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• O conceito de eudemonia;
• Aristóteles está sobretudo preocupado em demonstrar, por
suas investigações, que a noção de felicidade (eudaimonía) é
uma noção humana, e, portanto, humanamente realizável. O
caminho? A prática ética.
• A ciência prática, que cuida da conduta humana, tem esta
tarefa de elucidar e tornar realizável, factível, a harmonia do
comportamento humano individual e social. O meio de
aquisição da virtude é ponto de fundamental importância nesse
sentido.
• De fato, na virtude encontra-se apenas a capacidade de
discernir entre o justo e o injusto, e de optar pela realização de
ações conformes a um ou a outro.
Filosofia Plano de aula 4 Os Filósofos
antigos: A filosofia de Aristóteles
• O justo total:
• Após identificar que para o vocábulo justiça
podem-se atribuir muitos sentidos,
Aristóteles procede ao exame da primeira
noção conceptual do termo, a saber, a
noção de justiça total.
• A ação que se vincula à legalidade obedece
a uma norma que a todos e para o bem de
todos é dirigida; como tal, essa ação deve
corresponder a um justo legal e a forma de
justiça que lhe é por consequência é a aqui
chamada justiça legal. Aquele que observa
os conteúdos legais pode ser chamado de
justo, nesse sentido.
Filosofia Plano de aula 4 Os Filósofos
antigos: A filosofia de Aristóteles
• O papel relevante aqui desempenhado pelo legislador é,
pois, determinante para a comunidade. O legislador, ao
operar no sentido da construção do espaço normativo da
pólis, nada mais está a fazer senão exercendo a sua arte, a
arte de bem conduzir a comunidade nas coisas comuns.
Assim procedendo, o legislador age tendo em vista o
melhor para a comunidade, o fim das leis deve
necessariamente ser o Bem Comum
• Dessa forma é que a justiça total é também chamada de
justiça universal ou integral, e tal se deve ao fato de a
abrangência de sua aplicação ser a mais extensa possível (as
leis valem para o Bem de todos, para o Bem Comum).
Aquele que contraria as leis contraria a todos que são por
elas protegidos e beneficiados; aquele que as acata, serve a
todos que por elas são protegidos ou beneficiados. O justo
total é a observância do que é regra social de caráter
vinculativo.
Filosofia Plano de aula 4 Os Filósofos
antigos: A filosofia de Aristóteles
• O justo particular
• O justo particular corresponde a uma parte da virtude,
e não à virtude total, como ocorre com o justo universal
ou total.
• A justiça particular refere-se ao outro singularmente no
relacionamento direto entre as partes. Trata-se de dizer
que o justo particular é, de certa forma, espécie do
gênero justo total, pois quem comete um injusto
particular não deixa de violar a lei, e como tal, praticar
um injusto no sentido mais genérico.
• O justo particular admite divisões: de um lado, é
espécie do justo particular o justo distributivo; de outro
lado, é espécie do justo particular o justo corretivo.
Filosofia Plano de aula 4 Os Filósofos
antigos: A filosofia de Aristóteles
• O justo distributivo
• A primeira acepção do justo particular, ou seja, o justo distributivo,
relaciona-se com todo tipo de distribuição levada a efeito no Estado
(politeía), seja de dinheiro, seja de honras, de cargos, ou quaisquer
outros bens passíveis de serem participados aos governados.
• O justo particular distributivo realiza-se no momento em que se faz
mister uma atribuição a membros da comunidade de bens
pecuniários, de honras, de cargos, assim como de deveres,
responsabilidades, impostos…
• A distribuição, portanto, atingirá seu justo objetivo se proporcionar
a cada qual aquilo que lhe é devido, dentro de uma razão de
proporcionalidade participativa, pela sociedade, evitando-se, assim,
qualquer um dos extremos que representam o excesso e a falta.
• De fato, a injustiça na distribuição recai em um dos polos, seja
quando pessoas desiguais recebem a mesma quantia de encargos e
de benefícios, seja quando pessoas iguais recebem quantias
desiguais de benefícios e encargos.
