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Introdução..................................................................................................................................2
Conceito do Lobolo....................................................................................................................5
1.2 Evolução do lobolo no sul de Moçambique.........................................................................6
1.3 Funções do Lobolo...............................................................................................................8
1.4 Lobolo na cidade de Maputo................................................................................................8
1.5 A cerimónia do lobolo nas comunidades Rongas...............................................................11
1.6. A PERSISTÊNCIA DA PRÁTICA DO LOBOLO NO SUL DE MOCAMBIQUE.........13
Conclusão.................................................................................................................................15
Bibliografia..............................................................................................................................16
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Introdução
O presente tema já foi abordado por vários autores dentro os quais Ferreira In Notícias
14/05/1971, “As funções do lobolo eram por conseguinte, múltiplas. Em primeiro lugar
representava uma compensação (no sentido lato) e não um “dote” nem um “preço de
compra” como erroneamente alguns o têm considerado. Em segundo lugar, legalizava a
transferência da capacidade reprodutora da mulher para o grupo familiar do marido, de que
passava a fazer parte. Em terceiro lugar dava carácter legal e estabilidade à união
matrimonial. Em quarto lugar tornava o marido e respectiva família responsáveis pela
manutenção e bem-estar da esposa. Em quinto lugar, legitimava os filhos gerados que se
consideravam sempre como pertencentes à família que havia pago o lobolo. Em sexto lugar,
representava um meio de aquisição de outra unidade reprodutora para o grupo enfraquecido
pela cedência de uma das suas mulheres”. Taibo (2012:29) analisa o conceito de lobolo em
duas vertentes antropológicas: a teoria evolucionista e a teoria estruturo-funcionalista. Já
Bagnol no seu artigo lovolo e espíritos no sul de Moçambique (252), explica que o lovolo é
ritual aos antepassados para evitar violência, doenças e os problemas de varias ordens
colocando assim o ritual no sistema religioso.
Com o passar do tempo o lobolo ou o lovolo vem sofrendo varias mutações, derivados de
vários factores dentro os quais culturais, económicos e sociais. Para uma melhor
compreensão o problema que se levanta é quer perceber até que ponto o lobolo ou lovolo
persistiu ao longo do tempo, tomando em consideração as respectivas modificações ou
transformações que vem sofrendo?
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O objectivo que ira guiar a presente, é facto de quer compreender os mecanismos que levam
o lobolo ou lovolo a perdurar ao longo, apesar dos mutações quem vem sofrendo ao longo do
tempo. Terá ainda como objectivos específicos:
Identificar os mecanismos que estão por de trás do lobolo durar ao longo do tempo.
No que concerne a revisão da literatura vários autores já discutiram sobre o tema em questão
Taibo (2014:29) o conceito de lobolo é definida em função de luz de algumas perspectivas
antropológicas, a teoria evolucionista predominante nos finais do século XIX moldou uma
abordagem vincada na origem das relações de parentesco inerentes a este ritual, sendo que
uma das preocupações foi o papel do tio materno na cerimônia de casamento.
Santana defende que o lobolo sofre varias influenciais, isto é, a colonização europeia também
trouxe modificações à instituição do lobolo. Santana citando a revista o Tempo, no modo de
organização social ancestral, ele era negociado entre as famílias por intermédio do chefe de
linhagem, em cujas mãos se concentravam a organização e o monopólio das redes
matrimoniais.
Ferreira advoga que o modelo tradicional do lobolo, tende a ser substituído, no seu artigo
publicado no IN NOTICIAS, o trabalho assalariado veio permitir a obtenção, sem custo
excessivo, do lobolo, outrora tão difícil para os rapazes sem irmãs, com a não pequena
vantagem de que, não tendo as mulheres sido obtidas por troca de bens familiares,
desapareciam as complicações com os parentes.
Um ponto em comum é discutido entre vários autores, na qual a instituto do lobolo sofreu
varias mutações, mas que no final mantem a sua essência.
