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Holoplex

Uma síntese criativa entre ciência e consciência,


psicologia e espiritualidade, passado, presente e futuro

Fábio Novo

1
Hipercepção Visão integral
Karma Psicologia
Holobytes Frequência

Transcendência Holocam
Paradigma holístico
Sintonia Transformação
Ressonância
Evolução Consciência
HDNA Hiperdimensional
Redes neurais Holograma
Espiritualidade Sincronicidade

Hiper Fluxo Inconsciente


Hologame Autoconhecimento

inergia
Ponto ômega Sin
Cosmos Holose Geração global
Circuitos energéticos Noosfera
Ki Conexão Sonhos Múltiplas
HoloSíntese
Quantum Holomatriz
Estados ampliados
Chips holográficos 2
Iluminação Hologenética

Fractal Holos
Hiperlinguagem
Energia
po Holismo Emergência espiritual
Aura Holoterapeuta
social Essência
Formas pensamento
Holoética Viagem astral

Holoplex
Chakras
coletivo Despertar
Memes
Síntese Fluxonomia
Futuro Vidas passadas
Cocriação
Sinvergência
Holoware
personalidades
Ondas cerebrais
Sistema operacional integral

Corpos
3 sutis Colaboração
Sintetiza a ti mesmo.

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Para você, para nós e para Todos Nós.

Agradeço infinitamente a todos aqueles que direta e


indiretamente, e em todas as dimensões, contribuíram
para a manifestação deste livro
livro. e da HoloSíntese.

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6
Holoplex é um livro-semente, e semeia a visão, a linguagem e os
princípios da HoloSíntese, uma nova abordagem psicológica,
energética, consciencial, sistêmica e integral, especialmente
sintetizada para o ser humano contemporâneo e para o atual
momento planetário.

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Holoplex é um livro-síntese, e integra a sabedoria espiritual
milenar, o conhecimento psicológico moderno, as descobertas
científicas recentes e alguns insights transpessoais do autor,
sincronizando passado, presente e futuro com o propósito
de facilitar a expansão da consciência individual, coletiva e
global.

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Holoplex é um livro-lab, e experimenta livremente possibi-
lidades imaginativas, cognitivas e intuitivas com a intenção
de expandir visões, inspirar mentes, alimentar consciências,
abrir corações, conectar essências e sintonizar almas.

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Holoplex é um livro-matriz, e configura um campo de susten-
tação energética, de referência conceitual e de inspiração sim-
bólica para as novas gerações de todas as idades, de todas as
dimensões e de todos os tempos.

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Holoplex é um livro-game, roteirizado para proporcionar ao
leitor uma experiência única de conexão, reflexão, investigação,
integração, descoberta, aprendizagem e autotranscendência.

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Holoplex é um livro-fractal, e equaliza a sua linguagem mul-
tidimensional, simultaneamente, para múltiplos espectros de
compreensão, hipercepção, visão e consciência.

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Holoplex é um livro-holograma, e modula seus capítulos,
gráficos, símbolos, ideias, conceitos, cores e códigos para que
se reflitam fractalmente uns nos outros, uns nos outros, uns
nos outros...

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Holoplex é um livro-manifesto, e sintetiza a necessidade de
conhecer, curar e transcender; o desejo de criar, experimentar
e descobrir; a vontade de realizar, evoluir e compartilhar; a
busca por libertar e o sonho de despertar.

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Atenção
Se, em algum momento da leitura, você se perceber numa
nebulosa, meio confuso ou aéreo, não se preocupe; isso é
natural, e até esperado. Para melhor usufruir da experiên-
cia, recomendo a você que siga em frente, respeitando o seu
próprio ritmo de leitura e absorção do conteúdo. De forma
gradual, natural e intuitiva, a linguagem, as imagens, os
símbolos e os conceitos apresentados em Holoplex serão sin-
tonizados por sua mente. É previsto que alguns trechos sejam
relidos algumas vezes e que, a cada leitura, seus significados
se revelem de forma múltipla. Tudo isso faz parte processo de
sincronização com a frequência da HoloSíntese.

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Índice

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Prefácio 18

Holodrama 26

HoloSíntese 42

Holos 92

Holoprincípios 118

Holoconsciência 148

Holocampo 168

Holomatriz 218

Holoidentidade 268

Holopráxis 334

Anexo 1 - Holoformas 372

Anexo 2 - Hologenética 388

Holodicionário 404

Holobibliografia 416

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Prefácio
Desde criança, busco a transcendência e sonho escrever um
livro.

Essa busca foi um roteiro não linear que permeou a minha


vida até aqui e agora. Na infância, ela se manifestou numa
atração por brincar de girar para ver o mundo rodar e sair
do esquadro. Na adolescência, poesias românticas, sonhos
surreais, livros de inspiração filosófica, espiritual e científi-
ca escritos por autores como Krishnamurti, Hermann Hesse,
Lobsang Rampa, Carlos Castañeda, Chico Xavier, Isaac Asimov,
Aldous Huxley e George Orwell, combinados com seriados de
TV como Kung Fu , O Túnel do Tempo e Jornada nas Estrelas , com-
pensaram a busca frustrada por Deus através da igreja.

Aos 21 anos, a busca continuou, mas os ingredientes


mudaram para sexo, drogas e rock’n’roll temperados com
trabalho, dinheiro e poder. Aos 28, o Yoga me resgatou e ativou
o processo de reconexão e reintegração da minha consciên-
cia. Aos 32, tive meu primeiro período sabático. Aos 35, uma
série de experiências fora do corpo precipitou uma profunda
crise existencial. Aos 37, com 15 anos de carreira, abandonei
o emprego de diretor de marketing da MTV, o loft, a casa na
praia e um estilo de vida divertido, mas que não me interessava
mais, e me joguei no abismo de um segundo período sabático,
que se estendeu por 3 anos e me levou por este e outros mundos
em busca de respostas e de novas perguntas. No caminho, fiz
retiros, iniciações e experimentei os mais variados tipos de
terapias e trabalhos espirituais. Formei-me em Yoga e Psicos-
síntese, especializando-me em coaching e meditação. Aos 40,
após me sintetizar em Fábio Novo, comecei uma nova vida
como terapeuta, coach e facilitador, e abri o A1, um espaço
voltado para a expansão da consciência individual e coletiva.
Aos 43 anos, grato por ter encontrado a mim mesmo e meu
caminho, achei que era o momento de realizar o sonho de
escrever um livro.

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Inicialmente, pensava em escrever sobre a Psicossíntese –
abordagem psicoespiritual que é a base do meu trabalho –, re-
lacionando seus princípios não só à experiência psicoterapêu-
tica com meus clientes, mas também às vivências espirituais
que tive ao longo da vida. Todavia, a realidade mostrou-se
mais ousada e criativa do que eu esperava.

Para começar o livro, fiz jejum e fiquei sozinho à beira do rio


e do mar numa pequena cabana numa paradisíaca ecoaldeia
no sul da Bahia. Os primeiros capítulos, sobre sonhos e sobre
o período entre vidas, vieram-me tranquilamente, quase sem
nenhum esforço. Fiquei animado com o resultado e cheguei a
planejar terminar o livro em 3 meses. Isso foi há 5 anos!!!

No caminho de volta para casa, em todos os lugares onde


eu parava, escrevia, e assim foi até retornar a São Paulo.
Mas, ao chegar, o processo mudou radicalmente e Holoplex
revelou-se para mim de uma forma absolutamente surpreen-
dente. O capítulo da vez versava sobre karma.

Sem que planejasse, pedisse ou esperasse, comecei a receber


informações de outras dimensões. O primeiro arquivo que
recebi foi a Meditação do Sol Dourado, que me veio zipada num
download intuitivo. Após algum tempo, incorporei-a à minha
prática pessoal e comecei a utilizá-la com clientes e em grupos
de autoconhecimento. Essa meditação é uma prática de síntese
pessoal que fortalece o sistema energético e amplifica a au-
toconsciência. Além de acelerar meus processos pessoais, ela
me hiperconectou com a frequência da HoloSíntese – a nova
abordagem que apresento neste livro –, a qual, a partir daí,
começou a se revelar para mim numa série de sincronicidades,
sonhos, intuições e viagens astrais.

Esse processo foi um transbordo energético, psicológico e


espiritual e me atordoou por completo. Os novos conceitos,
perspectivas, visões, imagens e neologismos saltavam em
minha mente como pop-ups e me atravessavam a qualquer

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momento do dia ou da noite, desconstruindo antigas certezas
e pedindo uma urgente atualização nos softwares da minha
consciência. Aos poucos, percebi que essa inteligência levava-me
por caminhos muito diferentes daqueles por onde planejara ir.
Foi quando se iniciou um embate dentro e fora de mim, entre
a mente racional e a intuitiva e entre mim e meus guias. Neste
ponto, o processo do livro travou. Fiquei meses sem escrever,
tentando compreender o que estava acontecendo e buscando
uma solução para o impasse. Foi a primeira vez, entre muitas,
que pensei em abortar o projeto.

Escrever para quê? Por quê? Para quem? Já existiam tantos


livros de autoconhecimento por aí... Quem precisaria de
mais um livro? E como poderia escrever sobre temas que não
dominava completamente? Isso não iria dar certo! O que as
pessoas diriam? O que os meus clientes pensariam? Como
poderia querer sintetizar tantos conhecimentos? Que preten-
são! Isso era um absurdo! Impossível! Loucura! Era melhor eu
tirar umas férias, trocar de carro, fazer uma reforma em casa
e deixar o projeto para quando me aposentasse.

Esses e muitos outros questionamentos acompanharam-me


por um bom tempo. Todos os meus medos vieram à tona de
uma só vez. Medo do fracasso, medo do sucesso, medo de não
acontecer nada, medo de acontecer tudo... Além disso, não
queria simplesmente canalizar ou psicografar um livro; queria
participar, me envolver, aprender e cocriá-lo conscientemente.

Na mesma semana, recebi um sinal de que era a hora de


seguir adiante. Durante uma meditação, inesperadamente
sintonizei com o nome do livro. Holoplex veio-me num flash
multicolorido e me preencheu de vontade. Fiquei tão feliz em
me conectar com a sua energia que voltei imediatamente ao
projeto. Abandonei o computador e comecei a pintar as ideias
que jorravam como água. Coloquei os nomes dos capítulos,
formando uma mandala no chão, e, sentado no centro, escrevia
um pouco de cada capítulo por vez. Conforme atualizava

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um capítulo, voltava para os outros para sincronizá-los, um
método criativo que quase me enlouqueceu, já que os conceitos
não vinham ordenados em sequência. Ao contrário, surgiam
de forma não linear, quase esquizofrênica.

O trabalho foi insano, mas o resultado mostrou-se surpreen-


dente. Magicamente, ideias, sonhos, imagens, símbolos, cores,
números e neologismos começaram holograficamente a se
encaixar num fluxo sincrônico, integrando conhecimentos de
diferentes tempos e de diferentes fontes, inclusive me conectan-
do com o trabalho de outros autores (alguns desconhecidos
para mim até aquele momento) que enriqueceram e validaram
a visão da HoloSíntese. Tudo se encaixou de uma forma tão
perfeita que eu parecia estar sonhando acordado enquanto
compunha uma sinfonia holográfica.

Mas, quando percebi que Holoplex era mais do que um


livro e que a HoloSíntese era muito mais do que eu imagina-
va, comecei a compreender a dimensão, as implicações e as
responsabilidades que o projeto poderia trazer. Como resul-
tado, entrei em crise novamente. A princípio, queria apenas
escrever um livro e, quando me vi, estava ancorando uma nova
abordagem psicoenergética e sintetizando um novo sistema
de conhecimento. De repente, tudo isso me pareceu ser muito
mais do que eu poderia suportar. Não tinha certeza se queria e
se estava pronto; quem sabe quando me aposentasse, ruminava.

A maioria dos sistemas de conhecimento é sistematizada


ao longo de anos de pesquisa e prática disciplinada. A Holo-
Síntese, como abordagem, nasceu por um caminho diferente.
Embora seja um remix da Psicossíntese e do Holismo, e traga
em seu DNA a síntese de muitas outras abordagens científicas,
psicológicas e espirituais de desenvolvimento humano, a Holo-
Síntese, primeiro, semeou a sua energia através da Meditação
do Sol Dourado e, agora, está enraizando a sua plataforma
energética, conceitual e simbólica por meio de Holoplex . Mas...
e a prática? Como seria?

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Mais alguns meses de trabalho foram necessários, e mais
sonhos, visões e encantamentos tiveram de surgir para que
conseguisse compreender e ultrapassar essa nova barreira. Foi
numa viagem astral que me desbloqueei.

Estava fora do corpo com um grupo de colegas numa outra


dimensão, assistindo a uma aula sobre energia e consciência.
Ao final, o mestre aproximou-se e me entregou um livro. Era um
livro multidimensional do qual emanavam luzes faiscantes.
Fiquei instantaneamente hipnotizado com aquela frequência.
Curiosíssimo, peguei o livro e, ao abri-lo, despertei!

Ao acordar, em êxtase, tive um clarão de lucidez e com-


preendi que era fundamental incorporar a HoloSíntese às
minhas células. Sem isso, seria impossível continuar. A partir
daí, assumi o compromisso comigo mesmo de que, indepen-
dentemente do que acontecesse, me dedicaria a incorporá-la à
minha vida e iria até o final do processo. Com ou sem dúvidas,
medos e crises, decidi confiar e me entregar ao fluxo do meu
destino, fosse ele qual fosse. E, para minimizar a ansiedade, em
3 semanas escrevi um ebook com um programa prático de au-
toconhecimento que disponibilizei gratuitamente pela internet:
108 perguntas para responder antes de procurar um coach.

Mas uma questão ainda me intrigava. Quem seriam as


outras consciências que estavam naquela aula no astral?
Algumas semanas depois, em Barcelona, minha curiosidade
foi saciada.

Havia prometido uma viagem para meu sobrinho, que es-


tagiava na Espanha. Aproveitei as férias e me inscrevi num
workshop chamado Medicina del Hábitat, com Marta Povo.
Ela canalizou um sistema interessantíssimo que se utiliza de
cores e formas geométricas para curar pessoas e ambientes.
Seu atelier é repleto de símbolos e imagens coloridas. Um deles,
em especial, chamou a minha atenção, exatamente o que
ficava na porta de entrada.

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Um dia depois do workshop, fui passear com meu sobrinho
no Parque Guell. Na volta, pegamos um ônibus qualquer para
ir almoçar e qual não foi a minha surpresa quando, de dentro
do ônibus, vi uma faixa na vitrine de uma pequena loja, na
qual estava escrito “Holosintesis1 – Homeopatia em Imagens”.
Entrei em transe!

Saltamos do ônibus e corremos até lá, onde uma simpática


senhora, que havia morado muitos anos no Brasil, gentilmente
nos atendeu e nos contou que estava para fechar a loja quando
conheceu a Holosintesis, e que, há uma semana, havia decidido
colocar aquela faixa. Peguei o contato de Manuel Munhoz, o
sintetizador da Holosintesis, e, no dia seguinte, fomos visi-
tá-lo. Ele nos recebeu muito bem e, na mesma hora, percebi
que éramos colegas de turma no astral. No dia subsequente,
ao voltarmos ao atelier de Marta para nos despedir, meu
sobrinho apontou para aquela imagem na porta de entrada
e disse:

— Olha, é da Holosintesis!!!

Tudo isso aprofundou a minha compreensão sobre a


natureza da HoloSíntese. Ela é uma plataforma multidimen-
sional que está disponível para quem quiser, e sua prática será
construída de forma múltipla, livre, aberta, interativa, cocria-
tiva, colaborativa e gradual, a partir de suas sementes, de seus
princípios e códigos-fonte. A HoloSíntese é para quem busca o
despertar da consciência, para as novas gerações de todos os
tempos e para o futuro que está começando agora.

Esses foram apenas alguns dos muitos acontecimentos


sincrônicos que envolveram a realização de Holoplex . Aulas
no astral, neologismos e imagens transmitidas em sonhos,
downloads de meditações, colaboração de guias de outras

1 A Holosintesis “espanhola” é um sistema terapêutico vibracional baseado em desenhos


obtidos de imagens de elementos da natureza.

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dimensões, encontros com pessoas especiais, insights con-
tínuos, criatividade aflorada, crises e muito trabalho fizeram
parte desses últimos 5 anos que, inúmeras vezes, me viraram
do avesso. Tanto que resolvi reunir tudo isso num outro livro
que relata os bastidores de Holoplex , uma espécie de making of,
e que se chamará Hiper.

Para finalizar, quero dizer que me sinto profundamente


grato pelo privilégio de ter dedicado centenas das minhas
horas livres para a realização deste sonho lúcido. Sinto-me
abençoado por tudo o que me aconteceu e, do centro da minha
essência, desejo que Holoplex e que a energia da HoloSíntese
levem inspiração, conexão, sintonia e síntese para você e para
todos os seres em todas as dimensões e tempos.

Um abraço amigo,

do Fábio Novo

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Ho

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lodrama
O drama da consciência
na trama da ilusão

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A viagem
Estamos prontos para mais uma viagem. Todos os preparativos já
foram feitos. Todas as condições e os pré-requisitos, preenchidos.
As possibilidades de roteiro já foram analisadas. Os recursos ener-
géticos e conscienciais, disponibilizados. Já simulamos os possíveis
cenários. Estudamos a cultura e os costumes do nosso destino.
Já treinamos a nova língua e simulamos nossos futuros papéis.
Nossos companheiros de viagem estão selecionados. Nossos pais já
seguiram bem antes de nós e se preparam para nos receber. Nossos
filhos e netos irão em breve. Nossos irmãos e amigos também
se preparam. Fizemos projetos, combinações, pactos e alianças
com cada um deles. Estamos felizes e ansiosos. Investimos muito
tempo em nossa preparação. Esta viagem é um grande desafio e
uma rara oportunidade de aprendizado. Queremos vivê-la plena-
mente. Queremos acertar, curar o que precisa ser curado e evoluir.
Aprendemos muito com os erros das viagens anteriores e não
queremos mais repeti-los. Não queremos mais a inconsciência nem
o sofrimento. Estamos integrados, conscientes, confiantes e gratos
ao Universo por mais esta chance. Nossas malas estão repletas de
amor, sonhos, vontades, desejos, intenções e conhecimentos. Com
passaportes, vistos e passagens no coração, estamos prontos para
transmigrar. O sinal da partida ressoa. Damos um último adeus
aos nossos amigos de todos os tempos. Nosso Mestre sorri. Nossos
guias nos acompanham. Nossos companheiros de viagem se
acoplam. A luz violeta acende. A conexão é estabelecida, equaliza-
mos a energia, sintonizamos a consciência e saltamos no infinito
para uma nova vida.

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É mais ou menos assim que iniciamos nossas vidas aqui na Terra.

Após partirmos do nosso domicílio astral, a nossa verdadeira


casa, nos manifestamos fisicamente nesta dimensão. Nossa
primeira tarefa por aqui será a efetivação do hiperlink energético-
-consciencial com o embrião que começa a se formar logo após a
concepção. Para tanto, injetamos a nossa matriz holográfica de
energia e consciência no zigoto – a primeira célula configurada
como resultado do encontro entre o espermatozoide paterno e o
óvulo materno. A partir desse momento, a conexão e a relação com
esse novo veículo biológico (corpo físico), com essa mãe, com essa
família e com esse mundo estão, em termos físicos, energéticos e
conscienciais, estabelecidas.

E, então, começa o drama humano.

A desconexão
Uma vez conectados ao mundo, à dimensão física e às influências
do campo eletromagnético terreno, inicia-se a luta da nossa consci-
ência pela manutenção de sua integridade essencial.

Desde que a hiperconexão é estabelecida com a primeira célula,


e até o final da vida desse corpo na Terra, a consciência será
exposta e irá interagir com todo tipo de energias. E a essa interação
cada pessoa reagirá de uma forma absolutamente única, singular
e exclusiva. Aquilo que usualmente chamamos de “a nossa vida”
será o resultado da confluência desse amplo conjunto de forças que
poderiam ser resumidas como forças secretas, forças internas e
forças externas.

As forças secretas são as programações da nossa consciência,


encriptadas na essência, enquanto as forças internas são as nossas
tendências genéticas e psicológicas; já as forças externas são todas
as influências que vêm do mundo exterior.

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Uma das mais fortes influências recebidas no princípio da vida,
além da genética, é a materna. O estado psicológico da mãe e
seu estilo de vida – que inclui desde a qualidade da alimentação,
do sono, dos pensamentos e sentimentos até a vibração dos am-
bientes que frequenta e das pessoas com quem ela se relaciona,
especialmente do pai – impactarão diretamente o novo Ser em
formação.

A matriz da consciência energeticamente hiperconectada ao


pequeno corpo tentará, desde o princípio, manter-se íntegra e inte-
grada à sua essência vital. Mas essa luta de vida e morte, inevitável
e fatal, e que acontece no invisível, é praticamente vã. Nesse estágio
do processo de desenvolvimento, a consciência ainda não tem con-
dições de fazer muita coisa a seu favor, a não ser se interligar ao
veículo físico e filtrar, de forma limitada, as influências energéticas
desestabilizantes vindas de dentro e de fora.

O processo de nascer neste planeta é bastante complexo. Na tran-


sição de uma dimensão à outra, o centro de gravidade da consciência
passa por uma equalização vibracional em proporção astronômica.
Antes de nos manifestarmos nesta dimensão, estávamos no mundo
espiritual e num estado de autoconsciência mais amplo, isto é,
com um grau maior de discernimento sobre a realidade e sobre nós
mesmos. Mas, ao iniciarmos o processo da vida na Terra, e ainda no
útero de nossas mães, a nossa consciência praticamente se eclipsa,
nos esquecemos de quase tudo e mergulhamos nas profundezas am-
nióticas da inconsciência, da qual ressurgiremos, se tudo der certo,
e dependendo dos nossos créditos kármicos, alguns anos depois.
Numa hipótese bastante genérica, podemos supor que, se tínhamos
1 milhão de unidades de consciência (kons) antes de nascer, no
momento do nascimento teremos algo como 10 mil kons (1%).

Na prática, o tamanho do afunilamento consciencial gerado pela


transição entre os mundos sutil e físico é ainda, para nós, incal-
culável, mas não há dúvida de que esse processo deixa sequelas
energético-conscienciais profundas. E as principais, potencializa-
das pelos choques energéticos ocorridos durante a concepção, a
gravidez, o parto e os primeiros anos de vida, são a fragmentação

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da unidade da consciência, a quebra da sua integridade, a perda de
memória e a desconexão com a essência. Ao nos desconectarmos
da essência, nos desconectamos da vontade, do amor, da liberdade,
da espontaneidade, da criatividade e do fluxo evolutivo natural.

Diante dessa situação desoladora, a criança não terá outra opção


a não ser sentir medo, e dele se defender como puder. Vulnerável
e refém das circunstâncias, ela irá buscar soluções que possam
garantir minimamente seu bem-estar. Dormir, chorar, adoecer,
gritar, imitar, rir, brincar, experimentar, aprender e se adaptar –
esse será seu caminho para viver neste estranho mundo e, assim,
garantir o seu leitinho, o seu colinho e a sua cota mínima de amor,
atenção e segurança, requisitos fundamentais para assegurar a sua
sobrevivência e o seu desenvolvimento.

Esse é um roteiro básico pelo qual quase todos nós passamos.


