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Cânticos do

Realismo
Cânticos do Realismo

Título sugerido por Cesário Verde para a


coletânea da sua obra poética, que veio a
ser publicada, postumamente, em 1887, por
Silva Pinto, como O Livro de Cesário Verde.
No conjunto dos seus textos, destacam-se
temas e processos que evidenciam um
entendimento inovador da poesia.
Deambulação e imaginação: o observador acidental

▪ O carácter deambulatório: o percurso


pela cidade como momento de análise e
de interrogação do «eu» (dimensão lírica e
narrativa da poesia).
▪ O real e o quotidiano como fonte de
inspiração: a poética de cariz realista.
▪ A observação objetiva como ponto de
partida para a poetização.
Perceção sensorial e transfiguração poética do real

▪ A recriação do real através da representação das diferentes


sensações e das impressões provocadas pelo meio envolvente
(influência impressionista).
▪ A descrição objetiva da realidade como ponto de partida para
«fugas imaginativas».
▪ Presença e intervenção da imaginação transfiguradora.
▪ Conjugação da visão objetiva do exterior com a transformação
subjetiva interior.
A representação da cidade e dos tipos sociais

▪ A cidade como local inspirador


da atividade poética.
▪ O espaço urbano enquanto lugar
diversificado em termos físicos,
humanos e sociais.
▪ Descrição da cidade (Lisboa) –
vertente física e humana,
reveladora dos contrastes sociais.
A representação da cidade e dos tipos sociais

▪ A cidade como espaço opressivo e


angustiante, conotado com a injustiça, a
corrupção de valores, a doença e a morte.
▪ Denúncia das desigualdades e dos
contrastes sociais, através de pequenos
episódios do quotidiano.
▪ Crítica e solidariedade social (face às
classes desfavorecidas).
O imaginário épico em «O Sentimento dum Ocidental»
A homenagem insólita a Camões

A estruturação narrativa do poema, segundo


uma progressão cronológica

Integração de pequenos episódios ilustrativos


do ambiente da capital

Alusões a Camões e a Os Lusíadas


(símbolos de um passado glorioso)

A subversão da memória épica


Linguagem, estilo e estrutura

▪ Regularidade estrófica e métrica, com preferência pelos versos


longos (decassílabos e alexandrinos).
▪ Vocabulário simples, concreto e objetivo.
▪ Sensorialismo da linguagem (representação das sensações
provocadas pelo real).
▪ Uso expressivo do adjetivo e do advérbio (antepondo, por vezes,
as impressões às realidades que as provocam).

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