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1. Identifica o principal ator individual presente no texto.

1.1.Especifica as diferentes ações que tomou relativas à defesa da cidade.

2. Identifica o parágrafo no qual melhor se constata a consciência coletiva da cidade.


2.1.Justifica com elementos textuais relevantes.
3. Atenta no segundo parágrafo.
3.1.Identifica, justificando, o recurso expressivo que contribui fortemente para a ideia de que a cidade estava
bem preparada para se defender.

4. Atenta na expressão “(…) avivavom-se os corações deles; (…)”, l. 28.


4.1.Explica o seu significado relacionando-a com o conteúdo do parágrafo onde ocorre.

5. Identifica uma expressão presente no mesmo parágrafo através da qual Fernão Lopes faz do seu leitor
testemunha dos sucessos narrados.
5.1.Justifica.

CENÁRIOS DE RESPOSTA

(Questões e respostas do manual “Entre Palavras”, 10º ano, ASA; autores: António Vilas-Boas e Manuel Vieira), pp.
110 e 111.

1. O Mestre de Avis, futuro D. João I.


1.1. O Mestre ordenou que se recolhessem e guardassem na cidade todos os alimentos possíveis, que se reparassem
os muros da cidade, que se abastecessem o melhor possível de armas esses muros e suas torres, e, finalmente,
designou as pessoas que comandariam as diferentes zonas das muralhas.

2 / 2.1. Trata-se do quarto parágrafo, mais concretamente no seu final, quando o cronista informa que sempre que
havia perigo e os sinos tocavam a rebate, a cidade, como um todo, acorria para se defender: “(…) mas como davom
aa campãa, logo os muros era cheos, e muita gente fora.”.

3.1. Trata-se da enumeração de muitas armas e armaduras que ocorre no segundo parágrafo e nos mostra, pela
quantidade e variedade, como a cidade estava para enfrentar os inimigos: “escudos”, “lanças”, “dardos”, “bestas”,
“viratões”, “bacinetes”, “ troos”, “pedras”.

4.1. Esta frase, que ocorre no último parágrafo, significa que aos lisboetas cercados aumentava a coragem quando
eram avisados do perigo; neste parágrafo são apresentados momentos em que os sinos tocavam a rebate pois havia
perigo: logo todos sobressaltavam e corriam para os lugares onde eram necessários, com a coragem avivada.

5./ 5.1. Nas linhas 29 e 30, encontramos a frase “ Ali viriees os muros cheos de gentes”: Fernão Lopes torna-nos
testemunha presencial do que narra através da convocação do sentido testemunhal por excelência- a vista.
3.º  Teste de avaliação – 10.º ano

Educação Literária 

Grupo I (100 pontos)

A (60 pontos) 

Lê atentamente o seguinte texto.

      ESCUDEIRO Antes que mais, diga agora,


              Deus vos salve, fresca rosa,
              e vos dê por minha esposa,
              por mulher e por senhora.
        5 Que bem vejo
              nesse ar, nesse despejo,
              mui graciosa donzela,
              que vós sois, minha alma, aquela
              que eu busco e que desejo. 
        10 Obrou bem a Natureza
              em vos dar tal condição
              que amais a discrição
              muito mais que a riqueza.
              Bem parece
        15 que a discrição merece
              gozar vossa fermosura,
              que é tal que, de ventura,
              outra tal não se acontece. 
              Senhora, eu me contento
        20 receber-vos como estais:
              se vós vos não contentais,
              o vosso contentamento
              pode falecer: no mais. 
        LATÃO Como fala! 
  25 VIDAL E ela como se cala!
              Tem atento o ouvido…
              Este há-de ser seu marido,
              segundo a coisa s’abala.  
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.

1. Seleciona, na fala do Escudeiro, marcas de um discurso sedutor e elogioso que caracterizam a personagem, introduzindo
expressões comprovativas.

2. Explicita a função das personagens Latão e Vidal na peça.

3. Identifica dois recursos expressivos e comenta a sua expressividade. 


 

B (40 pontos)
Lê o seguinte texto e consulta as notas apresentadas.

  CAPÍTULO 115

Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco sobr'ela.

  Nem uũ falamento deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido, que
poermos logo aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de
Castela sobr'ela; e per que modo poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que
dentro eram, por nom receber dano de seus ẽmigos; e o esforço e fouteza que
contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada.