Ao interagirmos com o meio ambiente, iniciamos um processo
interno de negociação e escolhas mais ou menos inconscientes que
resultam numa complexa trama de táticas e estratégias que, repe-
tidas à exaustão, se configuram num mecanismo automatizado de
ser, estar, agir, reagir, sentir, perceber, movimentar e pensar. A esse
sistema de padrões, crenças, hábitos, programas e condicionamen-
tos chamamos genericamente de personalidade.

A personalidade, ou a rede de personalidades, é uma grande con-


quista da consciência. Ela se ativa quando nascemos e se desenvolve
ao nos adaptarmos e nos ajustarmos ao ecossistema familiar, educa-
cional, cultural e social. Sem ela, não conseguiríamos sobreviver neste
mundo louco e cruel. O problema é que, quando as nossas múltiplas
personalidades são ativadas, frutos da fragmentação da consciência,
nós tendemos a nos identificar com algumas delas, ao mesmo tempo
que nos desidentificamos da nossa verdadeira essência. Ou seja, ao
nascer a personalidade, morre a conexão com a essência.

A perda de conexão com a essência gera um vazio assombroso de


onde brotam medo, angústia, ansiedade, solidão e desespero. Com o
luto instaurado e o sofrimento garantido, só nos resta seguir frag-
mentados pela vida afora, buscando preencher o vazio existencial.

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A crise
Ao projetarmos essa situação no espaço e no tempo, multiplicando-
-a por 7 bilhões e inserindo-a nos limites do planeta Terra, chegamos
aos dias de hoje e à sociedade contemporânea. E o que observamos?

O que observamos é que a consciência coletiva passa pela


mais ampla, mais rápida e mais profunda transformação da sua
história recente, num processo irreversível de transmutação que
é o resultado do encontro de um inimaginável conjunto de forças
que ressoam por todas as instâncias do planeta e dimensões da
consciência humana.

O que observamos é que as drásticas transformações ecológicas,


econômicas, geopolíticas, sociais, culturais, energéticas, educacio-
nais, comportamentais e espirituais que vemos no mundo atual não
são diferentes da turbulência, dos conflitos, da crise e da mutação
que borbulham em nossas próprias mentes e células, e vice-versa.
Consciência individual e consciência coletiva, hiperconectadas por
meio de infinitas redes multidimensionais de energia e informação,
estão se refletindo para si mesmas de uma forma cada vez mais
intensa e perceptível.

O que observamos é um alto grau de perplexidade, desorienta-


ção, ansiedade e desespero diante da magnitude e da complexi-
dade desses acontecimentos sistêmicos, dos quais somos partes
inseparáveis e aos quais estamos irremediavelmente interligados,
sendo ao mesmo tempo a sua causa e os seus efeitos.

O que observamos é que nós, seres humanos, estamos perdidos,


doentes e em apuros. Esquecidos de quem realmente somos e do
que queremos, longe dos nossos verdadeiros sonhos, e sem com-
preender o que está acontecendo, o que devemos fazer, para onde e
como devemos ir, simplesmente estamos colapsando.

O que observamos é que estamos vivendo num alarmante


estado de fragmentação, desconexão e intoxicação – entupidos

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de agrotóxicos, alimentos geneticamente modificados, produtos
químicos, água e ar contaminados; saturados por ondas eletromag-
néticas de todos os tipos; viciados em álcool, drogas, remédios, TV
e mídias sociais; ludibriados pela propaganda; bombardeados por
torpedos, virais, memes, posts e tweets; e consumidos por trabalho
extenuante, repetitivo, competitivo e sem significado. Como resul-
tado, nossos corpos estão esgotados; os sentidos, anestesiados; as
emoções, embaralhadas, reprimidas ou descontroladas, e a mente
caótica, hiperativada e infectada por lixo satelital.

Hipnotizados pela mídia, colonizados pela cultura, teleguiados


pela Igreja e reféns do entretenimento, da moda, do sistema eco-
nômico, educacional, político e de saúde, sobrevivemos no modo
automático, imersos num campo de estresse e atolados em dívidas,
impostos, obrigações, compromissos e responsabilidades de todos
os tipos.

O que observamos é que estamos enredados numa perigosa ar-


madilha. Exilados de nós mesmos e sem espaço e tempo para o lazer,
para o prazer, para o lúdico, para o criativo, para a reflexão, para a
relação, para o amor e para a vida espiritual. E, longe da natureza,
do sentido e do significado, nos mantemos num constante estado
de tensão, competição e luta pela sobrevivência, alimentando um
estilo de vida anacrônico e autodestrutivo.

Distantes da nossa essência, tragicamente esquecida em meio


ao caos, e buscando desesperadamente preencher o vazio existen-
cial que nos assombra, somos presas fáceis das garras afiadas das
indústrias do ego, do consumo, da manipulação, da corrupção, da
violência, do escapismo, da desinformação e do medo.

Como um coletivo de icebergs sonâmbulos, flutuamos desa-


cordados num oceano de ilusões, inconscientes da nossa real
condição. Andamos, falamos, comemos, trabalhamos, acasalamos,
procriamos e acumulamos, sem perceber que estamos sonhando.
Sonhamos, sem perceber que estamos dormindo. Dormimos, sem
perceber que estamos vivos. Vivemos, sofremos, morremos e renas-
cemos, mas não sabemos por quê.

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Esse é um triste retrato de grande parte da humanidade, que se
diz moderna, livre e avançada, mas que, na verdade, está entor-
pecida, deprimida, infantilizada e muito aquém do seu verdadeiro
potencial.

Como dizia Novalis, o poeta místico alemão do século XVIII:

[...] o homem possui potencialmente todas as harmonias e ressonâncias


do Universo, mas no mundo moderno vive oprimido pelo esquema rígido;
perdeu a harmonia, é um ser angustiado. Resgatar o homem musical que
jaz em cada um de nós poderia ser o projeto de futuro.

O chamado
Felizmente, para nós, esta ainda não é toda a verdade. Porque
não somos apenas vítimas indefesas das sombras do passado e da
inconsciência. E, se há um movimento patológico de resistência à
mudança e apego ao sofrimento, existe também um movimento
emergente, e simultâneo, em direção à liberdade, à cura e ao des-
pertar da consciência.

Acredito que este momento particular da história da humanidade


será lembrado no futuro, dentre outros importantes acontecimen-
tos, como o marco da síntese entre ciência e consciência, psicologia
e espiritualidade, ativismo e tecnologia, cultura e inovação social.

Foi-se o tempo em que os campos do conhecimento viviam


sozinhos e isolados em suas cavernas e guetos, desconectados uns
dos outros e do todo. O que acontece agora, estejamos conscientes
disso ou não, aceitemos ou não, é o hiperprocesso de síntese entre
um conjunto de forças, visíveis e invisíveis, que se auto-organizam
em rede e se movimentam exponencialmente de forma inovadora
e irreversível, no sentido de transmutar a qualidade vibracional
da Terra e dos seres que nela vivem, levando-nos para um novo
patamar energético e consciencial.

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Na esfera pessoal e cotidiana, podemos identificar o desdobra-
mento desse processo diante e dentro de nós mesmos, com uma
crescente e surpreendente nitidez. Basta pararmos por um instante
e fazermos uma pequena retrospectiva dos acontecimentos no
mundo e em nossas vidas nos últimos 5, 10 ou 20 anos. Tenho
certeza de que nós concordaremos com o fato de que a intensidade,
a rapidez, a profundidade e a complexidade das transformações
que já ocorreram, e que ainda estão em curso, são, no mínimo,
surreais.

Essa megatransição, que está em seu limiar, pode ser percebi-


da como um choque de ondas e se traduz, quando olhamos pela
perspectiva da escassez e do que está morrendo, como um doloroso
e ainda indefinido processo de desconstrução ou reconfiguração
sistêmica global, com suas intrínsecas e cada vez mais explícitas
ameaças de destruição, violência, guerras, epidemias, falta de água,
fome e desemprego, que espalham medo e dúvida e desestabilizam
as estruturas da sociedade mundial.

Mas, quando olhamos o que acontece da perspectiva da abun-


dância e do que está emergindo, identificamos uma nova onda
embalando o florescimento de uma nova geração. Esse “novo” vem
amplificado pela tecnologia e se revela, por exemplo, nos conta-
giantes movimentos sociais que se alastram pelos mundos real e
virtual, e que expandem em escala exponencial o nível de infor-
mação, comunicação, integração, inovação, mobilização, articula-
ção, interação e transformação de toda a sociedade, em todos os
níveis. Essa onda multidimensional de expansão da consciência,
sustentada e potencializada por uma sociedade hiperconectada
em rede, ressoa nas malhas neurais e se alastra em nossas células,
convidando-nos a dar um salto quântico através da nuvem do
medo e do passado, rumo ao futuro e à evolução.

Estamos sendo coletivamente convocados para uma reinvenção


urgente do atual modelo civilizatório a partir de uma profunda
revisão em todos os sistemas: institucional, político, religioso,
educacional, social, ético, ambiental, cultural, econômico, finan-
ceiro, psicológico, energético e consciencial.

35
Esse chamado sonoro, uma oração de resgate do homem musical,
convida-nos para uma ação criativa e inovadora, pedindo-nos
amorosidade, consciência, coragem e confiança para realizarmos
um processo de integração e harmonização global que propor-
cione à humanidade a libertação de seus padrões de pensamento,
sentimento, comportamento e relacionamento obsoletos; de suas
crenças, condicionamentos e visões de mundo limitantes; e de seu
estilo de vida superficial e insustentável.

O despertar
O processo para o despertar individual e coletivo vem crescendo ao
longo das últimas décadas e recebeu um impulso extra a partir da
década de 1980, época que coincidiu com alguns fatos importantes:
o surgimento de uma nova geração, mais rápida, mais indepen-
dente e mais consciente; o aumento no grau de conectividade e
integração da sociedade global, promovido principalmente pela
internet; e o registro de consideráveis alterações acontecidas no
Sol e na intensidade dos fluxos solares que chegam até a Terra, e
que potencializam mudanças climáticas e modificações no campo
eletromagnético do planeta.

Estes fenômenos planetários, associados a outros, como a


mudança no eixo de rotação da Terra, estão efetivamente aceleran-
do o quantum vibracional do planeta, um processo multidimensio-
nal que favorece a transmutação do denso em sutil, do inconsciente
em consciente, do velho em novo.

Assim como o calor transforma gelo em água e água em vapor, o


fato de existir, numa escala crescente, mais luz no planeta ressoa
em todas as camadas vibratórias da consciência, afetando o nosso
campo eletromagnético e induzindo o despertar.

A aceleração e o incremento da luminosidade revelam com mais


clareza, e de forma não raro explícita, como temos observado com
as recentes crises, aquilo que não funciona mais e que precisa ser
transformado agora, tanto no nível individual como no coletivo.

36
Esse impulso surge para concretizarmos as mudanças necessárias
e atualizarmos todos os sistemas operacionais de gestão pessoal e
de organização coletiva global.

Além disso, mais energia facilita o acesso a faixas de consciência


mais sutis, como a noosfera, a esfera da mente, uma faixa de fre-
quência sutil que nos permite plasmar a nossa realidade por meio
do pensamento, da imaginação e da intenção. Nessas e em outras
dimensões, entramos em estados expandidos de consciência,
ativamos outras visões e acessamos as informações, a inspiração
e a orientação de que precisamos para compreender nossa vida e
encontrar o nosso caminho evolutivo.

Ao nos sintonizarmos com frequências mais altas e profundas,


de forma lúcida, abrimos os canais de percepção e de conexão com
a nossa essência e, por meio dessa reconexão, ativamos a energia
necessária para resgatar a nossa integridade perdida e realizar a
nossa missão existencial.

Essa elevação da frequência vibratória já está presente em


nossas vidas e se manifesta, por exemplo, em sincronicidades e em
experiências transcendentais espontâneas, como intuições, sonhos
lúcidos, premonições e percepções hipersensoriais. Pode também
ser identificada numa vontade urgente de modificar algo impor-
tante na vida, como mudar de cidade, trabalho e relacionamento;
melhorar a alimentação, cuidar do corpo e voltar a estudar; ou par-
ticipar de atividades mais significativas, como projetos ecossociais,
movimentos políticos, grupos de cura, práticas espirituais etc.

Esses sinais estão brotando em nossas vidas nas mais variadas


intensidades. Acumulam-se e combinam-se em escala crescente e
rapidamente se transformam numa onda interna, inédita e forte
o suficiente para proclamar uma nova e urgente necessidade: a
necessidade de evoluir, agora.

A maioria de nós já ouviu esse chamado. Mas cada um interpreta


e reage a ele como pode, ou como quer, de acordo com o seu grau
de maturidade. Muitos o reprimem por medo do desconhecido;

37
outros, por comodismo, fingem que não ouviram ou que não é com
eles. E sempre há aqueles que deturpam a mensagem e, ao invés
de mudarem sua consciência, modificam coisas superficiais. Feliz-
mente, um número crescente de pessoas reconhece a boa notícia,
dedicando-se a implantar as mudanças necessárias em suas vidas
para estas ficarem alinhadas com suas verdades essenciais e com o
fluxo evolutivo do todo.

A geração glocal
Além desses macrofenômenos planetários, um outro importante
acontecimento está impulsionando positivamente a transforma-
ção da consciência humana em direção à sua evolução coletiva: o
florescimento de uma nova geração, a geração glocal.

A geração glocal (global + local) se caracteriza por possuir um


alto grau de conectividade, independência, engajamento, intuição
e consciência. Vivendo numa sociedade hiperconectada, essa nova
geração traz não só novas agendas, paradigmas, perspectivas,
prioridades, temas e ritmos, como também diferenciadas formas
de ser, de fazer, de viver, de aprender, de criar, de se comunicar e de
estabelecer relações.

Com uma visão mais aberta e orientada para o novo e para o


todo, com um pensamento mais ecossistêmico e com uma ação
mais colaborativa, essa nova geração está pronta para transformar
o mundo. Amantes da tecnologia, da liberdade e da velocidade;
mais tolerantes em termos étnicos, culturais e sociais; mais
viajados, mais bem educados, mais articulados, mais informados e
mais empreendedores; mais engajados politicamente, mais éticos e
mais responsáveis nas questões ecológicas; mais flexíveis em seus
relacionamentos e mais sensíveis em termos espirituais; e menos
dispostos a se submeter a estruturas hierárquicas rígidas e buro-
cráticas – esse é o perfil básico dos integrantes dessa geração, a
semente viva do nosso futuro. Ela vem para transmutar e celebrar,
cocriar e cooperar, configurar e instalar o sistema operacional
integral, o novo sistema de gestão planetária global, que será

38
a plataforma multidimensional sobre a qual a nossa civilização se
desenvolverá neste milênio.

Uma inovação nesse processo em curso é que essa nova geração,


embora mais facilmente encontrada entre crianças, adolescentes e
jovens urbanos, não se limita apenas a uma faixa etária, econômica
ou social; ao contrário, encontra-se presente em todas as camadas
da sociedade e se caracteriza pela multidiversidade. Isso significa
que há pessoas de todas as idades, culturas, religiões, regiões e
etnias, e de todas as classes econômicas, educacionais e sociais que
se identificam com o chamado para a transformação inovadora
que move a geração glocal.

Muitos dos participantes dessa geração que nasceram antes


dos anos 1980, dentro dos quais me incluo, vieram com o papel
de preparar o campo e tecer a ponte entre o passado e o futuro,
facilitando o caminho para os mais novos. Em geral, os que vieram
antes só despertaram mais tarde, numa outra fase da vida, e
tiveram que se trabalhar muito mais em termos energéticos e espi-
rituais, enquanto boa parte dos mais novos já nasce com os canais
sutis mais abertos, com zonas cerebrais especiais pré-ativadas e
com novas configurações genéticas, além de encontrar um campo
energético e uma configuração de arquitetura social mais favorável
para a conexão e para o despertar da consciência.

A escolha
Esse chamado global para despertar e evoluir traz implícito um
caráter de emergência, que é a mesma urgência dessa geração para
mudar o mundo e salvar o planeta, já que uma é reflexo da outra e,
na essência, ambas são da mesma natureza e atendem ao mesmo
propósito.

As escolhas que todos nós fazemos a cada vida, a cada dia e a


cada instante, consciente ou inconscientemente, é que determina-
rão o nosso futuro aqui na Terra.

39
Chegou o momento de decidir quem queremos ser e qual
caminho desejamos seguir. A escolha está em nossas mãos,
corações e mentes. Podemos manifestar a abundância iluminada
da Consciência Suprema ou permanecer vítimas da escassez de nós
mesmos e da inércia ancestral, enjaulados na ilusão, fossilizados no
tempo e acuados diante do medo e do sofrimento.

Muitos já despertaram, muitos estão próximos do despertar,


muitos querem e não sabem como, porém uma grande maioria
ainda não se decidiu.

Mas essa não é uma decisão superficial ou politicamente


correta. Dizer sim à Luz significa, para cada pessoa, mergulhar em
si mesma e manifestar na sua vida toda a força brilhante da luz da
essência. Significa transformar-se a partir de dentro, construindo
uma forma de estar neste planeta que se traduza num estilo de vida
mais consciente, saudável, harmônico, ético, amoroso, integrado,
sustentável e respeitoso para com a natureza e com o outro. Signi-
fica amadurecer e abandonar padrões de comportamento autodes-
trutivos. Significa despertar para a realidade que pulsa viva além
do passado, além da mentira e além de si mesmo. Significa dizer
sim ao novo e se entregar, com vontade, ao projeto de construção
de uma nova civilização e de uma nova era.

O processo do despertar é um processo viral e se alastra incan-


descente pela rede de conexões humanas como uma pandemia
luminosa. E, por estarmos hiperconectados em múltiplas dimen-
sões simultâneas, quando nos curamos, imediatamente irradia-
mos os benefícios da nossa cura para todos. Ao nos conhecermos,
ajudamos todo o sistema a se reconhecer. Ao mudarmos, modifi-
camos o mundo. Ao evoluirmos, contribuímos para a evolução do
todo.

Esse é o caminho para a libertação do holodrama, o drama da


consciência humana, encenado por todos nós, juntos, há milênios,
na trama da ilusão.

40
41
Holo

42
Síntese
Múltiplas visões
sintetizadas numa
visão múltipla

43
A verdadeira natureza da realidade é muito mais complexa
do que jamais ousamos imaginar no mais louco dos nossos
sonhos.

Não por outro motivo, a relação entre a consciência humana


e a vida, a morte, o sofrimento, o futuro e a imensidão do
Cosmos tem sido, ao longo da história, objeto de reflexão, curio-
sidade e angústia de milhões de seres humanos que buscam,
cada qual à sua maneira e em seu próprio ritmo, compreender
essa conexão e encontrar “algo” que preencha o vazio existen-
cial que permeia suas vidas, corpos, mentes e almas.

A busca humana por respostas, significado e sentido deu


origem a todo tipo de religião, filosofia, sistema educacional,
escola de conhecimento e ciência que, com as mais variadas
visões e métodos, tentaram decifrar os mistérios da existência
e decodificar a realidade, a consciência e os múltiplos fenôme-
nos energéticos relativos à sua manifestação.

Muito avançamos em nossa compreensão nos últimos


milênios, não sem a colaboração criativa, visionária, liberta-
dora de inúmeros sábios, profetas, alquimistas, cientistas, pen-
sadores, educadores, curadores, místicos, médiuns, xamãs,
músicos, poetas, artistas, ativistas e hackers, que com o seu
trabalho, coragem, intuição e inspiração nos ajudaram a des-
vendar as tramas da ilusão, a quebrar padrões socioculturais
ultrapassados e a sustentar o atual grau de energia e consciên-
cia que flui pela rede global de conexões humanas como nunca
antes em nosso planeta.

Consciente ou inconscientemente, a humanidade criou as


premissas e as condições necessárias para dar coletivamente
o tão esperado salto em direção ao próximo estágio de sua
história evolutiva.

44
Mas para que possamos nos alinhar com essa realidade
emergente é fundamental que nos desapeguemos definitiva-
mente de conceitos viciados e passemos a nos abrir (suspension
of disbelieve1) e a nos conectar com o conhecimento vivo que
flui a cada experiência, a cada interação, a cada respiração e
a cada instante de nossa vida.

Isso não significa desconsiderar a sabedoria milenar,


tampouco abraçar cegamente as novas teorias que surgem
todos os dias.

A HoloSíntese nos convida a continuamente sintonizar,


sincronizar e sintetizar conhecimentos do passado, experiên-
cias do presente e intuições do futuro, num fluxo cocriativo,
interativo, colaborativo, integrativo, sintético e transcendente
com o propósito de cultivarmos um campo energético vivo que
favoreça o processo de florescimento dessa nova consciência
global.

Isso quer dizer que a HoloSíntese é uma síntese de tudo?

Ao começar a escrever este livro, pensava ser impossível


realizar uma síntese de tudo. Ao terminá-lo, cinco anos depois,
chego à conclusão de que talvez seja realmente impossível.
Porém, ao longo do caminho também descobri que isso não
é o mais importante; o que realmente importa é o processo, o
fluxo, a interação, o caminhar, já que a síntese está em tudo e
tudo está em síntese.

Mas, afinal, o que é síntese?

1 Suspension of disbelieve (suspensão da descrença). Expressão criada pelo escritor,


filósofo, ensaísta e poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834). Autor do famoso
poema transcendental Kubla Khan, foi um dos criadores do movimento romântico da
Inglaterra.

45
A síntese integral
Sintetizar é um fenômeno energético que está na essência da
criação do Universo, da vida e da consciência. Sintetizar é o próprio
giro da engrenagem cósmica que alimenta a evolução e dá à luz
a verdadeira essência – a mais nova, pura e profunda de todas as
verdades, sempre.

Sintetizar é espiralar, fluir, movimentar, ativar, unir, reunir,


interagir, mimetizar, clonar, trocar, polinizar, fertilizar, mobilizar,
articular, organizar, integrar, miscigenar, fusionar, amalgamar,
digerir, processar, catalisar, metabolizar, alquimizar, curar,
enzimar, transformar e transmutar para transcender, e assim criar
um novo “novo”, mais evoluído e autêntico, a cada novo instante,
por toda a eternidade.

46
Sintetizar é identificar partes, é aceitar diferenças, é conectar
opostos, é harmonizar polaridades, é ultrapassar paradoxos, é
transcender teses e antíteses, é integrar todos. Sintetizar é um mo-
vimento de interação e integração multidimensional entre todas as
partes que compõem um todo, incluindo seus fragmentos ocultos,
reprimidos, abandonados, dissociados, alienados, invisíveis e
inconscientes.

Sintetizar é uma busca contínua pela unidade absoluta em meio


à diversidade infinita. Sintetizar é fluxo, onda, corrente. Onde há
movimento, há síntese. Onde há vida, há síntese. Onde há troca,
há síntese. Onde há evolução, há síntese. A síntese está em tudo,
em todos os lados, tempos, fluxos e dimensões. Está no big bang
da concepção do Universo, na dança dos planetas, no brilho das
estrelas, nas explosões solares, na rotação da Terra, no fibrilar das
partículas subatômicas, no giro das hélices do DNA e no nasci-
mento da primeira bactéria em nosso planeta que, após infinitas
sínteses, deu origem ao ser humano.

A síntese acontece no núcleo das células que sintetizam pro-


teínas; nas glândulas que sintetizam hormônios; nas sinapses
neuronais que sintetizam pulsos elétricos e formam campos
magnéticos; nos órgãos respiratórios que sintetizam oxigênio;
nos órgãos do sistema digestivo que sintetizam os nutrientes;
nos chakras que sintetizam energia e informação; nos sistemas
sensoriais e hipersensoriais que sintetizam sensações, luzes, sons,
formas, imagens, cores, aromas e paladares; nos sistemas mentais
que sintetizam pensamentos, ideias e conceitos; e nos sistemas
emocionais que sintetizam necessidades, emoções, desejos e
vontades.

