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Universidade Rovuma
Extensão de Pemba
2023
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Universidade Rovuma
Extensão de Pemba
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2023 ii
Índice
CAPITULO I:....................................................................................................................3
1. Introdução......................................................................................................................3
1.1.1 Geral..................................................................................................................3
1.1.2 Específicos........................................................................................................3
2.1.1 Lobolo...............................................................................................................4
2.1.2 O casamento......................................................................................................7
CAPITULO III:...............................................................................................................14
3.1 Conclusão...............................................................................................................14
4. Referencias Bibliográficas...........................................................................................15
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CAPITULO I:
1. Introdução
Com este presente trabalho, abordarei o tema desde a fase inicial do processo de
celebração do lobolo sem esquecer - se da formalidade, o significado social, objecto, e
citar relações bibliográficas que servirão de suporte para a investigação, não me
esquecerei também a realização da técnica de entrevista em algumas individualidades
abalizadas da matéria. Na metodologia de pesquisa deste trabalho será realizada,
segundo Gil (2002), Caracteriza-se por ser Descritiva e exploratória pois, para atingir os
objectivos deste estudo, será empregada uma abordagem de pesquisa mista, que
combinará métodos qualitativos. Para se desenvolver o tema usou se varias técnicas de
coleta desde as pesquisas na internet até as consultas bibliográficas de manuais, livros e
materiais em digital. Constitui a estrutura organizacional deste trabalho: Capa,
Contracapa, Índice, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referencias
Bibliográficas.
1.1.2 Específicos
respeitadas.
Na óptica de Granjo (2006) o lobolo deve ser definido como sendo uma prática
que nos permite compreender e salientar de que forma as representações tradicionais
subjacentes a ele podem ser apropriadas para resolver preocupações conjugais
marcadamente inovadoras. Portanto, nos permite de igual modo, compreender de que
forma se joga nela a significação de todas as partes envolvidas, num quadro em que o
acesso aos antepassados e o controle sobre os descendentes é manipulável em função de
interesses e igualdade de estatutos.
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O Lobolo como uma forma pela qual a união entre um homem e uma mulher é
socialmente reconhecida (Malinowski, 1975). Por seu turno, Junod (1974) vê o lobolo
como troca entre as unidades colectivas que compõem um clã. Uma unidade adquire
novo membro (mulher) e a unidade doadora exige a recomposição através de uma
compensação que lhe permita adquirir outra mulher.
O lobolo como sendo uma prática passada de geração em geração, sem influência
ocidental não é a compra da mulher e como prova disso e pela sua relevância resistiu
desde a era colonial, assim como na pós-independência.
O lobolo mantém até hoje o conteúdo social e dizer que ele seja compra, agride
aquilo que é os costumes e a crença e práticas culturais do sul de Moçambique.
Hoje em dia o valor do lobolo depende também das qualidades da rapariga
porque se for uma mulher formada pode custar muito mais carro cobra-se as
qualidades, os investimentos em educação que não aconteciam antigamente.
O facto é que algumas das características que fazem que o lobolo continue de
modo expressivo hoje são, principalmente: o seu instrumento para superação de
problemas espirituais; a busca pela harmonia social entre vivos e antepassados; e a
inscrição do indivíduo numa relação de redes de parentesco que faz parte de sua
identidade social (Bagnol 2008). Em síntese, o lobolo mantém-se e, aparentemente,
reforça-se de acordo com as situações sociais, “reproduzindo-se hoje num contexto em
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Fonte: Iniciando a cerimônia: apresentação e ordenação dos bens (pelo autor, 2023)
Segundo Taibo citando Jeffreys, lobolo é o substantivo que designa a
transferência de gado entre os negros sul- africanos, transferência que dá poderes
paternais, a posse das crianças, o lobolo legitima a manutenção e controle da
descendência patrilinear mas não estabelece, necessariamente, a união entre um homem
e uma mulher. Jeffreys justifica o seu posicionamento: a minha insistência de que o
`lobolo´ é preço da criança e a única definição verdadeira e correta, baseia-se no facto
de que durante trinta anos de magistratura na Nigéria, iniciados em 1915, depressa
aprendi que dote, como o `lobolo´ é ali chamado, comprava o direito aos filhos da
mulher (…) pelo pagamento do dote, o noivo adquire o direito de reter os filhos da
mulher, mas não paga o direito de reter a mulher” (Ibid.: 10).
