Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIVERSIDADE PAULISTA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EDUCAÇÃO FAMILIAR:
O PAPEL DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS
INDAIATUBA - SP
2016
1
UNIVERSIDADE PAULISTA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EDUCAÇÃO FAMILIAR:
O PAPEL DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS
INDAIATUBA - SP
2016
2
Banca Examinadora
INDAIATUBA - SP
2016
3
AGRADECIMENTO
Quero agradecer a Deus por esta oportunidade que ele me concedeu. Só Ele
sabe o quanto orei por esse momento. Agradeço a Ele por me dar força e
perseverança para ir até o fim.
Agradeço também ao meu esposo que sempre me deu total apoio durante
todo o tempo.
4
RESUMO
ABSTRACT
From the beginnings of humanity the family exists as a form of social organization.
The family has undergone many changes as to its configuration over time. In colonial
brazil, under the influence of the church, the only way to build a family was through
religious marriage alone. Patriarchy was the model of family configuration adopted by
the church. With the emergence of other religions, the catholic church lost its power
of influence, the concept and the family configuration gained new forms. In the
brazilian constitutions the concept of family has evolved with time. The constitution of
1988, the charter, represented the greatest advance in attributing to the family the
active role in society based on rights and duties. The historically constructed rigid
standards have been broken with the new way in which the new constitution covers
family rights and their new forms of constitution, such as stable unions and single-
parent families. Family education and its importance are gaining notoriety, many
theorists emphasize their fundamental function in the development and moral and
ethical formation of the individual. The school has been a reflection of the inability of
families to face their role in the education of their children. Family education has
gained new glances, the family is a primary and natural group of society, in the family
environment if primary socialization. Parents play the important mediating role of the
child with the world. The quality of the environment experienced in childhood will
have a strong influence on the phases of human development.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................8
2. CAPÍTULO I. O CONCEITO DE FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES.........10
1.1 A origem do conceito de família...........................................................................10
1.2 O conceito jurídico de família nas Constituições brasileiras................................11
1.3 O Conceito atual de família..................................................................................13
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................31
REFERÊNCIAS..........................................................................................................32
8
1. INTRODUÇÃO
filhos como dever e direito dos pais e o Estado como colaborador de maneira
principal ou subsidiária, facilitando a execução ou suprindo as deficiências da
educação particular. Reconhecia como dever do Estado a garantia à infância e à
juventude, as condições físicas e morais de vida sã e o desenvolvimento das
faculdades de forma harmoniosa. Cabia aos pais miseráveis pedir auxílio e proteção
ao Estado para a subsistência da educação de seus filhos.
A Constituição de 1946 fazia menção explícita do conceito de família
constituída pelo casamento indissolúvel sob proteção do Estado. O casamento
religioso e o civíl tinha os mesmos efeitos mediante a requerimento do casal pela
inscrição no Registro Público. Era obrigação do Estado dar assistência à
maternidade, à infância e à juventude. A lei concedia amparo às famílias numerosas.
Na constituição de 1967, manteve no casamento religioso e o civíl os mesmos
efeitos. E pela Emenda Constitucional n. 9/77 houve uma mudança quanto a
indissolubilidade do matrimônio, nesta Emenda previa a dissolução do casamento
em alguns casos previstos em lei.
Na Constituição de 1969, também fazia menção do conceito de família
constituída pelo casamento que tinha direito à proteção dos Poderes Públicos. O
casamento civíl e o religioso ainda possuía os mesmos efeitos, o casamento poderia
ser dissolvido mediante a separação judicial por mais de três anos.
A atual Constituição brasileira de 1988 reconhece a família como base da
sociedade sob proteção do Estado e a celebração do casamento civíl de forma
gratuita. Rompendo com o padrão rígido das Constituições anteriores a união
estável entre homem e mulher como entidade familiar foi reconhecida pelo Estado
para efeitos de proteção e devendo este facilitar a regulamentação dessa união em
casamento.
Segundo Tiba (2009) existe outros modelos familiares como em que o pai é o
pai, mas a esposa não é a mãe de seus filhos. Só que, na maioria dos casos de
separações a mãe fica com a tutela dos filhos, que geralmente encontra outro
parceiro e este passa a tomar conta de seus filhos. Tem se tornado cada vez mais
comuns famílias constituídas por pais separados, em que agregam seus filhos
biológicos e enteados.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/amamentar_pode_-alinhar-
_cerebro_da_mae_com_o_do_bebe.html
O ambiente vivido por uma criança durante sua infância terá influência na sua
formação integral.