Os processos da natureza, assim como o processo humano


vital, são todos baseados em ciclos, ritmos, ondas e fluxos sin-
téticos. A começar pela síntese de fótons de luz solar processada
por plantas e algas – a fotossíntese –, sem a qual não haveria pos-
sibilidade de vida na Terra. Aliás, é importante dizer que o Sol é o
sintetizador máximo, o maior de todos os agentes sintetizadores
do Universo.

47
A síntese é tão essencial em nossas vidas que a sua aplicação
pode ser observada na química, na física, na biologia, na genética,
na psicologia, na música, nas artes, na gramática, na gastronomia,
na eletrônica, na sociologia, nas telecomunicações etc. Poderíamos
até dizer que todas as atividades humanas envolvem, em algum
nível, direta ou indiretamente, algum tipo de síntese.

Sintetizar é um processo fundamental, e seu principal objetivo é


fazer com que a verdadeira essência – das pessoas, dos organismos,
da natureza, das redes, dos sistemas – manifeste-se integralmente
por meio da síntese dinâmica e harmoniosa de seus múltiplos
fragmentos. É por meio desse processo interativo, integrativo e
transcendente que a vida naturalmente se manifesta, e que a cons-
ciência naturalmente evolui.

Em suma, sintetizar é espiralar, e síntese é essência.

Ao aplicarmos a ideia de síntese à esfera das totalidades,


chegamos então à holossíntese, de holos (todo) + síntese.

A holossíntese é o próprio fluxo natural da vida e da evolução,


visto de uma perspectiva multidimensional, holográfica e integral.
O filósofo e teólogo francês Teilhard de Chardin se referia a esse
fluxo holossintético universal como uma megassíntese, enquanto
o físico e teórico inglês David Bohm aludia ao mesmo fenômeno
como um holomovimento.

A holossíntese é, portanto, o movimento natural por meio do


qual acontecem a manifestação, a conexão, a interação, a inte-
gração e a dinamização de todas as partes (que são todos em si
mesmas) e de todos os todos (que são partes de algo maior), e
a consequente transcendência do sistema inteiro para o próximo
estágio do processo evolutivo, em que a natureza essencial das
partes, dos todos e do Todo pode se manifestar com níveis aper-
feiçoados de organização, harmonia, beleza, liberdade, amor e
consciência.

A sequência holossintética pode ser resumida na seguinte fórmula:

48
holossíntese
=
análise (das partes)
+
síntese (do todo)
+
transcendência
(para um todo novo e mais amplo)

Esse processo universal de evolução que representamos como


uma espiral multidimensional é dialético e cíclico, nunca termina
de fato, e o que se encerra são apenas as suas etapas.

Os holográficos 2.1 e 2.2 procuram retratar, por ângulos diferen-


tes, a holodinâmica do processo sintético. Usando como inspiração
uma das versões do clássico diagrama taoísta que simboliza a in-
tegração harmoniosa da dualidade, a espiral holossintética estará
presente ao longo do livro retratando simbolicamente o processo
de holossíntese de diversos tipos de conteúdos e conceitos polares,
como os de energia e consciência, campo e matriz, onda e partícula,
amor e vontade.

Como podemos observar, numa dimensão temos a tese; na


outra, a sua antítese; e em outra, a síntese, que, ao ser executada
integralmente, dá vida, movimento e transcendência ao sistema
que espirala e eleva as suas partes e o seu todo uma oitava acima,
para uma outra dimensão, onde o processo de evolução continua.
Ou seja, por meio da síntese das partes e do todo podemos trans-
formar dualidades dissociadas em polaridades integradas, processo
holossintético que leva o sistema inteiro a evoluir.

49
síntese

tese

antítese

50 Holográfico 2.1
Holossíntese

síntese 5

síntese 4

síntese 3

síntese 2

síntese 1

tese
antítese

Holográfico 2.2 51
A dra. Jude Currivan, mestre em física com especialização em
mecânica quântica e PhD em arqueologia, área em que estudou a cos-
mologia dos povos pré-históricos, resume bem o processo de síntese
das polaridades em seu livro O oitavo chakra (2008), ao afirmar:

O princípio holográfico pode ser percebido como expressão do Um


através da diversidade dos muitos. Todos os ensinamentos espirituais
descrevem essa divisão da consciência única nas polaridades universais
e a retratam sob vários símbolos. Entretanto, talvez isso seja mais conhe-
cido pela tradição taoísta do yin e do yang. Sua eterna dança criativa de
forças ativas e passivas, seus aspectos luminosos e sombrios e atributos
masculinos e femininos reverberam por todas as escalas da existência.

Contudo, essas forças ativas e passivas só podem produzir fenômenos pela


presença de um terceiro princípio, uma força neutra ou criativa. Assim
sendo, a filosofia taoísta, em comum com todas as tradições de sabedoria
perene, percebe que a natureza inata de toda manifestação não é dupla,
mas tríplice. A criatividade do Um é explorada justamente na resolução
desse equilíbrio 3-em-1.

No holograma, também, a unidade do feixe inicial de luz se divide em


dois, e é somente a partir da recombinação desses dois feixes que nasce a
imagem holográfica.

O fenômeno da holossíntese, quando aplicado à esfera da


consciência humana, retrata o próprio fluxo do desenvolvimento
integral e nos mostra como podemos nos harmonizar em termos
psicológicos, energéticos e espirituais, ou, em outras palavras,
como podemos sintetizar a nossa consciência, integrar as nossas
múltiplas forças psíquicas internas (personalidades), liberar blo-
queios físicos, energéticos, emocionais, psicológicos, mentais e es-
pirituais, e deixar a energia do nosso organismo multidimensional
fluir evolutivamente em direção à sua realização total.

Estar conscientemente em holossíntese é estar no movimento


natural da vida, é ser uma célula autoconsciente e saudável do
organismo cósmico, é viver com autenticidade, autonomia e liber-
dade, é ser o fluxo que realmente somos.

52
O genial médico psiquiatra italiano Roberto Assagioli, sintetiza-
dor da Psicossíntese (1910)2 , faz essa conexão entre o processo de
síntese pessoal e universal em seu livro Psicossíntese, Manual de
princípios e técnicas (1963), e resume tudo ao dizer:

A psicossíntese também pode ser considerada a expressão individual


de um princípio mais amplo, de uma lei geral de síntese interindividual
e cósmica. De fato, o indivíduo isolado não existe; toda e qualquer
pessoa tem relações íntimas com outros indivíduos, o que os torna todos
interdependentes. Além disso, todos e cada um deles estão incluídos e
são parte integrante da Realidade espiritual supraindividual.

2 Abordagem do desenvolvimento humano na qual eu me especializei, e que não por


acaso se transformou numa das principais fontes de referência da HoloSíntese, que, neste
sentido, até poderia ser vista como um remix da Psicossíntese.

53
Holocódigos
O propósito deste capítulo é introduzir o conceito de síntese e, mais
especificamente, apresentar a HoloSíntese, uma nova abordagem
psicológica, energética e consciencial especialmente plasmada
para inspirar o processo de desenvolvimento integral da consciên-
cia humana.

Mas, antes de nos aprofundarmos na definição de HoloSíntese,


e para que possamos nos sincronizar com a sua holovisão, é ne-
cessário ativar seus códigos essenciais – holo, hiper e sin –, nos
conectar com a holospiral e nos sintonizar com o holoparadigma
utilizando o holomapa como guia.

Os holocódigos são códigos integrais, os códigos de linguagem


que, quando ativados, funcionam como lentes holográficas que
facilitam nossa conexão com as múltiplas dimensões, tempos e
inter-relações dos nossos mundos interno e externo, ajudando-nos
a ver, a perceber e a compreender quem somos, o que queremos e
que lugar ocupamos no grande esquema das coisas.

Na prática, esses códigos holográficos se manifestam como


palavras-senha utilizadas para modular uma nova frequência de
conhecimento, para expandir a consciência, amplificar a visão de
mundo, estimular a percepção e inspirar a imaginação a voar para
muito além do já sonhado no mais louco dos nossos sonhos.

O Cosmos, a vida e o ser humano pulsam em constante evolução,


às vezes se expandindo, às vezes se contraindo, mas sempre
evoluindo. Também a realidade está em permanente movimento
evolutivo, e, por ser assim, novos paradigmas, novas visões, novos
códigos, novos simbolos e novas palavras se fazem necessários
para nos atualizar, nos aproximar e nos sincronizar com o fluxo
evolutivo contínuo que permeia a existência.

Ao ser ativada, a linguagem holossintética – com seus neologismos


(neologs), imagens, gráficos e códigos (holo, hiper e sin) – procura

54
estimular zonas cerebrais que, ao serem energizadas, disparam as
sinapses neuronais que poderão nos levar à desprogramação de
formas obsoletas, limitadas, automatizadas e condicionadas de
perceber, de olhar, de pensar, de sentir, de agir e de se comportar.
Esse processo neurossintético abre novos espaços e cria as condições
para a consciência vibrar no que chamamos de holomodo.

O modo holístico da consciência é o modo holográfico de ver


(a si mesmo, o mundo e a vida), de se relacionar (consigo mesmo,
com a natureza, com os animais e com os outros), de ser (quem
se é e quem se pode ser), de expressar (desejos, talentos, vontades,
necessidades), de manifestar (dons e potenciais), de realizar (sonhos
e projetos) e de viver (conectado com a essência e em harmonia com
toda a rede universal). O holomodo é o modo integral, integrado e
íntegro de ser quem realmente somos, de viver sintonizados com a
nossa essência e sincronizados com a evolução cósmica.

Vejamos em mais detalhes os 3 holocódigos da HoloSíntese.

Holo, Hiper e Sin


Holo é uma palavra grega e um código-fonte essencial na HoloSín-
tese. Nós o utilizamos de acordo com sua definição clássica, que
é a de todo, inteiro, completo. Sendo assim, sempre que ativarmos
esse conceito-chave estaremos nos conectando com algum tipo de
totalidade, de inteireza, de unidade e de completude.

Holo é um conceito seminal, e dele advêm não só visões filosó-


ficas, psicológicas e científicas importantes, como o Holismo, a
Psicossíntese, o Core Energetics e a Holodynamics, como também
tecnologias e conceitos matemáticos inovadores que serviram de
referência conceitual, estética e metafórica para a HoloSíntese,
como a holografia e o fractal.

O Holismo é uma abordagem evolucionária sintetizada pelo


filósofo e primeiro-ministro da África do Sul Jan Smuts, em seu
livro Holism and Evolution (1926).

55
O Holismo parte da premissa de que há um princípio organizador
do Todo, que se manifesta como uma força integradora ou como uma
tendência sintética universal que faz com que as partes evoluam na-
turalmente em direção ao todo. Por ser assim, um sistema integral,
como uma célula, um organismo, um ser humano, a natureza ou
uma sociedade, não pode ser compreendido analisando-se apenas
suas partes separadamente; é fundamental observarmos o sistema
como um todo, como ele interage e influencia suas partes e como as
partes interagem e influenciam o sistema como um todo.

Essa ideia se alinha com a máxima de Aristóteles quando, em


sua Metafísica, o filósofo afirma:

O todo é maior do que a simples soma de suas partes.

E se afina também com o pensamento do filósofo Plotino, que dizia:

Aquilo que sintetiza tudo numa unidade é um princípio no qual todos os


elementos existem juntos, e o único é o todo.

Nas citações de Smuts, a seguir, temos uma síntese dos conceitos


holísticos que serviram de referência para várias abordagens de
desenvolvimento humano, incluindo a HoloSíntese.

A tendência da Natureza, por meio da evolução criativa, é formar


qualquer todo como algo maior do que a soma de suas partes.

A evolução não é apenas um processo de mudança ou reagrupamento do


velho em novas formas. Ela é um processo criativo e cria novos conteúdos
e novas formas a partir da síntese do novo com o velho.

A evolução nada mais é do que o desenvolvimento gradual e estratificado


de séries progressivas de todos que se expandem a partir de princípios
inorgânicos até os mais altos níveis da criação espiritual.

O processo holístico é não apenas criativo como autocriativo, e suas es-


truturas finais são muito mais holísticas do que suas estruturas iniciais.
Como o processo holístico é um processo de síntese criativa, os resultados
são todos dinâmicos, evolucionários e criativos, e não estáticos.

56
Holo

Holográfico 2.3 57
Os organismos holísticos, ou seja, os organismos integrados aos seus
campos, contêm o seu passado e muito do seu futuro em seu presente.

Holismo é matéria e energia em um estágio; é organismo e vida em outro


estágio; e é mente e Personalidade 3 em seu último estágio.

A Personalidade é apenas um caso especial de um fenômeno muito mais


universal, a saber, a existência de todos e a tendência dos todos em
direção à totalidade.

Piero Ferrucci, um estudioso do trabalho de Assagioli, em seu


livro O que podemos vir a ser (1989), alinha Psicossíntese e Holismo:

Assagioli percebeu que grande parte da dor psicológica, do desequilíbrio e


da falta de significado é sentido quando nossos diversos elementos interiores
se encontram desconectados lado a lado ou em confronto entre si. Observou,
também, que quando eles emergem em totalidades sucessivamente maiores,
nós vivenciamos um desprendimento de energia, uma sensação de bem- estar,
uma maior profundidade de significado em nossas vidas.

O médico psiquiatra e psicoterapeuta grego John Pierrakos, sin-


tetizador da Bioenergética e do Core Energetics (1987), em seu livro
de mesmo nome, ao definir os fundamentos da sua abordagem
terapêutica, que se baseia nos trabalhos de Freud, Jung e Reich,
reforça essa qualidade criativa do processo evolutivo ao afirmar:

Toda existência forma uma Unidade que se move em direção a uma


evolução criativa, tanto do todo como dos seus inúmeros fragmentos.

Também Victor Vernon Woolf, sintetizador da Holodynamics,


uma abordagem psicocientífica contemporânea, e outra fonte de
referência, em seu livro The dance of life (2004) faz citações sincro-
nizadas e complementares.

Na menor dimensão das coisas, tudo é feito de pequenas espirais de


informação, ondas suspensas de informação em movimento.

3 O termo “Personalidade” é usado pelo autor num sentido mais amplo do que o conceito
psicológico de personalidade, e se aproxima da ideia de Alma ou Essência.

58
Considerando-se que tudo é feito de informação e que o Universo é consciente,
talvez a chave para abrir a porta para uma Teoria de Tudo esteja escon-
dida nas dimensões da própria consciência.

A Realidade como a experimentamos é uma projeção holográfica em que a


forma da matéria surge a partir da interação da nossa própria consciência
com o Hiperespaço.

Conforme exploramos com mais profundidade o Universo, nós descobri-


mos que Ele é não apenas dinâmico como multidimensional.

Para compreender a natureza multidimensional da consciência, nós


precisamos compreender algumas das novas ciências, como a física
quântica, a Teoria da Informação e a holografia.

Como se pode notar com esses poucos exemplos, a busca por


uma visão integral, sistêmica, sintética, criativa e holística do ser
humano, da natureza, da evolução e do Universo é antiga e, ao
mesmo tempo, profundamente atual.

As sementes da visão holística germinaram em diversos campos


do conhecimento, das novas ciências, do comportamento, da saúde,
da educação e das relações sociais, e hoje estão impregnadas no
consciente coletivo de múltiplas formas diferentes.

A holografia, e o seu produto mais conhecido, o holograma – de


holo + grama (figura) –, é um modelo conceitual e uma tecnologia
fotográfica criada pelo húngaro, prêmio Nobel de física, Dennis
Gabor, em 1948, e executada pela primeira vez em 1960, após a
criação do raio laser.

Desde então, a técnica tem sido utilizada por filósofos e cientistas


como metáfora para explicar como o Universo, o cérebro e a cons-
ciência se manifestam e se relacionam. Vide as pesquisas conjuntas
de David Bohm e Karl Pribram (neurocientista), que propuseram o
modelo holonômico, segundo o qual o funcionamento do Universo
e do cérebro seria similar a um holograma.

59
Conforme uma das propriedades propostas pela holografia, se
“picotarmos” uma imagem em vários pedaços, cada um dos frag-
mentos tirados dessa imagem principal conterá a imagem do todo.
Assim, as partes, subpartes e subsubpartes, por mais distantes e
minúsculas que sejam, serão um reflexo “holográfico” que se mani-
festa em múltiplas dimensões simultaneamente.

Além disso, o holograma tem outra característica importante.


Quando vemos uma imagem holográfica em determinada super-
fície, num cartão de crédito, por exemplo, podemos constatar a
seguinte propriedade: o holograma é uma imagem tridimensional
(3D), mas o plástico em que a imagem está impressa no cartão é um
suporte bidimensional (2D). Ou seja, é possível transduzir as qua-
lidades de uma dimensão (no caso a terceira) para outra dimensão
(no caso a segunda), e vice-versa.

Outro conceito também presente na HoloSíntese é o de fractal,


usado como inspiração conceitual e analogia estética para vislum-
brar imaginativamente o fluxo vivo de interconexões existentes
entre as infinitas dimensões da realidade que compõem o hologra-
ma maior que chamamos Holos.

Os fractais são modelos matemáticos geometricamente padro-


nizados, autossimilares, que se repetem indefinidamente de uma
dimensão para outra. Os padrões fractais são encontrados na
natureza, nas células e nos ritmos biológicos, e atualmente têm
sido aplicados em diversas áreas, como nas telecomunicações,
na economia e na genética. O termo “fractal” foi criado pelo ma-
temático francês de origem judaico-polonesa Benoit Mandelbrot
na década de 1960, embora a ideia em si seja bastante antiga e se
baseie na pesquisa de cientistas do final do século 9.

Em resumo, o conceito de fractal poderia ser definido pela


máxima: o todo forma a parte e a parte forma o todo, ou seja, o
fractal é a engrenagem matemática, padronizada, multidimensional
e invisível que permite ao holograma manifestar sua principal
qualidade: a autorreplicabilidade.

60
Holograma

Holográfico 2.4 61
Fractal

62 Holográfico 2.5
63
A propriedade de manifestação inter-múltiplas-dimensões-si-
multâneas, que chamamos hiperdimensionalidade, é um atributo
fundamental do holograma e dos fractais, e nos conduz para outro
dos códigos essenciais da HoloSíntese.

Hiper é outro código-fonte, sendo uma de suas definições


para além. E nós vamos além nesta definição, e consideramos
“hiper” a propriedade do que se manifesta em múltiplas dimensões
simultaneamente.

Enquanto o código “holo” nos induz continuamente a uma visão


mais ampla, inclusiva e integral da realidade, “hiper” nos relembra
que os infinitos todos que compõem o Holos (Todo) se manifes-
tam em infinitas dimensões simultâneas, formando um campo
quântico integral que inclui e transcende a tudo e a todos, além
dos limites do espaço, do tempo e da própria definição.

Ou seja, ao aplicarmos a definição de hiper evoluímos de uma


perspectiva linear, materialista, reducionista e dualística da
realidade para uma perspectiva ampla, holográfica, fractal, de si-
multaneidade multidimensional, de universos paralelos e mundos
virtuais entrelaçados por meio de redes hiperespaciais que se
acoplam, criando campos de interconexões instantâneas, atempo-
rais e quânticas.

O Hiperespaço é esse campo hiperdimensional por onde energia


e informação viajam mais rápido do que a velocidade da luz. Essa
rede holográfica total está ao nosso alcance de maneira instantânea
através de infinitos hiperlinks que funcionam como portais de
hiperconexão entre Tudo o que habita o Todo.

A analogia mais direta para se compreender o conceito de hiper é


a web, com suas infinitas páginas configuradas numa arquitetura
de linguagem hiper chamada hipertexto (http – hypertext transfer
protocol). Toda vez que navegamos pela www e clicamos num hi-
perlink saltamos para um novo site, que pode ser visto como outra
dimensão, e de lá podemos clicar e saltar para outro site/dimensão,
e assim sucessiva e infinitamente. Todos esses sites/dimensões

64
Hiper

Holográfico 2.6 65
existem simultaneamente, cada qual em sua própria frequência, e
todos, em algum nível, interligados e hiperconectados à distância e
ao tempo de um simples clique.

Portanto, sempre que utilizarmos o código hiper estaremos nos


remetendo a algo tão “simples” como a web. Pois assim é a rede
cósmica que abraça a tudo e a todos, e assim é a consciência – múl-
tiplos planos de vibração, manifestação e significado entrelaçados
em rede distribuída e hiperconectados uns aos outros, à distância
e ao tempo de um simples clique.

Sin é o terceiro código-fonte essencial da HoloSíntese e significa


união, conexão, ação conjunta, fluxo unitivo.

Por meio do código sin ativamos a ideia da transposição da dua-


lidade e da integração da polaridade por meio da colaboração, da
cooperação e da mobilização conjunta, em prol de um bem maior
que transcende o individual (partes), se conecta ao integral (todo)
e manifesta o essencial (verdade).

Daí derivam o conceito de símbolo (que é aquilo que une, ao


contrário de diábolo, aquilo que separa) e expressões como sinergia,
sincronicidade, sincretismo, sinfonia, simbiose, simetria, sinapse e sin-
gularidade, além de alguns neologismos propostos pela HoloSíntese,
como sinvergência (convergência + divergência), sinsonância (con-
sonância + dissonância) e sinformia (conformação + disformação).

A palavra síntese, que integra tese e antítese, provém da composi-


ção dos radicais gregos syn e thesis (proposição). Portanto, a síntese é
uma proposta de ação conjunta (fluxo simultâneo) para unir (conectar,
integrar). Consequentemente, Holo + Síntese = Síntese do Todo.

Assim, HoloSíntese é uma abordagem sistêmica integral (holo)


que propõe uma ação cooperada (sin) em múltiplas dimensões
simultâneas (hiper) para harmonizar partes, integrar todos e
manifestar essências, seja de uma pessoa, de uma família, de uma
organização, de uma sociedade ou de um Universo.

66
Sin

Holográfico 2.7 67
Holospiral
A holospiral é a espiral da evolução holística, a espiral holográfica
que simboliza graficamente os estágios dos processos de síntese
em geral e da consciência humana em específico. Quando aplicada
à consciência humana, a holospiral representa os estágios evoluti-
vos do Eu ao longo da sua jornada existencial.

O fluxo sintético da holospiral tem 2 sentidos; o anti-horário ou


descendente, que representa a manifestação, processo pelo qual o
Eu se manifesta integralmente em todas as dimensões e com todos
os corpos; e o horário ou ascendente, que representa a ascensão,
processo por meio do qual o Eu ascende integralmente e resgata a
sua unidade-totalidade.

Como podemos observar no holográfico 2.8, a holospiral tem


uma sequência de 9 cores que fluem, no sentido ascendente, do
infravermelho ao ultravioleta, sendo que cada cor representa
uma fase/dimensão do processo evolutivo. Ao longo dos próximos
capítulos, o significado dessa sequência ficará mais evidente, mas
podemos adiantar que ela está holograficamente relacionada às 9
dimensões da consciência, aos 9 princípios fundamentais, aos 9
corpos, aos 9 chakras, aos 9 sistemas conscienciais, às 9 funções,
conteúdos e estados essenciais, às 9 frequências cerebrais e aos 9
estágios do processo de holossíntese.

