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ISMAEL ANDRÉ DOS SANTOS SILVA
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS .........................................................................................................
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1 SOCIOLOGIA: DO NASCER AO SER DISCIPLINA
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valores morais - como a sociedade - os quais restabeleceriam relações estáveis
entre as pessoas, independente da classe social a que pertencessem.
Tanto Comte como Durkheim fizeram uma análise da Sociologia sob um
determinado ponto de vista e preconizaram a manutenção do status quo, da ordem
vigente e, de alguma forma, pelo elogio à sociedade capitalista.
A Sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador sobre as
sociedades apesar de sua origem conservadora e de uma proposta inicial
conformista. Karl Marx (1818-1883), pensador alemão, por sua vez, contribuiu com o
pensamento sociológico no momento em que mostrou as relações de exploração
que se estabeleceram quando determinada classe social apropriou-se dos meios de
produção e passou a deter sozinho o mecanismo das ações da sociedade.
Para Marx não há soluções conciliadoras numa sociedade cujas relações se
baseiem na exploração do trabalho e na crescente espoliação da maioria. Segundo
o pensador alemão, a única possibilidade de superar a desigualdade e a opressão
está na construção de uma nova sociedade. Nesta nova sociedade, deve inexistir
classes sociais, por conseguinte, não haveria dominação de uma minoria sobre uma
maioria. Ainda no pensamento marxista, teoria apenas tem sentido se transformada
em práxis, ou seja, fundamentar politicamente a ação para transformar estruturas de
poder vigente e construir novas relações sociais, fundadas na igualdade de
condições a todos os sujeitos sociais.
Outra grande e relevante contribuição para a Sociologia, veio do pensador
italiano, Antonio Gramsci (1891-1937). Suas ideias foram incorporadas
principalmente às pesquisas sociológicas e educacionais. Gramsci criou os
conceitos de hegemonia, intelectual orgânico, e escola única que auxiliam no
processo de repensar as estruturas educacionais.
Como disciplina, a Sociologia não se produz de forma independente do
trabalho pedagógico. São intercomunicantes os caminhos dos estudos e pesquisas
acadêmicas e atividades curriculares presentes no magistério atreladas a este
campo de estudo, pois alimentar a dimensão da formação do indivíduo e fazer
ciência mediante a reflexão acadêmica com base na pesquisa científica são faces de
um mesmo problema.
Faz-se essencial por meio da Sociologia de forma diacrônica perpetuar a
relação teoria x prática no ambiente escolar, pois esta disciplina se sustenta na
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dimensão pragmática dos problemas da sociedade. Para isso, Arroyo (2000, p.
152), afirma que "a escola não se define basicamente como um lugar de falas,
mas de práticas, de afazeres". Nesse momento histórico de constituição da
sociologia como conhecimento escolar, os discursos dos docentes revelam
intenções e perspectivas, apresentando-se como dimensão importante na
configuração das suas práticas que, estabelecem resultados diretamente na
formação crítica-reflexiva de seus alunos.
Intercalando a discussão apresentada anteriormente, se faz necessário
apresentar a Sociologia no Brasil. Um fator é importante, tanto as ideias
conformistas quanto as revolucionárias exerceram forte influência na formação do
pensamento sociológico brasileiro.
Autores como Sílvio Romero (1851-1914), Euclides da Cunha (1866-1909) e
Oliveira Viana (1883-1951), considerados conservadores, após a instalação da
República, configuravam uma tradição ensaísta, sem uma preocupação
especificadamente científica – ou seja, sem estar preocupada em pensar o que seria
a identidade cultural nacional.
