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Celina Artur

Monogamia

(Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos)

Universidade Rovuma
Extensão de Pemba
2023
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Celina Artur

Monogamia

Trabalho recomendado na faculdade pelo


Docente da cadeira de Antropologia
cultural de moçambique, curso de
licenciatura em Gestão de Recursos
Humanos, pós-laboral, IIº Ano, 20
Semestre, carácter avaliativo, locionado
por:
Dr. Frederico Leonardo

Universidade Rovuma

Extensão de Pemba
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2023 ii

Índice
1. Introdução......................................................................................................................3

1.1 Objectivo do Trabalho.............................................................................................3

1.1.1 Objetivo Geral:..................................................................................................3

1.1.2 Objetivos Específicos:.......................................................................................3

1.2 Metodologia.............................................................................................................3

2. Monogamia....................................................................................................................4

2.1 Conceitos Básicos....................................................................................................4

2.1.1 Família...............................................................................................................5

2.1.2 Poligamia...........................................................................................................5

2.1.3 Adultério...........................................................................................................5

2.2 Tipos de Monogamia...............................................................................................5

2.2.1 Monogamia Social:...........................................................................................5

2.2.2 Monogamia Sexual:..........................................................................................6

2.2.3 Monogamia Genética:.......................................................................................7

2.2.4 Monogamia civil...............................................................................................8

2.3 Argumentos Biológicos ou sociais e culturais.........................................................8

2.3.1 Argumento Biológico........................................................................................8

2.3.2 Argumentos Culturais.......................................................................................9

2.4 Aspectos ou Normas Culturais e Religiosas..........................................................10

2.5 Causas da monogamia...........................................................................................12

3. Conclusão....................................................................................................................13

4. Referencias Bibliográficas...........................................................................................14
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1. Introdução
Este trabalho de pesquisa busca explorar a complexidade da “monogamia” como
um fenômeno social, biológico e cultural. A investigação abrange desde as raízes
biológicas da monogamia até suas manifestações nas diferentes sociedades ao longo do
tempo, destacando as bases psicológicas e emocionais envolvidas nos relacionamentos
monogâmicos. Nesta introdução, delineamos os objetivos gerais e específicos que
nortearão nossa investigação. Constitui a estrutura organizacional deste trabalho a
seguinte: Capa, Contracapa, Índice, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e
Referencias Bibliográficas.

1.1 Objectivo do Trabalho


1.1.1 Objetivo Geral:
Constitui o objectivo geral deste estudo visa aprofundar a compreensão da
monogamia, investigando suas raízes biológicas, dinâmicas sociais e influências
culturais. Buscando fornecer uma análise holística desse fenômeno, destacando sua
complexidade e as interações entre os diferentes domínios que o moldam.

1.1.2 Objetivos Específicos:


Para responder aos objectivos Gerais deste trabalho, elenca-se aos objectivos
específicos:

 Explorar as Perspectivas Evolutivas da Monogamia;


 Analisar as Normas Culturais e Religiosas Associadas à Monogamia;
 Compreender a tipologia da monogamia inserida nas sociedades;
 Analisar Variações na Monogamia ao Longo do Tempo e Entre Culturas;
 Avaliar as Implicações Contemporâneas e Desafios da Monogamia.

1.2 Metodologia
A pesquisa realizada neste trabalho de pesquisa, segundo Gil (2002), Caracteriza-
se por ser Descritiva e exploratória pois, para atingir os objectivos deste estudo, será
empregada uma abordagem de pesquisa mista, que combinará métodos qualitativos e
quantitativa. Para se desenvolver o tema usou se varias técnicas de coleta desde as
pesquisas na internet até as consultas bibliográficas de manuais, livros e materiais em
digital.
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2. Monogamia
2.1 Conceitos Básicos
Segundo Simão (2013, p. 822), Monogamia é um conceito que deriva
etimologicamente do gredo “mono” que significa um e “gamus” que vem a significar
casamento. Temos da aglutinação destas duas palavras uma relação conjugal que
envolve apenas dois indivíduos e este é o ideal tratado pela Bíblia Sagrada para o
casamento.

Por tanto, a monogamia é uma forma de relacionamento em que um indivíduo


tem apenas um parceiro, seja sexual ou romântico, durante a sua vida ou durante
períodos (monogamia em série), diferente da poligamia
(poliandria, poliginia ou poliginandria) ou do poliamor. O termo também é aplicado
ao comportamento social de alguns animais, que têm apenas um companheiro sexual
por vez. Esta não deve ser confundida com a monos-sexualidade.