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Quanto ao referencial teórico, no campo da discussão em torno do lobolo, podemos destacar
varias abordagens que podem ser feitas, mas a presente pesquisa terá como suporte, a
dissertação RUBEN MIGUEL MÁRIO TAIBO: LOBOLO (s) NO MOÇAMBIQUE
CONTEMPORÂNEO: mudança social, espíritos e experiências de união conjugal na cidade
de Maputo, para Taibo citando Ferreira defendem que o lobolo era considerado como uma
troca de serviços entre duas famílias pertencentes a clãs diferentes; uma delas cedia a outra, a
capacidade procriadora de uns dos seus membros, para ser compensada pela perca, recebia
determinados bens (lobolo), que normalmente, eram destinados a aquisição de uma noiva
para um dos irmãos da recém-casada.
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1.1 Conceito do Lobolo
A abordagem sobre o lobolo insere discussões teóricas que influenciaram a sua concepção.
Nessa ordem de ideia importa buscar alguns conceitos de alguns autores que já debruçaram-
se sobre o lobolo no sul de Moçambique, segundo Serra o lobolo não é um acordo entre um
homem e uma mulher, mas entre duas famílias patriarcais, o amor entre esse homem e essa
mulher não conta no lobolo, o que conta são os interesses das famílias. A perda de uma filha
numa família deve corresponder a uma compensação em dinheiro.
O lobolo é um costume cultivado até hoje no Sul de Moçambique. Segundo esta tradição, a
família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o seu casamento e a ida para outra
casa.
Segundo Taibo citando Jeffreys, lobolo é o substantivo que designa a transferência de gado
entre os negros sul- africanos, transferência que dá poderes paternais, a posse das crianças,
o lobolo legitima a manutenção e controle da descendência patrilinear mas não estabelece,
necessariamente, a união entre um homem e uma mulher. Jeffreys justifica o seu
posicionamento: a minha insistência de que o `lobolo´ é preço da criança e a única definição
verdadeira e correta, baseia-se no facto de que durante trinta anos de magistratura na Nigéria,
iniciados em 1915, depressa aprendi que dote, como o `lobolo´ é ali chamado, comprava o
direito aos filhos da mulher (…) pelo pagamento do dote, o noivo adquire o direito de reter os
filhos da mulher, mas não paga o direito de reter a mulher” (Ibid.: 10).
Taibo citando Junod explica que o termo lobolo deriva do “Cu lobola que significa comprar
em casamento, diz-se de um pai que reclama ao pretendente da filha uma certa quantia em
dinheiro. Lobolo ou ndjobolo ou bucóssi é a quantia paga: os bois, as enxadas ou as libras
esterlinas”.
Taibo citando Ferreira percebe que o lobolo “era considerado como uma troca de serviços
entre duas famílias pertencentes a clãs diferentes; uma delas cedia à outra, a capacidade
procriadora de uns dos seus membros, e para ser compensada pela perca, recebia
determinados bens (lobolo) que, normalmente, eram destinados a aquisição de uma noiva
para um dos irmãos da recém-casada.
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Dados históricos apontam para modificações significativas na maneira como o lobolo foi
realizado ao longo do tempo em Moçambique. No período pré-colonial, o lobolo era
realizado com esteiras e objectos de vimes. Com o início do comércio costeiro foram
introduzidos novos objectos. Frei João dos Santos, missionário em Moçambique no fim do
século XVI, reporta que cafres destas terras compram as mulheres com que casam a seus pais
ou mães, e por elas lhe dão vacas, panos, ou enxadas, cada um segundo sua possibilidade e
segundo a mulher.