A Sociologia, para início de conversa no Brasil, reproduz os primeiros
apontamentos da análise positivista, paralelamente à divulgação da obra de Comte
no cenário europeu. Florestan Fernandes (1920-1995), ao traçar três períodos de
desenvolvimento da reflexão sociológica na sociedade brasileira, considera aquele
momento como a primeira época, uma conexão histórica entre o direito e a
sociedade, a literatura e o contexto histórico. Num segundo momento, se considera
as primeiras décadas do século XX, que é caracterizada pelo pensamento racional
como forma de consciência social das condições da sociedade. Por fim, na terceira
época, Por volta de 1950, é marcada pela subordinação do estudo dos fenômenos
sociais aos padrões de cientificidade do trabalho intelectual com influência das
tendências metodológicas dos países europeus e principalmente dos Estados
Unidos.
Graças a um conjunto de iniciativas na área da educação, no campo da
pesquisa e editoração, é que os anos de 1930 foram de fundamental importância
para a história do ensino da Sociologia no Brasil. Como revela Meucci (2000), no
período de 1931 a 1941 o conhecimento sociológico é parte das matérias exigidas
para os exames de admissão aos cursos superiores. Com a criação dos Cursos
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Superiores de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política de São
Paulo e da própria Universidade de São Paulo se viu o desenvolvimento da pesquisa
sociológica, além da consequente formação de quadros intelectuais e técnicos
pensantes do país, para dar suporte às políticas públicas em execução. Este cenário
ocorreu justamente durante o Ensino Secundário, o colaborou para a consolidação
da Sociologia como disciplina escolar. A intenção, nesse contexto social e
educacional, era que a sociologia contribuísse na
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cursos secundários, inclusive dos cursos de formação para magistério,
constantemente sendo substituída pela disciplina de fundamentos da educação.
O ensino da Sociologia foi marcado, ao longo de seu trajeto, por frequentes
interrupções que causaram marcas que não podem ser ignoradas quanto a sua
inserção no contexto educacional. Pode-se pontuar que frutos dessas interrupções
dificultaram a Sociologia se firmar como disciplina em muitas escolas. Esse processo
acarretou, entre outras coisas, na falta de tradição da disciplina no cenário da
educação brasileira; dificultou seu espaço nas grades curriculares; ocasionou
carência de materiais didáticos adequados, além da carência de pesquisa e
metodologia para o Ensino Médio, que de algum modo, ficou sujeito a reprodução de
métodos do ensino superior.
Nos meados da década de noventa, com a promulgação da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (Lei 9394/96) foi que se abriu novas perspectivas para a
inclusão da sociologia nas grades curriculares, uma vez que no Art. 36 e inciso 3,
afirma a importância do domínio de Filosofia e Sociologia e que são necessárias ao
exercício da cidadania. A partir da lei 9394/96, várias leituras positivas quanto a
importância desta disciplina foram feitas. Em alguns estados, como no caso do
estado do Paraná, especificamente a partir de 2004, uma série de políticas públicas
foram estruturadas e ações implementadas pela Secretaria de Educação, no sentido
de promover a conscientização da comunidade escolar a respeito da importância do
conhecimento sociológico para o aluno de Ensino Médio.
Em 2004, de acordo com a instrução 01/2004, sendo esta pautada nos
documentos oficiais: LDB, DCN e PCNs, a sociologia é tida como disciplina curricular
do Ensino Médio.
Porém antes da análise da relevância desta disciplina no contexto escolar
brasileiro, deve-se compreender que as mudanças propostas pela LDB de 1996 e
pelos PCNs implicam num profundo reordenamento político-pedagógico. Este
reordenamento significa a construção e implantação de um projeto pedagógico
(organização curricular, orientação metodológica, organização administrativa,
recursos etc.) que se paute efetivamente pelos seguintes princípios: Flexibilidade,
Autonomia, Identidade, Diversidade, Interdisciplinaridade e Contextualização.
Mediante estes princípios, o objetivo do Ensino Médio está expresso no vínculo
dessa etapa da educação escolar “com o mundo do trabalho e a prática social”.
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Cabe a partir daqui, ao processo de ensino-aprendizagem no Ensino Médio,
fomentar programas, atividades, projetos e currículos para a “preparação básica
para o trabalho” e para o “exercício da cidadania”, que seriam os dois grandes eixos
norteadores que definem o novo sentido para o antigo 2º grau. Sendo assim, essas
orientações estariam norteadas pelos quatro pilares da educação como propõe a
UNESCO: o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o
aprender a ser.