A palavra monogamia vem de duas palavras gregas antigas: monos - um e


gamos - casamento. Já foi usado na antiguidade, é a forma de casamento mais
popular do mundo especialmente na religião cristã e em facções religiosas ortodoxas
como os Amish e os Mórmons.
A monogamia tem vários significados. Está associado principalmente ao
casamento, ou seja, a união de duas pessoas vinculadas por um voto oficial de
casamento. Ao entrar formalmente em um relacionamento, duas pessoas estão
vinculadas por um relacionamento exclusivo legal, espiritual, emocional,
social, biológico e sexual. (simão, 2013).

Outro significado da palavra "monogamia" é um relacionamento entre duas


pessoas que não estão em um relacionamento formal e um relacionamento com apenas
uma pessoa de cada vez. Para o principal Razões para a popularidade da
monogamia razões religiosas e ideológicas, razões econômicas, demográficas, sociais e
políticas são consideradas. O oposto da monogamia é a bigamia., ou seja, casamento
com duas pessoas ao mesmo tempo, e poligamia, ou seja, casamento com muitos
parceiros ao mesmo tempo.

É importante ter uma compreensão clara da nomenclatura do termo


"monogamia", porque os autores usam-no para diferentes tipos de relacionamentos. Os
biólogos, antropólogos biológicos, comportamentais e ecologistas costumam usar o
termo monogamia no sentido sexual, se não genético.
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2.1.1 Família
O conceito de família poder definido segundo Azeredo (2009, p. 13), como sendo
o primeiro vínculo do homem, ou seja, a primeira instituição em que o homem se vê
inserido e resse os fundamentos sociais básicos e nortearam, provavelmente, o resto da
sua vida.

2.1.2 Poligamia
Segundo Simão (2013, p. 821), poligamia vem do grego “Pólus”, que significa
“gamus” e “Veado”, referindo-se ao "Casamento", é uma relação conjugal com mais de
dois indivíduos, é aceito em muitas culturas e religiões. Porque a poligamia não é
reconhecida em muitos países ocidentais que muitos destes são governados por crenças
cristãs que só é aceitaram monogamia. Esta é uma das formas mais antigas de
organização social onde as tribos eram compostas por um homem, as suas várias
esposas e os seus descendentes.

2.1.3 Adultério
Este é um conceito que pode ser visto a partir de dois pontos de vista, um social e
outro religioso onde teremos as seguintes aspirações:
 Na concepção social, o adultério é visto como as relações extras-conjugais e o
seu sentido recai de uma forma geral para as mulheres pois, para o caso do
homem, principalmente na realidade oriental, nunca é adúltero mas sim a mulher
o é.
 No ponto de vista religioso, este conceito é visto de uma forma simples onde,
temos como adultério qualquer tipo de relação extra-conjugal quer seja por parte
do homem ou da mulher e é concebido como pecado.

2.2 Tipos de Monogamia

Segundo Amorim (2015), A monogamia é dividida em quatro (4) tipos que


são as seguintes: monogamia social, monogamia sexual, monogamia genétical e
monogamia civil.

2.2.1 Monogamia Social:


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A monogamia social refere-se a uma forma de relacionamento em que dois


parceiros compartilham não apenas relações sexuais, mas também colaboram em
aspectos práticos da vida cotidiana, como a aquisição de recursos essenciais. Esses
recursos podem incluir moradia, comida, dinheiro e outros elementos fundamentais para
a subsistência. Este tipo de monogamia implica uma parceria mais ampla, onde os
parceiros não apenas compartilham a intimidade sexual, mas também trabalham juntos
para construir e manter aspectos práticos de suas vidas.

A Incidência monogamia social de acordo com o Atlas Etnográfico, das 1 231


sociedades analisadas em todo o mundo, 186 eram monogâmicas; 453
tinham poliginia ocasional; 588 tinha poliginia com mais frequência; e 4 tiveram
registros de poliandria. No entanto, isso não leva em conta a população relativa de cada
uma das sociedades estudadas e a prática da poligamia em uma sociedade tolerante pode
realmente ser baixa, sendo que a maioria dos polígamos praticam também o casamento
monogâmico.