Na mesma altura, a Igreja Católica, visando «civilizar» a população, agiu contra o lobolo,
proibindo os recém-convertidos de o praticarem e encorajando os casamentos canónicos. Na
mesma linha, depois da independência, em 1975, o governo da FRELIMO definiu uma
estratégia que visava erradicar o que chamava «valores retrógrados da sociedade tradicional»,
que incluíam o lobolo. A posição da FRELIMO está claramente expressa na citação seguinte:
«A sociedade, compreendendo que a mulher é uma fonte de riqueza, exige que seja pago um
preço. Os pais requerem do futuro genro o pagamento de um preço, o lobolo, para cederem a
filha.
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monetário do lobolo e dos outros bens pedidos: jóias, vestuário, vinho e cerveja (Teixeira,
1987). Para evitarem problemas políticos e legais as pessoas mantinham o assunto em
privado e em certos casos negavam tê-lo praticado (Welch e Sachs, 1987). Devido a várias
pressões, nos anos 1990 o governo da FRELIMO tornou-se mais tolerante com as «tradições»
anteriormente consideradas «retrógradas e supersticiosas» e assumiu que a sua agenda
política devia ser harmonizada com estas práticas.
Dados de 1990 indicam que após mais de um século de crítica ao lobolo, a nível nacional,
somente 10% dos casamentos eram realizados segundo a lei civil. Os restantes 90% eram
uniões de facto, casamentos religiosos ou «tradicionais» (Casimiro et al., 1990), não
reconhecidos formalmente. Somente em 2003 a Lei da Família estabeleceu a possibilidade de
reconhecer os casamentos religiosos e tradicionais, garantindo às pessoas casadas, de acordo
com estes rituais, o acesso aos direitos e obrigações estabelecidos pela lei formal.
A fim de entender o processo de casamento, do qual o lobolo faz parte, importa realçar que,
actualmente, este inclui três fases principais, cada uma subdividida em vários
acontecimentos. A primeira consiste na apresentação da intenção do noivo de criar um laço
com uma mulher, realizada por parentes e amigos, num encontro chamado hikombela mati6.
Nesta ocasião, ou após esta cerimónia, os familiares da noiva dão aos representantes do noivo
um documento no qual são especificados os pedidos para o lobolo. Após alguns meses ou
anos, dependendo da capacidade do noivo para adquirir os presentes, o lobolo é realizado.
As funções do lobolo eram por conseguinte, múltiplas. Em primeiro lugar representava uma
compensação (no sentido lato) e não um dote nem um preço de compra como erroneamente
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alguns o têm considerado. Em segundo lugar, legalizava a transferência da capacidade
reprodutora da mulher para o grupo familiar do marido, de que passava a fazer parte. Em
terceiro lugar dava carácter legal e estabilidade à união matrimonial. Em quarto lugar tornava
o marido e respectiva família responsáveis pela manutenção e bem-estar da esposa. Em
quinto lugar, legitimava os filhos gerados que se consideravam sempre como pertencentes à
família que havia pago o lobolo. Em sexto lugar, representava um meio de aquisição de outra
unidade reprodutora para o grupo enfraquecido pela cedência de uma das suas mulheres
Segundo Ferreira no seu artigo o Problema do Lobolo revela claramente o caráter do lobolo,
na qual divide em três vertentes:
Obrigação que pendia sobre o grupo familiar da esposa de apresentar uma substituta
no caso de comprovada esterilidade da lobolada;
A obrigação dos irmãos mais velhos ajudar os mais novos, na obtenção do lobolo;
Segundo Taibo citando Granjo autor de uma etnografia baseada no lobolo de um casal (Jaime
e Elsa) residente nos arredores da cidade de Maputo, algures no conhecido bairro do
Xipamanine. Como forma de oficializar tradicionalmente a sua união, o casal realizou um
lobolo que, sob ponto de vista do “costume”, estava atrasado. Afinal já moravam juntos a 12
anos e tinham filhos. A cerimónia inicia com o kupahla – a referida “conversa com os
espíritos” – efectuado pelos parentes do noivo antes de partirem a casa da noiva. O tio
paterno do noivo era a figura que orientava os procedimentos. Desta feita podemos concluir
que o lobolo é percebido como sendo um casamento tradicional que antecede o casamento
civil de salientar que não trata-se de união de facto.
