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Epílogo – Os maias

Trabalho realizado por:


• Gonçalo Silva • Norberto Azevedo
• Lucas Rodrigues • Ricardo Costa
Índice
• Objetivos do evento
• Personagens participantes
• Temas/assuntos discutidos
• Crítica
• Teoria da vida
• Comparação com a atualidade
Objetivos do evento
• Regresso de Carlos a Portugal, depois de dez anos no estrangeiro: tem
saudades de Santa Olávia e de Ega o seu melhor amigo, tendo “uma
formidável nova” para lhe contar. (“Nos finais de 1886, Carlos […] escreveu
para Lisboa ao Ega anunciando que, depois de um exílio de quase dez anos,
resolvera vir ao velho Portugal”).
• Carlos e Ega têm, então, um passeio por Lisboa, passando pelo Ramalhete,
onde falam sobre o que ocorreu nas suas vidas e nas dos seus conhecidos
nos últimos 10 anos. Por último, discutem o percurso das suas vidas e o
falhanços de que a vida deles está cheia.
Temas/Assuntos discutidos
• Carlos, depois de dez anos no estrangeiro, regressa a Portugal.
• Instala-se no Hotel Bragança, onde revê Ega.
• Ega começa por contar a Carlos que a sua mãe morrera e a Gouvarinho herdara a fortuna de uma
tia.
• Posteriormente, ocorre a chegada de Alencar e Cruges, sendo que Alencar contara-lhe que agora
cuidava da sobrinha pois a sua irmã falecera, enquanto Cruges escrevera uma ópera cómica
denominada a “Flor de Sevilha”.
• Depois de terem combinado o jantar, Ega e Carlos dirigem-se ao Ramalhete, tendo antes um
passeio por Lisboa.
• Durante este passeio, Carlos conclui que o país estava igual ao que estava há 10 anos, em frente à
estátua de Camões, “triste”. A tristeza de Camões revela o estado degradado de um país outrora
glorioso – os descobrimentos, época de Camões.
Temas/ASSuntos discutidos
• Também durante o passeio, depara-se com Dâmaso, que, à data, havia casado
com a filha mais nova de um comerciante falido e que era traído por ela.
• Carlos verifica novamente o degredo a que Portugal chegara nos últimos dez anos,
e com as suas influências ridículas do estrangeiro “sem originalidade, sem força,
sem carácter”.
• Posteriormente ainda veem Charlie, filho da condessa de Gouvarinho” já crescido,
e Eusébio (antes conhecido por Eusebiozinho) que tinha sido obrigado a casar
com uma mulher cujo interesse não lhe captara pois o pai dela apanhara-os a
namorar.
• Entretanto, é contado a Carlos que Craft se mudara para Londres e encontra-se
alcoolizado; o marquês de Souzela morrera; D. Diogo casara-se com a cozinheira;
o general Sequeira fora morto; Taveira continuava o mesmo, com uma espanhola;
e Steinbroken era ministro em Atenas.
Temas/ASSuntos discutidos
• Carlos, no Ramalhete, relembra Maria Eduarda e conta a Ega que esta lhe
escrevera uma carta, relatando-lhe que casaria brevemente com um tal de
Mr. de Trelain que até uma quinta em Orleães teria comprado, o que deixa
Carlos bastante abalado.
• Passam ainda pelo escritório de Afonso, que traz más recordações a Carlos
e leva-o à conclusão final de que não vale a pena viver, pois a vida, segundo
o mesmo, são só desilusões (fatalismo muçulmano).
• Ironicamente, o episódio termina com a perseguição do americano por
Carlos e Ega, que há alguns momentos, referiram que “não vale a pena dar
um passo na Terra”. Isto revela o incumprimento da filosofia de vida que
Carlos estabelecera há breves instantes e o seu diletantismo.
Personagens participantes
• Carlos da Maia:
• português educado à moda inglesa, dotado de um gosto requintado, que se distancia da
mediocridade do meio social que o rodeia, mas é vítima de uma ociosidade que o impede
de concretizar os seus projetos.
• Quando passa pelo escritório de Afonso entristece-se, considerando que não vale a pena
viver, porque “…tudo se resolve, …, em desilusão e poeira.”
• Assim, observa-se a passagem de Carlos de realista para romântico, sendo também visível
pelo descuidado que tem com as horas para um jantar combinado.
• Carlos é um reflexo da sociedade portuguesa. Havia esperança da purificação de ambos,
aquando da estadia no estrangeiro. Porém, tal como o país, Carlos também acaba por cair
no indiferentismo, num retrocesso marcado por uma indefinição do futuro, que se pode
depreender na constatação de Carlos e Ega no passeio final e no incumprimento desta
durante a corrida pelo Americano.
Personagens participantes