Diante do exposto, o que se sabe é que o ensino da sociologia,
especialmente no nível médio, requer uma maior atenção da que tem recebido,
como sustenta Giglio:
[...] principalmente pelo fato de se verificar que as intenções e tentativas da
sua inclusão no sistema educacional brasileiro acabaram por assumir uma
certa permanência no ideário dessa ciência social no Brasil, a ponto de
percorrer todo este século até obter alguns novos êxitos nos dias atuais.
(GIGLIO, 1999, p. 1)
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concepção científica que atenda às exigências do homem contemporâneo, crítico e
transformador, por meio do qual se possa analisar a complexidade da sociedade em
que vive.
Desta forma, os conteúdos devem ser abordados de modo claro, dialógico,
diferenciados do senso comum, tendo, por parte do aluno, a incorporação de uma
linguagem sociológica permitindo perceber a realidade e através de conceitos
explicar tal realidade. Este contexto ainda permite ao discente agir como indivíduo
ativo, participante das dinâmicas sociais, fornecendo, para isto, elementos
necessários para a formação de um cidadão consciente de um mundo social,
econômico, político, de suas potencialidades, capaz de agir e reagir diante desse
mundo.
A partir deste momento, é esperado que a disciplina de Sociologia contribua
para que os sujeitos envolvidos no processo pedagógico tenham recursos para
desconstruir e desnaturalizar conceitos tomados historicamente como irrefutáveis,
de maneira que melhorem seu senso crítico e também possam transformar a
realidade e conquistar mais participação ativa na sociedade.
Outro fator relevante a ser compreendido e aguardado do resultado dos
estudos sociológicos, é que a Sociologia, enquanto papel investigativo e
questionador tem contribuído para ampliar os conhecimentos dos homens sobre a
própria condição de vida e, fundamentalmente, para análise das sociedades ao
compor, consolidar e alargar um saber especializado pautado em teorias e
pesquisas que esclarecem muitos problemas do cotidiano social.
Portanto, ao se perceber que os grandes problemas atuais provenientes do
acirramento de forças do capitalismo mundial, do desenvolvimento industrial
desenfreado para uns e de severas crises econômicas para outros, de cenários
políticos avassaladores no campo ético-moral, entre outras causas, exigem sujeitos
capazes de refutar esta “sanidade normal” da destruição social e do próprio planeta.
Cabe porém, a escola, por meio da Sociologia a formação de novos valores, de uma
nova ética e de novas práticas que indiquem a possibilidade de construção de novas
relações sociais.
Este Plano de Ensino Anual se estrutura de uma descrição histórica da
disciplina de Sociologia e sua importância no processo cognitivo e de ensino-
aprendizagem, neste primeiro momento. Em seguida, será justificado o porquê o
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eixo temático Política e Sociedade foi escolhido e qual a importância destes
conteúdos na formação do aluno do Ensino Médio, com seus respectivos objetivos.
Serão traçadas metodologias por meio de Sequências Didáticas sempre levando em
consideração o contexto social do discente.
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2 A TÍTULO DE INFORMAÇÃO: POLÍTICA E SOCIEDADE NÃO HÁ
DISSOCIAÇÃO
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participação política é o primeiro passo para se consolidar uma democracia capaz
de garantir os direitos sociais de todos os cidadãos.
Mediante este cenário, ainda se faz necessário pensar esta temática numa
perspectiva mais aguçada quanto ao campo sociológico, passa-la a olhar de uma
maneira diferente daquela a que se está habituado na vida quotidiana, numa
perspectiva mais vasta. Diariamente, para se compreender os problemas pessoais,
se tem que situar num determinado período, num certo quadro histórico e numa
determinada realidade social, o que não é diferente de se analisar os problemas
políticos numa dimensão pluralizada da sociedade, pois estes são oriundos da
singularidade dos indivíduos. A capacidade que se tem em associar todos esses
elementos e relacionar com o comportamento de um indivíduo em meio aos
aspectos sociais, é denominado de imaginação sociológica. Esta é ponto crucial na
formação cidadã, uma vez que deve corresponder a capacidade de mudar a
perspectiva para uma nova realidade, sempre na tentativa de se conseguir uma
visão total da sociedade e de todos os elementos que dela fazem parte.