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das sociedades tradicionais, a partir das quais a família desempenhava um importante papel
nas relações sociais e na produção económica do colectivo, tendo como eixo principal a
produção familiar. Assim, o casamento constituía uma instituição significativa porque era por
ele que se garantia a produção agrícola e a geração da descendência.
Segundo Santana ainda citando Sambo, antes do século XV, essa compensação geralmente
era paga em cabeças de gado e cestos. O tipo de oferta veio a mudar em decorrência de os
Tsongas terem sofrido um despojo de seu gado por Sochangane (1820), daí o motivo de
outros produtos terem sido acrescidos nessas alianças, como pulseiras de latão, brincos,
panos, vidrilhos e alguns produtos europeus.
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assimilar., onde outrora se processava uma repartição que poderíamos considerar coerente de
mulheres e de alianças, passaram a surgir competições e ganâncias onde imperam factores de
ordem material.
Esta relativa vantagem do casamento por meio do lobolo ressalta, sobretudo, quando se
compara com as condições prevalecentes entre os povos matrilineares do norte do Zambeze.
Não há aí qualquer transferência de bens destinada a compensar a família do noivo pela perca
daquele seu membro que vai partir para junto de outra matrilinhagem. Mas esta carência em
nada afecta as sociedades matrilineares em que o princípio predominante que regula a
descendência mantém a sua operância independentemente da debilidade dos laços conjugais.
Assim é que a taxa de divórcio é extremamente elevada: superior a cerca de três vezes a dos
norte-americanos, ou em cerca de cinco a seis vezes a dos sul-africanos de extracção
europeia.
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Contudo é erróneo considerar esta particularidade como sintoma de desagregação social. Ela
constitui, pelo contrário, uma das condições essenciais para o eficiente funcionamento da
organização social. A solidariedade da matrilinhagem é de tal maneira pronunciada que
quando o indivíduo se encontra perante um conflito entre a lealdade que deve ao seu cônjuge
e a que deve à sua matrilinhagem, resolve-o na maioria das vezes, desembaraçando-se do
primeiro e respeitando os interesses e a coesão da segunda. Facilmente se compreende esta
atitude se nos recordarmos que os filhos nascidos do matrimónio pertencem automática e
exclusivamente ao grupo de descendência matrilinear em que a mãe se encontra integrada.
Para a filiação daqueles na matrilinhagem não interessa quem haja sido o pai ou quantos
maridos sua mãe tenha porventura possuído.
O lobolo começa com a chegada do noivo a casa da noiva, um pouco antes da hora marca
para o início da cerimónia, segundo Granjo no seu artigo o casamento do meu amigo Jaime,
Isto porque, para além de haver bens a conferir e estratégias a combinar, essa cerimónia não
se faz sem que antes se efectue uma outra, trata-se de uma invocação e conversa com os
espíritos dos antepassados da linhagem, que idealmente deverá ser realizada antes do nascer
do sol.
A conferência do dinheiro e objectos (a que se juntam figuras importantes da família que não
irão à é também a altura para combinar pormenores e funções, já antes propostas
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individualmente às pessoas respectivas). A delegação será apresentada pelo padrinho de
casamento dos pais do noivo, cabendo a uma respeitada “tia” (a filha do tio-avô paterno)
entregar os bens do lobolo. A filha do irmão do pai vestirá a noiva. Segundo Granjo
Mandados finalmente entrar, deixamos de ser tratados como visitas inoportunas. Sentados em
cadeiras e – no caso das mulheres muitas vezes em esteiras, o padrinho diz vão fazer. O líder
dos da casa dá-nos as boas vindas e a sua esposa, que desempenhará um papel semelhante a
um mestre-de-cerimónias, conduz-nos numa oração a Deus, pedindo que tudo se passe com
harmonia e conduza a bons resultados.
