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FORTALEZA
JUNHO / 2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU UNINASSAU FORTALEZA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
FORTALEZA
2023
ANTONIA SANTOS FONTENELE
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________
Prof.ª Ms. Suzyanne de Kássya Ventura Pessoa de Paula - Orientadora
Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU
_________________________________________
Prof.ª Dra. Ticiana Santiago de Sá
Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU
_________________________________________
Prof.ª Ms. Norma Patrícia Araújo Athayde
Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU
FORTALEZA
2023
FICHA CATALOGRÁFICA (OBRIGATÓRIO)
Dedico aos meus pais, José e Lourdes.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 10
2 MÉTODOS AUTOCOMPOSITIVOS: CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ....... 13
2.1 Origem ....................................................................................................... 14
2.2 Conciliação ................................................................................................ 17
2.3 Mediação .................................................................................................... 19
3 OS DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO E NA APLICAÇÃO .................... 22
3.1 Implementação .......................................................................................... 22
3.2 Cultura do litígio ...................................................................................... 27
3.3 Aplicabilidade ............................................................................................ 28
4 RELEVÂNCIA JURÍDICA ........................................................................... 31
4.1 Análise de dados do Conselho Nacional de Justiça ............................. 31
4.2 Judicialização do conflito ........................................................................ 33
4.3 Perspectivas e visão de futuro ............................................................... 35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 40
10
1 INTRODUÇÃO
vida em sociedade, o faz aprender que, tentar dirimir os conflitos decorrentes destas
relações através do diálogo é fundamental.
Depreende-se, portanto, que a paz na sociedade só será possível quando ela
começar a ser praticada dentro do próprio indivíduo, ou seja, acontecer de forma
interior e desta forma, refletir no exterior. Do contrário, a tão almejada cultura de paz
que tanto se busca e deseja-se, não passará de uma utopia e ficará apenas no plano
das ideias.
No que concerne à metodologia científica empregada para a obtenção dos
resultados pretendidos, isto é, o método que foi aplicado é conceituado por Marconi e
Lakatos (2022), da seguinte forma:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. (BRASIL, 1988, ONLINE).
2.1 Origem
Além disso, o art. 4º, inciso VII, preconiza a solução pacífica dos conflitos como
Princípio da República Federativa em Brasil (1988, n.p) “Art. 4º A República Federativa
do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VII -
solução pacífica dos conflitos”.
Diante disso, os métodos adequados, nas suas diversas formas e
apresentações, são vastamente amparados pela Constituição com o fito de estimulá-
los e difundi-los perante a sociedade.
Adentrando na singularidade dos aludidos institutos, o que difere a conciliação
da mediação é a existência ou não de vínculo prévio à lide. A exemplo da relação
existente entre um plano de saúde e uma pessoa física que está necessitando de um
tratamento médico continuado. Neste caso, as técnicas empregadas na conciliação
não se mostram suficientes para se chegar a um consenso.
Por outro lado, a mediação, uma vertente da conciliação mais aprofundada,
mais trabalhada, traz, na pessoa do mediador, a busca pela compreensão e a empatia
com a complexidade da situação. Já não se trata de resolver direitos objetivos, direitos
materiais, mas sim direitos intrínsecos à própria dignidade da pessoa humana, isto é,
direitos subjetivos.
O Guia de Conciliação e Mediação do Conselho Nacional de Justiça, trazendo
em seu bojo as orientações para implantação dos CEJUSC (Centros Judiciários de
Solução de Conflitos e Cidadania), também se posiciona no sentido de recomendar a
mediação quando da permanência de vínculo posterior ao conflito.
2.2 Conciliação
interesse mútuo dos integrantes da relação, se define conciliação, como visto nas
diversas definições expostas, como o ato de dialogar sobre uma situação que possui
divergência entre dois polos com a finalidade de restabelecer a comunicação.
Diante disso, os conceitos apresentados trazem posicionamentos diferentes no
que tange ao objetivo precípuo do instituto, entretanto, solucionar os conflitos
decorrentes da vivência em sociedade é uma premissa que atualmente permanece
inalterada.
2.3 Mediação
3.1 Implementação
aumento das reclamações por uma Justiça mais acessível, célere, segura e
transparente. (TOFFOLI, 2020, p.19).
A iniciativa, com slogan “Conciliar é legal”, pode-se dizer que foi uma prévia do
que realmente se almejava para o futuro, como se fosse um planejamento estratégico
que posteriormente culminaria na Resolução 125/2010. O movimento, voltado para
integrar servidores e magistrados dos tribunais na busca pela implementação e
fomentação de práticas consensuais, é oriundo não só da crescente demanda do
judiciário, tendo em vista o grande avanço populacional em índices demográficos, mas
também das diversidades de relações que vem se ramificando.