Em meio a esta visão sociológica, o eixo temático aqui discutido neste Plano
Anual de Ensino deve se correlacionar ao longo de sua execução num campo
interdisciplinar. Pois assim, estará angariando o ser sociológico, enquanto disciplina,
ao fazer pedagógico. Trabalhar “política” na perspectiva da interdisciplinaridade é
acima de tudo, desenvolvê-la numa dimensão contextualizada, o que torna este
processo mais do que essencial, pois intercala o “ser político” no cotidiano
mostrando a sua importância na área de Códigos e Linguagens, de Ciências
Humanas, Ciências Naturais e na própria Matemática. A interdisciplinaridade recorre
a um saber, diretamente útil e utilizável, para responder às questões e aos
problemas sociais contemporâneos.
Todavia, a Política deve ser tratada no contexto escolar no próprio dia a dia
da escola, na participação política de todos os membros da Comunidade Escolar:
nos Grêmios Estudantis, nos Conselhos de Classe, nos Conselhos Escolares, na
participação ativa da Gestão Democrática; ou seja, o cotidiano da escola é o
laboratório para a execução do eixo temático Política e Sociedade ao longo do ano
letivo. Fazer uma dicotomia entre a teoria e a prática aqui, seria separar a mãe
(sociologia) dos seus filhos (o dia a dia dos atores da Comunidade Escolar). Daí a
importância desta temática no âmbito escolar, sincronizar os próprios objetivos do
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fazer pedagógico da escola aos objetivos principais do processo ensino-
aprendizagem.
Sendo assim, é percebível no contexto escolar que se consolida o ato de
educar, pois conforme se descreve ao longo deste documento, educar para a
cidadania tem sido uma proposta recorrente na voz de legisladores, educadores,
políticos, empresários. Atualmente, apresenta-se como "uma das fontes de
revitalização da importância da sociologia" (MEKSENAS, 1994, p. 17), pois,
conforme Gentili (2000), "a educação, a partir desse enfoque, deveria ser vista como
um mecanismo de difusão, de socialização e de reconhecimento dos direitos (civis,
políticos e sociais) que definem o campo da cidadania" (p. 146).
Para tanto, compreende-se que a democracia é ponto crucial neste processo,
pois conforme Bobbio (2002) “a democracia não se refere só à ordem do poder
público do Estado, mas deve existir em todas as relações sociais, econômicas,
políticas e culturais. Começa na relação interindividual, passa pela família, a escola
e culmina no Estado. Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo
democratizar todas as suas instituições e práticas”.
Portanto, a democracia só se constituirá como substancial se a formação
política for propiciada no ambiente escolar. A escola, enquanto uma criação social, é
um dos lugares adequados de formação e informação, em que a aprendizagem deve
estar em concordância com os assuntos sociais que assinalam cada momento
histórico. As diferentes configurações de organização da sociedade devem ser
debatidas e consideradas no ambiente escolar, com o objetivo de propiciar o diálogo
entre educadores e alunos sobre o fato histórico e político, relacionando presente e
passado e constatando as transformações necessárias ao bem da coletividade.
Através das vivências plurais os alunos passam a exercer a cidadania social e
política.