Fonte: https://familiatecnologiacts.wordpress.com/
Essa sociedade em que vivemos hoje. A morte física dos pais não é
condição necessária para o filho se transformar em órfão. E a presença
deles não é, por sua vez, uma garantia contra a orfandade. Uma criança
pode ver seus pais todos os dias, ter contato físico e material com eles,
viver sob o mesmo teto, ser matriculado no colégio por eles, receber dessas
mesmas pessoas o alimento que come a roupa que veste e ser um órfão.
(SINAY, 2012, p. 22).
Esse autor chama de órfãos funcionais aqueles que em sua maioria convivem
com pai e mãe, frequentam escolas e colégios, tem acesso as tecnologias, tem suas
necessidades básicas supridas e recebem bens materiais. Mas em contrapartida
estão cercados por adultos que não assumem a responsabilidade em educá-los,
guiá-los, limitá-los e dar-lhes ordens.
Para Sinay (2012) o conceito de orfandade vai além dos bens materiais
proporcionados a criança. Existem uma orfandade emocional quando pela falta de
interação contínua e ativa com os adultos mais próximos as crianças deixam de
expressar seu mundo afetivo e a nutrí-lo pela ausência de fontes. A orfandade ética
é a impossibilidade da criança de construir e exercer uma escala de valores, porque
são privadas de referências concretas, reais e constantes que só podem ser
transmitidas pela presença e atitudes dos pais. A orfandade logos é a falta de
20
Alguns pais delegam a educação à escola porque talvez nem lhes ocorra
nessa hora que, para eles, filhos são para sempre enquanto, para a escola,
eles são transeuntes curriculares. (TIBA, 2012b, p. 24).
De acordo com Tiba (1996), muitos pais que por pagarem a escola de seus
filhos transferem suas responsabilidades a ela. Ainda usam como desculpa o pouco
tempo de convivência para deixarem os filhos fazerem o que quiserem sem nenhum
tipo de cobrança, esses pais estão deseducando seus filhos.
Para Tiba (2012b), todos os pais amam seus filhos, mas para educar, amar já
não é suficiente. Para ter competência educativa é necessário aprender a educar.
A mulher precisa tomar cuidado para não transformar seu amor de mãe
numa doação que atropela o filho em vez de educá-lo. (TIBA, 2012a, p. 51).
Segundo Tiba (2012b), o amor dadivoso e o amor que ensina não são
suficientes. Os pais devem por em prática o amor que exige e o amor que aplica as
consequências. Precisam exigir que o filho assuma as consequências previamente
combinadas das faltas cometidas. O pais que não ensinam, que não exigem e que
não aplicam as consequências estão construindo a ignorância, esta porém é muito
mais cara do que a construção do conhecimento.
De acordo com Tiba (1996), a forma como muitos filhos tratam os seus pais,
percebe-se não uma falta de amor, mas de orientação, apatia e até certa covardia
dos pais que não conseguem exigir dos filhos o mínimo de consideração. Os pais
muitas vezes dão do bom e do melhor para os seus filhos e são tratados de forma
grosseira e antiética. Os próprios pais devem exigir e incutir o comportamento ético
nos filhos.
Educar não é dar liberdade para a criança fazer o que quiser, mas é
necessário estabelecer limites a padrões de conduta saudáveis ao seu
desenvolvimento.
A bíblia é considerada por muitos o livro dos livros, embora muito antigo, é
cheia de informações científicas e a exatidão de suas informações pode ser
confirmada pela ciência após muito séculos. O mais interessante para esta pesquisa
é a variedades de conselhos práticos que ela possue, conselhos para uma
convivência social saudável, convivência familiar e também conselhos para a
educação dos filhos.
24
Fonte: https://jesuselpanvivo.wordpress.com/2015/page/4/
Para uma educação eficaz é necessário iniciar seu processo desde a mais
tenra idade. A educação e os valores passados de pais para filhos precisam ser
legítimos, o exemplo exerce maior influência do que as palavras. A Bíblia aconselha
aos pais ensinarem os filhos no caminho e não apenas apontar o caminho. Antes de
ensinar a fazer o que é bom é preciso ser praticante.
Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não
se desviará dele. (BÍBLIA, Provérbios, 22:6).
De acordo com Tiba (2009), toda família deve ter como princípio de boa
convivência e civilidade a Cidadania Familiar. Trata-se de uma prática familiar, onde
não se pode fazer em casa o que não poderá fazer na sociedade. Deve ser
praticado em casa aquilo que deverá ser feito na vida em sociedade. Quando os
pais aplicam esse conceito de Cidadania Familiar estão contribuindo para um futuro
de competência social e profissional de seus filhos. A família deve funcionar como
uma equipe, cada um deve ter suas obrigações. Quando os pais falham na
exigência do cumprimento das obrigações, os filhos crescem interesseiros,
prepotentes e sem espírito de cooperação.
Para Tiba (2009), a meritocracia deve ser estimulada pela família dentro de
casa, pois essa é a realidade na sociedade. Os pais que premiam o filho que não
merece, acabam desmerecendo o outro filho que merece. O filho que é premiado
sem merecer acaba acreditando que o mundo fará o mesmo.
Segundo Tiba (2012b), a meritocracia é o reconhecimento pelo que se faz, a
falta dela corroe a motivação. Nunca se deve recompensar um filho sem o devido
merecimento, os pais que recompensam seus filhos sem o devido merecimento
estão falsificando o mundo para eles.
Fonte: http://gnt.globo.com/maes-e-filhos/materias/fazer-refeicoes
-em-familia-estimula-bons-habitos-alimentares-das-criancas.htm
Crianças precisam sentir que pertencem a uma família. Elas carregam esse
amor dentro de si para onde forem, inclusive em seus primeiros passos na
escola. A sensação de pertencer à família as defende de ser adotadas por
traficantes, bandos de deliquentes ou fanáticos de qualquer espécie.(TIBA,
2012a , p. 81).
Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados.
(BÍBLIA, Colossenses, 3:21).
Fonte: http://www.monicadonettoguedes.com.br/infancia-e-
adolescencia/pais-autoritarios.html
A omissão dos pais, que permite à criança fazer tudo o que deseja, ou a
explosão diante de qualquer deslize do filho, além de não educar, distorcem
a personalidade infantil, tornando a criança folgada (sem limites) ou
sofocada (entupida, reprimida, tímida). (TIBA, 2012a, p. 57).
O “sim” só tem valor para quem conhece o “não”. (TIBA, 2012a, p. 63).
Segundo Tiba (2012b), muitos pais se queixam que seus filhos são
consumistas. É natural uma criança querer tudo o que vê, faz parte da vida pedir.
Mas são os pais os responsáveis pela criança e tem o dever de educar os desejos
separando-os das necessidades. Os pais devem estabelecer os limites entre
desejos e necessidades, quando dizer sim e o não.
Pais brilhantes, quando têm condições, dão presentes materiais para seus
filhos, mas não os estimulam a ser consumistas, pois sabem que o
consumismo pode esmagar a estabilidade emocional, gerar tensão e
prazeres artificiais. (CURY, 2003, p. 17).
Tiba (2012b) nos adverte que castigos, as surras, cascudos, broncas, gritos,
proibições de brincar ou de assistir TV, não educam. As consequências devem estar
ligadas diretamente à falta cometida.
Segundo Cury (2003), os pais nunca devem tentar corrigir seus filhos quando
estiverem irados, em momentos de ira perdemos a nossa racionalidade. Devem
evitar a punição física, a dor não estimula a inteligência. A forma como uma pessoa
corrige alguém revela o seu nível de maturidade. Os limites devem ser colocados e
29
Segundo Tiba (2012b), quando os pais não são capazes de ajudarem nos
estudos diários em casa, não devem se envergonharem. Pois consiste em uma
oportunidade em serem ensinados pelos próprios filhos e torna o filho bom naquela
disciplina. Quando os pais não se interessam e não acompanham as tarefas
escolares, os filhos tendem a confundirem-se e acharem que seus pais não se
interessam por eles.
É sabido que pais que acompanham os estudos do filho propiciam que ele
melhore seu rendimento em 80%. Alunos que rendem bem na escola ficam
também mais motivados a aprender mais. É muito difícil estimular alunos
desmotivados. Filhos saudáveis querem correspondern às expectativas dos
pais.(TIBA, 2012b, p. 53).
