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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

TEMA IV | AXIOLOGIA E ÉTICA

1. Identifica juízos de valor na lista que se segue.


A. Meca e Medina são cidades sagradas para o islamismo.
B. Judeus, muçulmanos e cristãos creem num Deus único.
C. O chocolate é um alimento delicioso.
D. A Beatriz prefere matemática a filosofia.
E. Se H2O é o símbolo químico da água, então, não é o símbolo do azoto.
F. O Pedro considera o chocolate um alimento delicioso.
G. O chocolate eleva os níveis de serotonina e melhora o humor.
H. As touradas ofendem princípios éticos fundamentais.
I. As touradas são espetáculos seculares.
J. Ser saudável é preferível a ser rico.

Cenários de resposta
1. C; H; J.

2. Se afirmarmos que a harmonia das obras do Renascimento é inigualável, estamos a discutir:


(A) Valores éticos.
(B) Valores estéticos.
(C) Valores religiosos.
(D) Valores materiais.

Cenário de resposta
2. (B).

3. Qual das seguintes frases NÃO exprime um juízo de facto?


(A) Alguns apreciadores de arte não gostam de Picasso.
(B) A pena de morte foi abolida em vários Estados.
(C) A pena de morte devia ser abolida em todos os países.
(D) Apreciar a beleza é uma característica humana.

Cenário de resposta
3. (C).

4. Qual das seguintes frases exprime um juízo de valor?


(A) A Sara acredita que Deus existe.
(B) O João defende que Deus não existe.
(C) O frio é uma sensação desagradável.
(D) Os não humanos não possuem valores.

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TEMA IV | AXIOLOGIA E ÉTICA

Cenário de resposta
4. (C).

5. Do ponto de vista dos valores, serei objetivista se defender que os juízos de valor:
(A) São verdadeiros ou falsos relativamente a cada um dos indivíduos.
(B) Só são verdadeiros para o próprio sujeito que os formula.
(C) São verdadeiros dependendo do que possamos pensar desse juízo.
(D) São verdadeiros independentemente das perspetivas de cada sujeito.

Cenário de resposta
5. (D).

6. O relativismo cultural defende que:


(A) Não há ações imorais.
(B) Todas as opiniões morais são falsas.
(C) Há verdades morais absolutas.
(D) Não há verdades morais absolutas.

Cenário de resposta
6. (D).

7. O facto de algumas culturas admitirem a poligamia, outras praticarem a poliandria, enquanto


a nossa defende a monogamia prova que:
(A) Existem povos menos civilizados que o nosso.
(B) Existem povos mais promíscuos que o nosso.
(C) Culturas diferentes têm códigos morais diferentes.
(D) Algumas culturas não possuem códigos morais.

Cenário de resposta
7. (C).

8. Que diferença estabelece um objetivista entre juízos de facto e juízos de valor?

Cenário de resposta
8. Um objetivista afirma que a verdade dos juízos de valor é independente dos estados mentais ou dos
sentimentos dos indivíduos que avaliam. Assim, para um pensador objetivista a distinção entre juízos de
valor e juízos de facto é inexistente. Um juízo de valor assemelha-se, neste caso, a um juízo de facto cuja
verificação seja, na prática, complexa ou impossível.

9. Que relação existe entre relativismo cultural e subjetivismo?

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Cenário de resposta
9. O relativismo cultural assenta numa perspetiva subjetivista dos valores, ou seja, tem por base a posição
segundo a qual o valor de verdade dos juízos de valor depende da perspetiva que cada sujeito tem da
realidade.

10. Considera o texto.

Vamos supor que estamos inclinados a afirmar que a excisão [ou mutilação genital feminina] é
má. Estaríamos nós apenas a impor os padrões da nossa própria cultura? Se o relativismo
cultural estiver correto, isso é tudo quanto podemos fazer, pois não há um padrão culturalmente
neutro a que possamos apelar. Mas, será isto verdade?

James Rachels (2004). Elementos de filosofia moral. Gradiva, p. 48.

10.1. Responde à questão que encerra o texto.

Cenário de resposta
10.1. Podemos interrogar-nos se a prática é benéfica ou prejudicial para as pessoas que são afetadas por
ela. A mutilação genital feminina é uma prática que prejudica o bem-estar dos membros da cultura que a
promove. O bem-estar é um padrão transcultural e não imposto a partir de fora.

