Você está na página 1de 1

Sugestões de resolução

Letras em dia, Português, 10.° ano

Nome: N.º: Turma:

Avaliação: O professor:

Poesia trovadoresca
Lê a cantiga que se segue.

Amigas, tamanha coita
nunca sofri pois foi nada1,
e direi-vo'la gram coita
com que eu sejo2 coitada:
5 amigas, tem meu amigo
amiga na terra sigo3.

Nunca vós vejades coita,


amigas, qual m'hoj'eu vejo,
e direi-vos a mia coita
10 com que eu coitada sejo:
amigas, tem meu amigo
amiga na terra sigo.

Sej'eu morrendo com coita,


tamanha coita me filha4,
15 e d[irei]: mia coit'é coita
que trag'e que maravilha5:
amigas, tem meu amigo 
amiga na terra sigo.

João Garcia de Guilhade, in LOPES, Graça Videira (ed. coord.), 2016.


Cantigas medievais galego-portuguesas. Corpus integral profano – Vol. 1. Lisboa: Biblioteca
Nacional, Instituto de Estudos Medievais e Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical
(pp. 521-522)

1. pois foi nada: desde que nasci;


2. sejo: sou; estou;
3. sigo: consigo;
4. me filha: me arranja (forma do verbo filhar);
5. maravilha: espanta.

1. Identifica, fundamentando, o subgénero da poesia medieval a que pertence esta cantiga.

2. Comenta a expressividade do refrão.

3. Apresenta uma explicação para a repetição da palavra «coita» ao longo da cantiga.

Você também pode gostar