Filosofia Plano de aula 4 Os
Filósofos antigos: A filosofia de
Aristóteles
• O que cumpre ora dizer é que não se trata de uma igualdade
qualquer, mas de uma igualdade de acordo com a geometria das
desigualdades entre pessoas relacionadas (uns conhecem mais,
outros agem mais, outros possuem maior técnica e habilidade
manuais…) e coisas envolvidas (honrarias, impostos, deveres,
obrigações, prestígio, salário, remuneração, função social, cargo…).
• Portanto, a justiça distributiva é igualdade de caráter proporcional,
pois é estabelecida e fixada de acordo com um critério de
estimação dos sujeitos analisados.
• A igualdade estabelecida é do tipo geométrico, observando-se a
proporcionalidade da participação de cada qual no critério eleito
pela constituição (politeía).
• A igualdade na distribuição visa à manutenção de um equilíbrio,
pois aos iguais é devida a mesma quantidade de benefícios ou
encargos, assim como aos desiguais são devidas partes diferentes
à medida que são desiguais e que se desigualam.
Filosofia Plano de aula 4 Os Filósofos antigos:
A filosofia de Aristóteles
• O justo corretivo.
• A segunda acepção do justo particular, o justo corretivo,
consiste no estabelecimento e aplicação de um juízo corretivo nas
transações entre os indivíduos.
• Destina-se a ser aplicada em todo tipo de relação a ser estabelecida
entre indivíduos que se encontrem em uma situação de
coordenação – e não de subordinação, como ocorre com o justo
distributivo –, ou seja, de iguais entre iguais, como particulares e
entre particulares, agindo como indivíduos em paridade de direitos
e obrigações em face da legislação.
• Enquanto a aplicação da justiça para a distribuição obedece à
subjetiva apreciação do mérito eleito pelas formas de governo a
que se vincula, o que implica necessariamente uma
proporcionalidade na repartição do que a cada qual é devido, a
justiça corretiva baseia-se exclusivamente num critério
rigorosamente objetivo de restabelecimento do equilíbrio rompido
entre os particulares: a igualdade aritmética.
Filosofia Plano de aula 4 Os
Filósofos antigos: A filosofia de
Aristóteles
• O justo particular corretivo ainda biparte-se para
abranger tanto as relações baseadas na voluntariedade
do vínculo entre pessoas (compra e venda, locação,
mútuo, garantia, comodato, depósito, pagamento,
depósito...), é o justo particular comutativo.
• Também, abrange, as relações estabelecidas
involuntariamente, surgidas como consequência de
uma clandestinidade ou de uma violência, que atingem
a uma ou a ambas as partes (roubo, adultério,
prostituição, falso testemunho, homicídio doloso,
sequestro, furto, difamação, injúria, lesão física...), é o
justo particular reparativo ou penal.
Filosofia Plano de aula 4 Os
Filósofos antigos: A filosofia de
Aristóteles
• Justo Particular Corretivo:
• É assim que o justo comutativo, voluntário, contratual,
bem compreendido, conduz à noção de reciprocidade
proporcional das trocas dentro da complexa malha
social. São as trocas a base da subsistência da cidade,
na visão histórico-interpretativa apresentada por
Aristóteles. As trocas fazem-se entre objetos diferentes,
produzidos por pessoas diferentes, que recebem
valorações diferentes de acordo com cada sociedade.
• Nas palavras de Aristóteles: “Deste modo, agindo o
dinheiro como uma medida, torna ele os bens
comensuráveis e os equipara entre si; pois nem haveria
associação se não houvesse troca, nem troca se não
houvesse igualdade, nem igualdade se não houvesse
comensurabilidade” .
Filosofia Plano de aula 4 Os
Filósofos antigos: A filosofia de
Aristóteles
Aristóteles
Filosofia Plano de aula 4 Os
Filósofos antigos: A filosofia de
Aristóteles
• Pensamento de Aristóteles segue influente no mundo contemporâneo
• Estética, ética, metafísica, astronomia, biologia e filosofia foram alguns dos
temas e dos campos de interesse do pensador grego Aristóteles, ainda no
século IV a.C. Muitas de suas reflexões foram pioneiras e serviram como
ponto de partida para os conhecimentos atuais. Outras, porém,
permanecem relevantes, seja porque são obras clássicas e merecem a
leitura, seja porque ainda permanecem atuais.