  Onde sabee que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de


Castela, e esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem
  pera a cidade os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes,
  come quaes quer outras cousas. E iam-se muitos aas liziras em barcas e batees,
  depois que Santarem esteve por Castela, e dali tragiam muitos gaados mortos que
  salgavom em tinas, e outras cousas de que fezerom grande açalmamento; e
5  colherom-se dentro aa cidade muitos lavradores com as molheres e filhos, e cousas
  que tiinham; e doutras pessoas da comarca d'arredor, aqueles a que prougue de o
  fazer; e deles passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o que levar poderom, e se
forom contra Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e nom quiserom dali
partir; e taes i houve que poserom todo o seu 1, e ficarom nas vilas que por Castela
10  tomarom voz. (…)
 
    E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos
muros pelos fidalgos e cidadãos honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e
beesteiros e homẽes d'armas pera ajuda de cada uũ guardar bem a sua. Em cada
15  quadrilha havia uũ sino pera repicar quando tal cousa vissem 2, e como cada uũ
  ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela; por quanto aas
  vezes os que tiinham cárrego das torres viinham espaçar pela cidade, e leixavom-
nas encomendadas a homeẽs de que muito fiavom; outras vezes nom ficavom em
elas senom as atalaias; mas como davom aa campãa, logo os muros eram cheos, e
20 muita gente fora.

         Teresa Amado, Crónica de D. João I de Fernão Lopes, Lisboa: Seara Nova/Comunicação, 1980, pp. 170-171.


puseram na cidade tudo o que tinham. 2 quando vissem que era caso para isso. 

4. Refere duas medidas tomadas pelo Mestre antes do cerco da cidade, temendo a sua duração prolongada.

5. Explicita como neste excerto os atores individuais e coletivos articulam os seus esforços para o bem comum. 

Grupo II (50 pontos) 

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 
 
 
Leitura | Gramática 

Star Wars VII: O Despertar da Força Chewbacca precisa de amigos 

 O cinema começou por ser um espetáculo de feira. As pessoas espreitavam por óculos ou binóculos e deixavam-se surpreender
pela ilusão do movimento, como se fosse magia. A elevação da tecnologia a expressão artística, como antes acontecera com a
fotografia abriu novas hipóteses, libertando-o da sua génese popular. A Guerra das Estrelas, apesar de todas as suas reciclagens,
é o que de mais próximo existe com o intuito fundador do cinema: um enorme e surpreendente espetáculo de entretenimento,
megalómano nos meios e efeitos, com o objetivo assumido de gerar grandes lucros comerciais. De resto, a lógica da indústria
americana nunca foi outra: os filmes são vistos como empreendimentos de investidores com o objetivo de criar riqueza. Mas
atenção que tal não impediu Hollywood de gerar John Ford Nicholas Ray ou Alfred Hitchcock. Arte e comércio não são
necessariamente incompatíveis, mas caso haja a necessidade de escolher entre arte e dinheiro, Hollywood opta claramente pelo
segundo.

      Passa-se que o cineasta George Lucas criou, em 1977, uma start up de sucesso improvável. Acreditou que o êxito popular não
partia da reciclagem fácil de modelos preexistentes, mas na criação de todo um universo e de uma linguagem cinematográfica
que desse prioridade aos efeitos visuais. Muitos duvidavam do sucesso da fórmula, mas acompanhando-a de uma inteligente
estratégia de marketing e merchandising, também inovadora para a época, Lucas criou um novo paradigma para o cinema. A
partir daí foi só saber como explorar o filão: entenda-se que a eficácia desta exploração do filão esta também dependente da
capacidade artística e tecnológica. (…)

      Este sétimo episódio é o grande reconciliador de gerações, fórmula perfeita para, novamente, bater recordes de audiência.
Está tudo lá: Chewbacca R2 – D2, C- 3PO, Han Solo, Princesa Leia, e uma porta para Luke Skywalker. Mas também há um novo
Dart Vader, inevitavelmente mais fraco que o seu antecessor, mas que faz dessa fraqueza uma fonte de enriquecimento
dramático da personagem; um mau do lado do bom; um piloto com atributos humanos; e uma super-heroína que aprende a ter
poderes. Há também a importação de elementos de outros filmes e séries de televisão e uma constante recapitulação da
matéria dada, para ter a certeza de que ninguém fica fora do contexto. (…)

      Star Wars é o que há de mais próximo do espetáculo de feira onde o cinema começou por habitar. É bom se entretém. E se
entretém é bom. 

Manuel Halpern, Jornal de Letras, 23 de dezembro a 5 de janeiro, 2015, p. 21.    

     1. O texto apresenta características específicas do género

A. apreciação crítica.
B. exposição sobre um tema.
C. síntese.
D. artigo de divulgação científica.

2. A expressão Star Wars está destacada em itálico

A. de forma intencional para realçar palavras importantes no texto.


B. de forma aleatória.
C. para assinalar  um empréstimo.
D. para distinguir o título do filme.

3 Na expressão “megalómano nos meios e efeitos” (l.7), a palavra “megalómano” está associada à ideia de

A. rigor.
B. originalidade.
C. exuberância.
D. atualidade.

   4. Na frase “De resto, a lógica da indústria americana nunca foi outra: os filmes são vistos como empreendimentos de
investidores com o objetivo de criar riqueza.” (ll.8-9), a utilização da vírgula e dos dois pontos serve, respetivamente,

A. para introduzir uma explicação e uma citação.


B. para delimitar um conector e introduzir uma explicação.
C. para delimitar duas enumerações.
D. para introduzir uma citação e delimitar uma explicação.