A cada estágio da holospiral corresponde um determinado pa-


radigma e uma respectiva holovisão de mundo. Ao ascendermos,
expandimos a nossa percepção da realidade, que passa a ser mais
abrangente, inclusiva e profunda; transcendemos nossas antigas
necessidades e limitações e transformamos crenças, valores,
modelos mentais, comportamentos, memes e paradigmas. Ao sal-
tarmos individualmente para um novo estágio de desenvolvimento,
inspiramos holograficamente o coletivo global – que inclui todos os
coletivos que englobamos (átomos, moléculas, células, órgãos etc.)
e todos os que nos englobam (família, etnia, espécie, sociedade etc.)
– a evoluir, e vice-versa.

68
Paradigma 5 - visão 5

Paradigma 4 - visão 4

Paradigma 3 - visão 3

Paradigma 2 - visão 2

Paradigma 1 - visão 1

Holográfico 2.8 69
02
Cada estágio da holospiral apresenta uma determinada qualidade
vibratória e consciencial. Isso significa que o processo evolutivo
humano é fundamentalmente um processo de amplificação da
nossa vibração, que ocorre na medida em que aumentamos nosso
quantum de energia e consciência e fortalecemos o nosso link com
a essência. A inteligência invisível que guia a evolução e permeia a
holospiral está potencialmente acessível a todos os seus integrantes,
da menor das partículas subatômicas à maior das galáxias. Portanto,
cada um de nós tem todas as dimensões e suas respectivas qualida-
des vibracionais registradas holograficamente dentro de si, se não
conscientes e efetivamente ativadas, ao menos em estado potencial.

A metáfora da espiral tem sido utilizada por diversas abordagens


para retratar o processo de desenvolvimento bio-psico-socio-cultu-
ral e espiritual humano. A mais recente delas é a Spiral Dynamics,
uma teoria de desenvolvimento humano que sintetiza os trabalhos
de Richard Dawkins (Memética) às pesquisas feitas pelo psicólogo
americano Clare Graves, que dizia o seguinte:

Em resumo, o que estou propondo é que a psicologia do ser humano


maduro é um processo em espiral que se desdobra, emerge e oscila,
marcado por uma subordinação progressiva de sistemas de comporta-
mento mais antigos e de ordem inferior por sistemas mais novos e de
ordem mais elevada, que ocorre à medida que os problemas existenciais
do homem vão mudando. [...]

Outro pensador e espiritualista, o italiano Pietro Ubaldi, ao


comentar o processo evolutivo em espiral em seu livro A grande
síntese (1937), afirmou:

Assim nasce a síntese espiritual desse vertiginoso metabolismo que é a


vida [...] esse imenso fenômeno [...] representa a exteriorização de um
princípio único, uma Lei que se encontra em toda parte. Esse princípio,
que define o andamento de qualquer fenômeno, pode ser expresso grafi-
camente na forma de uma espiral.

A espiral se abre e se fecha, seguindo períodos inversos de expansão e


contração [...] Tudo é cíclico [...] Mas a cada volta, o ciclo se torna cada
vez mais amplo, o organismo cada vez mais complexo [...] Dessa forma
[...] todos vivem a mesma lei [...] Esse é o produto último desse profundo
trabalho íntimo de todo o sistema.

70
Memes
O termo meme foi cunhado pelo zoólogo Richard Dawkins, e se
refere às unidades de informação que se propagam pelas redes. E a
Memética é a nova ciência que estuda os memes e aplica concei-
tos da teoria da evolução à cultura humana, além de tentar explicar
vários assuntos controversos, como religião e sistemas políticos,
usando modelos matemáticos.

Segundo Don Beck e Chris Cowan, em seu livro Spiral Dynamics,

Ele (Dawkins) e outros têm descrito os memes como unidades de informa-


ção cultural, como uma ideologia política, uma tendência da moda, um
uso de linguagem, uma forma musical ou mesmo um estilo arquitetônico.

E mais:

Um meme contém instruções comportamentais, artefatos sociais e


símbolos que são passados de uma geração para a próxima e mantêm os
sistemas sociais unidos. Como um vírus intelectual, um meme reproduz a
si mesmo através de conceitos como estilo de vestir, tendências de lingua-
gem, normas culturais populares, design arquitetônico, formas artísticas,
expressões religiosas, movimentos sociais, modelos econômicos e códigos
morais sobre como viver deveria ser.

E citando Mihaly Csikszentmihalyi, autor de The evolving self (1993):

Os memes nascem quando o sistema nervoso humano reage a uma


experiência.

Em outras palavras, os memes são os genes socioculturais – ideias,


ideais, crenças, programas, convenções, códigos, imagens e símbolos
– energética e culturalmente transmitidos de campo a campo, de
geração a geração.

71
Holovisão
A visão é o nosso ponto de vista e é também a vista que temos a
partir do ponto em que estamos na espiral evolutiva. A visão é um
conjunto dinâmico de referências, parâmetros, filtros e lentes que
se relaciona diretamente com o pensar, com o sentir e com o fazer.
Isto é, a toda ação conecta-se uma respectiva forma de pensar, de
sentir e de ver; e a toda forma de agir, de sentir e de pensar conecta-
-se uma perspectiva de mundo.

Como o foco de uma câmera fotográfica, a nossa visão pode estar


com mais ou menos zoom, ou seja, com mais ou menos abertura, am-
plitude, profundidade, acuidade e nitidez. Quando voltada para fora
da consciência, a visão lê, percebe, interpreta, julga, codifica e filtra o
mundo, as pessoas, os fatos e os acontecimentos através de suas múl-
tiplas lentes. Quando voltada para dentro, a visão ilumina o campo
interior e revela os programas lá instalados na forma de modelos
mentais, crenças, valores e princípios; condicionamentos familiares,
sociais e culturais; padrões de pensamento, sentimento, movimento
e comportamento; memes, atitudes, hábitos e paradigmas.

À medida que evoluímos e ascendemos, naturalmente ampliamos


nossa visão de mundo e, assim, criamos as condições para repro-
gramar padrões pré-instalados em nossa consciência. No sentido
inverso, e reciprocamente, quando mudamos nosso comportamento,
ou transmutamos emoções, ou nos libertamos de algum bloqueio
energético ou psicológico, forçamos os nossos modelos mentais,
valores e crenças a se atualizarem, e a nossa visão a se amplificar.

Durante o processo de desenvolvimento humano, simbolica-


mente representado pela holospiral, passamos por muitos estágios
e por muitas mudanças de perspectiva.

Naturalmente, esse não é um processo que transcorra sem con-


flitos, resistências e sofrimentos. Muito pelo contrário, o processo
evolutivo é trabalhoso, paradoxal, dialético, repleto de encruzilha-
das, armadilhas e miragens; e quanto mais avançamos nele, mais
complexa se apresenta a gestão da vida, da consciência e do processo
em si, que, por definição, é uma jornada com muitas idas e vindas,
altos e baixos, descobertas inesperadas e saltos espetaculares.

72
As chamadas crises de crescimento, que são crises de mudança
de estágio de consciência, são o resultado dos múltiplos conflitos
entre as visões de mundo, os paradigmas, os comportamentos e
os programas (mentais, emocionais, espirituais etc.) instalados em
nossa consciência.

Às vezes mudamos a nossa perspectiva da vida e modificamos a


maneira de pensar sobre determinado assunto, mas ainda não nos
comportamos de acordo com o que pensamos, sentimos e dizemos.
Neste caso, a visão já evoluiu, mas o comportamento ainda está
preso ao passado, situação que costuma gerar instabilidades psico-
lógicas como ansiedade, angústia e depressão.

O físico norte-americano Michio Kaku, um dos criadores da


Teoria dos Campos de Cordas, e que atualmente se dedica à for-
mulação da Teoria de Tudo, ao se referir ao processo dialético da
evolução em seu livro Hiperespaço (1994), afirma:

Essa é a essência da dialética. Segundo essa filosofia, todos os objetos


(pessoas, gases, o próprio Universo) atravessam uma série de estágios.
Cada estágio é caracterizado por um conflito entre duas forças opostas.
A natureza desse conflito, de fato, determina a natureza do estágio.
Quando o conflito é resolvido, o objeto passa para um estágio mais
elevado, chamado síntese, onde uma nova contradição tem início, e o
processo começa novamente num nível mais alto. Os filósofos chamam
isso de transição da quantidade para a qualidade. Pequenas mudanças
quantitativas acabam se estabelecendo até que há uma ruptura com o
passado. Essa teoria se aplica também a sociedades.

A cada salto evolutivo na holospiral (como o que estamos dando


agora individual e coletivamente), ou a cada transição de fase no
processo de desenvolvimento, o sistema operacional instalado na
consciência busca, automaticamente, se atualizar e encontrar um
novo estado de homeostase (equilíbrio sistêmico) que, se tudo der
certo, será encontrado no próximo estágio do caminho, quando um
novo equilíbrio e uma nova atualização serão buscados. É a esse
contínuo movimento intencional por uma visão de um novo todo
que inclua um novo tudo que chamamos de holovisão. Isto é, a holo-
visão é um estado de consciência e percepção que contempla uma
visão viva, sistêmica, integral e holística de um todo holográfico
que está em permanente evolução e que inclui fractalmente tudo.

73
A holovisão é, portanto, a visão total gerada não só a partir de
um centro único e isolado em uma rede hierárquica centraliza-
da, mas, ao contrário, ela se manifesta dinâmica e simultanea-
mente a partir de todos os centros e pontos de vista hiperligados
em uma rede holográfica distribuída. Seu efeito é equivalente ao
de quem vê com todos os olhos e por todos os ângulos e tempos
ao mesmo tempo. Ou seja, a holovisão é originada a partir de
um holocentro – um centro holográfico virtual potencialmente
acessível a todas as partes do todo – que hiperconecta tudo.

Aplicar a ideia de holovisão na prática significa estar aberto


para integrar as infinitas dimensões e tempos que compõem a
realidade integral. Corresponde a um estado de presença e hiper-
cepção (holomodo) que possa acessar as infinitas conexões e
interações entre tudo o que existe em todos os mundos visíveis
e invisíveis. Significa estar no f luxo que transcende limites,
ultrapassa condicionamentos, imagina o absurdo e sonha o
impossível.

Mesmo que uma visão absolutamente final da realidade seja


inalcançável – e é mesmo, pois o Holoverso está continuamente
evoluindo –, na prática, o que realmente importa é a intenção, o
estado de presença, o f luxo e o movimento contínuo em busca
de uma visão nova, mais ampla, mais inclusiva, mais profunda,
mais lúcida, mais amorosa e mais holística.

Mas há que se tomar muito cuidado para não confundir essa


eterna busca por ampliar a visão, que tem a ver com presença,
f luxo e unidade na diversidade, com ampliar a dispersão, que
tem a ver com ansiedade, perda de foco e energia.

Sendo assim, o melhor caminho para nos aproximarmos do


estado holovisionário é estarmos holocentrados, ou seja, com-
pletamente identificados com o nosso holocentro, que nada
mais é do que a nossa própria essência. Uma vez totalmente
presentes no aqui e no agora, poderemos estar sempre e inte-
gralmente presentes em todos os lugares e em todos os tempos
ao mesmo tempo.

74
Holovisão

visão 8

visão 7

visão 6

visão 5

visão 4

visão 3

visão 2

visão 1

visão 0

Holográfico 2.9 75
Holoparadigma
Uma vez ativados os holocódigos holo, hiper e sin, e introduzidos
os conceitos de holovisão. holomodo e holospiral, agora podemos
configurar o paradigma que fundamenta a HoloSíntese.

Paradigma é um modelo, padrão, matriz ou plataforma con-


ceitual que sintetiza uma determinada forma de ver a realidade.
Ele integra e ancora um conjunto de conhecimentos, valores,
princípios, percepções, crenças e visões que funcionam como
uma plataforma sobre a qual se desenvolvem novas ideias, ideais
e ideologias.

O conceito de paradigma é amplamente utilizado em todos os


campos do conhecimento, como filosofia, medicina, psicologia,
sociologia, linguística e informática.

O holoparadigma é o paradigma holístico ou holográfico.


Ele sintetiza todos os conceitos vistos até aqui. É o paradigma
da abundância integral. A sua hipótese básica é que a busca por
significado, que se traduz na busca pela unidade-totalidade do
Ser, mesmo que inconsciente, é o fato inspirador e a motivação
primordial que alimenta o processo evolutivo individual, coletivo,
planetário, cósmico e holístico. De uma partícula subatômica a
uma célula, de uma célula a uma pessoa, de uma pessoa a uma so-
ciedade, de uma sociedade a todos os seres vivos, de todos os seres
vivos em todas as dimensões e planetas ao Universo, do Universo
ao Holoverso, tudo flui em direção à holosciência – o estado de
autointegração, autoconsciência e automanifestação total.

Mas essa busca por reintegrar, religar, reconectar ou, usando


nosso termo, holossintetizar, é eterna porque a totalidade em si não
é algo estático, definitivo; ao contrário, é um holofluxo vivo.

O Holos está em contínua evolução, e as totalidades que alcança-


mos ao longo do processo evolutivo são apenas subtotalidades. Não
há uma totalidade final, apenas totalidades transitórias, parciais e

76
relativas. Ainda assim, e por mais paradoxal que possa parecer, temos
dentro de nós a semente una do potencial da totalidade absoluta,
traduzida na vontade divina de sermos Um como o Todo.

Esse fluxo abundante, criativo e eterno que flui em direção à


reconexão com a fonte da criação suprema e à re-identificação
com a Unidade essencial nos guia, nos impulsiona, nos carac-
teriza e traduz o holoparadigma, com o qual a HoloSíntese está
sincronizada.

O holoparadigma traz embutido o conceito de hiperdimensiona-


lidade, que até poderia ser visto como o paradigma dentro do holo-
paradigma. Esse hiper-conceito diz que a realidade, a consciência, a
mente, a matéria, o Universo e nós, humanos, somos seres hiperdi-
mensionais por natureza, ou seja, o mundo manifesto é hiper; está
configurado em múltiplas dimensões simultâneas holograficamen-
te, hiperconectadas segundo padrões fractais. Essas dimensões se
hiperpenetram formando a rede hiperespacial invisível que a tudo
envolve.

Nas palavras de Michio Kaku:

Essencial para esta perspectiva revolucionária do Universo é a com-


preensão de que uma geometria com dimensões múltiplas pode ser a
fonte última da unidade do Universo. Em palavras simples, a matéria
no Universo e as forças que o mantêm coeso, que se manifestam numa
variedade desconcertante, infinita, de formas complexas, podem não
passar de diferentes vibrações do Hiperespaço.

Em suma, podemos dizer que tudo o que é holo é também hiper,


que o holo contém o hiper e que o hiper está implícito no holo.

77
HoloSíntese
Com os principais elementos apresentados, podemos partir para
uma definição mais específica da HoloSíntese.

A HoloSíntese é uma abordagem energético-consciencial


sintética integral que busca inspirar o ser humano a despertar de
suas ilusões e libertar-se do medo, do sofrimento, da fragmentação
e do passado, que configuram aquilo que chamamos de holodrama.

Por abordagem nos referimos a um movimento de aproximação,


a uma forma sutil de abordar, examinar e se relacionar com os
temas que dizem respeito à consciência, à vida, à natureza, ao
mundo e ao processo evolutivo humano.

Quando dizemos abordagem energético-consciencial queremos


enfatizar, numa primeira instância, que essa aproximação se dá
pelo viés energético e consciencial, uma visão que considera energia
e consciência as bases fundamentais do Universo e da Existência.
Em última análise, queremos realçar que o foco da HoloSíntese
está na ampliação do quantum de energia e de consciência do ser
humano em sua dimensão individual, coletiva e holística.

Quando dizemos abordagem energético-consciencial sintética,


propomos que a HoloSíntese seja vista como uma sinvergência –
de teorias, visões, linguagens, símbolos e práticas – viva, aberta,
criativa, inclusiva, interativa, flexível, permeável, sistêmica e mul-
tidimensional; como um feixe de conceitos que tem vida própria,
que se auto-organiza e se autoatualiza sincronizado à evolução
cósmica e à evolução do próprio ser humano, da sua cultura, da sua
sociedade e da sua consciência.

E quando dizemos abordagem energético-consciencial sintética


integral, indicamos que isso só é possível se considerarmos a cons-
ciência humana em suas múltiplas dimensões, corpos, sistemas de
consciência, estados de manifestação, estágios evolutivos e modos
de interação bio-psico-sócio-cultural-espiritual na esfera pessoal,
coletiva, planetária e cósmica.

78
A HoloSíntese está em sintonia com o holoparadigma e nos
convida a amplificarmos a nossa percepção sobre a realidade e
sobre nós mesmos e, principalmente, a nos sincronizarmos com o
fluxo vivo da evolução global, agindo como holoativistas, isto é,
como células humanas despertas, moléculas cocriadoras da vida,
agentes éticos de transformação, netweavers planetários, ativistas
cósmicos e parceiros evolutivos do futuro holoversal.

A concepção de HoloSíntese pode ser aplicada às mais variadas


áreas de atuação, como a psicoterapia, a espiritualidade, a
educação, as organizações e o campo social. O próprio Assagioli há
muito tempo já previa a abrangência das abordagens sintéticas ao
falar sobre a psicossíntese das nações.

Entretanto, a HoloSíntese não é propriamente uma teoria fi-


losófica ou psicológica, embora muitas vezes se pareça com elas.
Tampouco é uma escola de conhecimento ou uma ciência, ainda
que se nutra de ambas. A abordagem-visão da HoloSíntese é uma
plataforma viva, dinâmica e flexível que interage com o fluxo-
-processo holossintético como numa dança cósmica. Isto é, a Holo-
Síntese (abordagem) busca se mimetizar à holossíntese (processo)
num fluxo cocriativo, natural e espontâneo.

Gosto de imaginar a HoloSíntese como uma espécie de software


livre em que seus códigos-fonte estão abertos na rede global para
serem conectados, sintonizados e sinergizados por aqueles que
se sincronizam com a sua vibração. Foi sonhando assim que me
surgiu o neologismo holoware, que descreve a HoloSíntese como
um holotemplate, ou seja, como uma hiperplataforma energético-
-consciencial para quem busca se libertar, se atualizar e se sintetizar
à sua essência, ao que é real e ao que pulsa vivo aqui, agora e sempre.

Como um holoware, a HoloSíntese sintetiza criativamente


informações, conhecimentos e inteligências de múltiplas fontes si-
multâneas, tanto do passado como do presente e do futuro, desen-
volvendo ferramentas, práticas, técnicas e métodos para um novo
ser humano, para uma nova geração e para um nova civilização
que está se revelando diante de nós.

79
Por causa dessa característica de open source, a HoloSíntese
não tem um dono e não pertence a ninguém. Ela é livre e aberta a
todos aqueles que se sentem chamados pelo “espírito da síntese”.
Diante disso, é importante dizer que, pessoalmente, me vejo como
um sintetizador intuitivo, ou como um canalizador cocriativo,
desse espírito sintético, seguindo a inspiração do mestre da síntese
Roberto Assagioli, que já dizia:

A Psicossíntese não é uma doutrina nem uma “escola” de psicologia. Não


existe ortodoxia na Psicossíntese e ninguém, a começar por mim, pode se
considerar seu representante exclusivo ou seu dirigente. Cada um de seus
representantes tenta expressá-la e aplicá-la de acordo com suas capaci-
dades individuais, e todos que assimilaram e escutaram a sua mensagem,
ou que receberam os benefícios da utilização dos métodos empregados
pela Psicossíntese, estão aptos a decidir se qualquer desses expoentes é ou
será bem-sucedido ao transmitir o “espírito da síntese”.

80
Holoterapeuta
O terapeuta da HoloSíntese, que chamamos de holoterapeuta, ho-
lossintetizador ou, simplesmente, sintetizador, atua com pessoas,
grupos, organizações e movimentos participativos, sempre procu-
rando instalar e sustentar um campo energético favorável ao fluxo,
à conexão, à relação, à expansão da consciência, à transformação
pessoal, à libertação, à transcendência, à realização integral e à
síntese, ou seja, à manifestação da verdadeira essência das partes e
dos todos. Para tanto, o sintetizador, presente e conectado consigo
mesmo, se posiciona estrategicamente a favor do fluxo sintético do
processo em curso e do seu “cliente”, o sintetizante, procurando fa-
cilitar o que já está acontecendo e o que está “pedindo” para nascer,
desabrochar, ser e acontecer.

O sintetizador, que pode exercer outras funções e papéis, como


professor, facilitador, consultor, empreendedor, político, líder reli-
gioso, pai de família, artista, ativista etc, parte de uma visão viva,
aberta, acolhedora, inclusiva e não preconceituosa, mas atenta,
sensível e conectada às múltiplas dimensões presentes em seu
trabalho, no campo das relações e no fluxo do processo de síntese
em si.

A atuação do sintetizador é análoga à do acupunturista. Existem


milhares de pontos de energia em nosso corpo, mas, em uma
sessão, para harmonizar o organismo como um todo, o acupuntu-
rista estimula apenas alguns desses pontos com suas agulhas, no
intuito de desbloquear e potencializar o fluxo energético e resgatar
o equilíbrio do sistema inteiro.

O sintetizador faz algo parecido; trabalha a favor do fluxo. Para


tanto, primeiro, instala, modula e sustenta energeticamente o
campo ambiental da relação, para que o processo de síntese possa se
desenrolar naturalmente; segundo, observa e lê o campo instalado
para identificar onde o fluxo flui e onde está bloqueado; e terceiro,
em função da quantidade e da qualidade do fluxo, aborda crenças,
visões, padrões, potenciais e possibilidades com o propósito de

81
82 Holográfico 2.10
estimular a autoconexão, a autoconsciência, o autodomínio, a
autointegração e a autotranscendência em direção à evolução e
à libertação dos padrões automáticos, inconscientes e repetitivos
típicos de quem está preso na “Matrix” e vive configurado à norma-
lidade do holodrama. Roberto Crema, em seu livro Antigos e novos
terapeutas (2002), citando Jean Yves Leloup e Pierre Weil, classifica
esse estado doentio de normose, definindo-a como:

[...] uma patologia da normalidade caracterizada pelo conformismo e a


adaptação a um contexto mórbido em grande escala, e pela estagnação
da dinâmica evolutiva, que é inerente à realidade humana. Quando um
sistema se apresenta num estado de desequilíbrio, obviamente sendo este
o nosso caso, a normalidade passa, então, a ser uma grave enfermidade.

Ken Wilber, provavelmente o maior sintetizador dos nossos


tempos, define assim o papel do holoterapeuta em seu livro Psico-
logia Integral (2000):

Um terapeuta de espectro total trabalha com o corpo, com a sombra, com


a persona, com o ego, com o eu existencial, com a alma e com o espírito,
tentando trazer percepção a todos eles, de modo que todos eles possam
se juntar à consciência na extraordinária viagem de retorno ao Eu e ao
Espírito que assenta e que move a manifestação. [...] um terapeuta de
espectro total é um arqueólogo do Eu. Porém, como vimos, essa é uma
arqueologia que desenterra o futuro, e não o passado. Essa arqueologia
profunda escava o interior a fim de encontrar o além, o emergente,
o recém-surgido, e não o já enterrado. Esses invólucros sempre mais
profundos nos puxam para frente, e não para trás; eles são camadas de
Eros, e não de Thanatos; eles levam aos nascimentos de amanhã e não
aos túmulos de ontem. [...] ...um terapeuta de espectro total é um guia para
as profundezas sempre crescentes que revelam alturas sempre maiores.