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3 O ENSINO DE SOCIOLOGIA: O SER E O FAZER NO TERCEIRO ANO DO
ENSINO MÉDIO
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4 OBJETIVOS: FRUTOS DO FAZER PEDAGÓGICO
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5 PLANO ANUAL DE ENSINO: DETALHES QUE FORMAM O TODO
5.1 Identificação
Escola ESTADUAL RUI BARBOSA
Ano do Ensino Médio 3º ANO
Carga horária total 40 h / aulas
Período letivo 2017
Professor (a) ISMAEL ANDRÉ DOS SANTOS SILVA
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C) Procedimentos Metodológicos/Detalhamento das Sequências Didáticas
Numa mesa redonda, discutir o vídeo, analisando a atual situação política de nossa
comunidade, estado e país, sua relação com o vídeo assistido e o personagem
principal.
ATIVIDADE EXTRA SALA: Numa atividade externa a sala de aula os alunos devem
pesquisar, em grupos, a biografia de Che Guevara, destacando suas principais
ideias, onde irão ainda selecionarem reportagens de jornais e revistas sobre a atual
situação política nacional e local, organizando um mural, com as ideias veiculadas
nos meios de comunicação, fazendo um comentário do grupo ao final de cada
reportagem (que apresentarão na aula seguinte), sempre registrando a sequência
das atividades num Portfólio.
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5.2.2 Unidade II (2° Bimestre)
A) Descrição da Unidade
As diversas definições de Estado, fundamental para a organização das sociedades,
foram formuladas pelos maiores pensadores da História política. As concepções por
eles elaboradas refletem diretamente os contextos em que foram pensados, seja
para justificar o modelo vigente ou para questiona-lo. Esta unidade se embasará
nesta discussão.
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É relevante ainda analisar pelos discursos dos alunos, a relação que eles fazem do
contexto apresentado com o Estado: eles entendem o Estado como uma entidade
acima do povo ou que parte dele?
Para encerrar o debate, leia para os alunos significado da palavra "estado" dada
pelo dicionário Caldas Aulete estado:
7. Nação com estrutura própria e organização política.
8. O conjunto das instituições (governo, congresso, forças armadas, poder judicário
etc.) que administram uma nação: A máquina administrativa do Estado. [Com inicial
maiúsc. nesta acp.]
9. Regime político (estado democrático).
10. Luxo, pompa, fausto: Levava a vida em alto estado, quando os pais eram vivos.
11. Fís. Forma de apresentação da matéria, de acordo com a sua estrutura
molecular: A água encontra-se na natureza em três estados: sólido, líquido e
gasoso.
12. Grav. Cada uma das fases da execução de uma gravura.
13. Mús. Classificação de um acorde a partir da nota que ocupa o baixo.
14. Inventário, rol (de bens, despesas etc.): O estado dos bens da família."
ATIVIDADE EXTRA SALA: Mediante a discussão, peça aos alunos, que em grupos
com cinco componentes, criem um painel ilustrativo sobre as diversas definições de
Estado para apresentarem na aula seguinte.
3º MOMENTO (01 aula): Em aula expositiva, o professor aula irá explorar acerca da
concepção de Estado a partir das teorizações de Thomas Hobbes e Jean Jacques
Rousseau. Será entregue aos educandos um resumo sobre as obras do autores
mencionados, conforme a seguir:
O inglês Thomas Hobbes é autor de Leviatã (1651), livro em que está uma das
principais bases teóricas do Absolutismo, modelo de governo em que a autoridade
do monarca era a fonte suprema dos poderes do Estado. Nele, Hobbes buscou
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justificar a relevância desse modelo, ao comparar o Estado a um monstro poderoso,
criado para acabar com a desordem e a insegurança da sociedade. O autor afirma
que o homem era lobo do próprio homem, sendo necessário, como solução para os
conflitos em torno das constantes guerras e disputas, o estabelecimento de um
"contrato social". Assim, os homens renunciariam à sua liberdade em favor de um
governo absoluto que visava garantir a ordem, as diretrizes e a segurança no
convívio social.
“Todo poder, toda autoridade estão nas mãos do rei e não pode haver outra no reino
que aquela por ele estabelecida. (...) A vontade de Deus é que todo aquele que
nasceu súdito obedeça cegamente. (...) E somente à cabeça que compete deliberar
e resolver, e todas as funções dos outros membros consistem apenas na execução
das ordens que lhes são dadas.”
