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II – Do registro de empresa
2.1 Dos órgãos do registro de empresa
O registro de empresas é regulamentado pela lei 8.934/94 (LRE), existindo as figuras das
juntas comerciais e do Departamento Nacional de Registro de Comércio.
Cabe ao DNRC supervisionar o registro de empresas no Brasil, cabendo às juntas
comerciais a função executiva, sendo divididas as suas tarefas em três atos:
• ARQUIVAMENTO – dos atos constitutivos (contrato social, alterações contratuais,
ata de fundação, estatutos, requerimento de empresário individual, consorcio de
empresas, autorização de estrangeiras a funcionar no Brasil, dentre outros);
• MATRÍCULA – consiste na inscrição de nomes dos profissionais que exercem
atividades de natureza paracomercial (tradutores públicos, intérpretes comerciais,
leiloeiros, administradores de armazéns gerais e trapicheiros);
• AUTENTICAÇÃO – refere-se a determinados instrumentos de escrituração, que
são os livros comerciais e as fichas escriturais.
Nota:
• As juntas também servem para se tirar dúvidas acerca dos usos e costumes
comerciais.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O empresário individual é a pessoa física que exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para produção e circulação de bens ou serviços (art. 966,
CC).
O artigo 972, CC/02 dispõe que podem exercer a atividade de empresário
qualquer pessoa em pleno gozo da capacidade civil e que não seja legalmente impedida.
Nós vimos no tópico anterior as hipóteses de impedimentos legais para o
exercício da atividade empresarial, bem como as pessoas que não poderão se registrar
como empresário individual perante a Junta Comercial.
No entanto, vale dizer que há exceções no que tange ao incapaz dar
continuidade ao exercício de empresa na qualidade de empresário individual.
O artigo 974, do CC prevê que:
Nesse ínterim, é imperioso demonstrar que o incapaz não poderá dar início a
atividade empresarial, mas tão somente dar continuidade. Vejamos o Enunciado 203 do
CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil: “o exercício de empresa por empresário
incapaz, representado ou assistido, somente é possível nos casos de incapacidade
superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte”.
Vale lembrar que o menor emancipado goza de plena capacidade para ser
empresário, inclusive constitui meio para a obtenção de emancipação, em conformidade
com o previsto no Código Civil.
Sobre o empresário individual casado vale ressaltar algumas regras
específicas. O Enunciado 58 da II Jornada de Direito Comercial do CJF previu que:
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e
não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no
exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à
conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de
empresas mercantis.
A ausência de averbação no Registro Público de Empresas – Junta Comercial
implica na impossibilidade do empresário individual casado de opor os bens contra
terceiros, bem como dar em garantia ou gravá-los de ônus real.
Para fazer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, realizado
pela Junta Comercial, o empresário individual terá de obedecer às formalidades legais
previstas no art. 968 do Código Civil, ou seja, fazer requerimento que contenha: “I – o seu
nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II – a firma,
com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura
autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua
autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1.º do art. 4.º da Lei Complementar
n.º 123, de 14 de dezembro de 2006; III – o capital; IV – o objeto e a sede da empresa”.
Tratando-se, por outro lado, de sociedade empresária, deve-se levar a registro o ato
constitutivo (contrato social ou estatuto social), que conterá todas as informações
necessárias.
Material Autoral – protegido. A reprodução ou veiculação deste material sem autorização da
Autora sujeitará o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Luane Silva Nascimento
Os §§ 1.º e 2.º do referido artigo, a seu turno, dispõem: “com as indicações
estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro
Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os
empresários inscritos”; “à margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão
averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes”.