Muitas sociedades que consideramos monogâmicas na verdade permitem um


processo de divórcio simples e rápido. Em muitos países ocidentais, as taxas de divórcio
se aproximam de 50%. Aqueles que se casam acabam por casar novamente, em média,
3 vezes ao longo da vida. O divórcio e um novo casamento podem, portanto, resultam
na chamada "monogamia em série", ou seja, múltiplos casamentos, mas apenas um de
cada vez. Isto pode ser interpretado como uma forma de acasalamento plural, como são
aquelas em sociedades dominadas por famílias chefiadas por mulheres no Caribe, Ilhas
Maurícias e no Brasil, onde há rotação frequente de parceiros não casados.

2.2.2 Monogamia Sexual:

A monogamia sexual é caracterizada pelo compromisso exclusivo entre dois


parceiros no âmbito sexual. Isso significa que esses parceiros não têm relações sexuais
com outras pessoas além de seu parceiro monogâmico. Essa forma de monogamia está
mais centrada na exclusividade sexual do que em outros aspectos práticos da vida
cotidiana. O compromisso sexual exclusivo é a pedra angular desse tipo de monogamia.

A incidência da monogamia sexual pode ser grosseiramente estimada pela


percentagem de pessoas casadas que não se envolvem em relações sexuais
extraconjugais. O "Standard Cross-Cultural Sample" descreve a quantidade de sexo
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extraconjugal feito por homens e mulheres em mais de 50 culturas pré-industriais. A


quantidade de sexo extraconjugal por homens é descrita como "universal" em seis
culturas, "moderada" em 29 culturas, "ocasional" em seis culturas e "incomum" em 10
culturas. A quantidade de sexo extraconjugal por mulheres é descrita como "universal"
em seis culturas, "moderada" em 23 culturas, "ocasional" em nove culturas e
"incomum" em 15 culturas. Estes resultados apoiam a alegação de que a quantidade de
sexo extraconjugal difere entre culturas e sexos diferentes.

Pesquisas recentes realizadas em países não-ocidentais também encontraram


diferenças culturais e de gênero nas relações sexuais extraconjugais. Um estudo do
comportamento sexual na Tailândia, Tanzânia e Costa do Marfim sugere cerca de 16-
34% dos homens se envolvem em relações sexuais extraconjugais, enquanto uma
percentagem (não declarada) muito menor de mulheres se envolvem em relações
sexuais extraconjugais. Estudos na Nigéria estimaram que cerca de 47-53% dos homens
e 18-36% das mulheres se envolvem em relações sexuais extraconjugais. [13][14] Um
estudo de casais que coabitam no Zimbabwe em 1999 relata que 38% dos homens e
13% das mulheres que tiveram relações sexuais extraconjugais nos últimos 12 meses.

2.2.3 Monogamia Genética:

A monogamia genética refere-se a relações sexualmente monogâmicas nas quais


há evidência genética clara da paternidade. Isso implica que, por meio de testes
genéticos ou outros métodos, pode-se demonstrar que os descendentes são
biologicamente relacionados ao parceiro considerado monogâmico. Esse tipo de
monogamia está conectado à certeza biológica da descendência, o que pode ter
implicações sociais e culturais, especialmente em contextos em que a linhagem e a
herança genética são de grande importância.
A incidência de monogamia genética pode ser estimada a partir de taxas de
paternidade extrapar, que é quando prole criada por um casal monogâmico vêm do
acasalamento da mulher com outro homem. As taxas de paternidade extrapar não têm
sido extensivamente estudadas na população. Muitos relatos de paternidade extrapar são
pouco mais de cotações com base em boatos, anedotas e em resultados não
publicados. Simmons, Firman, Rhodes e Peters avaliaram 11 estudos publicados sobre
paternidade extrapar em vários locais nos Estados Unidos, França, Suíça, Reino
Unido, México e entre os índios ianomâmis da América do Sul. As taxas de paternidade
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extrapar variaram de 0,03% a 11,8%, embora a maioria dos locais tenham tido baixas
percentagens. A taxa média deste tipo de paternidade foi de 1,8%. Uma análise separada
de 17 estudos por Bellis, Hughes, Hughes e Ashton encontrou taxas ligeiramente
superiores de paternidade extrapar. As taxas variam de 0,8% a 30% nesses estudos, com
uma taxa média de 3,7%. Uma gama de 1,8% a 3,7% de paternidade extrapar implica
uma gama de 96% a 98% de monogamia genética. Embora a incidência de monogamia
genética possa variar de 70% a 99% em diferentes culturas ou ambientes sociais, uma
grande percentagem de casais permanecerem geneticamente monogâmicos durante as
suas relações. Um artigo que revisou outros 67 outros estudos relatou que a paternidade
extrapar em diferentes sociedades que varia de 0,4% a mais de 50%.

