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Estrutura Externa
Na estrutura externa é feita uma análise formal. Os poemas são analisados quanto ao
número de estrofes, número de versos por estrofe, esquema rimático em cada estrofe,
métrica dominante e tipo de rima existente.
A poesia, por oposição à prosa, é escrita em verso. Cada linha do poema é chamada de
verso. Um conjunto de versos, separado de outro conjunto de versos por uma linha
branca, é chamado de estrofe.
Versos e estrofes
Classificação de estrofes quanto ao número de versos:
Estrofe com um verso: monóstico;
Estrofe com dois versos: dístico;
Estrofe com três versos: terceto;
Estrofe com quatro versos: quarteto ou quadra;
Estrofe com cinco versos: quintilha;
Estrofe com seis versos: sextilha;
Estrofe com sete versos: septilha;
Estrofe com oito versos: oitava;
Estrofe com nove versos: nona;
Estrofe com dez versos: décima;
Estrofe com mais de dez versos: estrofe irregular.
Exemplo de decassílabo:
“E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Luís de Camões)
(E / se / mais / mun / do hou / ve / ra / lá / che / ga ra)
Classificação de rimas:
Quanto à fonética: rima perfeita ou consoante, rima imperfeita, rima toante ou
assonante e rima aliterante.
Quanto ao valor: rima pobre, rima rica e rima rara ou preciosa.
Quanto à acentuação: rima aguda ou masculina, rima grave ou feminina e rima
esdrúxula.
Quanto à posição no verso: rima externa e rima interna ou coroada.
Quanto à posição na estrofe: rimas alternadas ou cruzadas, rimas emparelhadas ou
paralelas, rimas interpoladas ou intercaladas, rimas encadeadas, rimas mistas ou
misturadas e versos brancos ou soltos.
Exemplo:
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” - Camões
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Soía=costumava
Exemplo:
Poema Autopsicografia - Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
As duas dores que são mencionadas são a dor original que o poeta sente e a "dor
fingida", que é a dor original que foi transformada pelo poeta.
Na terceira e última estrofe, o coração é descrito como um comboio (trem) de corda,
que gira e que tem a função de distrair ou divertir a razão. Vemos neste caso a dicotomia
emoção/razão que faz parte do cotidiano do poeta. Podemos então concluir que o poeta
usa o seu intelecto (razão) para transformar o sentimento (emoção) que ele viveu.
“E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.”