Para finalizar, gostaria de compartilhar a visão do grande


místico hindu Krishnamurti, citado por David Boadella em seu
livro Correntes da vida: uma introdução à Biossíntese. Ela comple-
menta e reforça as qualidades de intuição, sutileza, profundidade
e compromisso que o holoterapeuta precisa ter consigo mesmo e
com a sua missão de vida.

83
A mudança acontece quando a pessoa se torna aquilo que ela é, e não
quando ela tenta se tornar aquilo que não é [...] a experiência tem mostrado
que quando o paciente se identifica com os seus fragmentos alienados, a
integração acontece. Portanto, sendo aquilo que é – completamente –, a
pessoa pode ser outra coisa. O próprio terapeuta não busca a mudança,
mas procura ser quem é. Os esforços do paciente para encaixar o terapeuta
em um de seus estereótipos, como, por exemplo, de um ajudante ou de um
amo, cria um conflito entre eles. O ponto final é atingido quando cada um
pode continuar sendo quem é e, ao mesmo tempo, ser capaz de manter um
contato íntimo com o outro. O terapeuta também é levado à mudança, já
que ele procura ser ele mesmo com a outra pessoa. Esse tipo de interação
mútua traz a possibilidade de o terapeuta ser mais eficaz quando ele
muda ao máximo, pois, estando aberto à mudança, ele provavelmente
causará um impacto máximo em seu paciente.

Em resumo, a principal função do agente sintetizador é oferecer o


seu apoio energético e estratégico para que pessoas e grupos de pessoas
possam fluir naturalmente, despertar da ilusão, libertar-se do holo-
drama, conectar-se com a essência e realizar-se integralmente pela
manifestação máxima dos seus potenciais energéticos e conscienciais.

Apenas para relembrar, a função de sintetizar não se limita


apenas ao trabalho de terapeutas e profissionais, muito pelo con-
trário. Sintetizar é uma atividade universal realizada, consciente
ou inconscientemente, por todos nós, a todo momento, em qualquer
situação ou dimensão. Todos nós somos agentes sintetizadores, e
manifestar o fluxo da vida e a essência do Holoverso em toda a sua
glória é uma função de todos nós, juntos, sempre.

84
Holomapa
Para que possamos navegar pelas múltiplas dimensões da realidade
e explorar as profundezas, altitudes e longitudes holográficas desse
vasto complexo energético-consciencial – ainda não totalmente de-
cifrado – que é a consciência humana, e assim aprofundar a nossa
compreensão sobre a dinâmica de sua manifestação, necessitamos
de um mapa, mais especificamente de um holomapa.

O holomapa é uma síntese integral que conecta graficamente


todos os conteúdos, estruturas, funções e dimensões da consciên-
cia humana. É óbvio que qualquer representação gráfica da cons-
ciência não passará de mera idealização; uma supersimplificação
ilustrativa desenvolvida apenas para efeitos didáticos e imagina-
tivos. Mapas não são territórios; são apenas mapas, mesmo um
holomapa.

O holomapa funciona, portanto, como um guia visual de referên-


cia que revela as múltiplas conexões e correlações existentes entre
dimensões, princípios, corpos, chakras, ondas cerebrais, sistemas
da consciência, funções, conteúdos, estados essenciais e estágios
do processo de holossíntese.

A seguir, temos duas versões do holomapa; uma “vazia” e outra


“cheia”. Ao longo dos próximos capítulos, novas versões serão apre-
sentadas e cada um dos elementos do holomapa será explicado, de
sorte que as respectivas correlações entre todos eles ficarão mais
evidentes.

85
Holoplex
Holomapa
versão vazia

86 Holográfico 2.11
Holomapa
versão cheia

Holográfico 2.12 87
Entenda os Termos
*HoloSíntese (com H e S maiúsculos): nova abordagem integral
que convida ao desenvolvimento e à síntese integral da consciência
humana.

*Holossíntese (com H maiúsculo e dois s minúsculos): fluxo,


processo natural de manifestação no nível do Holos (Consciência
Suprema).

*holossíntese (com h e dois s minúsculos): fluxo, processo


natural de manifestação no nível do holos (consciência humana).

*Holoverso: sinônimo de Holos, o conjunto total de universos


reunidos e integrados num único holograma integral. Expressão
criada pelo físico David Bohm.

*Holomodo: modo de consciência holístico, holográfico, integral.

*Hipercepção: percepção hiperdimensional, hipersensorial ou


extrassensorial.

*Holosciência: estado de autoconhecimento, autodomínio, au-


tointegração, autoconsciência e automanifestação total.

*Holofluxo: fluxo holográfico integral.

*Holoativista: ativista global, planetário, cósmico. Semelhante


ao conceito de ativista quântico, de Amit Goswami.

*Holoterapeuta: holossintetizador, sintetizador, terapeuta da


HoloSíntese.

*Holoware: plataforma hiperdimensional, template holográfico


integral.

*Holomapa: mapa holográfico integral da consciência humana.

*Neologismos da HoloSíntese (Veja mais definições no Holodi-


cionário, no final do livro.)

88
Referências
Os conceitos, as visões, as linguagens e as práticas da HoloSíntese
integram livre e criativamente conhecimentos da filosofia perene,
de tradições espirituais milenares, de descobertas tecnológicas
contemporâneas, de pesquisas dos mais diversos campos das
ciências e de experiências pessoais e transpessoais.

De forma resumida, poderíamos dizer que as principais fontes e


referências da HoloSíntese são: Psicossíntese (Roberto Assagioli),
Holismo (Jan Smuts e Pierre Weil), Holodynamics (Victor Woolf),
Yoga, Budismo Tibetano, Antroposofia (Rudolf Steiner), Teoria
Integral (Ken Wilber), Biossíntese (David Boadella), Core Energe-
tics (John Pierrakos), Psicologia Transpessoal (Abraham Maslow e
Stanislav Grof) e Conscienciologia (Waldo Vieira).

Outros importantes autores, pesquisadores, cientistas e sintetiza-


dores que inspiraram o livro foram Krishnamurti, Yogananda, Jung,
Carlos Castañeda, Karen Horney, David Bohm (holomovimento),
Benoit Mandelbrot (fractal), Dennis Gabor (holograma), Michael
Talbot, Teilhard de Chardin (noosfera e ponto ômega), Rupert
Sheldrake (campos morfogenéticos), Arthur Koestler (holon), Richard
Dawkins (memes), Almaas, Daskalos, Eva Pierrakos, Aldous Huxley,
Willian James, Alexander Lowen, Michael Newton, Hans Tendam,
Barbara Brennan, Mantak Chia, Master Choa, Michio Kaku, Amit
Goswami, Fritjof Capra, Robert Happé e Samuel Taylor Coleridge.

No tópico Holobibliografia estão relacionados todos os autores,


fontes de pesquisa e referências bibliográficas.

89
90
Sumo

Holo é o todo multidi-


mensional, e Hiper é a conexão
simultânea entre as múltiplas di-
mensões. Sintetizar é integrar tudo e todos
para que a essência de cada parte e de todo o
conjunto possa se manifestar integralmente. O
holoparadigma é um reflexo da holovisão da HoloSín-
tese e retrata a eterna busca do ser humano por evoluir
e se integrar, simbolizada pela holospiral, facilitada pelo
holoterapeuta e resumida no holomapa. A HoloSíntese é
uma síntese criativa, viva e aberta de conhecimentos,
visões, linguagens e práticas focada na evolução
humana integral por meio da ampliação do nosso
nível de energia e consciência. O seu propósito
maior é que todos alcancem o modo de cons-
ciência holístico (holomodo), libertem-
-se da ilusão e despertem do
holodrama.

91
92
Holos
A síntese dos todos
é maior do que o Todo

93
Era uma vez um Sol que vivia absolutamente feliz e em paz
consigo mesmo. Ele era um Sol livre, independente, generoso e
autossuficiente, que se sentia muito bem na companhia multi-
colorida de suas galáxias. Nada lhe faltava, e a sua existência
era plena de música, harmonia, amor e beleza.

Certa noite, o Sol teve um sonho. Ele estava encantado


diante de um espelho em forma de espiral, observando o ar-
co-íris que vazava de seus olhos triplos quando tudo ao seu
redor começou a tremular. A vibração era tão intensa que o
espelho explode e se fragmenta numa infinidade de partícu-
las cósmicas. Passado o susto, e ainda bastante intrigado com
o inesperado fenômeno, o Sol vai ao encontro dos nanofrag-
mentos e repara que todos eles continham o exato reflexo da
sua própria imagem. Porém, como cada pedacinho tinha uma
forma ligeiramente diferente, em cada um deles a sua imagem
também se refletia de maneira levemente diversa.

Fascinado com seu sonho seminal, ao acordar, e ainda em


transe, o Sol decide criar algo novo. Ele então inspira ventos
de amor incondicional e, ao expirar, emula um jardim celes-
tial semeado com as suas melhores intenções. O jardim é um
campo mágico que floresce divinamente e logo se transfor-
ma na fonte primordial dos mais puros néctares e das mais
sublimes essências.

Ensolarado com as cores, os sons e as formas que emanam do


seu jardim iluminado, o Sol se entrega à sua vontade solar, estala
os dedos e big bang: num átomo de tempo, imagina, com toda a
sua potência, glória e loucura, um novo mundo onde poderia
projetar a Si Mesmo infinitamente, assim como em seu sonho.

Como o Sol da nossa história é um ser aficionado por


aventura, design, games, redes e tecnologia, configura esse

94
novo mundo como um jogo, mais especificamente como um
videogame holográfico, multiplayer, interativo e em realidade
virtual.

O campo em que o jogo acontece é um supertelão de plasma


multidimensional que vibra em 9 níveis, sendo cada nível um
espaço, um tempo e uma dimensão específica com as suas respec-
tivas frequências, funções, qualidades, desafios e aprendizados,
todos fractalmente conectados.

E, para habitar esse novo mundo e participar do jogo da vida


junto com Ele, o Sol emana à sua imagem, equivalência e se-
melhança uma infinidade de avatares na forma de minissóis.
Esses sóis são reflexos holográficos (hologramas) do Sol e têm
uma mesma missão: vencer cada um dos nove estágios da ho-
lospiral até se iluminarem e se libertarem da ilusão de reali-
dade criada pelo próprio jogo.

Para essa jornada de aprendizagem, os avatares solares


levam dentro de si duas forças essenciais: energia e consciência.
Ao longo de suas múltiplas experiências e vidas, nas múltiplas
dimensões e tempos da Espiral, os sóis precisarão aprender a
conhecer, dominar e usar com sabedoria essas forças. Sempre
que elas estiverem sincronizadas e em ressonância com a
vibração essencial do Sol, o caminho do avatar estará aberto e
o sucesso de sua jornada estará garantido.

Mas muitos desafios se interpõem ao longo da jornada do


nosso herói transcendental. O caminho evolutivo é repleto de
tentações, mentiras e surpresas. O ambiente em que o avatar
navega é escorregadio, delicado e multidiverso. É muito fácil se
enroscar nas teias invisíveis da ilusão e se perder nas sombras.
Não há garantias nem atalhos. E apenas a luz da verdade
poderá realmente guiá-lo até a luz da própria verdade.

95
96 Holográfico 3.1
97
O todo integral
O Sol é o HOLOS. O jardim é a sua ESSÊNCIA. O jogo é o Holos: a
espiral cósmica que inclui todas as dimensões, tempos e seres. E
o avatar que irá vivenciar a jornada evolutiva é o Eu, ou seja, Nós.

Assim, podemos dizer que tudo começa e termina com o HOLOS,


que é tudo o que há, tudo o que houve e tudo o que haverá, incluindo
tudo o que nunca houve nem nunca haverá.

O HOLOS é o manifesto e o imanifesto, o consciente e o incons-


ciente, o visível e o invisível, o material e imaterial, o animado e o
inanimado, o som e o silêncio, a luz e a sombra, a forma e o informe,
o conteúdo e o vazio, o possível e o impossível, o imaginável e o
inimaginável.

O HOLOS é todo-presente, todo-imanente e todo-transcendente;


é todo-holosciente; é começo, meio e fim; é antes, durante e depois.
O HOLOS tudo sabe, tudo pode, tudo vê, tudo sente, tudo intui,
tudo cria, tudo imagina, tudo é.

O HOLOS é a Consciência Suprema, o UM, o TAO, Brahman, o


Grande Espírito, o Deus total, único, infinito e perfeito que ecoa
pela vastidão incomensurável da eternidade absoluta.

O HOLOS é a Fonte Ilimitada que pulsa em constante evolução


plasmando o seu reflexo holístico (Holos) e tudo o que há nele –
a consciência, os universos, as galáxias, os sistemas solares, as
estrelas, os planetas, a vida, o tempo, a mente, a matéria e os seres.

98
holocampo

energia

ki

kon

consciência

holomatriz

Holográfico 3.2 99
Holos
O Holos é o jogo, o reflexo, ou a versão holográfica do HOLOS.

O Holos é o mundo manifesto, a holospiral que engloba os infini-


tos planos de manifestação da realidade e se organiza fractalmente
através da holossíntese de duas forças gêmeas que pulsam vivas e
inteligentes pela eternidade: energia e consciência. São elas as subs-
tâncias sintéticas de toda a manifestação holística e os elementos
constitutivos primordiais de toda a criação cósmica.

Energia e consciência, e também a síntese criativa de ambas que


chamamos de essência, simbolizam as 3 diferentes perspectivas
por meio das quais podemos compreender, perceber, experimentar,
sentir, intuir e imaginar o Holos.

John Pierrakos, o aluno de Reich que sintetizou a Bioenergética


junto com Alexander Lowen, e que depois desenvolveu o Core
Energetics, diz o seguinte em seu livro de mesmo nome (1987):

As forças que ligam a humanidade são como os raios do Sol. Estendem-se


do centro do universo para construir a criação no próprio Universo, na
Terra e em cada criatura. A energia e a consciência são as duas grandes
dimensões que dominam ou representam a essência das realidades
cósmica e individual. A energia compreende o aspecto quantitativo da
vida; a consciência, o aspecto qualitativo. Energia e consciência são os 2
lados da mesma moeda: a realidade.

Energia, Consciência e Essência


Energia está em tudo o que há, e tudo o que há é energia. Energia
é força, poder, movimento, combustível, fluxo, ritmo, potência,
impulso, carga, torque, corrente, salto, explosão, expressão,
vibração, pulsação, respiração. Energia é o vórtex vital que anima
o Holos, é a espiral multidimensional em ação. Sem energia não há
vida, sem energia não há manifestação, sem energia não há nada.
Energia é o todo-movimento. Energia é o corpo do Holos.

100
Se percebermos o Holos sob a perspectiva energética, veremos
que ele se manifesta como um campo holográfico de energia, o qual
chamamos Holocampo.

O Holocampo, ou Hiperespaço, é o próprio Holos na sua versão


energética integral.

O Holocampo é o campo vital da totalidade, um campo unifi-


cado de forças e informação com potencial ilimitado. Ele envolve,
integra, hiperconecta, inclui e transcende todos os campos e
manifestações energético-conscienciais em todas as dimensões e
tempos, compondo um único e absoluto campo hiperdimensional
que viabiliza a manifestação dinâmica integral do Holos.

Consciência também está em tudo o que há, e tudo o que há


também é consciência. Consciência é informação, concepção,
criação, cognição, instrução e função. Consciência é a inteligência
cósmica que reverbera na imensidão sem fim do todo-sempre.
Consciência é o saber divino, o conhecer absoluto, a sabedoria una.
Consciência é conteúdo dinâmico, conhecimento em movimento,
criatividade viva. Sem consciência não há vida, sem consciência
não há manifestação, sem consciência não há nada. Consciência é
o todo-inteligência. Consciência é a mente do Holos.

Se percebermos o Holos sob a perspectiva consciencial, veremos


que ele se manifesta como uma matriz holográfica de consciência,
a qual chamamos Holomatriz.

A Holomatriz, Holo-rede ou Mater Matrix é o próprio Holos na sua


versão consciencial integral.

A Holomatriz é a trama dos mundos, a grande teia, a rede holo-


gráfica integral que abraça e alimenta a totalidade. Ela é a matriz
quântica de espirais de luz e informação que dá sustentação cogni-
tiva e nutrição funcional à manifestação holística. A Holomatriz é
uma holonetwork (holonet) de conteúdos informacionais integra-
dos, uma engrenagem matricial hiperdimensional holodistribuída e
inteligente em constante processo de cocriação, comunicação, sin-
tonização, sincronização, transmutação e aprendizado evolutivo.

101
Essência, naturalmente, também está em tudo o que há, e tudo
o que há, naturalmente, é essência. Essência é a voz original da
verdade absoluta que emana do coração do Holos por todas as suas
instâncias e distâncias.

A essência é autoconsciência plena, presença absoluta, liberdade


total, o caminho perfeito, a luz da criação, a vontade divina que
guia a evolução, o amor incondicional que alimenta e dá significa-
do à nossa existência, a plenitude harmônica que vibra no âmago
do infinito cósmico, por toda a eternidade. A essência é a relação
pura, a interação verdadeira, a integração total e a síntese viva de
todos os tudos. Tudo contém essência, e a essência contém tudo.
Sem essência não há vida, sem essência não há manifestação, sem
essência não há nada. A essência é a síntese de energia e consciên-
cia, é o espírito do Holos.

Se percebermos o Holos sob a perspectiva essencial, veremos


que se manifesta como uma espiral hiperdimensional de sínteses
dentro de sínteses dentro de sínteses de energia e consciência, o
processo ao qual chamamos Holossíntese.

A Holossíntese é o próprio Holos na sua versão sintética integral.

É por meio da Holossíntese de energia (corpo) e consciência


(mente) que a verdade absoluta se expressa e o Holos manifesta
a sua essência (espírito). A Holossíntese é um processo integral
natural incessante, que sempre aconteceu e sempre acontecerá na
história holística holoversal.

102
Holos

Holocampo Holossíntese Holomatriz

Energia Essência Consciência


(corpo) (espírito) (mente)
ki kon

103
Holos

Holossíntese
Essência

104 Holográfico 3.3


Holocampo

Energia
(ki)

Holomatriz

Consciência
(kon)
105
Holoplasma
O Holos é o reflexo holográfico do HOLOS. Mas os infinitos holo-
gramas que compõem esse reflexo não estão desordenados nem
aleatoriamente soltos no espaço e no tempo. Existe uma estrutura
invisível que dá suporte, aderência, consistência e cor à manifesta-
ção holística. Esse composto holodinâmico é o holoplasma.

O holoplasma é o plasma holográfico integral, o fluido cósmico, o


tecido vibracional hiperdimensional que configura o Holos. É uma
espécie de gelatina quântica que dá suporte estrutural e funcional
ao campo de manifestação da matéria, da mente e da vida. Esse
tecido imanente e invisível forma a estrutura sutil da rede integral
sobre a qual a manifestação em tecnicolor “acontece” ou “se revela”.

É como se todos os elementos que compõem o Holos – das partí-


culas subatômicas aos universos – fossem projetados holografica-
mente sobre essa película hiperdimensional que funciona como um
pano de fundo, ou como um telão onde tudo aquilo a que chamamos
vida e realidade é virtualmente “encenado”, ou melhor, “espelhado”.

Um das principais funções do holoplasma é manter o todo


manifesto integrado, coerente e fractalmente hiperconectado.
Sem essa base de sustentação, a manifestação seria impossível e o
Holos estaria solto, disperso, diluído, desconfigurado, sem bordas,
sem formas e sem contornos. Em suma, o holoplasma é a estrutura
sutil, dinâmica, plástica, invisível e implícita da forma. O mundo
manifesto só pode existir porque existe o holoplasma.

Se elevarmos nosso nível de energia e consciência, é possível


ultrapassar as múltiplas camadas desse campo de plasma holo-
gráfico e tocar, ou alcançar, os campos de vácuo pleno do mundo
não manifesto. Para tanto, é preciso dar um salto quântico e ul-
trapassar a malha densa da realidade manifesta que nos envolve
e na qual estamos inseridos. Ao fazê-lo, “escapamos” da matriz
condicionada da ilusão e despertamos do sonho da vida, fenômeno
que pode ocorrer quando ativamos o modo de consciência holístico
proporcionado, por exemplo, por experiências fora do corpo, sonhos
lúcidos, meditações e exercícios de respiração.

106
Holográfico 3.4 107
Holon
O Holos é a imagem-reflexo, e o holoplasma é a superfície do espelho
no qual o HOLOS se vê holograficamente refletido. Os holons são
os infinitos hologramas que compõem a imagem integral do Holos.

Os holons, com suas ilimitadas configurações, frequências,


tamanhos, formas, potências e campos de influência, são os fractais
do todo, são as células holográficas da totalidade, as unidades
energético-conscienciais hiperdimensionais que compõem o Holos.

Esses fragmentos holográficos funcionam como unidades sis-


têmicas inteligentes e vão desde as partículas subatômicas até os
universos, passando por átomos, células, moléculas, organismos,
sociedades, planetas, sistemas solares e galáxias. Ou seja, um
cristal é um holon, uma molécula de água é um holon, uma árvore
é um holon, um gato é um holon, o fígado é um holon, uma pessoa
é um holon, a Lua é um holon, o Universo é um holon. Cada uma
dessas unidades é um sistema único, ao mesmo tempo um todo em
si e parte de um todo maior, que a inclui e transcende.

O conceito de holon foi introduzido pelo escritor húngaro Arthur


Koestler em seu livro O fantasma da máquina (1967). O termo vem
da junção de holos (todo) com o sufixo on, que significa parte ou
partícula, como em elétron ou nêutron. O holon é, portanto, uma
partícula do Todo, um todo que é parte de um todo sistêmico
mais evoluído, que o envolve e ao qual está hiperconectado em
múltiplas dimensões e tempos simultâneos, e em variados graus
de ressonância.

Os holons possuem infinitésimos graus de consciência e são


potencialmente capazes de se auto-organizar e de cocriar sua reali-
dade, e também de se alinhar, cooperar e convergir com seus pares,
superiores e interiores. Isso quer dizer que os holons podem pre-
servar sua autonomia e individualidade e, ao mesmo tempo, atuar
em conjunto e de forma colaborativa com seus iguais e diferentes,
regidos por uma ordem e um propósito mais amplo, comum a todos.

108
kon
kon
ki
ki
ki
kon
ki ki kon
ki kon
kon
kon
kon
ki kon kon
ki ki

kon
kon
ki ki
ki
ki
ki
kon kon

kon ki kon

kon
kon kon
ki

ki ki kon
ki
ki
ki kon
ki kon
ki
kon
ki
kon
kon
kon
ki
ki

Holográfico 3.5 109


Os sistemas holísticos, como os sistemas biológicos (organismos
vivos), são funcionalmente organizados segundo uma hierarquia
holográfica de holons, chamada holarquia.

Holarquia é a estrutura organizacional aberta, viva, interativa e


hiperdimensional de um sistema de holons hiperconectados numa
rede holodistribuída em que a informação flui fractalmente em
todas as dimensões e na qual todos se influenciam reciprocamente.
Assim, o Holos pode ser organizacionalmente descrito como uma
holarquia, uma hierarquia hiperdimensional infinita de holons
holograficamente hiperligados e hiperdependentes em constante
processo de cocriação evolutiva.

A hiperconexão entre os holons se dá no Hiperespaço, e a


qualidade da conexão e da comunicação na rede holística (rede
de holons) depende do nível de energia e consciência e do grau de
ressonância na rede.

