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Antes de avançarmos concretamente para o estudo Impacto de ritos de Iniciação na

Cultura/tradição Moçambicana, precisamos de analisar e definir certos conceitos que poderão


tornar muito fácil e clara a nossa abordagem sobre o tema em alusão.

1.1. Ritos e suas funções na comunidade

Entende – se por rito como sendo um sistema cultural de comunicação simbólica, constituído
de sequências ordenadas e padronizadas de palavras e actos, em geral expressos por múltiplos
meios.

Etimologicamente, este termo (rito) provem do latim initium, que traduzido para o português
significa início, começo ou entrada, entre outros termos.

Os ritos desempenham um papel importante na preservação e reprodução cultural. É através


dos ritos, dos rituais e das cerimónias religiosas que os sentimentos sociais e morais são
fortalecidos e renovados. Elas garantem a explicação de eventos considerados anormais ou
sem explicação lógica, fazem com que as pessoas vivam de acordo com os modelos definidos
pelos próprios rituais e alterando deste modo seus comportamentos, ajudam a honrar e
satisfazer os antepassados, ajudam a lidar com eventos extremos tais como a morte,
nascimento, e bem como situações de insegurança resultante de várias situações.

1.1. Ritos de iniciação

Existem muitos autores que deram seus contributos com relação aos ritos de incitação.
Abaixo, fazemos a menção de alguns desses autores.

Ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional e cultural praticado nas sociedades
africanas que visam preparar o adolescente para encarar a outra fase da vida, isto é, a fase
adulta.

Rito de iniciação refere-se a cerimónia que marca o acesso de um jovem ao estatuto de adulto,
em numerosas sociedades primitivas. De modo mais geral, acto solene pelo qual um individuo
e introduzido como membro de um grupo (confraria, sociedade secreta) (DICIONÁRIO DE
ECONOMIA E CIÊNCIAS SOCIAIS, 2001, p. 208).

Fazendo a fusão dessas ideias, podemos emergir em um e único ponto de que Os ritos de
iniciação são instituições culturais praticadas nas zonas centro e norte de Moçambique.
Portanto, é comum afirmar-se que são constituintes dos direitos culturais, que são uma das
importantes dimensões dos direitos humanos.

DICIONÁRIO DE ECONOMIA E CIÊNCIAS SOCIAIS, porto editora, 2001, p. 208

1. Impacto de ritos de Iniciação na Cultura/tradição Moçambicana


1.1. Ritos de iniciação na sociedade Moçambicana

Uma das principais características da cultura e tradição moçambicana é a ritualização de todos


os eventos e acontecimentos da vida, ou seja, a submissão de um conjunto de cerimónias
culturais, constituídos por uma comunicação simbólica, de sequências ordenadas e
padronizadas de palavras e actos, em geral expressos por múltiplos meios.

Um dos exemplos dessas cerimónias são os Ritos de Iniciação que são praticados, na sua
maioria, com as comunidades das zonas Norte e centro do Pais.

De acordo com DICIONÁRIO DE ECONOMIA E CIÊNCIAS SOCIAIS (2001, p. 208),


“Rito de iniciação refere-se a cerimónia que marca o acesso de um jovem ao estatuto de
adulto, em numerosas sociedades primitivas. De modo mais geral, acto solene pelo qual um
individuo e introduzido como membro de um grupo (confraria, sociedade secreta)”.

Nesta perspectiva, podemos sintetizar que os ritos de iniciação fazem parte de um processo de
inculcação e interiorização de valores e normas sociais que contribuem para a construção da
identidade masculina ou feminina. Estes ritos, também, determinam a integração e aceitação
do indivíduo numa determinada comunidade ou sociedade.

O carácter educativo dos ritos de iniciação

Os ritos de iniciação visam essencialmente a integração pessoal, social e cultural de um


individuo permitindo – lhe reunir múltiplas influencias do seu meio para em seguida integra –
la na sua maneira de pensar, agir e de se comportar de modo a participar activamente nas
actividades e na vida do grupo que pertence.
NAPULULA, s/d., afirma que:

O rito de iniciação é um processo destinado a realizar psicologicamente no indivíduo a


passagem de um estado do ser considerado inferior, para um estado considerado
superior, ou seja, a transformação do dito profano em iniciado/purificado; através de
uma série de actos simbólicos, provas físicas e morais, em que se procura incutir neste
a sensação de que o mesmo morre, a fim de renascer para nova vida e daí o nome
segundo nascimento(P.64).

Em relação aos ritos de iniciação na cultura yao, percebe-se que os mesmos


identificam nos iniciados a sua cultura, um orgulho de ser um verdadeiro yao. Incute
a ideia de pertença à comunidade. Os outros povos se inserem nesta cultura yao para
serem iniciados, no sentido de melhor integração com os yaos.

a iniciação tem por objetivo formar o indivíduo para a integração pessoal, social e
cultural. A integração pessoal permite ao indivíduo reunir todas as múltiplas influências
do seu meio para, em seguida, integrá-las na sua maneira de pensar, de agir e de se
comportar. A integração social permite ao indivíduo participar ativamente das atividades
e da vida do grupo a que pertence. Por sua vez, a integração cultural faz da
personalidade um padrão, que é a maneira de viver, de pensar e de ser de um
determinado grupo.

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