Luís XIV. Memórias. In: ISAAC, Jules; ALBA, André. Tempos modernos. São Paulo: Mestre Jou, 1968, p. 165.
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MONTESQUIEU. O espírito das leis. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 168.
Ainda como atividade externa a sala de aula, os alunos irão se reunir e construir a
partir do que assistiram as principais diferenças nas formas de governo de cada
período histórico brasileiro. O resultado da análise será apresentado em sala de aula
numa mesa redonda.
2º MOMENTO (01 aula): O professor fará uma mesa redonda onde os alunos irão
comentar e pontuar as características básicas de cada período da política brasileira.
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criação das leis? Quem são os responsáveis pelos serviços públicos? Quais as
diferenças nos papéis e atribuições de diferentes governantes? Quem são os
profissionais responsáveis pelo cumprimento das leis?
Como material de apoio, utilize o texto a seguir:
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sistemas de tributação. Dessa maneira, apesar de representarem o poder executivo,
o Presidente da República, os governadores dos estados e os prefeitos possuem
atribuições e responsabilidades distintas, de acordo com sua esfera de atuação. Por
exemplo, no caso do sistema educacional brasileiro, existe uma divisão de
responsabilidades entre municípios, estados e governo federal: aos municípios cabe
o gerenciamento de pré-escolas e do ensino fundamental; os estados devem
organizar a oferta de ensino médio, mas atuando com os municípios no ensino
fundamental; ao governo federal, cabe a regulação do sistema como um tudo e, de
forma específica, do ensino superior.
De forma semelhante, o poder legislativo se divide em diversas esferas com
organizações distintas: câmaras de vereadores no caso dos municípios,
assembleias legislativas unicamerais no caso dos estados, e o Congresso Nacional
(composto pela Câmara dos Deputados e o Senado) no nível federal. No caso do
poder judiciário também se observa uma divisão entre órgãos e tribunais federais e
estaduais. No entanto, não existem tribunais municipais. Nesse caso, um certo
número de municípios podem compor uma comarca, sob o comando de um juiz de
direito.
Por fim, procure relacionar o conteúdo abordado na etapa anterior e as informações
sobre a organização política no Brasil, os diferentes poderes e esferas. Instigue os
alunos a pensarem nos problemas específicos, tentando relacioná-los com as
diferentes atribuições dos poderes e esferas de governo. Se preferir, organize as
respostas e intervenções dos alunos, conforme o exemplo abaixo:
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5.2.3 Unidade III (3° Bimestre)
A) Descrição da Unidade
O movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que tem como
objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, dentro de uma
determinada sociedade e de um contexto específico.
Nesta unidade, os conteúdos focarão na conceituação de mudanças sociais,
revolução, reformas, movimentos sociais. Estes últimos serão foco da segunda parte
deste bimestre com temática voltada exclusivamente para o Brasil.
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2º MOMENTO (01 aula): Apresentar aos alunos o tema, enfatizando que uma
revolução social bem-sucedida resulta na subversão da ordem social, e é seguida de
transformações sociais, econômicas e políticas que dão origem a uma nova ordem
social. O professor, para embasar seu contexto, deve citar exemplos históricos
considerados emblemáticos, como a Revolução Francesa de 1789, a Revolução
Russa de 1917; entre outros casos.
Em seguida, deve deixar claro a diferença entre os movimentos revolucionários de
outras formas de ações coletivas, como protestos, rebeliões e revoltas sociais, que
são empreendidas por pequenos grupos ou segmentos de determinada classe
social. Seus objetivos, porém, não visam à transformação da sociedade como um
todo e, sim, reivindicações imediatas de interesse do grupo ou segmento social em
questão.