O nível de energia e consciência de um holon está relacionado


com o seu quantum de liberdade, interatividade, fluidez e autocen-
tramento. Quanto mais autocentrado e auto-organizado for um
holon (célula, pessoa, organização), melhores condições ele terá
para se desenvolver e maior será sua capacidade de colaborar com
os todos (coletivos, comunidades, redes sociais) dos quais faz parte.

Estar em ressonância significa estar em sintonia e trocando


energia e informação por meio de vibrações que ecoam no Hipe-
respaço. Ressonância tem a ver com troca, sintonia e sincronia, e
quanto maior a convergência entre os holons, melhor a qualidade
de comunicação, de cooperação e de integração entre eles, o que
potencializa a síntese das partes e do todo, e a evolução do Todo.
Holons isolados, reprimidos, alienados e desconectados trocam
pouco, se comunicam mal, viram bugs, criam dissonância e blo-
queiam o fluxo natural de energia no sistema integral.

Em suma, podemos dizer que o processo evolutivo é um processo


natural que estimula as partes e os todos a serem o que realmente
são e a manifestarem a sua essência livremente e em toda a sua

110
magnitude. Para que isso aconteça, é necessário um campo aberto,
um ambiente colaborativo e um ecossistema amoroso em que todos
os holons (as partes e os todos) possam se reconhecer e se respeitar,
possam se expressar, se aceitar, se integrar e vibrar alinhados em
sintonia interna (dentro de si mesmos) e externa (na relação com
as outras partes/todos que compõem o sistema integral). Isso é
holisticamente válido tanto para a consciência humana como para
as famílias, as organizações, os países, os planetas, as galáxias e
para todo o Holos.

111
Ki e Kon
O Holos é o reflexo; o holoplasma é o espelho; os holons são os
infinitos hologramas que compõem a imagem integral refletida no
espelho. Ki e kon são as unidades hipotéticas de energia e consciência
que compõem os holons e, por consequência, tudo o que há no Holos.

Ki e kon são as unidades básicas de toda a manifestação holística,


a matéria-prima essencial do Holos. Assim, a consciência humana
é feita de unidades de energia ki e consciência kon. As estrelas e os
planetas são feitos de ki e kon. Os reinos vegetal, mineral, animal e
elemental são feitos de ki e kon. Tudo o que existe no Holoverso é
feito de uma combinação de kis e kons de diferentes frequências e
qualidades.

Ki
Ki é uma unidade hipotética de energia.

Mas existem energias de diversos tipos, como a elétrica, a mag-


nética, a gravitacional e a nuclear; ou, por outra perspectiva, há a
energia humana (gerada pelo corpo humano e que também pode ser
chamada de bioki, biofótons ou campo eletromagnético humano),
a energia terrena (energia eletromagnética e gravitacional gerada
pelo planeta Terra) e a energia espacial (energia gravitacional
gerada pelos astros, planetas, estrelas e corpos celestes).

Para nos referirmos a todos os tipos de energia existentes de


maneira ampla e irrestrita, porém unificada, escolhemos o termo
genérico ki, o mesmo utilizado pelos japoneses para se referir ao
conceito de energia vital universal, e que é equivalente aos conceitos
de chi (taoísmo), prana (hinduísmo), libido (Freud) e orgônio (Reich).

Ki é energia imanente e está em tudo o que existe, em todos os


lugares, tempos e dimensões. O espectro da energia ki é ilimitado.
Ki se manifesta em infinitos estados, frequências e vibrações. Ki é
a terra, a água, o fogo, o ar, o éter, o plasma, o som, a luz, o silêncio,
a vida, os corpos e tudo mais que existe e se manifesta no Holos.

112
ki

ki
ki
ki
ki
ki
ki
ki
ki

kon
kon
kon
kon
kon
kon
kon
kon
kon

Holográfico 3.6 113


Ki é a matéria-prima, uma substância elementar do campo ener-
gético humano (holocampo) que, por sua vez, é um campo de kis.

Quando o ser humano se manifesta na nossa dimensão, traz


consigo um quantum específico de energia ki que será consumido
ao longo da vida. Quando este quantum de energia ki acaba, a vida
nesta dimensão literalmente termina.

Kon
Kon é a unidade hipotética de consciência.

Mas existem diversos tipos de consciência, como a emocional,


a mental, a intuitiva, a imaginal etc. Para nos referirmos a todos
os tipos de consciência existentes de maneira ampla e irrestrita,
porém unificada, escolhemos o termo genérico kon.

Kon é a matéria-prima, a substância elementar da consciência.


Essas unidades de energia-informação estão por todos os lados,
tempos e dimensões, e a hiperconexão entre elas forma a matriz da
consciência humana (holomatriz) que, por sua vez, é uma matriz de
kons. Os kons hipergravitam as dimensões, os campos energéticos
e os vários corpos, circuitos e sistemas da consciência individual,
coletiva e cósmica.

São exemplos de kons: sensações, emoções, sentimentos, desejos,


impulsos, necessidades, tendências, imagens, pensamentos, intui-
ções, vontades, ideias, valores, memórias, padrões, linguagens,
movimentos. Então podemos dizer que a consciência humana
é uma matriz de pensamentos, sentimentos, valores, imagens e
memórias, integradas em múltiplas dimensões.

Além do quantum de kis, todo ser humano também possui, para


poder viver, o quantum de kons, que poderá ou não ser manifestado
na sua totalidade durante a vida. Quando o quantum de kons de
uma determinada pessoa-consciência se esgota, a sua vida nesta
dimensão simplesmente termina.

114
Experiência pessoal
Anos atrás, tive um sonho que me revelou como funciona a realidade
tecida no holoplasma. Nele eu conversava com uma amiga quando,
de repente, fiquei lúcido, ou seja, percebi que estava sonhando. Então
comecei a rir de felicidade por ter despertado dentro do sonho, e
tentei explicar para ela que as imagens que nos cercavam e tudo o
mais não passavam de ilusão, de um sonho, que não eram a realidade
em si. Ela me olhava com estranheza e parecia não compreender
minhas palavras. Então fiz uma pequena demonstração de “como
é a realidade”: ultrapassei minha mão em seu ventre e rasguei sua
imagem tentando mostrar que não havia nada além, e que nossos
corpos e a matéria eram como cenários de filmes de bangue-bangue,
apenas aparências, embalagens ilusórias, ícones coloridos e transitó-
rios em mundos virtuais. Ela ficou muito surpresa com tudo aquilo, e
eu também, e nesse momento tudo explodiu e desapareceu, restando
apenas o vazio e o silêncio, que me elevaram automaticamente a um
estado de profundo êxtase.

Esse sonho lúcido me ajudou a compreender que a verdadeira


natureza da realidade, a essência real, embora totalmente aces-
sível para todos nós a todo instante, está muito além daquilo que
vemos, percebemos e compreendemos usualmente; e que despertar a
consciência na vida é como acordar dentro de um sonho, é conseguir
elevar nosso nível de lucidez e acuidade, transcender os limites de
padrões psicológicos e condicionamentos mentais e perceber o que
realmente há além da ilusão costurada no tecido dual do espaço e
do tempo. Despertar é conseguir ver por entre, através e além das
imagens e formas do mundo manifesto hiperprojetado no holo-
plasma que tece o Holos.

115
116
Sumo

O Holos é o
mundo manifesto, um
reflexo holográfico do HOLOS
hiperprojetado sobre o holoplasma.
O holoplasma é uma teia infinita de
hologramas hiperconectados (holons).
Holons, holoplasma e o Holos são feitos de
energia (ki) e consciência (kon). O Holos se
manifesta simultaneamente como um Holo-
campo de energia, como uma Holomatriz de
consciência, ou como Essência. É através
da holossíntese de energia e consciên-
cia que a verdadeira essência de
todos os holons se mani-
festa no Holos.

117
Holo

118
princípios
O princípio é o meio e o fim

119
Desde o início dos tempos o ser humano tem tentado decifrar
os princípios e as leis que regem o mundo natural, a vida, a
morte, o planeta e o Universo.

A necessidade de controlar o mundo externo e garantir a so-


brevivência num meio ambiente muitas vezes avassalador, im-
previsível e violento, talvez tenha sido o impulso original que nos
levou a buscar uma compreensão mais ampla sobre a dinâmica
invisível dos acontecimentos. Ou talvez tenha sido a inesgo-
tável curiosidade humana o motivo que nos levou a perscrutar
o desconhecido e o infinito em busca de respostas para nossos
questionamentos existenciais.

Diversos métodos de pesquisa foram utilizados nessa busca


por desvendar os mistérios da criação e as leis da manifestação
universal. Atenção, observação, experimentação, imaginação,
lógica e intuição foram os meios que sustentaram a maioria
desses sistemas de conhecimento, desde a alquimia até a física
quântica, passando por todas as religiões e ciências.

Milhares de anos foram necessários para que a humanidade


pudesse alcançar uma síntese desses princípios fundamentais
que, em diferentes tempos, sociedades, culturas e tradições,
foram decodificados de diferentes maneiras e com diferentes
linguagens, signos e simbologias, mas que em sua essência
apresentam incríveis semelhanças e complementaridades,
como se tivessem sido sincronicamente criados a partir de
uma mesma fonte.

O que observamos atualmente é que os ensinamentos


védicos dos hindus, os sutras budistas, a tradição milenar

120
dos chineses, a sabedoria ancestral dos povos indígenas de
todos os continentes, as religiões, as filosofias e as ciências
contemporâneas parecem finalmente sinvergir para aquilo
que tem sido chamado por alguns de o grande encontro entre
ciência e consciência, psicologia e espiritualidade, ativismo e
tecnologia.

É nesse espírito de sinvergência imaginativa e síntese criativa


que a HoloSíntese apresenta a sua holonomia, um conjunto de
princípios e leis fundamentais, holograficamente conectados
e sintetizados numa lei fundamental, que rege o holofluxo da
vida, da consciência e da manifestação cósmica.

Como diz Assagioli na introdução de seu artigo “Leis e


princípios universais”, escrito especialmente para seus alunos:

Esta Nova Era deve ser fundamentada em leis e princípios espirituais que
ajudem a estabelecer uma nova ordem. O reconhecimento deste fato é
essencial para alcançarmos o equilíbrio em nossas vidas.

O princípio espiritual é a força de motivação, a origem, a causa na qual a


verdade universal está fundamentada. O princípio inclui um aspecto da
verdade que se manifesta na realidade, uma afirmação que visa o melhor
para o bem geral.

A lei espiritual é uma formulação em palavras do que está implícito num


princípio, possibilitando a incorporação deste princípio no plano da
realidade. As leis fornecem a base para as relações humanas e naturais.
Como o princípio é a força motivadora para a criação das leis, não é
possível a concepção de uma lei sem que esta esteja fundamentada num
princípio.

121
O princípio integral
A HoloSíntese parte da ideia de que o mundo manifesto (Holos) é
governado por um princípio holossintético primordial que opera
como a inteligência invisível, ou o maestro regente, de toda a ma-
nifestação cósmica.

Esse princípio holográfico integral ou função essencial, que


também chamamos de holoprincípio, rege a sinfonia da criação
holística e nos diz, de forma simples e direta, que o Holos está num
contínuo processo de evolução, ou seja, que o Holos está em perma-
nente Holossíntese.

O holoprincípio é a síntese de 9 outros princípios que são, ao


mesmo tempo, a causa, o reflexo e a consequência uns dos outros.
Eles estão, por natureza e definição, holograficamente sincroniza-
dos entre si, e sinvergem fractalmente em sintonia para a manifes-
tação integral do princípio holossintético.

Assim, poderíamos dizer que os infinitos holons que compõem


o Holoverso são os infinitos instrumentos da orquestra holística,
e que, ao manifestarem suas verdadeiras essências, sintetizam a
holossinfonia da totalidade que ecoa pela eternidade absoluta.

Nesta dimensão do holomapa podemos observar que cada um


dos princípios é um fluxo hiperconectado ao núcleo de vacuidade,
e que todos juntos sinvergem em harmonia dinâmica para a mani-
festação integral do princípio holossintético que rege o Holos.

Vejamos os 9 holoprincípios em detalhes e separadamente.

122
Holomapa
Princípios

Holoscópico Holokinético

Holoscendência Holossonância

Holotrópico Holomutação

Holoplásmico Holokármico

Holográfico

Holográfico 4.1 123


Holoscópico
Tudo é reflexo do Todo

Do grego Holos + Skopein (observar), o princípio Holoscópico retrata


o fenômeno por meio do qual o HOLOS se observa refletido no
espelho cósmico e vê as infinitas partes, reflexos ou holons que o
compõem.

Ou seja, o HOLOS se vê, se observa, se percebe, se experimenta e


se conhece por meio de cada fagulha da criação, de cada ser vivo,
de cada pessoa, de cada molécula, de cada célula, de cada átomo
e de cada unidade de ki e de kon manifestos em todo o Holos por
todo o sempre.

Graças a esse holoprincípio, observamos que tudo o que existe


na manifestação holística é um reflexo do HOLOS, o EU Criador.
Esses reflexos podem ser microscópicos, macroscópicos ou nanos-
cópicos, mas seja qual for sua dimensão, intensidade, frequência,
gênero, grau ou forma, eles sempre serão reflexos holoscópicos,
reflexos do Todo.

A lei essencial que se baseia no princípio holoscópico poderia ser


resumida da seguinte maneira: Tudo é Um, Todos somos Um, ou,
sinteticamente, Tudo é reflexo do Todo.

124
Holográfico 4.2 125
Holokinético
Tudo está em movimento cíclico

O segundo holoprincípio nos diz que o Holos é Holokinético – de


Holos + Kinesis (movimento). De acordo com esse princípio, tudo o
que existe, existiu ou existirá no mundo manifesto (Holos) está em
contínuo movimento cíclico.

O movimento da espiral holística (holospiral) é como o vaivém


do pêndulo cósmico, às vezes em expansão, às vezes em contração,
mas sempre vivo e respirando com ritmo. Aqui está implícito o que
poderia ser considerado outro princípio: o das polaridades. Onde
há ritmo, há polaridade, opostos: dia e noite, masculino e feminino,
fluxo e refluxo, yin e yang. É da tensão entre as polaridades que
nasce o movimento ritmado. Portanto, tudo pulsa, tudo vibra e
tudo se movimenta continuamente em ciclos, ritmos, frequências,
compassos e cadências sincopadas, compondo assim a sinfonia da
totalidade.

Logo, os infinitos holons que compõem o Holos não são unida-


des-totalidades fixas, estáticas, imutáveis; ao contrário, são totali-
dades holodinâmicas em constante processo cíclico de mutação,
transformação e aprendizagem. A realidade, em suas infinitas
dimensões de manifestação, está num fluxo rítmico contínuo, ou
num holofluxo.

A lei essencial fundamentada no princípio holokinético pode ser


assim resumida: Tudo vibra, tudo pulsa, tudo dança em ritmos, tudo
é cíclico, ou, sinteticamente, Tudo está em movimento cíclico.

126
Holográfico 4.3 127
Holossonância
Tudo está em ressonância

O terceiro holoprincípio ensina que os holons que compõem o


Holos, além de serem um reflexo holográfico do Todo e de vibrarem
em constante movimento ritmado, estão também conectados
entre si, formando uma rede integral ressonante.

O Holoverso é um holocampo vivo, pulsante por natureza,


composto de uma infinidade de polaridades ressonantes. Cada
holon, pelo simples fato de existir, está hiperconectado e tem
influência ou ressonância – que será diretamente proporcional à
sua força vibracional – sobre os demais holons da rede integral,
interferindo, assim, consciente ou inconscientemente, com mais ou
menos intensidade, no campo de manifestação global.

Esse processo revela a existência de uma troca mútua e contínua


entre todos os campos de todos os holons que compõem a matriz
holística. Ou seja, um pensamento, uma emoção, um desejo, uma
vontade ou um simples piscar de olhos tem impacto no Todo.

A lei essencial que se apoia no princípio holossonante pode ser


resumida deste modo: Tudo está holoconectado, tudo está hiperliga-
do, tudo interfere no Todo, todos nos influenciamos reciprocamente,
ou, sinteticamente, Tudo está em ressonância.

128
Holográfico 4.4 129
Holomutação
Tudo está em transmutação evolutiva

O quarto holoprincípio dá um salto adiante e aprofunda a


nossa percepção sobre a holodinâmica do funcionamento do
Holos, mostrando que o f luxo e a ressonância entre os holons da
rede holística geram um constante processo de transmutação
evolutiva.

O Holoverso está em contínua transformação criativa. Nada


permanece igual, nunca; tudo sempre se transforma, o tempo
todo, em todas as dimensões e em todos os tempos do mundo
holomanifesto. Essa holotransformação, que por vezes pode ser
ínfima e imperceptível ou astronômica e evidente, faz parte de
um processo infindável de aprendizado e evolução em busca da
unificação total.

A lei essencial que se baseia no princípio holomutante pode


ser resumida da seguinte maneira: Tudo está em mutação, tudo
muda o tempo todo, tudo está em crescimento, ou, sinteticamente,
Tudo está em transmutação evolutiva.

130
Holográfico 4.5 131
Holokármico
Tudo se autorregula

O quinto holoprincípio que rege o Holos se refere à sua qualidade


Holokármica (Holos + Karma).

A palavra karma vem do sânscrito e significa ação, sendo seu


conceito originalmente utilizado no hinduísmo e no budismo.
Atualmente, o conceito de karma está bastante difundido em
nossa sociedade e até incorporado em diversas escolas psicológicas
e espirituais.

Há basicamente 3 tipos de karma: o karma acumulado, que


ainda não foi ativado; o karma atual, que está sendo consumido
neste momento; e o novo karma, aquele que está sendo gerado a
cada novo instante, a cada pensamento e a cada ação. Os 3 tipos
de karma estão diretamente hiperconectados e juntos compõem o
que chamamos holokarma.

132
O karma pode ser aplicado a todas as esferas da manifestação e
da vida, tanto em holons individuais como coletivos. Assim, temos
o karma individual, o familiar, o de uma raça, o de uma nação e
o da humanidade. Todos estão diretamente interligados, intrinse-
camente relacionados e mutuamente sincronizados em infinitas
dimensões e graus de ressonância.

O princípio holokármico, em ação conjunta com os demais holo-


princípios, rege tudo, absolutamente tudo que acontece, aconteceu
e acontecerá, e até aquilo que nunca aconteceu nem nunca aconte-
cerá no Holos e, por consequência, em nossas vidas.

O princípio holokármico é um mecanismo holístico que autor-


regula o holofluxo infinito de energia ki e de consciência kon que
circula pela eternidade cósmica, mantendo assim a homeostase
integral do Holos. Ele direciona os fluxos e os refluxos, as expan-
sões e as contrações, as ações e as reações, sustentando a simetria
holográfica integral (holossimetria) – o eterno equilíbrio de todas
as forças, ondas, correntes, movimentos, tendências e possibilida-
des. A lei do karma é a lei da harmonia integral.

A auto-organização holokármica é um instrumento cuidado-


samente engendrado para nos ensinar a viver, a nos relacionar
e a evoluir. A verdade é o combustível sutil que faz girar as suas
sofisticadas engrenagens autorregulatórias, e as suas formas de
expressão são absolutamente ilimitadas. Alguns dos seus produtos
mais palpáveis são a harmonia, a paz, a justiça, a ética, a liberdade
e a evolução.

Esse princípio fundamental nos revela que a rede holística se


organiza e evolui por meio de um processo de autoajuste contínuo
que tem por objetivo manter o equilíbrio holodinâmico do sistema
integral, sempre.

Enfim, a lei que se fundamenta no princípio holokármico pode


ser assim resumida: Tudo se autocompensa, tudo se auto-organiza,
tudo se autoequilibra, tudo se autoajusta, ou, sinteticamente, Tudo
se autorregula.

133
134 Holográfico 4.6
135
Holográfico
Tudo é hiperdimensional

Originário de Holos + Graphos (escrita/registro), ser holográfico,


como já vimos, significa conter em si o registro do todo. Isso quer
dizer que cada parte do todo contém em si, em termos qualitativos
e potenciais, a memória do todo (holomemória). Cada holon é um
holograma, e cada holograma é um reflexo holográfico, um holo-
fractal do todo.

O princípio holográfico é uma amplificação do princípio da


holossonância (Tudo está em conexão ressonante). O avanço aqui
é que saltamos de uma conexão do tipo ponto a ponto (como a
conexão via cabo) e de uma esfera de influência recíproca entre
dois pontos (polaridades), para uma hiperconexão global (como a
conexão WiFi) e para uma esfera de influências recíprocas entre
múltiplos pontos conectados em múltiplas dimensões simultâneas.
Ou seja, este holoprincípio nos transporta definitivamente para o
Hiperespaço e para a hiperdimensionalidade.

A lei essencial que se firma no princípio holográfico pode ser


resumida deste modo: Tudo se hiperconecta, tudo se hipercomunica,
tudo se hiper-reflete, tudo é hiper-ressonante, tudo se manifesta em
múltiplas dimensões simultaneamente, ou, sinteticamente, Tudo é
hiperdimensional.

136
Holográfico 4.7 137
Holoplásmico
Tudo está em cocriação

Como vimos nos princípios anteriores, tudo está refletido, conec-


tado e em movimento, em ritmo, em transmutação, em evolução,
em autorregulação e em ressonância nas múltiplas dimensões
simultâneas. Agora é chegado o momento em que finalmente par-
ticipamos de forma mais ativa e consciente da dança cósmica.

O princípio holoplásmico nos ensina que, com a evolução da


consciência, podemos deixar de ser meras folhas soltas levadas alea-
tória, inconsciente e involuntariamente pelos ventos universais, e
nos transformar em agentes corresponsáveis pela criação holística.

Esse holoprincípio nos mostra que, mesmo sendo apenas um


holonésimo do Todo, todos nós cocriamos a realidade e o nosso
futuro individual e coletivo, ou seja, independentemente do nosso
nível de autoconsciência e de responsabilidade, estamos sempre
plasmando ou coplasmando a nossa vida, o mundo e a realidade
em que vivemos.

Na qualidade de cocriadores do Holoverso, o nosso nível de poder


e de responsabilidade ultrapassa os limites jamais imaginados pelo
ser humano em toda a sua história. E, para fazer jus a essa enorme
missão, é fundamental o desenvolvimento em nível equivalente
daquilo que se chama de ética cósmica, cosmoética ou holoética.

A lei essencial que se baseia no princípio holoplásmico pode


ser resumida da seguinte maneira: Todos somos responsáveis pelo
destino do Holos; o futuro somos nós que fazemos, tudo é uma cocria-
ção coletiva, tudo é coplasmado, ou, sinteticamente, Tudo está em
cocriação.

138
Holográfico 4.8 139
Holotrópico
Tudo tende à unidade-totalidade

O oitavo holoprincípio nos diz que o Holos é Holotrópico. O termo


holotrópico, do grego Holos + Trapeiu (voltar-se para), foi criado
pelo psiquiatra tcheco Stanislav Groff para se referir ao modo da
consciência holística, que chamamos holomodo.

Ser holotrópico, ou estar holotrópico, significa estar voltado


para a completude ou caminhando na direção da integração total,
processo que se renova e se atualiza a cada novo instante por toda
a eternidade. O estado holotrópico é uma experiência que nos
permite ser holoscientes, ou seja, sermos Um com o Todo e nos sen-
tirmos integralmente identificados com a totalidade, na unidade
do Ser. É a religação de todas as partes, de todos os holons, dentro
de si, entre si e com o Todo.

