por Mendonça, 2006,
p.59).

Além disso, ao chegar ao século XX, Portugal ainda apresentava uma taxa de
analfabetismo de cerca de 68%. Por isso, em 1919, ocorreu uma reforma educativa que
implementou um programa de construção de escolas primárias de âmbito elementar e
complementar, com frequência obrigatória e gratuita, que foi determinante para a
estabilização e evolução da rede escolar (Santos et al., 2013; Mendonça, 2006).

Através da implementação desta estratégia, assegurou-se o acesso à escola a todas


as crianças, mas na realidade, até 1950, Portugal ainda apresentava uma taxa elevada de
analfabetismo, com o sexo feminino a apresentar valores mais elevados. Apenas com a
adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia é que o país passa a dispor de

23
condições e recursos para instaurar um sistema educativo, abrangendo todos os
municípios do nosso país (Santos et al., 2013).

No entanto, mais uma vez, esta medida não teve o efeito esperado. Apenas em
2003 se assistiu a uma mudança na política educativa, que só foi possível graças à
disponibilização de orçamento e financiamento para a requalificação ou construção de
novas escolas, algo que decididamente motivou o interesse dos autarcas dos municípios
por todo o país (Santos et al., 2013).

Atualmente, de acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo, todos os


portugueses têm direito à educação, nos termos da Constituição da República. É da
responsabilidade do Estado promover a democratização do ensino, garantindo o direito a
uma justa e efetiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares (Diário da
República Eletrónico, 2009).

O sistema educativo atualmente compreende os ensinos básico, secundário e


superior, bem como a integração de modalidades especiais e atividades de ocupação de
tempos livres. Nos dias de hoje, o ensino básico é universal, gratuito e obrigatório.

“A gratuitidade no ensino básico abrange propinas, taxas e emolumentos relacionados


com a matrícula, frequência e certificação, podendo ainda os alunos dispor gratuitamente
do uso de livros e material escolar, bem como de transporte, alimentação e alojamento,
quando necessários” (Diário da República Eletrónico, 2009, p.6).

Já o ensino secundário organiza-se segundo formas diferenciadas, contemplando


a existência de vários cursos orientados para o prosseguimento de estudos para o ensino
superior ou para inserção na vida profissional. O ensino superior compreende tanto o
ensino universitário, como o politécnico, cujo acesso é permitido aos indivíduos
habilitados com o curso do ensino secundário ou equivalente (Diário da República
Eletrónico, 2009).

Portanto, como se pôde verificar, existiu uma longa evolução da rede escolar
portuguesa, mas esta não resultou apenas da modificação dos conceitos e objetivos que o
Estado ia pretendendo para o sistema educativo. A evolução educativa é também
consequência de grandes transformações sociais e económicas (Santos et al., 2013).

5.3. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES COM A SAÚDE


Desenvolvido pelos centros de saúde, o Programa Nacional de Saúde Escolar consiste na
promoção de projetos e exames de saúde na comunidade educativa (Sousa & Trindade,

24
2013). A escola deve assumir funções na formação pessoal e social dos seus alunos, visto
que

“os planos curriculares de ensino básico incluirão em todos os ciclos e de forma adequada
uma área de formação pessoal e social, que poderá ter como componentes a educação
ecológica, a educação do consumidor, a educação familiar, a educação sexual, a
prevenção de acidentes, a educação para a saúde, a educação para a participação nas
instituições, serviços cívicos e outros do mesmo âmbito” (Lei nº 46/86, art. 47º, nº 2).

As práticas de saúde possuem como dever alcançar estes objetivos, além de


proporcionar “às pessoas os meios necessários para exercer um maior controlo sobre a
sua própria saúde e assim poder melhorá-las” (OMS, 1986, citado por Sousa & Trindade,
2013, p.100). A escola aparece como um local de educação para a saúde, pois visa
“alcançar uma maior massa de população e em idades propícias a adquirir
comportamentos e atitudes que despertem e fomentem um maior bem-estar e um estilo
de vida saudável” (Sousa & Trindade, 2013, p.100). Neste contexto, as crianças e os
jovens em idade escolar tornam-se o público-alvo com o qual deve-se trabalhar.

Os centros de saúde apresentam um papel em virtude por causa da possibilidade


de dinamizarem parcerias com as escolas para a realização de projetos de Educação para
a Saúde. Para isto, são organizadas equipas multiprofissionais de saúde escolar de modo
a dar resposta às necessidades sentidas pelas instituições de educação e comunidade.
(Sousa & Trindade, 2013)

“no nosso país desde há vários anos que os centros de saúde, através das suas equipas de
saúde escolar, têm procurado trabalhar com as escolas no sentido de criarem condições
para um adequado desenvolvimento biopsicossocial de cada aluno” (Antunes & Mendes,
2004, n.p., citado por Sousa & Trindade, 2013, p.102-103).

