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B506HA-0
ORIENTAÇÃO JURÍDICA
São Paulo
2.022
PEDRO LUCAS CASSIANO DE OLIVEIRA
B506HA-0
São Paulo
2.022
RESUMO
O CC preceitua em seu art. 1.611 que "O filho havido fora do casamento,
reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o
consentimento do outro". Trata-se de um dispositivo pernicioso, potencialmente
causador de injustiças no caso concreto, analisando a sua redação à luz da CF, em
uma abordagem Civil-Constitucional.
Vale ressaltar que o Direito Civil brasileiro passa, conforme dito alhures, para
a era da constitucionalização, deixando apenas para efeito de referência histórica as
características, assumidas em tempos idos, de fechado, eminentemente patrimonial
e individualista.
Flávio Tartuce e José Fernando Simão, citando Luís Edson Fachin, com o
brilhantismo peculiar afirmam:
Não permitir que uma criança, fruto de uma relação fora do casamento, possa
viver na companhia de seu pai (ou mãe), sob o mesmo teto, tendo em vista apenas
a não permissão do outro cônjuge, não parece ser a melhor solução!
Tem sabor do óbvio que a única resposta só pode ser negativa. Tais ilações
seriam totalmente incompatíveis com o Estado de Direito. Ofenderia de morte
inúmeras garantias fundamentais, tais como a isonomia, direito à moradia, à
convivência familiar, à dignidade da pessoa humana, à integral proteção da criança,
à paternidade responsável, dentre outras. Contudo, ao que parece, o legislador não
pensou assim ao elaborar o dispositivo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro: Parte Geral. 18ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2002. v.1. ______. Curso de de Direito Civil brasileiro: Direito de
família. 18ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. v.5.