2.1.2 O casamento
O casamento é a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com
propósito de constituir uma família mediante a comunhão plena de vida, nos termos do
artigo 7 da Lei de Família.
começaram a procurar trabalho na Africa do Sul, o lobolo começou a ser realizado com
recurso a libras esterlinas, em paralelo com o uso de enxadas e bois (Taibo citando
Junod, 1996, pp. 254-256). Contudo, o gado bovino permaneceu a referência na
determinação do valor a ser dado. Durante o período colonial, o governo português
mostrou um interesse particular pelo lobolo. Assim, nos anos 1930, as autoridades
coloniais estabeleceram um valor a ser pago pelo lobolo para controlarem os
movimentos de gado. Era obrigatório comunicar à administração a transferência de gado
de um grupo para outro.
Serve de protector da mulher e dos seus filhos de uma fatalidade, alem de que o
filho do lar fossem trata do com mais carinho, e em caso de morte da mulher os
filhos do casal passem a ser ao encargo dos familiares do marido;
O lobolo leva maior estabilidade matrimonial pois trata-se de uma
responsabilidade assumida pela família;
No caso da morte da mulher o marido tem a obrigação de acender a uma das
irmãs da falecida para se tornar sua esposa;
No caso da morte do marido, para a purificação desta deve manter relações
sexuais com os dois irmãos do falecido no acto cerimonial.
Comida;
Bebida;
Dinheiro;
Vestuário para os pais da noiva, avós e tios. Como ilustra na imagem abaixo:
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Fonte: Apresentação dos presentes destinados à família da noiva (pelo autor, 2023)
definido que uma mulher que aceitasse o lobolo não poderia ser escolhida para uma
posição de liderança na organização (Bagnol citando Welch, 1982, p. 23).
CAPITULO III:
3.1 Conclusão
Concluindo e de uma forma resumida embora com dificuldades na pesquisa da
matéria a abordar, que o lobolo legitima a subordinação e discriminação contra a
mulher. Conseguiu retirar alguns aspectos essenciais que focaram relevância
importância na investigação.
Retirei também alguns aspectos positivos em que o lobolo legitima que os filhos
nascido do casamento, bem como os filhos que por ventura a mulher tenha fora do
casamento.
Porem a realização do casamento em cartório inutiliza esta possibilidade mais uma vez
a incoerência.
característica que torna o lobolo único e que explica grande parte da sua força
ontológica e da sua persistência.
4. Referencias Bibliográficas
Abudo, José Ibraimo. (2005). Direito da família. Maputo, Setembro de 2005.
Bagnol, Brigitte. 2008. “Lobolo e espíritos no sul de Moçambique”. Análise
Social, n. 187: 251-272. GRANJO, Paulo. 2004. “O lobolo de meu amigo Jaime:
um velho idioma para novas vivências conjugais”. Travessias - Revista de
ciências sociais e humanas em língua portuguesa, n. 4: 47-78.
Brigitte Bagnol, Lobolo e espíritos no Sul de Moçambique, Análise Social, vol.
XLIII (2.º), 2008, 251-272.
Dissertação (Mestrado em Antropologia Social): UFPR.
Dona, Maria da Luz – Macurungo – Machope Ronga.
Dona, Helena Cassamo – Pioneiros – Maconde.
Honwana, Alcinda Manuel. (2002). Espíritos vivos, tradições modernas:
possessão de espíritos e reintegração social pós-guerra no sul de Moçambique.
Maputo: Promédia.
ISAACMAN, Barbara e Stepham, June. (1984). A mulher moçambicana no
processo de libertação, Maputo, Instituto Nacional do livro e disco.
Sahlins, Marshall. (1990). Ilhas de história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Santana Jacimara Souza. (2009). Mulheres de Moçambique na revista Tempo: o
debate sobre o lobolo (casamento). Revista de História.
Taibo, Ruben Miguel Mário. (2012). Lobolo (s) no Moçambique
contemporâneo: mudança social, espíritos e experiências de união conjugal na
cidade de Maputo.
Taibo, Miguel Mário. (2012). Lobolo (s) no Moçambique contemporâneo:
mudança social, espíritos e experiências de união conjugal na cidade de
Maputo, dissertação de mestrado, Curitiba.
Artigos:
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