A noiva, que esteve desde início fechada num quarto anexo, é chamada à sala. Informam-na
de que o noivo a veio lobolar e perguntam-lhe, como é hábito fazer-se, se o conhece. Da
mesma forma que o “tio” lhe faz a pergunta com seriedade, ela responde circunspecta que
sim. Perguntam-lhe então se podem aceitar estas coisas. Ao dar a sua anuência, o acordo está
selado.
São então chamados os pais da noiva. Também eles são informados do acordo e da
concordância da filha, enquanto isso se passa, mais pessoas vão entrando na sala (na verdade,
todos os que têm um estatuto familiar que o permita), à medida que as janelas e portas ficam
tapadas pelos vizinhos e familiares juniores, espreitando de fora.
Ao regressar ao seu lugar, o irmão mais velho adianta-se e, com gestos largos e teatrais, retira
uma nota e mete-a no bolso. Prescinde, através deste acto, da sua autoridade sobre a irmã
embora seja raro que o seu ascendente se desvaneça.
A noiva só volta a surgir quando as celebrações acalmam e as várias pessoas se sentam. Vem
tapada com uma capulana, escoltada à frente e atrás por duas raparigas que a conduzem até
ao seu lugar.
Em Moçambique, a prática do lovolo foi geralmente entendida como sendo uma expressão da
«tradição» e, consequentemente, um conjunto de práticas, crenças e conhecimentos passados
de uma geração para outra de forma imutável. As tradições foram vistas durante muito tempo
como imóveis, incluindo pelas ciências sociais. Porém, estudos recentes mostram que as
tradições nunca foram estáticas e constituem um recurso maleável constantemente adaptado
(Spiegel e McAllister, 1991), uma vez que resultam de processos sócio-económicos, são
determinadas por eles e demonstram grande capacidade de adaptação (Bagnol, 2008:268).
As cerimónias do lovolo com o passar do tempo há muitas adaptações que vem sofrendo ao
longo do tempo. Segundo Bagnol (2008: 269) uma delas é a tendência no sentido do aumento
do número de casais que combinam diferentes tipos de casamentos, considerada uma prática
relativamente nova, e demonstrando o contínuo processo de inovação e sincretismo.
Uma das maiores modificações que registei relativamente ao sistema descrito na literatura
colonial sobre o Sul de Moçambique é que, actualmente, o lovolo é providenciado pelo noivo
e não pela sua família. O lovolo recebido por uma irmã já não é utilizado para adquirir uma
mulher para o filho (Bagnol citando Kuper, 1981 e 1982, pp. 108-121).
Os motivos para a realização do lovolo revelam também diferenças profundas. Se para alguns
são o resultado de uma ligação a modelos de crenças, valores e comportamentos, não o são
para todos.
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Conclusão
Deste trabalho é então a de que o lovolo continua a constituir uma prática importante na
sociedade moçambicana mas concretamente nas comunidades Rogas, na medida em que
inscreve o indivíduo numa rede de relações de parentesco e de aliança tanto com os vivos
como com os antepassados. Por este motivo, apesar da existência de formas de casamento
civil e religioso, o lovolo sobrevive e transcende o casamento enquanto tal, cobrindo áreas
que não são abrangidas por outras formas de união — a relação espiritual com os
antepassados. E é precisamente esta característica que torna o lovolo único e que explica
grande parte da sua força ontológica e da sua persistência.
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Bibliografia
Taibo, Miguel Mário, Lobolo (s) no Moçambique contemporâneo: mudança social, espíritos
e experiências de união conjugal na cidade de Maputo, dissertação de mestrado, Curitiba
2012.
Artigos:
Brigitte Bagnol, Lovolo e espíritos no Sul de Moçambique, Análise Social, vol. XLIII (2.º),
2008, 251-272
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