Essa é uma qualidade aparentemente paradoxal do Holos, que,


por definição, já é o Todo Ilimitado que abarca tudo o que existe.
Mas, ao mesmo tempo, o Holos parece ser um Todo incansável,
perfeccionista e ainda insatisfeito, que não para de evoluir, mais e
mais atraído por novas e mais perfeitas totalidades. É como se a ma-
nifestação cósmica fosse continuamente chamada a convergir na
manifestação integral dos seus infindáveis potenciais. É essa busca
natural pela completude infinita que caracteriza o holoparadigma
e faz a espiral cósmica girar e ascender rumo à evolução sem fim.

O efeito direto desse holoprincípio são os ingredientes energético-


-conscienciais (holons) que levam o Holos a sinvergir num fluxo
sincrônico em direção à realização máxima dos seus potenciais,
continuamente atraídos pelo poderoso ímã da evolução.

Em outras palavras, é como se o Holos fosse dirigido por um me-


canismo autogerador de energia e consciência (holomecanismo),
automaticamente programado para evoluir, ad infinitum.

140
Nem sempre é fácil perceber esse processo, especialmente em
momentos como os que estamos vivendo, em que há tanta violência,
loucura e sofrimento. A crise global pode nos iludir e nos induzir
erroneamente a crer que estamos coletivamente regredindo. Mas,
ao olharmos para o processo evolutivo com as lentes da holovisão,
perceberemos que a evolução não se desdobra em linha reta, e se
parece muito mais com uma espiral que ciclicamente pendula, indo
e vindo, subindo e descendo, para dentro e para fora, num eterno
pulsar rítmico.

Então, se olharmos para um trecho dessa espiral e tal segmento


corresponder a uma fase transitória e necessária de contração e
descida, provavelmente acharemos que o movimento da espiral
inteira é de involução, mas na verdade não é. Mesmo que haja osci-
lações, e há, o sentido do fluxo que percorre a espiral é evolutivo e
sempre busca novas totalidades, mais perfeitas, belas e luminosas,
e os seus altos e baixos, caídas e recaídas, são apenas ciclos neces-
sários e inevitáveis, dentro do ciclo maior da evolução cósmica.

Assim reconhecemos que mesmo os momentos de estagnação,


destruição e declínio têm a sua função e fazem parte de um movi-
mento maior. O conflito, o atrito, a oposição, a resistência e a tensão
são aspectos desse pulsar evolutivo que se expande e se contrai, que
inspira e expira. É dessa polaridade dinâmica que nascem a força
e o impulso necessários para o salto quântico rumo ao próximo
estágio, que inclui e transcende todos os estágios anteriores.

Na esfera da consciência, a aplicação do princípio holotrópico


nos mostra que, na qualidade de consciências humanas, também
tendemos à realização integral dos nossos potenciais, ainda que
nem sempre de forma consciente. E esse é um processo que não
tem fim, apenas etapas. Portanto, independentemente do que
acontece ou de como traduzimos o que acontece, no plano maior
da existência estamos sempre evoluindo e caminhando em direção
à unidade-totalidade.

A lei que se firma no princípio holotrópico pode ser sintetica-


mente resumida em Tudo tende à unidade-totalidade.

141
142 Holográfico 4.9
143
Holoscendência
Tudo é transcendente

O nono holoprincípio nos diz que o Holos é Holoscendente. O termo


holoscendente, de Holos + Scendere (subir), se refere à capacidade e
ao potencial de ascenção e autotranscendência integral intrínseca
a todos os holons que compõem o Holos.

Uma vez que o holoprocesso de autorrealização integral se


completa, o holon que alcançou a unidade-totalidade (holosciên-
cia) está pronto para autotranscender a si próprio (holoscender) e
quanticamente ascender para o próximo estágio do seu processo de
desenvolvimento, numa oitava acima da holospiral evolutiva, onde
e quando o holoprocesso se reinicia e assim continua, sucessiva e
infinitamente.

A lei que se fundamenta no princípio holoscendente pode ser


sinteticamente resumida em Tudo é transcendente.

144
Holográfico 4.10 145
146
Sumo

Tudo é um reflexo do Todo, tudo está em


movimento ritmado, tudo está em resso-
nância, tudo está em transmutação evolutiva,
tudo se autorregula, tudo é hiperdimensional,
tudo está em cocriação, tudo tende à unidade-
-totalidade absoluta e tudo é transcendente.

Em síntese, tudo está em holossíntese.

147
Holoco

148
nsciência
A consciência do Todo
no todo da Consciência

149
Nos capítulos anteriores, apresentamos os principais elementos,
códigos e conceitos relativos ao Holos (holoplasma, holocam-
po, holomatriz, holossíntese, holon, holarquia, ki, kon) e as leis
fundamentais que regem o seu funcionamento (holoprincípios).
Também introduzimos a holovisão e os holocódigos da HoloSín-
tese (holo, hiper, sin) e explicamos os conceitos de holomodo, ho-
lospiral, holoparadigma e holoterapeuta. E, por fim, apresenta-
mos o holomapa, o mapa holográfico que integra dinamicamente
todos os conteúdos, funções e dimensões da consciência humana.

Como vimos, todos nós somos holons de energia e consciên-


cia, células holográficas do Todo com o qual nos mantemos
fractalmente sintonizados, sincronizados e hiperconectados
através de infinitas frequências de ressonância.

E a HoloSíntese é uma abordagem energético-consciencial


configurada para facilitar o processo de síntese evolutiva da
consciência humana, tanto na sua dimensão individual como
na coletiva e integral.

A HoloSíntese está alinhada com os holoprincípios e com


o holoparadigma e, por meio de sua linguagem, seus códigos,
visões e práticas, busca potencializar o nosso quantum de
energia e consciência com o propósito final de restaurar a
nossa conexão com a essência e a nossa integridade psico-
energética e espiritual.

Neste e nos próximos capítulos, vamos aplicar os conceitos


já vistos, e outros novos, ao campo específico da consciência
humana integral: a holoconsciência.

150
O objetivo é compreendermos melhor como a nossa consciên-
cia está estruturada e como ela funciona, como se organiza,
como se manifesta e como evolui nas múltiplas dimensões da
realidade, em suas múltiplas experiências, vidas e tempos.

A holoconsciência é um holoplex, um complexo de energia


e consciência ou, mais especificamente, um complexo
holográfico fractalmente hiperconectado de energia e
consciência.

Aqui vale esclarecer que utilizamos a palavra consciência


com 2 significados e de duas formas diferentes:

Consciência como informação e conhecimento, como algo


que eu sei e conheço. Nesse sentido, dizemos: “Eu estou consci-
ente disto “ (tenho conhecimento); “Eu não tinha consciência
daquilo” (não sabia); “Tudo é feito de energia e consciência”
(informação).

E consciência como o complexo anímico, psíquico, energético


e cognitivo que nos caracteriza e por meio do qual nós, pessoas,
nos manifestamos. Então dizemos: “A consciência humana
é um complexo de energia e informação” (o ser humano); “A
nossa consciência é uma estrutura sistêmica que engloba um
conjunto variado de personalidades“ (psiquismo).

É esse complexo energético, consciencial e holográfico, que


se organiza e se manifesta como uma rede holodistribuída,
que chamamos holoconsciência, e que iremos estudar a
seguir.

151
A consciência integral
A holoconsciência é a consciência humana integral, o holon
humano total, holodimensional. Em palavras simples, somos nós
em pessoa, por completo, inteiros e com todos os espaços, tempos,
corpos e dimensões.

Assim como o Holos, a holoconsciência é um complexo integral


e integrado e pode ser percebida, experimentada ou representada
pelas mesmas 3 perspectivas, ou seja, como energia, consciência
e essência.

Do ponto de vista de energia, a holoconsciência pode ser vista


como um sistema de estruturas dinâmicas, hardwares energé-
ticos integrados ou holocampo. Do ponto de vista de consciência,
a holoconsciência humana pode ser vista como um sistema de
funções inteligentes, softwares conscienciais conectados em rede
ou holomatriz. E, do ponto de vista de essência, a holoconsciência
pode ser vista como um complexo de conteúdos qualitativos (sig-
nificados, valores, propósitos, intenções, amor, vontade e senso de
identidade) comandado pelo usuário final (Eu), aquele que se utiliza
de hardwares e softwares para vivenciar a experiência de ser/estar
humano.

Em resumo, o holoplex da consciência humana é um conjunto


de hardwares energéticos e softwares conscienciais fractalmente

152
hiperconectados em rede sob o comando holocentralizado do Eu, a
força inteligente holopresente que dirige, organiza, ordena, integra
e sintetiza a experiência da holoconsciência durante toda a sua
existência, neste e em outros tempos e mundos.

A consciência humana, como tudo o mais que existe no Holover-


so, está sujeita à influência dos 9 principais holofluxos que regem
o Holos, ou seja, ela é um reflexo do Todo (holoscópica), está em
constante movimento cíclico (holokinética), em conexão ressonante
com Tudo (holossonância), em contínuo processo de mutação evo-
lutiva (holomutação) e autorregulação existencial (holokármica). A
holoconsciência é uma estrutura sistêmica holográfica que se ma-
nifesta fractalmente em múltiplas dimensões simultâneas, cocria
a sua realidade (holoplásmica) e tende para a unidade-totalidade
(holotrópica) a fim de transcender (holoscendência) para o próximo
estágio do processo evolutivo. Em suma, a consciência humana
está em holossíntese.

Para estudarmos a holoconsciência, voltemos ao holomapa.


Nesta versão (holográfico 5.1), as 9 dimensões estão concentrica-
mente organizadas, compactadas e subdivididas em holocentro,
hiperconsciente, consciente, subconsciente, infraconsciente e
inconsciente coletivo (familiar, étnico, humano e trans-humano).

Como será possível perceber nos próximos capítulos, existe


uma correlação entre as dimensões e os sistemas, corpos, chakras,
ondas cerebrais, funções, conteúdos, estados essenciais e estágios
do processo de holossíntese.

Observemos que, nesta versão do holomapa, as linhas que


separam os campos dimensionais da holoconsciência aparecem
pontilhadas. Isso ocorre para nos lembrar que as dimensões são
altamente voláteis, interativas, entrelaçadas e “hipermeáveis” umas
às outras, e que os limites entre elas são bastante fluidos e relativos.
E não deixa de ser também uma maneira de reforçar a ideia de que
a consciência é um sistema holográfico em hipercâmbio com toda
a humanidade e com todo o Holos.

153
Consciente
O campo consciente é o espaço-tempo que abrange todas as coisas
das quais estamos conscientes, ou seja, tudo o que nós conhece-
mos, sabemos, lembramos e utilizamos conscientemente.

O campo consciente contém as informações básicas que usamos


para funcionar no dia a dia, ou seja, para conversar, trabalhar, para
nos relacionar, nos organizar e nos planejar. São pensamentos,
sentimentos, memórias, sensações, intuições, imagens e percep-
ções que estão disponíveis e acessíveis na gestão íntima do nosso
cotidiano.

O campo de consciência individual pode ser associado à memória


RAM (Random Access Memory) dos computadores. Segundo a Wi-
kipédia, memória RAM é um “circuito integrado de memórias ale-
atórias e voláteis utilizadas nas operações funcionais básicas dos
computadores”. Analogamente, o campo de consciência individual
pode ser definido como um campo (circuito integrado e modular)
de memórias aleatórias e voláteis (memórias funcionais e de curto
prazo) utilizadas nas operações funcionais básicas da consciência
humana.

“Ao redor” do campo de consciência individual, existem os


múltiplos campos de consciência coletiva (que não aparecem no
holomapa para evitar o excesso de informação visual numa mesma
imagem). Os campos de consciência coletiva são os campos de
conhecimento grupal, ou seja, contêm um conjunto (nuvem) de
informações, símbolos, memes, memórias, crenças e programas
que estão conscientemente acessíveis para serem utilizados por
determinado grupo, que pode ser uma família, uma organização,
uma nação, uma etnia ou toda a humanidade.

154
Holomapa
Dimensões da consciência

holocentro
(essência)

hiperconsciente

consciente

subconsciente

infraconsciente

inconsciente familiar

inconsciente étnico

inconsciente humano

Holográfico 5.1 inconsciente trans-humano 155


O campo de consciência coletivo sempre será maior do que o
campo individual. Por outro lado, mesmo o campo de consciência
de toda a humanidade é menor do que o campo do inconsciente
individual, isto é, toda a informação acumulada por toda a huma-
nidade durante toda a sua história neste planeta ainda é menor do
que o campo do inconsciente de apenas 1 indivíduo.

Os conteúdos do campo consciente estão relacionados com


os sistemas de gestão da consciência, com todos os corpos (em
especial, o mental e o causal) e com todos os chakras (em especial,
o terceiro e o quarto).

Inconsciente
O campo do inconsciente individual corresponde a todo o espaço-tem-
po que contorna e que extrapola o campo de consciência. O incons-
ciente individual está dividido em 3 camadas principais: infracons-
ciente, subconsciente e hiperconsciente. Em comum entre elas está
o fato de todas serem campos que contêm conteúdos e programas
não conscientes, ou seja, material que está fora do campo de cons-
ciência ordinário pessoal.

Cada uma das camadas do inconsciente inclui conteúdos ener-


gético-conscienciais (memórias e programas) de diferentes tipos,
qualidades, funções e frequências vibratórias.

O hipercâmbio entre as várias camadas do inconsciente e o


campo de consciência acontece por meio de um fluxo energético
constante que trafega em todos os sentidos, direções e tempos.
Todos esses campos estão hiperconectados em rede, são permeáveis
e fractalmente ressonantes entre si, trocando conteúdos de forma
holodinâmica.

Se o campo de consciência pessoal equivale à memória RAM, o


campo do inconsciente pessoal corresponde ao HD (Hard Disc). O
HD (inconsciente pessoal) contém a nossa história, a nossa bio-
grafia individual, e hospeda os programas e memórias de médio e
longo prazo.

156
O nosso inconsciente sabe muito mais do que nós, e muito mais
do que imaginamos. Sua capacidade de armazenagem é infinita-
mente superior à capacidade de armazenagem e processamento do
campo de consciência. Ele reúne todos os pensamentos, sensações,
emoções, impulsos, desejos, vontades, imagens, intuições, sonhos,
necessidades, percepções e experiências acumuladas em cada na-
nossegundo de toda a nossa vida. E não para por aí, já que a cons-
ciência humana também não para por aqui: ela passa por diversas
experiências, ou vidas, não só no planeta Terra, mas em vários
outros planetas, tempos e dimensões ao longo da sua existência.

Imagine a quantidade de informações acumulada apenas numa


vida; agora imagine várias vidas, em vários planetas e em várias
dimensões. É quase impossível calcular a imensidão de informa-
ções registradas nesse banco de dados da holoconsciência; mas é
possível estimar que o nosso cérebro, ainda que subutilizado, não
teria capacidade suficiente de armazenar tal quantidade de dados
(holobytes).

Por esse motivo, existe outro aparato de memória acoplado ao


nosso cérebro físico, uma espécie de HD Externo, igual aos que
conectamos aos computadores. O HD Externo é repleto de chips
holográficos (holochips) e cumpre a função, entre outras, de ar-
mazenar as memórias holográficas da nossa existência integral.
Esse aparato sutil acoplado ao cérebro é o hipercérebro, o cérebro
virtual, sobre o qual falaremos mais adiante.

Infraconsciente
O infraconsciente é o campo da holoconsciência onde está alocado
o material pré-pessoal da infância, e também os programas que
fazem a gestão das principais funções biológicas e vegetativas.

O infraconsciente armazena instintos, impulsos, programas


arcaicos e memórias rudimentares. É no infraconsciente que as
memórias dolorosas da gestação e da infância, que não foram de-
vidamente processadas, são arquivadas. Embora “enterradas” fora
do campo da consciência, tais lembranças não estão mortas. Como

157
um hipercomplexo energético-consciencial, esse material psíquico
não pode ser deletado; ainda que invisível, permanece magnetiza-
do na espera do momento adequado para se manifestar, seja nesta
vida ou em outra.

Boa parte do material psíquico esquecido, abandonado, rejei-


tado, reprimido, recalcado, alienado e dissociado converte-se em
complexos, traumas e bloqueios, e se aloja no infraconsciente.
Isso significa dizer que uma parcela considerável dos distúrbios,
das disfunções, das síndromes e dos transtornos psicopatológicos
(como fobias, pânicos, manias, obsessões, fixações, pulsões e
compulsões) tem sua origem nesse campo sombrio, pantanoso e
obscuro. Esse material desprezado, mas vivo, atinge o corpo físico
por meio de psicossomatizações de todos os tipos, influenciando,
inclusive, a formatação do caráter (biotipo psicológico) e das estru-
turas musculares (biotipo físico).

A holoconsciência é uma rede matricial, e a relação entre a es-


trutura consciencial, a energética, a mental, a psicológica, a física,
a orgânica, a muscular, a celular, a atômica e a subatômica é total.

O infraconsciente está, portanto, fortemente associado às


experiências pré-pessoais do passado (pré-concepção, concep-
ção, gestação, parto, período perinatal e infância), incluindo as
memórias genealógicas, genéticas e filogenéticas (ancestrais). Está
relacionado com os sistemas da consciência, com todos os corpos
(em especial, o energético, o físico e o emocional) e com todos os
chakras (em especial, o chakra 0 e o primeiro).

É importante enfatizar que os conteúdos do infraconsciente, muitas


vezes chamado “porão da consciência”, não são apenas negativos ou
traumáticos. Entre os escombros, a poeira, as teias e as sombras desse
porão há também raridades valiosas que lá foram abandonadas. Ao
curarmos nossos traumas passados, transformamos o material do
qual não mais necessitamos e, ao mesmo tempo, libertamos todas as
“coisas boas” que estavam energeticamente presas nesse complexo.
O processo de cura psíquica libera energias bloqueadas e aumenta o
fluxo energético do sistema integral da consciência, possibilitando,
assim, a restauração da unidade perdida da psique.

158
Freud (Psicanálise) e Reich (Bioenergética) foram dois grandes
exploradores dos subterrâneos da consciência humana, e tinham
no infraconsciente um de seus focos de trabalho.

Subconsciente
O subconsciente é um campo da holoconsciência acessível e
“próximo” ao campo de consciência. Ele envolve o campo conscien-
te com material latente, pré-consciente, à espera de uma oportuni-
dade para se manifestar no palco central da consciência.

No subconsciente está alocada uma infinidade de conteúdos:


funções automáticas, programas subliminares, reflexos condicio-
nados, memes e mecanismos de defesa programados na forma de
crenças, estereótipos, clichês, regras, rotinas, doutrinas, precon-
ceitos, dogmas, tabus, tradições, costumes, hábitos, convenções
sociais, idealizações, expectativas, fantasias, bloqueios energéti-
cos, condicionamentos culturais, familiares, religiosos e psíquicos,
modelos mentais, visões de mundo, padrões de comportamento e
máscaras psicológicas.

Apesar de estarem fora do campo consciente, boa parte da nossa


vida psicológica e comportamental é regida pelos programas insta-
lados no subconsciente. Os scripts subliminares do subconsciente
são algoritmos psicoenergéticos, fórmulas de ser, ver, pensar, sentir,
imaginar e agir. Eles ficam dinamicamente entrando e saindo
do campo consciente, com intensidade e frequência variáveis
conforme nosso grau de autoconsciência e autodomínio. Alguns
desses programas são facilmente perceptíveis e acessíveis; outros,
nem tanto: podem ser tão antigos, estar tão enraizados, que se
aproximam do infraconsciente.

A maioria dos conteúdos do subconsciente é instalada em nossa


consciência durante a gestação, a infância e a adolescência; mas
mesmo na fase adulta esse processo continua a ocorrer. Uma vez
instalados no sistema de gestão operacional da holoconsciência,
esses programas continuam “rodando” automaticamente, até que
sejam “hackeados” (desprogramados).

159
Esses programas atuam em rede e hiperconectados ao sistema
energético (corpos e chakras) e aos sistemas da consciência (bioló-
gico, sensorial, emocional, mental, memórias etc.). Todas as vezes
que surgem situações de risco – reais ou imaginárias, percebidas
ou aprendidas –, gatilhos automáticos são disparados em série e
scripts sinápticos condicionados percorrem a rede neural, acionan-
do os mecanismos instantâneos de resposta do organismo: luta ou
fuga.

Como podemos verificar no holomapa, o campo do subconscien-


te envolve todo o campo consciente, o que lhe confere a função de
fazer a hiperface com o infraconsciente. Os conteúdos do subcons-
ciente estão relacionados com os sistemas de gestão da consciência,
com todos os corpos (em especial, o emocional e o mental) e com
todos os chakras (em especial, o segundo e o terceiro).

Um dos grandes ícones da pesquisa do subconsciente foi o fi-


siologista russo Ivan Pavlov, cuja extensa pesquisa com cachorros
levou à teoria do condicionamento, que deu origem à Psicologia
Comportamental (Behaviorismo). Segundo Pavlov, os condiciona-
mentos psicológicos são em parte inatos e em parte aprendidos
durante a vida por intermédio da família, da escola e da sociedade.
São principalmente os condicionamentos aprendidos que se alojam
nas teias invisíveis do subconsciente.

Hiperconsciente
O hiperconsciente é o campo da holoconsciência onde estão alocados
os nossos recursos hiperdimensionais, como as hiperfunções
parapsíquicas (telepatia, telecinesia, mediunidade, clarividência,
clariaudiência); as inteligências múltiplas; a ética, a criatividade;
os dons artísticos, científicos, místicos, filosóficos e intelectuais; e
os conteúdos hipersensoriais (visões, insights, revelações, sonhos
lúcidos, imagens psicodélicas e sincronicidades).

160
Conforme desenvolvemos a hipercepção e avançamos na
espiral da evolução da consciência, naturalmente começamos a
acessar essas informações hiperdimensionais com mais facilidade.
Podemos acessá-las voluntariamente, elevando nossa vibração
e ampliando nossa consciência por meio de práticas meditativas
ou de exercícios holoenergéticos, por exemplo. Ou elas podem ser
descarregadas espontânea e inesperadamente em nosso campo
de consciência por intermédio de intuições, inspirações, sonhos e
experiências fora do corpo. Possíveis conteúdos dessa natureza são
as memórias retrocognitivas (de vidas passadas e do período entre
vidas) e pré-cognitivas (de possíveis futuros).

Os conteúdos hiperconscientes são muito voláteis e surpre-


endentes, e nem sempre é fácil gerenciá-los no momento em que
brotam no campo consciente. Quando isso acontece de forma
abrupta, pode disparar o processo conhecido como emergência
espiritual, que ocorre na medida em que o campo de consciência é
inundado por material do hiperconsciente, gerando uma sobrecar-
ga energética, uma espécie de overdose de conteúdos psicológicos e
espirituais na consciência. Esse fenômeno pode causar desequilí-
brio emocional em pessoas cuja estrutura biopsicoenergética não
esteja devidamente preparada para receber tal fluxo hiperpsíquico.
Daí a necessidade e a importância das práticas e das disciplinas
energético-conscienciais. Elas funcionam como um anteparo, um
guard-rail que nos protege de desvios, recaídas e ilusões ao longo
do caminho do desenvolvimento espiritual.

Os conteúdos do hiperconsciente estão relacionados com os


sistemas de gestão da consciência, com todos os corpos (em
especial, o espacial, o luminal e o sonoro) e com todos os chakras
(em especial, o quarto, o quinto, o sexto e o sétimo).

Alguns estudiosos que poderíamos citar por sua contribuição


para a pesquisa do hiperconsciente são William James, Abraham
Maslow, Roberto Assagioli, Carl Jung, Sri Aurobindo, Stan Groff,
Timothy Leary, Michael Newton e o brasileiro Waldo Vieira.