Ainda nesta aula, cabe ao docente esclarecer aos alunos que uma revolução advém
de fatores ou causas estruturais de longa duração; ou seja, as causas de uma
revolução devem ser procuradas em conflitos sociais e/ou políticos agudos que
geralmente perduram por décadas e que não encontram solução de resolução
institucional com base na negociação política. Crises econômicas e conflitos
armados podem agravar o quadro de conflito social interno e solapar (ou erodir) a
capacidade do Estado de manter a ordem.
3º MOMENTO (01 aula): Nesta aula, o professor irá dividir a turma em quatro grupos
(dependendo do tamanho da turma). Cada grupo deve optar por trabalhar com um
caso histórico de revolução. O professor deve elaborar um pequeno questionário
para ajudar os alunos a se orientarem na leitura. O exercício consiste em fazer um
levantamento de todos os fatores que são apontados como "causas" que
provocaram o movimento revolucionário em questão. Os textos usados pelos os
alunos serão selecionados pelo professor.
ATIVIDADE EXTRA SALA: Em casa, os alunos irão concluir e sistematizar em
slides a sua apresentação que será na aula seguinte. Para otimizar a apresentação,
os alunos poderão usar vídeos, músicas etc. que relacione diretamente com a
temática discutida (fatores/causas).
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4º MOMENTO (02 aulas): Apresentação das atividades elaboradas por meio de
exposição oral.
3º MOMENTO (02 aulas): (No refeitório / auditório) Cada grupo irá ler sobre o
movimento social brasileiro pesquisado para os convidados. Em seguida, como
confraternização cearão o café preparado.
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5.2.4 Unidade IV (4° Bimestre)
A) Descrição da Unidade
Nos afirma Rui Barbosa que a política afina o espírito humano, educa os povos,
desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia,
cria, apura, eleva o merecimento. Nesta perspectiva percebemos o quanto é
importante para a efetivação da cidadania o comprometimento do sujeito social com
a política, de forma a democratizar os espaços de sociabilidade deles. Assim,
estarão garantindo seus direitos de cidadãos uns para com os outros através do
cumprimento de seus deveres e fazendo valer nos espaços de representação a
verdadeira democracia: governo de todos e para todos.
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necessidade da existência de uma autoridade política capaz de exercer o poder de
mando, com o objetivo de preservar a manutenção da ordem e a coesão social.
Outro ponto a ser ressaltado é que a convivência pacífica entre indivíduos que
integram uma coletividade maior, ou seja, uma comunidade ou uma sociedade, só
pode ocorrer a partir da constituição de uma autoridade, isto é, de um governo, um
Estado. A partir destes, é que é criado uma série de códigos e normas jurídicas,
onde Estado e o governo aplicam as leis. As leis têm, basicamente, a função de
orientar nossa conduta em sociedade. As leis nos mostram os limites do que é
possível, do que é tolerável e do que é proibido (ou seja, determinam o que é
considerado crime). As leis também estabelecem as punições para aqueles que
cometem crimes.
Discutir com alunos que a obediência e a submissão a uma determinada autoridade
política são elementos tratados pela sociologia a partir do conceito de dominação.
Historicamente, a dominação reconhecida como "legítima" repousa em três bases: a)
legalidade; b) tradição; e c) carisma.
PARTICIPANTES:
Juiz: dirige e coordena as intervenções e o andamento do júri.
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6 FINALIZANDO A CONVERSA
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REFERÊNCIAS
______, (org.) (1991). Da escola carente à escola possível. São Paulo: Loyola.
______, (1987). Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GENTILI, Pablo, (2000). Qual educação para qual cidadania? Reflexões sobre a
formação do sujeito democrático. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR: Utopia e Democracia na Educação Cidadã.
Porto Alegre: Editora UFRGS, p. 143-156.
38
GIGLIO, Adriano Carneiro, (1999). A sociologia na escola secundária: uma
questão para as ciências sociais no Brasil – anos 40 e 50. Dissertação de mestrado
em Sociologia. Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (IUPERJ).
SILVA, Tomaz Tadeu da, GENTILI, Pablo, (orgs.) (1996). Escola S. A.: quem perde
e quem ganha no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE.
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