2.2.4 Monogamia civil


A monogamia Civil - refere-se a casamentos de apenas duas pessoas, ou seja, pode
se referir à prática de monogamia dentro do contexto de casamento civil. Nesse sentido,
a "monogamia civil" implicaria que, em um casamento civil, os cônjuges se
comprometem a uma relação exclusiva um com o outro, em conformidade com as leis
civis que regem o casamento.

2.3 Argumentos Biológicos ou sociais e culturais


2.3.1 Argumento Biológico
A monogamia, ou pelo menos a monogamia social, não existe em muitas
sociedades ao redor do mundo, o que é importante para entender como esses sistemas de
casamento podem ter evoluído. Em todas as espécies, há três aspectos principais que se
combinam para promover um sistema de acasalamento monogâmico: cuidados
parentais, o acesso a recursos e a escolha de um companheiro; no entanto, em seres
humanos, as principais fontes teóricas da monogamia são o cuidado parental e tensões
ecológicas extremas. O cuidado parental deve ser particularmente importante em
humanos devido à exigência nutricional extra de terem cérebros maiores e um período
de desenvolvimento mais longo.

Portanto, a evolução da monogamia pode ser um reflexo deste aumento da


necessidade de cuidar da prole. Da mesma forma, a monogamia deve evoluir em áreas
de tensão ecológica, porque o sucesso reprodutivo masculino deve ser maior se os seus
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recursos estão focados em garantir a sobrevivência da prole ao invés de procurar outros


companheiros.

No entanto, as evidências não apoiam estas alegações. Devido à sociabilidade


extrema e ao aumento da inteligência dos humanos, o Homo sapiens têm resolvido
muitos dos problemas que geralmente levam a monogamia, como os mencionados
acima. Por exemplo, a monogamia é certamente correlacionada com o cuidado parental,
como mostrado por Marlowe, mas não é causado por ele causado porque os seres
humanos diminuem a necessidade de cuidados parentais do casal com a ajuda de irmãos
e outros membros da família na criação dos filhos. Além disso, a inteligência humana e
a cultura material permitem uma melhor adaptação às diferentes e hostis áreas
ecológicas, reduzindo, assim, o nexo de causalidade e até mesmo correlação do
casamento monogâmico e climas extremos.

A paleoantropologia e estudos genéticos oferecem duas perspectivas sobre


quando a monogamia evoluiu na espécie humana: paleoantropólogos oferecem a
evidência preliminar de que a monogamia pode ter evoluído muito cedo na história
humana. Enquanto os estudos genéticos mostram que a monogamia evoluído muito
mais recentemente, há menos de 10 a 20 mil anos.

2.3.2 Argumentos Culturais


Apesar da capacidade humana de evitar a monogamia sexual e genética, a
monogamia social ainda se desenvolve em muitas condições diferentes, mas a maioria
dessas condições são consequências de processos culturais. Estes processos culturais
podem não ter nada a ver com o sucesso reprodutivo relativo. Por exemplo, o estudo
comparativo do antropólogo Jack Goody utilizando o Atlas Etnográfico, demonstrou
que a monogamia é parte de um complexo cultural encontrado na ampla faixa de
sociedades da Eurásia, entre Japão e Irlanda, que praticam a monogamia social, a
monogamia sexual e o dote. Goody demonstra uma correlação estatística entre este
complexo cultural e o desenvolvimento da agricultura, com o arado intensivo nessas
áreas. Com base na obra de Ester Boserup, Goody observa que o divisão sexual do
trabalho varia na agricultura por arado intensivo e horticultura de deslocamento. Na
agricultura com arado, em grande parte o trabalho é dos homens e está associado com
a propriedade privada; o casamento tende a ser monogâmico para manter a propriedade
dentro da família nuclear. Perto da família (endogamia) estão os parceiros de casamento
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preferido para manter a propriedade dentro do grupo. Um estudo genético molecular da


diversidade genética humana global argumentou que a poligamia sexual era típica e
comum em padrões reprodutivos humanos até a mudança para as comunidades
sedentárias agrícolas, aproximadamente 10 000 a 5 000 anos atrás, na Europa e na Ásia,
e mais recentemente na África e na América. Um outro estudo com base no Atlas
Etnográfico mostrou uma correlação entre o aumento do tamanho da sociedade, a
crença em deuses para apoiar a moralidade humana e a monogamia. Um estudo de
outras amostras transculturais confirmou que a ausência do arado era o único preditor da
poligamia, embora outros fatores, como a alta mortalidade masculina em guerras (em
sociedades sem Estado) e o estresse (patógeno nas sociedades com Estado), também
tivessem algum impacto.

