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LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O aludido trabalho abordará sobre o instituto da adoção, tendo como o
principal ponto apresentar um estudo acerca da modalidade internacional de adoção no
ordenamento jurídico brasileiro. Tem como objetivo demonstrar as peculiaridades do
procedimento adotivo no âmbito internacional, estando este interligado com o regramento
brasileiro. A abordagem visa causar uma discussão a respeito da adoção internacional,
bem como os aspectos e problemáticas envolvidas, como a preservação da criança, além
de promover uma melhoria e incentivar a adoção internacional como um meio de
garantias fundamentais destas crianças e adolescentes.
Este artigo tem como método a abordagem dedutiva, uma vez que parte dos
aspectos gerais da adoção no ordenamento jurídico, até atingir o objetivo principal do
trabalho, qual seja, a adoção internacional. Já a técnica de pesquisa escolhida é a
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Acadêmica do 9º semestre do Curso de Direito da Setrem- Sociedade Educacional Três de Maio. E-mail:
fernandagraf15@gmail.com
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Acadêmica do 9º semestre do Curso de Direito da Setrem- Sociedade Educacional Três de Maio. E-mail:
joiceauzani@gmail.com
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Professora do Curso de Direito da Setrem.
bibliográfica e documental, por valer-se de artigos científicos, fontes normativas, coleta
de artigos, teses, teses normativas, dissertações, como base para coleta de dados.
O presente trabalho quer trazer a importância do instituto da adoção
internacional, pois atualmente existem inúmeras crianças e adolescentes em situação de
abandono ao redor do país. No entanto, quando se fala de adoção internacional pouco se
sabe sobre o assunto, visto que tal modalidade não é frequentemente procurada por
pretendentes. O desenvolvimento do estudo deve ser iniciado a partir do capítulo da
adoção, bem como a sua evolução histórica, conceituação, natureza, modalidades e seus
efeitos jurídicos, seguindo para adoção internacional, tal como sua origem, progresso
histórico, legislação e seu processo de efetivação.
2 DESENVOLVIMENTO
Desde o primórdio da humanidade as pessoas tendem a constituir famílias,
casar e ter filhos, podemos dizer que esse é o ciclo da natureza. Como os demais animais,
o ser humano tende a agrupar-se a fim de procriar. Contudo, sabe-se que algumas pessoas
não podem ter filhos ou, até mesmo, não desejam ter filhos biológicos ou, ainda, possuem
o desejo de adotar.
Podemos refletir que o instituto da adoção originou-se, primordialmente, por
um certo constrangimento que os romanos tinham, visto que achavam vergonhoso um
chefe de família morrer sem deixar descendentes. Assim, buscando a perfeição da família,
a adoção foi o meio de encontrar seus descendentes, tendo, inclusive, uma oportunidade
da plebe agregar-se ao patriarcado, mesmo que, em certas vezes, ocorresse por meio da
venda dos filhos e filhas (RODRIGUES, 1994).
Na história do Brasil, o acolhimento de órfãos surgiu já no século XVIII, por
meio de ações da Santa Casa de Misericórdia no acolhimento dos órfãos. Atualmente,
casas lares e abrigos de menores fazem esse papel. É indiscutível que crianças,
principalmente em grandes centros urbanos, são obrigadas a abandonarem seus estudos e
buscar trabalho para ajudar no sustento de suas famílias. Contudo, por mais que tragam
seus míseros trocados ao lar, por vezes não é suficiente, sendo assim, espancadas,
maltratadas e colocadas em situações de risco por seus genitores, inclusive havendo
relatos de abusos sexuais (LOPES, 2008).
Com um breve histórico legislativo da adoção no Brasil, tem-se que a
precedente instrução normativa acerca do tema ocorreu com a Lei nº 4.655, de 2 de junho
de 1965, a qual dispunha sobre a legitimidade adotiva. Posteriormente, tal ordenamento
fora revogado em sua integralidade pela Lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979,
conhecida por instituir o código de menores, este, inclusive estando atualmente revogado,
pela Lei nº8.069, de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente.
(BRASIL, 1990).
É sabido que a intervenção do poder público para coibir os maus tratos aos
menores é algo corriqueiro, visto que, conforme art. 4º da Lei nº 8.069/90 - Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) -, é um dever conjunto da família, estado, sociedade,
assegurar com prioridade a efetivação dos direitos das crianças e adolescentes. A
supracitada lei assim dispõe em seus artigos 15º e 17º:
“Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida
e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à
Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção
nacional” (BRASIL, 1990, online).
Além do mais, importa ressalvar que uma criança adotada por brasileiros, pelo
simples fato da adoção, não adquire a nacionalidade do Brasil, continua tendo a
nacionalidade estrangeira. Desse modo, afirma Mazzuoli “(...) A pessoa adotada só
poderá ser nacional do Brasil, quando maior, se assim pretender, e por meio do processo
de naturalização, uma vez que a adoção não produz, em nosso sistema jurídico, qualquer
efeito relativo à nacionalidade. (...)” (MAZZUOLI, 2021, p. 376).
Em que pese o § 6º do art. 226 da Constituição Federal dispor que os filhos
adotivos terão os mesmos direitos dos filhos biológicos, não havendo distinção entre
estes, não há o que se falar em nacionalidade brasileira. O filho adotivo, sendo este
proveniente de outro país, passará a ser um residente permanente no Brasil enquanto não
naturalizado. Para ser considerado uma pessoa com nacionalidade brasileira, deverá
passar por um processo de naturalização, nos termos legais (MAZZUOLI, 2021). O autor
complementa que:
“(...) ainda que a lei relativa aos efeitos da adoção seja a estrangeira (da
residência habitual do adotando, ou outra mais favorável, como, v.g., a do
domicílio ou da nacionalidade do adotante), será a lei brasileira a aplicada
quanto à forma se for a adoção realizada no Brasil” (MAZZUOLI, 2021, p.
389).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 19.ed. São Paulo: Saraiva,
2021.