   5. O texto apresenta

      A. várias marcas de terceira pessoa nas formas verbais, nos pronomes e nos determinantes.

      B. caráter persuasivo, informação seletiva e dimensão ética e social.

      C. caráter demonstrativo, concisão e objetividade.

      D. título, subtítulo, notas de rodapé, epígrafe e bibliografia.

   6. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões sublinhadas na frase: “a lógica da indústria americana nunca
foi outra” (l.8).

     7. Classifica a oração “que aprende a ter poderes” (l.26).

  8. Na frase “Acreditou que o êxito popular não partia da reciclagem fácil de modelos preexistentes, mas na criação de todo um
universo e de uma linguagem cinematográfica que desse prioridade aos efeitos visuais.” (ll.14-16) indica a função sintática do
pronome relativo. 

Grupo III (50 pontos)

Escrita

  “Há muitas situações em que as pessoas reagem plenamente indiferentes em relação aos semelhantes nas situações de
fragilidade e incapacidade” (autor anónimo).

      Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150
palavras, apresenta uma exposição sobre a indiferença nas relações humanas.

      Recorre a exemplos que conheças para fundamentares a tua opinião. 


  
 Proposta de correção

Grupo I 

0. O Escudeiro, para seduzir Inês, mostra-se muito gentil e sedutor. Efetivamente, elogia-a e demonstra o seu desprendimento pelos
interesses materiais, como se verifica em “Senhora, eu me contento/receber-vos como estais”. Trata a jovem por “fresca rosa”,
fazendo-lhe vários elogios, dizendo que é “mui graciosa donzela” e dotada de muitas qualidades: “Bem parece/que a discrição
merece/gozar vossa fermosura”. O discurso do escudeiro demonstra o seu caráter artificial e fingido.

2. A inclusão na peça dos Judeus casamenteiros demonstra a preocupação de Gil Vicente em, por um lado, alargar o leque da
representatividade social e, por outro, reforçar o caráter cómico da farsa. As duas personagens em bloco desempenham um único
papel: o de casamenteiros. 

3. Neste excerto, encontramos alguns recursos expressivos. A expressão “fresca rosa” é uma apóstrofe à jovem, designada
metaforicamente, de modo a destacar o facto de o Escudeiro elogiar a beleza e a juventude de Inês para a seduzir. Nas falas dos
Judeus, verificamos a presença da antítese “falar”/ “calar”, realçando o efeito que as palavras do escudeiro têm na jovem, que fica
sem palavras ao ouvir o Escudeiro. Estes recursos contribuem para a caracterização das personagens. 

4. Todas as medidas tomadas pelo Mestre demonstram o seu receio pela duração do cerco, que se prevê “grande e poderoso”. Na
verdade, aquando do iminente cerco da cidade, o Mestre ordenou que o povo se abastecesse de alimentos (“logo foi ordenado de
recolherem pera a cidade os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas”) e
que fossem tomadas medidas militares para proteger a cidade (“que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidalgos e cidadãos
honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e beesteiros e homẽes d'armas pera ajuda de cada uũ guardar bem a sua”). Conclui-
se, então, que o Mestre procura a melhor forma de resistir aos castelhanos.

5. Neste excerto, a preservação do bem comum depende da entreajuda entre os indivíduos. Assim, o Mestre assume o seu papel de
líder incontestado do povo e as medidas que toma não são questionadas, uma vez que cada homem e cada mulher do povo
contribui, como pode, para a defesa da cidade (“e como cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera
ela”). Os Portugueses poderão, portanto, sair vitoriosos através da união e do esforço conjunto. 

Grupo II

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Oração subordinada
Complemento do nome adjetiva relativa
A D C B A e predicativo do sujeito. restritiva. Sujeito.
 
 

Grupo III

Tópicos de resposta:

• a indiferença numa relação humana poderá surgir como consequência de um episódio de conflito, em que os intervenientes
guardam rancor/mágoa uns aos outros;

• a indiferença entre elementos de uma família (pais e filhos, irmãos…) poderá surgir como consequência do desgaste provocado
por diversas situações familiares;

• a indiferença entre os elementos de um casal poderá surgir após a descoberta de uma traição ou de uma mentira;

• a indiferença poderá surgir de forma involuntária em consequência da excessiva ocupação de um indivíduo com o trabalho,
atividades de lazer ou situações que o preocupem;

• a indiferença poderá ser verificada quando um indivíduo não se importa com as condições de vida das outras pessoas que vivem
em estados de vulnerabilidade (doença, pobreza, fome…);

• a indiferença nas relações governamentais, em que as nações dominantes reagem de forma desprezível para com as situações
de dependência das nações que dependem de um auxilio da nação dominante;

• a indiferença nas relações de trabalho, em que a entidade patronal não se preocupa com os problemas do seu empregado,
estando apenas preocupado com questões financeiras e operacionais;

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