11. Considera o texto seguinte.

Penso, na verdade, que há alguma coisa correta no relativismo cultural e quero agora passar a
dizer o que é. Há duas lições que devemos aprender com a teoria, ainda que acabemos por
rejeitá-la. Primeiro, o relativismo cultural alerta-nos, de maneira correta, para os perigos de
pressupor que todas as nossas preferências estão fundadas numa espécie de padrão racional
absoluto. Não estão. Muitas das nossas práticas (mas não todas) são particularidades exclusivas
da nossa sociedade e é fácil perder de vista esse facto. Ao recordar-nos isso, a teoria presta um
bom serviço. (…) A segunda lição relaciona-se com a necessidade de manter o espírito aberto.
No processo de crescimento, cada um de nós adquiriu algumas convicções fortes: aprendemos a
aceitar alguns tipos de conduta e a rejeitar outros. (…) O relativismo cultural, ao sublinhar que
as nossas perspetivas morais podem refletir preconceitos da nossa sociedade, fornece um
antídoto para este tipo de dogmatismo. (…) Podemos ficar então mais abertos à descoberta da
verdade, seja ela qual for.
James Rachels (2004). Elementos de filosofia moral. Gradiva, pp. 52-54.

11.1. Que lições podemos aprender, segundo o autor, com o relativismo cultural?

11.2. Apresenta exemplos que fundamentem a posição defendida por J. Rachels neste texto.

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Cenários de resposta
11.1. Primeiro, o relativismo cultural alerta para o facto de muitas das nossas preferências serem
particularidades exclusivas da nossa cultura e não costumes fundados em padrões absolutos. Segundo, o
relativismo cultural permite questionar as nossas convicções, algumas das quais fundadas em preconceitos,
e manter o espírito aberto.
11.2. Muitas das nossas preferências são apenas particularidades exclusivas da nossa cultura. Considerar
que é correto comer carne de porco e incorreto comer carne de cão é apenas uma questão de hábito da
nossa sociedade e não uma verdade objetiva fundada em padrões racionais absolutos, como muitas vezes
pressupomos. Todas as culturas incluem preconceitos. Por exemplo, podem ter-nos ensinado que a
homossexualidade é imoral. O relativismo convida a questionar convicções como esta, mantendo a mente
aberta à descoberta da verdade.

12. Lê, atentamente, o texto seguinte.

Em novembro de 1986, Carlos DeLuna, de 27 anos, foi considerado culpado da morte de Wanda
Vargas Lopez, uma mãe solteira de 24 anos (…), e condenado à pena de morte. Mais de 25 anos
depois, uma equipa de investigadores da Faculdade de Direito de Columbia descobriu “erros
grosseiros” no processo e concluiu que a justiça do Texas executou o homem errado.

Rita Siza, “Mais de 25 anos depois, relatório diz que inocente foi executado no Texas”,
in Público, 15-05-2012.

12.1. Indica um exemplo de juízo de facto retirado do texto.

12.2. Distingue juízo de facto de juízo de valor, a partir do texto.

Cenários de resposta
12.1. Carlos DeLuna foi considerado culpado da morte de Wanda Vargas Lopez.
12.2. O juízo de valor afirma que algo é ou não é, em algum aspeto, bom ou mau, revela uma preferência,
por exemplo: A pena de morte é uma punição intolerável. O juízo de facto, pelo contrário, descreve como as
coisas são ou como acreditamos que sejam. É, por isso, neutro e independente de preferências, por
exemplo: A pena de morte é aplicada no Estado do Texas.

13. Lê, atentamente, o excerto seguinte.

Uma mulher afegã foi condenada a 12 anos de prisão porque foi violada. Os tribunais locais
consideram a violação de Gulnaz, por parte do marido de uma prima, como adultério. A única
forma de evitar a prisão é casar com o violador. (…) Da agressão que Gulnaz sofreu aos 19 anos
nasceu uma menina que agora tem dois anos. É por ela que a mulher diz que vai aceitar casar-
se com o agressor, como lhe foi proposto pelo tribunal, em vez de cumprir a pena. “Assim, a
minha filha pode continuar a ter uma mãe” (…).

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“Mulher condenada a 12 anos de cadeia porque foi violada”, in Jornal de Notícias, 24-11-2011.
13.1. Considerando o juízo de valor Obrigar Gulnaz a casar com o seu violador é injusto e cruel:

a) O que diria um subjetivista a propósito deste exemplo? Fundamenta.

b) O que diria um objetivista a propósito deste exemplo? Justifica.