2.4 Aspectos ou Normas Culturais e Religiosas


Ao examinar os aspectos sociais da monogamia, é crucial analisar as normas
culturais e religiosas que desempenham um papel fundamental na promoção e
perpetuação desse modelo de relacionamento. A monogamia não é apenas uma prática
individual, mas também é fortemente influenciada por fatores culturais e religiosos que
moldam as percepções e expectativas sociais. Vamos explorar como esses aspectos
variam globalmente:

1. Influências Culturais:

 Variedade Cultural: Diferentes culturas têm normas distintas em


relação à monogamia. Em algumas, a monogamia é valorizada como um
pilar da estabilidade familiar, enquanto em outras, práticas poligâmicas
podem ser socialmente aceitas.

 Tradições e Rituais: As tradições culturais muitas vezes desempenham


um papel crucial na promoção da monogamia. Casamentos
monogâmicos podem ser vistos como rituais que unem não apenas dois
indivíduos, mas também suas famílias e comunidades.

 Evolução das Normas: As normas culturais em torno da monogamia


podem evoluir ao longo do tempo. Mudanças nas percepções sociais,
movimentos feministas e transformações nos papéis de gênero podem
influenciar a aceitação da monogamia em determinadas culturas.
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2. Influências Religiosas:

 Papel das Religiões Monoteístas: Muitas das principais religiões


monoteístas, como o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo,
historicamente promoveram a monogamia como uma norma moral.
Essas religiões influenciaram as leis e as práticas sociais em muitas
partes do mundo.

 Variações Intrarreligiosas: Mesmo dentro de uma religião, pode haver


variações na interpretação e prática da monogamia. Diferentes
denominações e tradições religiosas podem ter abordagens distintas em
relação ao casamento e à fidelidade.

 Religiões Não Monoteístas: Em algumas religiões não monoteístas ou


espiritualidades tradicionais, as normas em torno da monogamia podem
diferir significativamente. Alguns grupos podem valorizar modelos
relacionais mais flexíveis.

3. Diversidade Global:

 Comparação entre Sociedades: Ao analisar a diversidade global, torna-


se evidente que as normas em relação à monogamia variam amplamente.
Sociedades ocidentais, por exemplo, podem ter abordagens diferentes das
sociedades orientais ou africanas.

 Mudanças Sociais e Globais: A globalização e as mudanças sociais têm


impactado as normas em torno da monogamia. Comunidades em
constante contato com diferentes culturas podem experimentar
transformações nas práticas de relacionamento.

Em resumo, a monogamia está intrinsecamente ligada às normas culturais e


religiosas, que desempenham um papel significativo na definição das expectativas
sociais. Essas influências variam globalmente, refletindo a diversidade de valores e
crenças em diferentes partes do mundo. A compreensão desses aspectos sociais é
essencial para uma análise abrangente da monogamia em contextos culturais diversos.
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2.5 Causas da monogamia

A monogamia enquanto modelo de relacionamento idealizado é parte da cultura


de algumas das sociedades mais populosas do mundo, como as das nações ocidentais.
Trata-se do único modelo de relacionamento que hoje em dia é recomendado pelas mais
diversas doutrinas do Cristianismo e do Judaísmo, apesar de essas religiões terem em
suas escrituras narrativas com personagens poligâmicos em posições bastantes
privilegiadas, como a história do Rei Salomão, alegadamente o rei mais rico de seu
período, considerado pela tradição o homem mais sábio de todos e que, pelo que se tem
conhecimento no capítulo 11 do Primeiro Livro dos Reis, casou-se com 700 esposas e
300 concubinas.

