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Pela sua natureza e estrutura de direito privado e o direito comercial caracteriza-se e diferencia-
se dos outros ramos do direito, sobretudo do direito civil, pelos seguintes traços peculiares:
Cosmopolitismo;
Individualismo;
Onerosidade,
Informalismo;
Fragmentarismo;
Solidariedade presumida.
1 – Cosmopolitismo:
Em dissertação anterior acentuamos o traço cosmopolita que caracterizou o direito comercial,
desde o seu surgimento. Em Roma aplicava-se ao comerciante o direito dos estrangeiros, o jus
gentios; o direito marítimo, universalista por excelência, inspirou a criação de diversos institutos
mercantis, como a sociedade em comandita, o seguro e, segundo alguns, as próprias sociedades
anónimas.
2 - Individualismo:
As regras de direito comercial inspiram-se em acentuado individualismo, porque o lucro está
directamente vinculado ao interesse individual. Esse tradicional individualismo, temos de
reconhecer, está temperado nos tempos modernos pela actuação do Estado, limitando a liberdade
do contrato, que era um dos apanágios do individualismo. A liberdade do contrato, todavia,
constitui ainda regra preponderante nas relações mercantis.
3 – Onerosidade:
Precisamente porque o objectivo do comerciante é a obtenção de lucro, não se concebe na
actividade comercial a gratuidade. A onerosidade é a regra, e ela se presume. No direito civil a
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gratuidade é a constante, em muitos contratos, a começar pelo mandato. O mútuo, no direito
romano, era contrato entre amigos, passando a ser oneroso com o desenvolvimento do comércio.
4 - Informalismo:
Em fase da técnica própria do direito comercial, e de seu objectivo de regular operações em
massa, em que a rapidez da contratação é elemento substancial, forçou-se a supressão do
formalismo. Em compensação, boa fé impera nos contratos comerciais, impondo-se meios de
provas mais simples e numerosos do que no direito civil.
5 – Fragmentarismo:
O direito comercial é extremamente fragmentário, um sistema jurídico completo, mas um
complexo de normas, que deixa muitas lacunas.
6 - Solidariedade presumida:
A tutela do crédito e a segurança na circulação dos bens, dada a celeridade das operações
realizadas em massa, importa muitíssimo ao direito comercial. Mais ao direito comercial do que
ao direito civil. A solidariedade das obrigações era implícita no direito comercial desde os seus
primórdios.