Cenários de resposta
13.1. a) Um subjetivista defenderia que quem afirma que Obrigar Gulnaz a casar com o seu violador é
injusto e cruel exprime apenas a sua opinião sobre o assunto. O valor de verdade deste juízo de valor é
relativo ao sujeito que o formula.
b) O ponto de vista objetivista afirma que Obrigar Gulnaz a casar com o seu violador é injusto e cruel é
objetivamente um bem ou um mal, independentemente do que possamos pensar ou sentir. O valor de
verdade deste juízo de valor é absoluto.

14. Lê, atentamente, o texto que se segue.

A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem
restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua
dissolução, ambos têm direitos iguais. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
consentimento dos futuros esposos.
Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 16.º.

14.1. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é compatível com uma perspetiva
subjetivista dos valores? Justifica a sua resposta.

Cenário de resposta
14.1. Não. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) baseia-se numa perspetiva objetivista dos
valores. A DUDH exprime direitos e deveres universais e inegociáveis. A DUDH exprime obrigações absolutas
e incondicionais. O artigo em causa condena como objetivamente mau o casamento forçado,
independentemente de perspetivas subjetivistas.

15. Identifica o único juízo de facto presente nas alíneas seguintes.


(A) O racismo é uma atitude moralmente inaceitável.
(B) O racismo é uma atitude culturalmente enraizada.
(C) O racismo é uma atitude humanamente desejável.
(D) O racismo é uma atitude intolerante e injusta.

Cenário de resposta
15. (B).

16. Indica o único juízo de valor presente nas alíneas seguintes.

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(A) A UNICEF condena o casamento forçado.


(B) O casamento forçado é uma prática comum.
(C) O casamento forçado é uma prática proibida.
(D) O casamento forçado é um mal em si mesmo.

Cenário de resposta
16. (D).

17. Alguém que defenda a perspetiva subjetivista dos valores considera que:
(A) A verdade de um juízo de valor é universal.
(B) A verdade de um juízo de valor é absoluta.
(C) A falsidade de um juízo de valor é objetiva.
(D) A falsidade de um juízo de valor é relativa.

Cenário de resposta
17. (D).

18. Segundo a perspetiva objetivista dos valores:


(A) A verdade de um juízo de valor é independente de preferências.
(B) A legitimidade de um juízo de valor está dependente de preferências.
(C) A verdade de um juízo de valor é relativa ao sujeito que avalia.
(D) A verdade de um juízo de valor é variável de pessoa para pessoa.

Cenário de resposta
18. (A).

19. Para o relativismo cultural, quando duas culturas discordam quanto a uma questão ética:
(A) Podemos defender que uma delas está certa e outra errada.
(B) Devemos ter opiniões firmes sobre cada uma das perspetivas.
(C) Devemos abster-nos de fazer juízos de valor sobre as suas práticas.
(D) É legítimo compararmos as suas práticas e tomarmos partido por uma.

Cenário de resposta
19. (C).

20. Lê, atentamente, o texto seguinte.

A ideia de que a ética é apenas uma questão de convenções sociais atraiu sempre as pessoas
educadas. Culturas diferentes têm códigos morais diferentes, diz-se, e pensar que há um padrão
universal que se aplica em todas as épocas e lugares não passa de uma ingenuidade.

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James Rachels (2009). Problemas da filosofia. Gradiva, p. 237.


20.1. Expõe o argumento sustentado pelo relativismo cultural.

20.2. Relaciona relativismo cultural e subjetivismo dos valores.

Cenários de resposta
20.1. O relativismo cultural defende o seguinte argumento: culturas diferentes têm códigos morais
diferentes, logo, nada está objetivamente certo ou errado; no que respeita à ética, os padrões de cada
sociedade são tudo o que existe.
20.2. Para o relativismo cultural, não há uma base não relativa (isto é, absoluta) a partir da qual se possa
ajuizar. O valor de verdade dos juízos éticos é relativo ao ponto de vista de cada cultura (subjetivismo dos
valores).

21. Lê, atentamente, o texto seguinte.

A falha essencial não é tanto o relativismo cultural estar formulado de maneira imprecisa; é, em
bom rigor, o facto de se tratar de uma perspetiva que resolve questões morais num estilo pouco
razoável: o relativista cultural trata a moralidade como um concurso de popularidade local, em
vez de a tratar como uma matéria aberta à razão e sensível a considerações que extravasam a
mera opinião.
Alexander George (Org.) (2008). O que diria Sócrates? Gradiva, p. 87.

