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ÍNDICE

1 Introdução............................................................................................................................................2
2 Parentesco, Família e Casamento em Moçambique.............................................................................3
2.1 Conceito de parentesco................................................................................................................3
2.2. Nomenclatura de parentesco ou terminologia de parentesco............................................................3
2.3. Simbologia e características do parentesco.....................................................................................3
2.4. A família como fenómeno cultural..................................................................................................4
3. Referências bibliográficas...................................................................................................................5
1 Introdução
No estudo do parentesco de um grupo estão presentes tanto relações de consanguinidade
como relações de afinidade, tais relações encontram uma tradução nos sistemas de designação
mútua (as terminologias ou nomenclatura do parentesco); nas regras de filiação que determinam
a qualidade dos indivíduos como membros de um grupo e os seus direitos e deveres no interior
do grupo, nas regras de aliança que orientam positiva ou negativamente a escolha do cônjuge,
nas regras de transmissão dos elementos que constituem a identidade de cada um; e nas regras de
residência, ou seja, nos tipos de agrupamentos sociais nos quais os indivíduos estão
filiados (Heritier, 1989).
Em Moçambique temos três categorias de laços de consanguinidade a saber: Laço de parentesco
por consanguinidade é a tradução do princípio de filiação, que agrupa entre si as pessoas que
partilham o mesmo património genético (pais, filhos, avós, irmãos, etc). Laço de parentesco por
afinidade; traduz a relação de parentesco estabelecida entre dois grupos sociais distintos, através
de casamento de um homem com uma mulher, sendo um de cada grupo. Laço de parentesco
fictício, essa categoria é usada para criar ligações entre pessoas que não sejam nem afins nem
consanguíneas (inclui a adopção e o compadrio e o parentesco ritual).
O parentesco, entretanto, não é a mesma coisa que a família. Há uma diferenciação importante,
O parentesco e a família tratam dos fatos básicos da vida: nascimento, acasalamento e morte.
Mas a família é um grupo social concreto e o parentesco é uma abstração, é uma estrutura
formal. Isto quer dizer que o estudo do parentesco e o estudo da família são coisas diferentes: o
estudo da família é o estudo daquele grupo social concreto e o estudo do parentesco é o estudo
dessa estrutura formal, abstratamente constituída, que permeia esse grupo social concreto, mas
que vai além dele.
2 Parentesco, Família e Casamento em Moçambique
2.1 Conceito de parentesco
Segundo Maria Helena Diniz (2002), ‘parentesco é a relação vinculatória existente não só entre
pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo troco comum (consanguinidade), mas
também entre o cônjuge e os parentes (afinidade) do outro e entre adotante e adotado (ficto
iuris)”. Nas comunidades humanas a terminologia designa as categorias básicas da relação
biológica, os meios para o reconhecimento e a ordenação das relações sociais.

2.2. Nomenclatura de parentesco ou terminologia de parentesco


É o sistema de denominações das posições relativas aos laços de sangue e de afinidade.
Exemplos de nomenclaturas de parentesco: pai, mãe, irmão, primo, esposa, cunhado, sogra,
enteado, filho, neto, sobrinha, etc. Temos dois tipos de nomenclatura de parentesco, a saber:
Nomenclatura de parentesco descritivo e nomenclatura de parentesco classificatório:
i. Nomenclatura de parentesco descritivo - é aquela em que se usa um termo diferente
para designar a cada um dos parentes. Exemplo: papá (pai biológico), mamã (mãe
biológica), mana (irmã biológica, mas velha).
ii. Nomenclatura de parentesco classificatório - é aquela em que se emprega
indistintamente o mesmo termo para designar a um grupo de pessoas com quem si
tem um laco de parentesco. Por exemplo, quando se aplica o termo mama para
designar à mãe biológica, à irmã de mãe, ou à madrasta. Também estamos perante a
nomenclatura de parentesco classificatória quando se trata como irmão, ao próprio
irmão biológico, ao primo ou ao filho de uma madrasta.

2.3. Simbologia e características do parentesco


O parentesco caracteriza-se fundamentalmente por um sistema de filiação, um sistema de
aliança, um sistema de residência e um sistema de atitudes.
a) Sistema de filiação ou descendência - descendência é o termo geral que designa a
ligação social entre ancestrais e descendentes. Na maioria dos contextos culturais
conhecidos na terra as pessoas traçam a sua descendência ou filiação a partir de dois
princípios ou sistemas: unilinear e cognático (ou não linear). A descendência
unilinear reconhece apenas uma linha de antepassados, do lado masculino ou do lado
feminino. Ela ocorre de duas formas: patrilinear, quando segue a linha masculina, e
matrilinear, quando segue a linha feminina. A forma mais comum é a patrilinear. Na
descendência cognática são considerados de iguais modos os dois lados, materno e
paterno, e ocorrem em quatro formas: bilinear, paralela, ambilinear e bilateral.
b) Sistema de aliança - o matrimónio ou casamento é um tipo de aliança que
caracteriza o parentesco. O casamento é um universal cultural e, segundo alguns
antropólogos, pode ter formado a base de todas as organizações sociais humanas.
c) Sistema de residência - este diz respeito ao padrão de residência adoptado pelos
indivíduos após o casamento. O referido padrão é determinado por uma série de
regras, as regras de residência pós-casamento. O termo residência aqui empregue
corresponde ao termo quintal ou muti. Assim, segundo Negrão (2003) " a muti é a
mais pequena unidade espacial de habitação, produção e consumo da família rural. É
composta por um conjunto interligado de elementos como limites, casas, cozinhas,
curais, sombras, locais sagrada casa de banho e espaços de acesso à água, à lenha e
demais recursos".

2.4. A família como fenómeno cultural


Na óptica do Ariés (1978), a família veio da evolução natural como nascer, crescer, evoluir e
morrer e carrega dentro dela sua cultura. Cada sociedade cria um sentido e seus valores
representativos de cada família, esse comportamento acaba se tornando um âmbito cultural, e
como um fenómeno natural é inserida na sociedade e com isso na cultura daquela cidade em que
convive. Desde a criação a família começa como natural e no decorrer do tempo sua vida vai
sendo incluída na vida cultural por isso acredito que seja Natural e Cultura. Desde o princípio
com a existência da vida já se pode chamar de um fenómeno natural, a espécie humana já
começa com disciplinas e costumes conforme a vida daquela família ou estado em que residem.
As famílias das antiguidades usavam mais os costumes como doutrinas ou regras a serem
cumpridas e delas faziam-se culturas também (Ariés, 1978).
Enquanto a Pereira (2004), afirma que a cultura esta ligada ao natural exatamente porque o
homem, em busca da realização de fins que lhe são próprios, acaba alterando aquilo que lhe é
dado, e também alterando a si próprio. A vida humana é sempre uma procura de valores. Viver é
indiscutivelmente optar diariamente, permanentemente entre dois ou mais valores. A família
como cultura é um conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual acaba
construindo o homem natural, (Pereira, 2004).
3. Referências bibliográficas
Ariés, P. (1978). História Social e da família, 2ª ed., Rio de Janeiro.
Heritier, F. (1989). Parentesco, família, enciclopédia einaudi. Parentesco. Lisboa
Maria Helena Diniz. (2002). O curso de direito civil brasileiro. 4º Volume.
Pereira, R. C. (2004). Combinado e União estável, 7ª ed., Belo Horizonte.

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