Em Portugal, a saúde escolar foi aperfeiçoando os seus objetivos, metodologias e


estratégias, de forma a corresponder às necessidades da escola, da comunidade educativa
e da comunidade envolvente e às preocupações de saúde emergentes na sociedade (Sousa
& Trindade, 2013).

O objetivo geral da saúde escolar é “(...) promover os cuidados de saúde primários


através da proteção da saúde e da prevenção da doença na comunidade educativa (...) tem-
se valorizado o ambiente e os estilos de vida como condições essenciais para o bem-estar
físico, mental e social do ser humano” (Sousa & Trindade, 2013, p.103).

25
Neste âmbito, atualmente realiza-se as intervenções nas escolas com uma
abordagem salutogénica, devido à importância do “(...) meio ambiente envolvente, aos
estilos de vida e à inclusão social na escola” (Sousa & Trindade, 2013, p.104). “Viver
num ambiente limpo e saudável, é um direito humano fundamental, sendo por isso
necessário informar e educar para a construção de um futuro sustentável para todos”
(PNSE, 2004, citado por Sousa & Trindade, 2013, p.104). Posto isto, é relevante
desenvolver atividades que promovam uma vida ativa e saudável.

Segundo Antunes & Mendes (2004), promover a saúde na escola constitui uma
forma privilegiada de promover a saúde da comunidade, tornando-a saudável na sua
globalidade. Para isto ocorrer, as equipas multiprofissionais devem partir dos
conhecimentos, competências e experiências de todos, para que se possa intervir não só
ao nível da saúde individual, mas também da saúde coletiva, com o intuito de melhorar
as condições de saúde da comunidade em que cada escola se insere (Sousa & Trindade,
2013).

O Programa Nacional de Saúde Escolar pretende a

“monitorização e realização de exame global de saúde (exame físico e psicomotor, visão,


audição, boca …), especialmente às faixas etárias dos 5-6 anos e dos 11-13 anos para
deteção e despiste de problemas de saúde que exijam cuidados especiais ou
encaminhamento médico especializado; o cumprimento do plano nacional de vacinação;
a avaliação psicológica da perceção, compreensão e aptidão; e a promoção de estilos de
vida saudáveis através de projetos ou ações de formação” (PNSE, 2004 citado por Sousa
& Trindade, 2013, p.106).

Em suma, este modo de intervenção permite ao público-alvo alcançar um conjunto


de hábitos e competências que lhes dá oportunidade de desenvolverem aptidões de
escolhas individuais de modo a conseguirem criar um projeto de vida saudável (Sousa &
Trindade, 2013).

26
6. CONCLUSÃO
Consideramos que este trabalho nos permitiu adquirir conhecimentos sobre as
principais instituições sociais, o seu funcionamento, a sua evolução e a sua relação com
a saúde.

Deste modo, podemos concluir que as instituições sociais têm como finalidade
satisfazer as necessidades da comunidade e dos grupos inseridos na mesma, influenciando
a sua relação com a saúde. No que diz respeito à família, sendo um sistema social mutável,
com grande impacto na saúde, mais especificamente no que diz respeito a
comportamentos de promoção de saúde e prevenção de doença.

As instituições políticas contribuíram para a saúde da população portuguesa com


a criação do Serviço Nacional de Saúde, que sofreu várias alterações ao longo dos anos,
estando ainda passível de sofrer melhorias atualmente.

Em relação às instituições religiosas, nem todos os indivíduos procuram a religião


como uma estratégia de coping durante um episódio de doença, mas sim às suas crenças,
com o objetivo de procurar apoio emocional e motivação para o ultrapassar.

Por fim, as instituições escolares também têm um impacto fundamental na saúde


da população, com a criação de um Programa de Saúde Escolar, que pretende monitorizar
e promover a saúde das crianças ou jovens em idade escolar, bem como, o cumprimento
do plano nacional de vacinação e apoio psicológico.

Em suma, consideramos que cumprimos todos os objetivos que nos tínhamos


proposto a abordar e, além disso, como futuras Enfermeiras, foi pertinente relacionar a
saúde com as instituições sociais, de modo a melhorarmos a nossa futura prática clínica.
Por isso, consideramos que este trabalho teve um impacto positivo na nossa
aprendizagem.

27
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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