21.1. Analisa criticamente quatro aspetos problemáticos da perspetiva relativista cultural.

Cenário de resposta
21.1. O relativismo cultural está formulado de forma imprecisa: do simples facto de as pessoas discordarem
quanto a um assunto não se segue que não haja verdade sobre esse assunto. É uma teoria pouco razoável:
algumas práticas (como a violação, o apedrejamento e a escravatura, por exemplo) não são erradas apenas
porque acreditamos que o sejam, mas porque a razão e os argumentos nos mostram objetivamente (de
maneira absoluta) que o são. O relativismo cultural não promove a tolerância: despreza as minorias e todos
os que se afastam da tradição dominante; a tolerância exige algum grau de objetivismo, ou seja, padrões
culturalmente neutros; podemos ser tolerantes e respeitar a diversidade cultural e, ao mesmo tempo,
considerar que as outras culturas (e a nossa própria) não são perfeitas. É, por isso, incompatível com a ideia
de reforma e progresso civilizacional.

22. Lê, atentamente, o texto seguinte.

Por fim, devemos apontar um aspeto puramente lógico. Algumas pessoas pensam que o
relativismo se segue do facto de as culturas terem padrões diferentes. (…) Contudo, isto é um
erro. Do simples facto de as pessoas discordarem quanto a um assunto, não se segue que não
haja uma verdade sobre esse assunto.

James Rachels (2009). Problemas da filosofia. Gradiva, p. 241.

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22.1. Aponta um exemplo que fundamente as afirmações do autor.


Cenário de resposta
22.1. Por exemplo: No século XVII, algumas pessoas acreditavam que a Terra estava fixa no centro do
universo, outras pensavam que a Terra estava em movimento. Desta discordância não se segue que não
exista uma verdade objetiva sobre se a Terra está fixa ou em movimento.

Holi (ou Festival das Cores) é uma festividade da religião hindu que acontece todos os
anos, entre fevereiro e março, na Índia e em outros países onde o hinduísmo é
professado (Bangladesh, Nepal e Paquistão, por exemplo). Celebra a chegada da
primavera e a fertilidade. Durante as festividades, crianças e adultos atiram água e

tintas das mais diversas cores uns aos outros.

23. Faz corresponder cada um dos exemplos a um dos tipos de juízo: facto ou valor.
A. Os hindus acreditam no poder medicinal das cores.
B. Holi é uma celebração religiosa do hinduísmo.
C. As tintas coloridas dão à celebração um aspeto muito belo.
D. Por vezes, a festividade dá lugar a acontecimentos indignos.
E. O contraste de cores resulta num conjunto harmonioso.
F. Cada um dos pigmentos usados tem um significado preciso.
G. Holi é uma celebração sagrada, divertida e fraterna.
H. Holi junta indianos de todas as castas, vestidos de branco.
I. O Festival das Cores é um momento de liberdade e tolerância.
J. Todos os anos, milhares de indianos participam no Festival.

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K. Os participantes são muitas vezes injustos para os que se recusam associar-se à


celebração.
L. Atirar tintas coloridas é um costume moralmente aceitável.
Cenário de resposta
23. Juízo de facto: A; B; F; H; J. Juízo de valor: C; D; E; G; I; K; L.

24. Lê o texto atentamente.

No nordeste da Nigéria, um tribunal religioso condenou uma mulher solteira chamada Amina
Lawal ao apedrejamento até à morte por ter tido relações sexuais fora do casamento. As
sessenta pessoas que estavam no tribunal gritaram a sua aprovação. O juiz disse que a
sentença devia ser executada logo que o bebé deixasse de precisar de leite materno. A mulher
identificou o pai, mas ele negou essa acusação e não o acusaram de nada. Essa foi apenas uma
das sentenças do mesmo tipo que aí foram impostas recentemente. Reagindo à pressão
internacional, o governo nigeriano anunciou que não faria executar a sentença de Amina Lawal,
mas receou-se que os responsáveis pela ordem local levassem a cabo o apedrejamento. Ela
passou a viver escondida.

James Rachels (2009). Problemas da filosofia. Gradiva, p. 239.