• João da Ega: protótipo do demagogo, incoerente nas suas posições. É o melhor amigo
de Carlos, que o ajuda quando passa por momentos difíceis e dolorosos. Tem sempre
grandes iniciativas/sonhos que acabam por desaparecer. No passeio final, Ega extravasa o
seu desencanto, a sua desilusão, frustração, não só por Portugal, mas também pelos seus
projetos falhados.
• Alencar: poeta ultrarromântico, que é agora muito amigo do Ega e está encarregue de
cuidar da sobrinha, tarefa que desempenha excelentemente, segundo Ega.
Personagens participantes
• Cruges: é o intelectual incompreendido e marginalizado “um diabo adoidado, maestro
pianista, com uma pontinha de génio”. Escreveu uma ópera cómica, que finalmente
retribui o devido mérito ao maestro
• Dâmaso: português vulgar de um estrato social privilegiado; casado com a filha de
condes falidos (e traído por ela), cujas despesas eram cobertas por ele.
• Charlie: filho da condessa de Gouvarinho. Um dos primeiros pacientes de Carlos.
• Eusébio: produto da educação portuguesa, está agora casado com uma “avantesma” ,
porque foi apanhado pelo pai a namorar com ela. Além disso, é agredido pela mulher,
dada a fragilidade da sua educação
Críticas
• Sociedade da alta burguesia: Vivem ociosa e luxuosamente, porém com
valores e comportamentos impróprios para as elites.
• O diletantismo: incapacidade tanto de Carlos, como de Ega, de se
adaptarem e fixarem num só trabalho: “Diz-se «vou ser assim[…]. E nunca
se é assim»”
• Depreciação do português: Portugal é um país monótono e em
“decadência” - retratado no estado de ruínas do Ramalhete, que atua como
uma sinédoque - tal como o povo português, incluindo os conhecidos de
Carlos.
Críticas
• Apreciação e influência do estrangeiro:
• Carlos sente grande atração pelo estrangeiro, decidindo viver em Paris
durante o período de “exílio”.
• Dâmaso admira tudo o que é francês: “chique a valer”.
• Uso recorrente de vocabulário estrangeiro (“sportman”, “shake-hands”,
“Au revoir”).
• No entanto, cópias mal conseguidas devido ao comportamento
impróprio do povo português.
Críticas
• Romantismo e Realismo:
• Romantismo criticados por Ega e Carlos (“Que temos nós sido desde o
colégio, desde o exame de latim? Românticos, isto é, indivíduos
inferiores que se governam na vida pelo sentimento e não pela razão”)
• Realismo é também posto em causa, dado que os indivíduos realistas
são “sem sabor”.
Teoria DA Vida – fatalismo muçulmano
• Durante a visita ao Ramalhete, Carlos e Ega recordam a vida que levaram, os
desejos falhados e as ambições abandonadas;
• Ambos admitem que se deixaram levar por influências românticas “desde o
colégio”, e questionam-se depois se realmente é mais vantajoso ser realista, ao
invés de romântico;
• Chegam à conclusão que ambos os estilos são igualmente infelizes e têm as suas
desvantagens: “[…] ou tem de se ser insensato ou sem sabor”(antítese);

Romântico Realista
• Carlos conclui, então, que “não vale a pena viver” e que se deve reger pelo
“fatalismo muçulmano”: “nada desejar e nada recear”.
Teoria DA Vida – fatalismo muçulmano
“nada desejar e nada recear”
• Viver a vida impulsivamente, sem medos e sem grandes ambições

“não se abandonar a uma esperança – nem a um desapontamento”


• Ter esperança e aprender com os erros

“Tudo aceitar, o que vem e o que foge”


• Aceitar o que a vida nos traz

“Sobretudo não ter apetites”


• Não ter interesses, nem segundas intenções

“E, mais que tudo, não ter contrariedades”


• Procurar não ter e desfazer-se de obstáculos
Comparação com a Atualidade

Romantismo leva o Realismo, norteado pela


Homem a cometer razão, também traz os seus
loucuras perigos (neste caso, a morte)
Ambos trazem infelicidades
Comparação com a Atualidade

Corrupção na segunda metade da década de


2000 em Portugal Corrupção na atualidade

Mais de uma década de diferença => o país não muda e continua em “decadência”
Bibliografia
• Queirós, Eça de, Os Maias, Episódios da vida romântica, Porto Editora, 1.ª edição, 2009;
• Ramos, Auxília, Braga, Zaida, Castro, Isabel, Os Maias – Eça de Queirós, Resumos, Porto
Editora, 2018
• https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/homem-mata-mulher-e-duas-filhas-gravidas-
para-ficar-com-a-amante, consultado a 20/03/2020
• https://www.dn.pt/desporto/jornalista-de-investigacao-morto-a-tiro-no-gana-
10451460.html , consultado a 20/03/2020
• https://tvi24.iol.pt/geral/22-11-2014/jose-socrates-detido-no-aeroporto-de-lisboa ,
consultado a 20/03/2020
• https://rr.sapo.pt/2020/01/20/mundo/isabel-dos-santos-acusada-de-desviar-100-
milhoes-de-euros-e-mentira-diz-empresaria/noticia/178924/ , consultado a 20/03/2020

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