Como fruto do Movimento pela Conciliação, foi lançada a Semana Nacional da
Conciliação em Brasil (2020):
25
No ano de 2010, com todo o processo que vinha sendo construído, o Conselho
Nacional de Justiça editou a Resolução nº 125/2010, trazendo em seu bojo
determinações que tem por finalidade viabilizar a criação de Núcleos Permanentes de
Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC) e por conseguinte, a
implementação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
(CEJUSC).
Enquanto a Resolução 125/2010 traz disposições acerca da Política Judiciária
Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesse, o NUPEMEC, órgão
administrativo dos tribunais, é responsável por implementá-la em seus respectivos
tribunais, bem como também é de sua competência a criação, instalação e
acompanhamento dos CEJUSC.
O organograma abaixo, desenvolvido no Manual para Instalação do Centro
Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, aqui utilizado para fins didáticos, visa demonstrar sua estrutura organizacional.
Figura 01 - Resolução nº125 de 2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Fonte: Manual para Instalação do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania. (BRASIL,
2014).
3.3 Aplicabilidade
lide, obrigatoriamente, será o Estado juiz o decisor, pois não se trata de uma faculdade
conferida aos envolvidos.
Nos termos do artigo 3º da Lei nº 13.140/2015 dispõe que a regra seja a
disponibilidade, isto é, que determinado direito seja livre e que as partes possam
dispor da maneira como lhes aprouver. Entretanto, ainda que se trate de direitos
indisponíveis, há a possibilidade de dispô-lo quando a sua natureza assim dispuser,
configurando, desta forma, a exceção em Brasil (2015, n.p) “Art. 3º Pode ser objeto
de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos
indisponíveis que admitam transação”.
A título de exemplificação, a demanda que versa sobre alimentos em prol de
filho menor pode ser objeto de autocomposição, no qual as partes acordam um
determinado valor e posteriormente é homologado pelo juiz após a manifestação do
Ministério Público. Entretanto, esse direito jamais poderá ser renunciado, ainda que
seja uma composição amigável das partes.
Na visão de Tartuce (2021), as regras e a exceção caracterizam-se pelo fato
de haver diferentes graus de disponibilidade.
Para Martins (2016, p. 11), em sua obra: Direitos indisponíveis que admitem
transação: breves considerações sobre a lei nº 13.140/2015, assim define “Os direitos
indisponíveis são aqueles que não poderiam ser objeto de transação ou composição
porquanto a proteção da lei é tão ampla que os protege até contra a vontade de seu
próprio titular, mesmo que plenamente capaz”.
Neste entretempo, percebe-se um intervencionismo do Estado sopesando a
liberdade individual e a vontade das partes em detrimento de um bem maior que
carece de seu protecionismo.
Martins (2016) ainda traz à baila a indisponibilidade sob o olhar de duas
versões: a indisponibilidade objetiva e a indisponibilidade subjetiva, exemplificando-
as:
podem ser suprimidos, haja vista sua ligação com a dignidade da pessoa
humana. Outras hipóteses de indisponibilidade objetiva mencionadas pela
doutrina dizem respeito ao estado das pessoas, ao direito de família, ao
direito sucessório de pessoa viva, ao poder familiar, às relações entre
cônjuges, à filiação e às questões de ordem pública. Quanto à
indisponibilidade subjetiva, há várias circunstâncias ligadas à pessoa do
titular ou de seu representante que figuram como obstáculo ao livre exercício
do poder de dispor. Os incapazes não podem dispor de seus direitos, salvo
se representados ou assistidos. Os tutores e os curadores encontram
restrições em relação aos negócios dos tutelados e curatelados. Os pais não
podem dispor dos bens e direitos de seus filhos, salvo se autorizados
judicialmente. Os casados não podem dispor de bens imóveis, salvo se
autorizados pelo consorte. O sócio que não administra a sociedade encontra
obstáculos ao tentar dispor dos bens da pessoa jurídica. O inventariante não
pode dispor sem autorização judicial. O mandatário não pode dispor sem os
devidos poderes. E os procuradores de pessoas jurídicas de direito público
também enfrentam rigorosas restrições. (MARTINS, 2016, p.10).
4 RELEVÂNCIA JURÍDICA
Fonte: BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Estatísticas do Poder Judiciário. DataJud. 2023.
Disponível em: https://painel-estatistica.stg.cloud.cnj.jus.br/estatisticas.html Acesso em: 21 mai. 2023
32
Embora o direito ao processo seja fundamental, ele não tem índole absoluta.
O exercício dos direitos individuais deve ser pautado pela consideração do
interesse social. Se este, por um lado, concebe como relevantes a segurança
e a garantia de acesso do indivíduo ao poder judiciário, por outro lado,
também busca impedir a litigiosidade frívola e emulativa; ademais, ainda que
seja a litigiosidade legítima, se esta se revelar evitável, tende o sistema a
desestimular seu exercício. (TARTUCE, 2021, p. 141).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, José Gomes. Conciliação judicial. Videre, Dourados, MS, ano 1, n. 2, p. 123-
134, jul./dez. 2009.