24.1. Considerando o conteúdo do texto, associa a cada um dos itens a chave proposta.

JF – Juízo de facto JV – Juízo de valor

A. Amina Lawal foi condenada à morte por apedrejamento por um tribunal religioso.
B. Na Nigéria é ilegal uma pessoa ser condenada à morte por apedrejamento.
C. A condenação de Amina Lawal é moralmente inaceitável, independentemente do crime.
D. O juiz disse que Amina Lawal devia ser executada logo que deixasse de amamentar.
E. A pena de morte em geral, e não apenas o apedrejamento, é injusta e cruel.
F. As pessoas presentes no tribunal consideraram um bem executar Amina Lawal.
G. Não devemos interferir nas culturas com costumes diferentes dos nossos.
H. Na Nigéria é legal uma pessoa ser condenada à morte por apedrejamento.
I. O governo nigeriano anunciou que não faria executar a sentença.
J. Em questões fundamentais de justiça, os Estados não devem ser soberanos.

Cenários de resposta
24.1. Juízo de facto: A; B; D; F; H; I. Juízo de valor: C; D; E; G; J.

25. Começa por ler, atentamente, o texto.

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Numa aldeia paquistanesa, um rapaz de doze anos foi acusado de ter uma relação amorosa com
uma mulher de vinte e dois anos que pertencia a uma classe social superior. Negou a acusação,
mas os anciãos não acreditaram nele. Como castigo, decretaram que a irmã adolescente do
rapaz – que nada fizera de errado – fosse violada publicamente. O seu nome é Mukhtar Mai.
Quatro homens executaram a sentença enquanto os habitantes da aldeia assistiam. Os
observadores disseram que isto nada tinha de invulgar, mas, com tantos estrangeiros na região,
o incidente foi noticiado e descrito na Newsweek.
James Rachels (2009). Problemas da filosofia. Gradiva, p. 238.

25.1. Com recurso ao exemplo referido no texto, explica a diferença entre subjetivismo e
objetivismo axiológicos.

Cenário de resposta
25.1. Para o subjetivismo axiológico, a verdade dos juízos de valor depende exclusivamente da perspetiva
do sujeito que avalia. O subjetivismo considera a verdade dos juízos de valor como sendo relativa. O
objetivismo afirma que a verdade dos juízos de valor é independente dos estados mentais ou dos
sentimentos dos indivíduos que avaliam. O objetivismo considera a verdade dos juízos de valor como sendo
absoluta. Imaginemos que estamos inclinados a considerar que o exemplo narrado é revelador de costumes
inaceitáveis e que a violação é um mal. Seremos subjetivistas se defendermos que esta posição exprime
apenas uma opinião particular que encontra outras perspetivas opostas. Pelo contrário, seremos objetivistas
se defendermos que esta posição expressa uma verdade universal, mesmo que dificilmente verificável no
estado atual da humanidade.

26. Começa por ler o texto.

A ideia de que a ética é apenas uma questão de convenções sociais atraiu sempre as pessoas
educadas. Culturas diferentes têm códigos morais diferentes, diz-se, e pensar que há um
padrão universal que se aplica em todas as épocas e lugares não passa de uma ingenuidade.
(…) Superficialmente, esta atitude parece esclarecida. De facto, a tolerância é uma virtude
importante e é óbvio que muitas práticas não passam de costumes sociais – por exemplo,
padrões de vestuário, de alimentação, de organização doméstica. No entanto, as questões
fundamentais de justiça são diferentes. Quando pensamos em exemplos como a escravatura, o
racismo e os maus-tratos infligidos às mulheres, encolher os ombros e dizer «Eles têm os seus
costumes e nós temos os nossos» já não parece tão esclarecido. Temos a ideia (…) de que
devemos respeitar as diferenças entre culturas. Respeitar uma cultura não implica que
tenhamos de aceitar tudo o que nela existe.
James Rachels (2009). Problemas da filosofia. Gradiva, pp. 237-240.

Seleciona a opção que permite obter a única afirmação adequada ao sentido do texto.

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26.1. De acordo com o conteúdo do texto, podemos perceber que o autor defende que:
(A) Costumes como os padrões de vestuário são questões de opinião.
(B) Questões fundamentais de justiça não devem ser relativas.
(C) Respeitar uma cultura não implica aceitar tudo o que nela existe.
(D) Todas as opções anteriores são verdadeiras.

26.2. Para o autor, a ideia de que a ética é apenas uma questão de convenções sociais:
(A) Permite condenar universalmente a escravatura.
(B) Não é uma visão esclarecida da diversidade cultural.
(C) É uma perspetiva esclarecida da diversidade cultural.
(D) Permite promover valores universais como a justiça.