30
Fonte: http://www.educacaoefamilia.com.br/testes
De acordo com Tiba (2009), alunos melhoram muito seu desempenho escolar
quando seus pais acompanham seus estudos. O rendimento dos alunos dependem
30% da escola e 70% dos pais.
Segundo Tiba (1996), algumas das características que nos diferem dos
animais são as dimensões cognitiva, afetiva e motivacional. A dimensão cognitiva é
constituída pelo conhecimento, memória, pensamento abstrato, dos processos
mentais e da capacidade de julgamento. Quanto mais se adquire o conhecimento,
mais a memória e o raciocínio são enriquecidos. A dimensão afetiva é formada pelas
emoções e as sensações básicas e instintivas. Quanto mais informações uma
pessoa adquirir, maior será a capacidade de reflexão sobre os próprios sentimentos,
mais controle terá sobre as próprias reações e terá capacidade de responder
adequadamente os desafios e os estímulos externos. A dimensão motivacional é a
que nos impulsiona a agir, a amar e a conhecer. O ser humano quanto mais
aprende, mais deseja aprender. A pessoa ignorante é aquela acha que sabe tudo e
não tem interesse em adquirir novos conhecimentos. O conhecimento tem a
capacidade de nos motivar a aprender e quando estamos motivados a facilidade
para aprender é maior. O estudo é fundamental à qualidade de vida. No milênio
passado era considerado rico quem possuía propriedades. Hoje a riqueza está em
31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da velocidade das mudanças da nossa sociedade, a educação se
tornou um grande desafio.
Vivemos em nossa sociedade uma profunda crise ética e moral, oxalá se o
desenvolvimento humano no campo da ética e da moral fosse proporcional ao
avanço tecnológico.
A educação familiar precisa ser vista como um projeto de formação de
cidadãos, requer planejamento e preparo.
Essa pesquisa teve como objetivo ressaltar algumas das questões relevantes
para as famílias e exortar um olhar mais atento para a importância da educação
familiar.
Esse trabalho monográfico não pretendeu explorar exaustivamente o tema em
questão. Existe a certeza de que muito ainda há a ser pesquisado.
A maior ameaça a educação familiar é a conformidade diante da ignorância.
Não existe um perfeito educador, mas é preciso que as famílias busquem soluções
educativas para suas particularidades familiares e encarem a educação dos seus
filhos como prioridade.
A educação familiar eficaz é capaz de promover mudanças significativas em
nossa sociedade. Família saudável é sinônimo de sociedade saudável.
32
REFERÊNCIAS
CUNHA, Matheus Antonio da. O conceito de família e sua evolução histórica. Portal
Jurídico Investidura, Florianópolis/SC, 27 set. 2010. Disponível em:
33
<www.investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/historia-do-direito/170332>.
Acesso em: 26 out. 2016.
DANTAS, San Tiago. Direito de Família e das Sucessões. Rio de Janeiro: Forense,
1991.
MEIER, Marcos. O Professor está sobrecarregado com tarefas que são dos pais, diz
educador. Atualizado em 16/05/2012. Disponível em:
<http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/05/professor-esta-sobrecarregado-com-
tarefas-que-sao-dos-pais-diz-educador.html>. Acesso em: 02 nov. 2016.
OSORIO, Luiz Carlos; VALLE, Maria Elizabeth Pascual. Manual de Terapia Familiar.
Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 29.
SINAY, Sergio. A sociedade dos filhos órfãos. Tradução: Luís Carlos Cabral. – Rio de
Janeiro: Best Seller, 2012, p. 10, 25.
TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Editora Gente, 1996 —
1a ed, p. 113,167,168.
35
TIBA, Içami. Adolescentes: Quem Ama, Educa!: formando cidadãos éticos. São
Paulo: Integrare Editora, 2012a, p.29,50,51,185,186,199,200,201.
TIBA, Içami. Pais e educadores de alta performance. São Paulo: Integrare Editora,
2012b, p. 17, 20,33,36,39,66,67,88,54,59,121.
WEIL, Pierre. A criança, o lar e a escola. 21. ed. Editora Vozes: Petrópolis, RJ, 2000.