O filósofo Friederich Engels, em seu livro A Origem da Família, da Propriedade


Privada e do Estado, relata o surgimento da Monogamia no desenvolvimento histórico
dos modelos relacionais, como uma maneira encontrada para que o homem pudesse
controlar a reprodução feminina e assegurar que as suas propriedades seriam herdadas
para a sua prole geneticamente compatível. Para Engels, a monogamia não representa
uma união livre de vontades. Pelo contrário, vê nela a subjugação do feminino ao
masculino:

«A monogamia não aparece na história, portanto, como uma reconciliação


entre o homem e a mulher e, menos ainda, como a forma mais elevada de
matrimónio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de um sexo
pelo outro, como proclamação de um conflito entre sexos, ignorado, até então,
na pré-história. Num velho manuscrito inédito, redigido em 1846 por Marx [A
ideologia alemã] e por mim, encontro a seguinte frase: “A primeira divisão do
trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos”.
Hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de classes que apareceu na
história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a
mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do
sexo feminino pelo masculino» (p. 86).

Essa forma de entender a mulher como uma propriedade masculina esteve visível
em leis por diversos anos nas sociedades ocidentais e ainda presente em outras
sociedades, onde a mulher podia e pode ser punida com a morte pelo crime de adultério.
Enquanto o homem deteve legalmente, por muito tempo, do privilégio de saciar sua
libido e seus desejos extraconjugais sem uma punição severa. Entretanto, nos tempos
atuais da legalidade do Brasil, não há diferenciação de sexo e o máximo que pode
ocorrer é um divórcio por causa eficiente.
13

3. Conclusão

Chegado nesta fase conclui-se que A monogamia, como modelo de


relacionamento, transcende as fronteiras do indivíduo para entrelaçar-se profundamente
nos tecidos da sociedade, biologia e cultura. Este estudo se propõe a desvelar as
complexidades inerentes à monogamia, mergulhando nas intricadas teias das
perspectivas sociais, biológicas e culturais que moldam esse fenômeno humano. Ao
abordar questões fundamentais sobre a natureza da monogamia, este trabalho visa
proporcionar uma compreensão abrangente e multidimensional dessa prática relacional
que ecoa através dos tempos e culturas.

No âmbito biológico, a busca por entender se a monogamia é intrínseca à natureza


humana ou uma construção social representa uma indagação central. As perspectivas
evolutivas oferecem um olhar penetrante sobre as origens desse comportamento,
explorando teorias que relacionam a monogamia a estratégias adaptativas, seleção
sexual e investimento parental. Estas teorias não apenas refletem a interação complexa
entre biologia e comportamento, mas também lançam luz sobre o papel evolutivo
desempenhado pela monogamia na sobrevivência e sucesso reprodutivo da espécie
humana.

Entretanto, a monogamia não é apenas um fenômeno biológico; é, igualmente,


uma construção social e cultural. As normas culturais e religiosas desempenham um
papel preponderante na definição e perpetuação da monogamia, delineando expectativas
e moldando as práticas sociais. A diversidade global revela uma tapeçaria rica de
abordagens culturais distintas, onde rituais, tradições e interpretações religiosas
contribuem para a complexidade dessa prática relacional.

Neste contexto, é imperativo explorar como a monogamia se manifesta nas


interseções entre o biológico, o social e o cultural. Cada faceta desta análise
proporcionará insights essenciais para a compreensão da monogamia como um
fenômeno humano multifacetado, abrindo espaço para reflexões críticas sobre suas
implicações em diferentes sociedades e épocas. Ao desvendar essas camadas intricadas,
14

este estudo busca contribuir para um diálogo enriquecedor sobre a natureza da


monogamia e sua relevância em nosso mundo diversificado e em constante evolução.

4. Referencias Bibliográficas
 Amorim, P.; Belo, F; Moreira, G. (2015). Monogamia: interpretações
winnicottianas. Contextos Clínicos, 8 (2): 201-209, Disponível em:
http://revistas.unisinos.br/index.php/contextosclinicos/article/view/
ctc.2015.82.09/4978.
 Azeredo. Fabrício Terra. (2009). Relações Monogâmicas consentidas: seu
reconhecimento como entidade familiar. Rio de Janeiro. EMERJ.
 Barbosa, M. (2015). Poliamor e relações Livres: Do Amor à Militância Contra
a Monogamia Compulsória. Rio de Janeiro: Multifoco.
 Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo:
Editora Atlas;

 Simão, José Fernando. Monogamia e Poligamia, casamento homoafetivo,


escritura pública e dano social: uma reflexão necessária. s/l. Pp. 821-836.
 SÍNODO DOS BISPOS XIV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA. (2015). A
vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. s/l/.

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