Cenários de resposta
26.1. (D); 26.2. (B).

27. Seleciona as opções que permitem obter afirmações passíveis de serem subscritas pelo
relativismo cultural.
(A) Sociedades diferentes têm códigos morais diferentes.
(B) O código moral de uma sociedade dita o que é correto no seio dessa sociedade.
(C) A escravatura e o trabalho infantil afiguram-se errados onde quer que ocorram.
(D) Não há padrões objetivos para julgar um código social como melhor do que outro.
(E) A sociedade ocidental é hoje mais justa do que no século XIX.
(F) O código moral da nossa própria sociedade não tem estatuto especial.
(G) Não há verdades morais universais que possam ser aceites por todos os povos.
(H) É mera arrogância nossa tentar julgar a conduta de outros povos.
(I) É razoável condenar certas práticas da nossa ou de outras culturas.
(J) Existem critérios transculturais de certo e de errado.
(K) A tortura é objetivamente um mal.
(L) O código moral da nossa sociedade é superior a outros códigos morais.
(M) Não é razoável condenar práticas da nossa ou de outras culturas.
(N) Todos os padrões de certo e de errado são relativos a uma dada cultura.
(O) Respeitar uma dada cultura implica abstermo-nos de a julgar.
(P) É um erro condenar as sociedades que promovem o racismo e a xenofobia.
(Q) Não podemos aceitar as sociedades que promovem o racismo e a xenofobia.
(R) Todos os códigos morais são equivalentes.
(S) A sociedade ocidental é hoje menos justa do que no século XIX.
(T) Existem juízos morais que devem ser promovidos universalmente.

Cenário de resposta

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27. (A); (B); (D); (F); (G); (H); (M); (N); (O); (P); (R).

28. Começa por ler, atentamente, o texto.

Pensamos habitualmente que pelo menos algumas das mudanças sociais são melhorias. (Apesar
de, naturalmente, outras mudanças poderem piorar as coisas.) Ao longo da maior parte da
história ocidental o lugar das mulheres na sociedade esteve severamente circunscrito. Não
podiam ter bens; não podiam votar; e estavam em geral sob o controlo quase absoluto dos
seus maridos. Recentemente, muitas destas coisas mudaram, e a maioria das pessoas pensa
que isto é um progresso. Mas se o relativismo cultural estiver correto, poderemos
legitimamente pensar que é um progresso? Progresso significa substituir uma maneira de fazer
as coisas por uma maneira melhor. Mas qual o padrão pelo qual avaliamos estas novas
maneiras como melhores? Se as velhas maneiras estavam de acordo com os padrões culturais
do seu tempo, então o relativismo cultural diria que é um erro julgá-las pelos padrões de uma
época diferente. A sociedade do século XVIII era diferente da que temos agora. Afirmar que
fizemos progressos implica o juízo de que a sociedade de hoje é melhor, e isso é justamente o
tipo de juízo transcultural que, segundo o relativismo cultural, é impossível.

James Rachels (2004). Elementos de filosofia moral. Gradiva, pp. 41-42.

28.1. Com base no texto, expõe as consequências do relativismo cultural.

28.2. Segundo o autor do texto, se o relativismo cultural estiver correto:


(A) Podemos falar em progresso civilizacional.
(B) É um erro comparar a nossa época com outras.
(C) Vive-se pior na nossa época do que nas anteriores.
(D) Vive-se melhor na nossa época do que nas anteriores.

Cenários de resposta
28.1. Se as conclusões do relativismo cultural forem verdadeiras: Não há crítica moral dos valores de uma
sociedade, nem sequer da nossa. Criticar ou sugerir algo contrário à perspetiva dominante de uma dada
sociedade é imoral. E, sendo assim, a ideia de progresso moral é posta em causa. Deixaríamos, portanto,
de poder afirmar que, por exemplo, relativamente aos direitos das mulheres e das minorias, a sociedade
ocidental de hoje é mais justa do que a sociedade ocidental dos séculos anteriores. Deixamos de poder
afirmar que os costumes de outras sociedades ou de outras épocas são moralmente inferiores ou superiores
aos nossos. Podemos decidir se as ações são certas ou erradas pela simples consulta dos padrões da nossa
sociedade, independentemente de quais sejam esses padrões.
28.2. (B).

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