Você está na página 1de 3

DOSSIÊ DO PROFESSOR págin@as 10

TESTES DE AVALIAÇÃO

TESTE DE AVALIAÇÃO 1

GRUPO I
A. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.

Ai, Deus a vó-lo digo:


foi-s’or’o meu amigo,
e se o verei, velida1!

Quen m’end2 ’ora soubesse


5 verdad’e mi dissesse,
e se o verei, velida!

Foi-s’el mui sen meu grado3


e non sei eu mandado4,
e se o verei, velida!
10
Que fremosa que sejo5,
morrendo con desejo,
e se o verei, velida.
João Soares Coelho, https://cantigas.fcsh.unl.pt
(consultado em 24/08/20).

Responde de forma completa às seguintes questões.

1. Indica o motivo do estado de espírito da donzela.

2. Explicita a intenção da ideia presente no refrão.

3. Procede à análise formal da cantiga, relativamente à estrutura estrófica e à rima.

B.

4. Tendo em conta a tua experiência de leitura da poesia trovadoresca, apresenta as principais características da cantiga de
amigo, numa exposição de 100 a 150 palavras, fundamentando as tuas afirmações.

A tua exposição deve apresentar a seguinte estrutura:

•  uma introdução ao tema;

•  um desenvolvimento no qual identifiques dois aspetos temáticos e dois a nível formal;

•  uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

1
bela, formosa.
2
disso, daí.
3
contra a minha vontade.
4
notícia.
5
verbo ser (estar, permanecer, com um sentido de imobilidade).

© Areal Editores 1
DOSSIÊ DO PROFESSOR págin@as 10

TESTES DE AVALIAÇÃO

GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Num registo bem mais popular ou burguês, a cantiga de amigo é um género autóctone, cujas origens
parecem remontar a uma vasta e arcaica tradição da canção em voz feminina, tradição que os trovadores
e jograis galego-portugueses terão seguido, muito embora adaptando-a ao universo cortês e palaciano
que era o seu. Assim, a voz feminina que os trovadores e jograis fazem cantar nestas composições
5 remete para um universo definido quase sempre pelo corpo erotizado da mulher, que não é agora a
senhora mas a jovem enamorada, que canta, por vezes num espaço aberto e natural, o momento da
iniciação erótica ao amor. (…)
Cantiga ou cantar implica que o texto poético se cantava. A forma como o texto era publicamente
apresentado, pressupondo uma emissão melódica e uma audiência, tinha consequências quer na
10 conceção do poema, quer na sua receção. A intermediação musical impõe que o texto se desvele e se
saboreie pouco a pouco, a sua continuação reservando uma ou outra surpresa, sugerindo uma ou outra
associação e simultaneamente carrega-o de sinais retóricos e tonalidades afetivas, que preparam,
enquadram e condicionam a reação do ouvinte. A eficácia da atuação trovadoresca dependia, pois, quer
da bondade do casamento entre poesia e música, quer de uma recetividade educada, socialmente
15 diferenciada e diferenciadora.
A cantiga trovadoresca como um todo dependia, para a sua circulação, sobretudo da memória e do
bom ouvido, quer dos autores quer dos jograis que os serviam e, na invenção, os imitavam.

Graça Videira Lopes, Cantigas medievais galego-portuguesas, vol.1,


Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 17-19.

1. De acordo com o texto, a cantiga de amigo

(A) é um género unicamente de inspiração tradicional.

(B) segue modelos inovadores.

(C) é cantada por trovadores e jograis em contextos populares ou burgueses.

(D) inspira-se na tradição, mas ajusta-se a novos universos.

2. A cantiga de amigo põe em cena

(A) um universo rural.

(B) o universo da corte.

(C) o universo de uma senhora inatingível.

(D) um universo feminino através de uma voz masculina.

3. O sucesso da cantiga galego-portuguesa depende

(A) da voz harmoniosa dos jograis.

(B) de uma ligação harmoniosa entre texto e música.

(C) da beleza do texto.

(D) da simplicidade da música.

© Areal Editores 2
DOSSIÊ DO PROFESSOR págin@as 10

TESTES DE AVALIAÇÃO

4. Relativamente ao segundo parágrafo, o último parágrafo

(A) retoma a ideia anterior e introduz uma ideia nova.

(B) contradiz a ideia anterior, fundamentando com exemplos.

(C) reforça a ideia anterior.

(D) contradiz a ideia anterior, sem fundamentar.

5. Em “se cantava” (linha 8), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque está

(A) integrado numa oração subordinante.

(B) dependente de uma oração coordenada.

(C) dependente do tempo da forma verbal.

(D) integrado numa oração subordinada.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelo pronome “que” em

a) “que os trovadores e jograis fazem cantar” (linha 4);

b) “que canta” (linha 6).

7. Classifica a oração “que não é agora a senhora mas a jovem enamorada” (ll- 5-6).

© Areal Editores 3

Você também pode gostar