161
Holocentro
O holocentro é a essência, o campo holoconsciente onde estão
alocados os nossos recursos, qualidades, programações e poten-
ciais energético-conscienciais mais elevados, sublimes, holísticos
e essenciais. Tudo o que há de bom e de melhor, sutil e superior no
ser humano habita e pulsa a partir da essência, incluindo nossos
valores espirituais, propósitos existenciais, intenções, criatividade,
vontade e amor.

O holocentro é o centro holográfico da holoconsciência. É uma


espécie de centro de gravidade virtual onde o Eu (o gestor da holo-
consciência) se hospeda e se hiperconecta ao EU (o gestor do Holos)
e ao eu (o gestor da holopersonalidade) para conduzir a holossínte-
se da consciência humana.

O holocentro é, portanto, o QG (“quartel-general”), o centro


virtual de holossíntese, o jardim essencial que hospeda as 3 di-
mensões do Eu. Apesar de simbolicamente representado no centro
da holoconsciência, o holocentro não tem uma localidade nem
uma temporalidade fixa, determinada, estática. Seus conteúdos,
estados e funções essenciais estão holograficamente refletidos
e fractalmente hiperconectados em rede por todas as células e
todos os campos, sistemas, corpos, dimensões, tempos e holons da
consciência.

Por consequência, o holocentro (essência), com o qual conscien-


temente nos identificamos sempre que vibramos no holomodo,
está holo-refletido, holo-distribuído e holo-presente em tudo. Assim,
a configuração arquitetônica, organizacional e funcional da holo-
matriz é holodistribuida (holocentralizada): todos os seus holons
são centros holográficos, estão hiperconectados com todos e se
influenciam mutuamente de forma integralmente distribuída. E,
mesmo que os holons, holarquicamente organizados, não estejam
equanimemente ativados e exercendo igualitariamente seu poder
energético de conexão e influência, não deixam de possuí-lo, ao
menos potencialmente. Ou seja, todos os holons que compõem a

162
Eu

EU

eu

Holográfico 5.2 163


holomatriz da consciência humana estão em ressonância com
a essência e são holocentros de energia e consciência ativos e/ou
potenciais.

O campo holoconsciente (holocentro) pode ser associado


também ao nosso projeto de futuro. Partimos do princípio de que
o ser humano caminha sempre no sentido de sua evolução e da
completa realização dos seus potenciais integrais (princípio holo-
trópico); sendo assim, é natural que ele caminhe, cedo ou tarde, na
direção dos projetos de cunho superior para esta vida, ou série de
vidas, instalados no holocentro.

Os conteúdos holoconscientes estão relacionados com todos


os sistemas de gestão da consciência, com todos os corpos (em
especial, o essencial) e com todos os chakras (em especial, os
chakras 0 e 8). No capítulo Holoidentidade, estudaremos com
mais detalhes os conteúdos, os estados e as funções essenciais do
holocentro.

164
Inconsciente Coletivo
Além do campo inconsciente individual, existem os diversos
campos do inconsciente coletivo, como o inconsciente de uma
família, de uma organização, de uma comunidade, de uma etnia,
de toda a humanidade e até mesmo de entidades trans-humanas,
extraterrestres. Se todos esses grupos têm um campo de consciência,
é natural que também tenham um campo inconsciente, e muito
maior, por sinal.

Seguindo a analogia, se o campo de consciência pessoal é a


memória RAM e o inconsciente pessoal é o HD, podemos dizer
que o inconsciente coletivo equivale ao conceito computacional
de nuvem, o espaço-tempo virtual onde todos as memórias-
-programas-memes ficam coletivamente armazenados para serem
acessados por toda a rede.

O inconsciente coletivo da espécie humana armazena conteúdos


energético-conscienciais que se referem a toda a humanidade.
Esses conteúdos, tanto ancestrais como atuais e atemporais, são
transmitidos genética e memeticamente de geração em geração
ao longo da história. Porém, devido à sua profundidade, eles
permanecem na nuvem, fora do campo de consciência individual,
embora estejam acessíveis. Esses conteúdos simbólicos e sintéticos
foram chamados de arquétipos por Jung, o criador do conceito de
inconsciente coletivo, e são eles que dão origem a muitos dos mitos,
tradições, costumes e lendas de nossa cultura.

No holomapa, os limites das dimensões do inconsciente coletivo


aparecem em torno do holocampo pessoal. Seus conteúdos estão
relacionados com todos os sistemas, corpos e chakras.

165
Entenda os Termos
*Hipermeável: permeabilidade hiperdimensional.

*Hipercâmbio: intercâmbio hiperdimensional.

*Holobyte: byte holográfico. O holobyte é uma unidade holográ-


fica hipotética que mensura a capacidade de armazenamento de
dados (bytes) holográficos da memória.

*Holochip: chip holográfico. O holochip é o chip holográfico que


armazena holobytes de memórias holográficas. Os holochips estão
instalados no hipercérebro (paracérebro), o cérebro hiperdimen-
sional que se situa no psicossoma (corpo emocional) e funciona
acoplado ao cérebro físico.

*Hiperface: interface hiperdimensional.

*Hiperfunção: função hiperdimensional, parapsíquica.

*Hipersentido: sentido extrassensorial.

*Neologismos da HoloSíntese (Veja mais definições no Holodi-


cionário, no final do livro.)

166
Sumo

O complexo holográ-
fico da consciência humana
(holoplex) é um holossistema ener-
gético-consciencial hiperdimensional.
Cada dimensão da consciência vibra numa
frequência, tem diferentes conteúdos e realiza
diferentes funções, mas todas as dimensões
estão fractalmente integradas, sincronizadas
e hiperconectadas entre si. O holocentro é o
centro de gravidade virtual holodistribuído
a partir do qual o Eu, hiperconectado
ao eu e ao EU, comanda a holo-
-rede e o processo de síntese da
holoconsciência.

167
Holo

168
campo
... campos dentro de
campos dentro de
campos dentro de ...

169
Somos e vivemos envoltos por infinitos campos de energia e in-
formação. Um átomo, uma célula e uma molécula são campos.
Um cristal, um rio, uma floresta e um gato são campos. Os
genes, o DNA, os organismos e os corpos são campos. Uma
pessoa, uma família, uma empresa e uma galáxia são campos.
As emoções, as ideias, os memes e até os sonhos são campos.
Tudo que há no Holos emite ondas de som, de luz e formas
geométricas. Tudo que há no Holos é um campo de energia
e informação. Tudo que há no Holos, em algum nível, vibra,
pulsa, respira e irradia vida. Esses campos dentro de campos
dentro de campos se hiperconectam por meio de infinitos fios
invisíveis por onde holofluxos de energia e informação viajam
hiperligando tudo a todos e costurando a trama do tecido vi-
bracional do holocampo.

Quando nos percebemos como campos que vibram frac-


talmente conteúdos holográficos de múltiplas qualidades e
frequências, a nossa perspectiva sobre a vida, sobre as relações
humanas, a sociedade, a cultura e sobre os nossos processos de
desenvolvimento pessoal e grupal podem mudar radicalmente.

Ser e vibrar como um campo de energia e informação tem


várias implicações. Uma delas, para citar apenas aquela que
talvez seja a mais contundente, é a de que todos os nossos
pensamentos, sentimentos, sensações, desejos, imaginação,
intuições, intenções e vontades, conscientes ou inconscientes,
geram constantemente ondas de energia, partículas de infor-
mação e quantuns de intenção que saltam pelo espaço-tempo,
e para além dele, interagindo com outros campos em múltiplas
dimensões simultâneas. Ou seja, estamos em hiperconexão
permanente com os infinitos campos de manifestação que nos
envolvem, e que são envolvidos por nós, através de infinitas
frequências de ressonância eletro-magnética-quântica.

O resultado da interação hiperdimensional on-line e em


tempo real entre essas esferas-campos vibracionais somos nós
mesmos, a nossa vida e a hiper-realidade que criamos para

170
nós. As vibrações que emitimos ressoam em looping quântico
pelo Holoverso e, cedo ou tarde (às vezes instantaneamente),
com mais ou menos intensidade (às vezes explosivamente),
refletem-se de volta para nós, como num jogo de espelhos
(princípio holokármico). Assim, nosso senso de ética para com
o Todo (holoética), para com o planeta em que vivemos, para
com a natureza e para com as demais pessoas-campos
transcende a linearidade das convenções sociais, morais e cul-
turais, e vai muito além daquilo que usualmente consideramos
a nossa esfera de atuação, influência e responsabilidade.

Como cidadãos cósmicos (holocidadãos), o impacto de


nossa participação na construção e na transformação da co-
munidade global é muito mais amplo do que imaginamos, e
vice-versa, já que o impacto que recebemos dos campos-redes
aos quais estamos hiperconectados é muito maior do que
supomos. Ainda que não tenhamos consciência desse fato,
nossos rastros energético-conscienciais ecoam fractalmente
pelos campos que compõem o Holos, e toda vez que vibramos
emoções e pensamentos de determinada natureza, os ressoa-
mos para todos os níveis. Por exemplo, se vibrarmos violên-
cia, estaremos alimentando o campo da violência no Cosmos,
na Terra, em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa casa
e em nós mesmos. E toda vez que transmutarmos pensamen-
tos e sentimentos negativos dentro de nós, estaremos emitindo
ondas de harmonia para toda a rede.

A dinâmica de interação entre os campos nos mostra de


forma explícita a hiperdependência que há entre todas as
coisas, todas as pessoas e todos os processos do mundo. Tudo
que acontece no universo, em algum nível, em algum tempo e
em alguma intensidade nos afeta e tem algo a ver conosco. Por
isso dizemos que o estado do mundo atual não é diferente do
nosso estado interno e das forças que vibram dentro de nós. O
externo e o interno são reflexos dinâmcos um do outro. Somos
corresponsáveis por tudo e cocriadores de tudo. Tudo o que
existe nos afeta e nos cocria.

171
Holocampo

172 Holográfico 6.1


173
O campo integral
O holocampo é um meio ambiente energético, um ecossistema
informacional, um complexo de kis e kons, um fractal do espaço
e do tempo, uma rede hiperdimensional de relações, interações,
fruições e fluições.

O holocampo é o nosso campo energético integral. É um campo


holográfico de recursos (força, potência, potencial, fluxo, ki, kon) e
estruturas energéticas (corpos) que compõem a plataforma vital da
holoconsciência.

Para se manifestar nos múltiplos planos de realidade, a nossa


consciência necessita de uma estrutura hiperdimensional que
lhe dê suporte. O holocampo é essa hiperplataforma energética
através da qual nossos múltiplos corpos, ou veículos de manifesta-
ção podem se expressar.

O holocampo é uma bolha de energia e informação, uma espécie


de casa energética que nos envolve, nos protege, nos acolhe, nos
alimenta e viabiliza a nossa manifestação como seres humanos. É
um ambiente criativo, uma rede interativa e um ecossistema nu-
tritivo onde a vida e a consciência são geradas, gestadas e geridas.

Também chamado aura e holosfera, o holocampo humano é um


campo elétrico, magnético e quântico. O fluxo elétrico que percorre
nosso organismo está associado aos pensamentos, enquanto o
campo magnético se relaciona com emoções, sensações, neces-
sidades e desejos; o campo quântico, por sua vez, tem a ver com
imaginação, intuição, criatividade, karma e espiritualidade. Todos
esses campos, tipos de energia e seus respectivos conteúdos estão
hiperconectados através de uma malha invisível de hiperlinks e
hipercanais.

Em seu livro Core Energetics (1987), John Pierrakos descreve


assim o campo humano:

174
A aura de uma pessoa saudável é como um invólucro nebuloso [...] que
envolve o corpo e se espalha para fora dele. Sua condição geral está re-
lacionada ao metabolismo de energia do organismo, de forma que suas
características variam com a produção de calor, o nível de atividade,
a excitação emocional, o ritmo e a qualidade da respiração. O próprio
nome vem da palavra grega aúra, que significa brisa. A pessoa parece
nadar nela, como que em um mar f luido tingido ritmicamente de cores
brilhantes que mudam constantemente de tom, brilham e vibram. Pois
estar vivo é ser vibrante e cheio de cor.

O holocampo nos acompanha por toda a vida, e a cada nova


vida neste planeta, ele se renova. É nesse campo hiperdimensional
repleto de sons, formas, imagens, cores e luzes que jogamos com
o nosso destino, com nosso futuro, com nossas possibilidades e
circunstâncias.

O holocampo é, simultaneamente, acolhedor e gerador do


conjunto holográfico de corpos que todos nós possuímos, e que
chamamos holossoma. Cada um dos nossos vários corpos gera
fractalmente seu próprio campo de energia e informação, e juntos
eles compõem o holocampo.

Características
Nosso campo energético se comporta como um ecossistema holo-
diverso dentro do qual convivem os múltiplos corpos e uma grande
variedade de manifestações energético-informacionais de diversas
dimensões, tempos e origens, e com variadas características.

A nossa holosfera pessoal não é um campo vibracional homogê-


neo; ao contrário, é um campo potencial de multiversidades, uma
sociedade de polaridades dinâmicas, uma multidão de forças em
que cada uma atua como um vetor que aponta para uma direção
com intensidade, propósito e consciência determinados. É da nossa
habilidade em identificar, sintonizar, equalizar, neutralizar, sincro-
nizar e sintetizar harmonicamente essas múltiplas energias que
resulta o nosso estado de equilíbrio integral (homeostase).

175
Porém, na maior parte do tempo e na maioria das vezes, estamos
pouco conscientes dos elementos que habitam o nosso holocampo.
As dificuldades e os desencontros na vida e nas relações são em
grande parte fruto do desconhecimento e da pouca habilidade
em gerir essas forças psicoenergéticas que atuam com relativa
autonomia dentro de nós mesmos. Até que as identifiquemos e as
equalizemos, provavelmente seremos reféns da atuação quase livre
dessas subpartes energéticas.

O que dificulta a tarefa de autoconhecimento e autodomínio é


o fato de cada uma dessas forças vibrar numa frequência diferente
e de todas vibrarem juntas no invisível, conectando o interior com
o exterior. Sem uma pesquisa pessoal e um trabalho contínuo de
atenção, auto-observação e autogestão energética, dificilmente
superamos essa condição.

Como o holocampo é uma hipermanifestação ampliada do


estado íntimo da consciência, o holoterapeuta, ao escaneá-lo de
maneira multidimensional (leitura da aura), pode identificar o
perfil energético-consciencial de uma pessoa, que inclui o seu
padrão vibratório essencial, suas qualidades, seus potenciais, suas
tendências kármicas, suas fragilidades, seus padrões psíquicos e
todas as interferências vindas do mundo externo, dos campos com
os quais ela está hiperconectada.

Campos devidamente equalizados, limpos, balanceados e


protegidos facilitam a interação, a expressão e a manifestação da
nossa essência, ao passo que um campo desorganizado, vulnerável
e intoxicado dificulta o nosso processo evolutivo.

Os desequilíbrios da holoconsciência (físicos, energéticos, psi-


coemocionais, mentais e espirituais) relacionados, por exemplo,
a estresse, traumas, doenças e vícios estão integralmente regis-
trados no holocampo pessoal e coletivo como memórias holográ-
ficas. Essas memórias, quando patológicas, consomem recursos
energéticos e conscienciais do sistema integral e bloqueiam o
livre fluxo da corrente de energia e informação que trafega pelo
holocampo.

176
Holocampo

Holográfico 6.2 177


Essas situações causam um amplo espectro de anomalias
no tecido sutil (holoplasma) do campo pessoal. Furos, rasgos e
manchas são os mais comuns, e fazem com que o campo fique
lento, denso, embaçado, disforme, saturado, sem cor, sem brilho e
sem luminosidade. Esse desequilíbrio sistêmico causa vazamento
de energia e queda da carga (voltagem) da consciência, que vibra
aquém do seu potencial, ficando refém dos seus padrões automáti-
cos e mais vulnerável às influências externas.

Leiamos as palavras do emérito professor de ciências da Univer-


sidade de Stanford, Willian Tiller, em seu livro Science and Human
Transformation (1997) – citado por David Lapierre e Peggy Dubro
em Evolução elegante (2007) –, ao se referir aos desequilíbrios do
nosso campo eletromagnético:

Quando há desequilíbrios em nível biológico, para que a homeostase


seja restabelecida é preciso fazer ajustes nos desequilíbrios químicos
em nível eletromagnético. Os desequilíbrios em nível magnético exigem
ajustes em nível etérico; desequilíbrios em nível etérico exigem ajustes
em nível emocional; desequilíbrios em nível emocional exigem ajustes
em nível mental; desequilíbrios em nível mental exigem ajustes em nível
espiritual.

Nesse modelo, a organização em um nível de realidade é influenciada e


determinada pelo nível superior de realidade. Em particiular, a realidade
biológica está sob a influência organizacional do campo eletromagnético.

Propriedades
Além das propriedades regidas pelos 9 holoprincípios, nosso campo
integral de energia e informação apresenta outras propriedades
específicas, que são como variações das principais. Destacamos
algumas delas.

Hiperplasticidade – O holocampo é um campo elástico,


resiliente e hiperplástico, ou seja, é um campo que passa por
processos de hipermutação (mutação hiperdimensional),

178
adaptação evolutiva e reconfiguração sistêmica, mudando assim
a sua forma, o seu padrão vibratório e o seu modelo de organiza-
ção (topologia). Ele pode se expandir ou se contrair, pode adquirir
infinitas formas, mimetizar-se, autoclonar-se, autorreplicar-se,
multiplicar-se, agrupar-se, fundir-se, dividir-se, subdividir-se,
sintetizar-se e fractalizar-se em múltiplas dimensões e tempos
simultâneos.

Hipermemória – O holocampo é um campo de memórias,


isto é, contém registros hiperdimensionais e hipertemporais que
integram, simultaneamente, passado, presente e futuro. Essas
memórias estão quanticamente hiperconectadas entre si formando
uma espécie de roteiro não linear da nossa história individual e
coletiva. Cada holon é um campo de acesso à nossa holomemória, a
memória holográfica integral.

Hiperconectividade – O holocampo é um campo de hiperco-


nexões e inf luências, isto é, se hiperconecta e inf luencia todos
os outros campos através do Hiperespaço (fora dos limites do
continuum espaço-tempo e acima da velocidade da luz) por meio
de hiperlinks quânticos. Cada campo, cada holon, cada célula,
cada molécula, cada átomo e cada unidade de ki e kon é um
hiperlink (ponto nodal interdimensional de hiperconexão) com
os demais campos. Na visão de Lapierre e Dubro, apresentada
no capítulo “Rumo a um novo paradigma” de Evolução elegante,
temos que:

Navegar por geometrias interligadas dentro do espaço superior torna-se


um processo interdimensional. A chave para conectar elementos di-
mensionais diferentes é encontrar ou estabelecer os elos, os caminhos,
os circuitos ou os portais que naturalmente ligam as geometrias har-
moniosamente – em ressonância. A consciência navega por e permeia
essas camadas geométricas de toda a existência. Esses caminhos são as
frequência naturais, as frequências vitais, as janelas mágicas, os pontos
nodais interdimensionais [...] que permitem que energias e informação
circulem entre as dimensões. As qualidades necessárias para ter acesso
a esses canais de comunicação são a sintonia e a coerência do sistema
como um todo

179
Essa hiperdependência entre os vários campos afeta diretamen-
te nossas vidas. Ao estudarmos os campos coletivos (redes sociais)
nos quais estamos inseridos – como, por exemplo, o campo do país,
da cidade, do bairro, da escola ou do prédio onde moramos –, per-
cebemos que influenciamos e somos influenciados por esses vários
campos ao mesmo tempo e em diferentes graus de intensidade.
A troca hiperdimensional, ou hipercâmbio, em nível consciente,
subconsciente, infraconsciente ou supraconsciente, é contínua,
recíproca e simultânea. Ou seja, somos o que somos não só pelo que
somos internamente, mas também pelo resultado das múltiplas
interações que estabelecemos externamente, em múltiplos níveis,
com outros indivíduos e campos sociais.

É fácil perceber uma mudança em nosso holocampo quando, por


exemplo, saímos de uma grande metrópole. Aos nos afastarmos da
“loucura” da cidade, em geral um campo contaminado e com con-
figurações bem definidas, sentimos instantaneamente um alívio,
como se tirássemos um peso das costas. Essa percepção resulta
de um fenômeno real, pois efetivamente aliviamos ou mitigamos o
“peso” do nosso campo pessoal ao deixarmos um campo carregado
e tóxico. Ao nos desconectarmos do campo urbano, aliviamos a
força de sua influência sobre nós, e assim podemos nos desarmar,
sair do estado de estresse e relaxar.

O estresse mantém nosso organismo em constante estado de


alerta, pronto para reagir automaticamente e se proteger dos es-
tímulos ambientais em série que nos atormentam, como violência,
propaganda e poluição (sonora, visual, emocional e energética). O
estresse mantém a nossa vibração baixa, dificultando a conexão
com o nosso centro, com a nossa lucidez e com a nossa força essen-
cial. Fora do nosso eixo, somos presas fáceis dos campos coletivos,
vítimas da cultura dominante e reféns do passado, das convenções
condicionadas e repetitivas.

Portanto, pesquisar a configuração dos campos com os quais


interagimos (família, escola, empresa, igreja, clube, partido, país,
cidade etc.) é um exercício fundamental no processo de autoconhe-
cimento, autoproteção, autotransformação e autodomínio pessoal.

180
Holosfera
Estamos envoltos, envolvemos e interagimos simultanemante com
uma miríade de campos energéticos de todos os tipos.

O holocampo, que também chamamos de holosfera, abrange esses


diversos tipos de campos ou esferas de manifestação da realidade
e sua riquíssima e ampla variedade de qualidades vibracionais.
Vejamos algumas dessas esferas com as quais nos relacionamos.

Fisiosfera: a esfera material e física.

Fitosfera: a esfera do mundo vegetal, da natureza.

Biosfera: a esfera da vida.

Psicosfera: a esfera das emoções, dos sentimentos, dos desejos e


das necessidades.

Noosfera: a esfera dos pensamentos e da mente global.

Energosfera: a esfera energética.

Imagosfera: a esfera das imagens.

Luxfera: a esfera da luz.

Audiosfera: a esfera do som.

Sociosfera/Antroposfera: a esfera das relações humanas, das


interações e das redes sociais, culturais e políticas.

Etnosfera: a esfera étnica e racial.

Troposfera: a esfera terrestre.

181
Ao compreendermos a natureza das configurações dos múltiplos
campos sociais dos quais fazemos parte, poderemos navegar, inte-
ragir, nos proteger e nos libertar com mais facilidade. Conhecendo
a cultura (memes, valores, princípios e visões, conscientes e incons-
cientes, declaradas e ocultas) da empresa na qual trabalho, poderei
transitar, me comunicar e me posicionar com mais facilidade
em termos de carreira. Decodificando os memes familiares, será
mais fácil me relacionar com cada um dos seus membros e propor
novas formas de interação dentro da constelação familiar exis-
tente. Quando despertamos e nos libertamos do “sistemão”, como
dizemos, podemos atuar como agentes evolutivos autônomos, ou
seja, como um vírus do bem, que subverte o padrão instalado e abre
espaço para uma nova configuração, para um novo sistema e para
uma nova cultura.

Não por outro motivo, as práticas da HoloSíntese focam no


fortalecimento do sistema energético e no desenvolvimento da
hipercepção, habilidade sutil que nos possibilita ler, sentir, ouvir
e decodificar energeticamente o mundo invisível e suas múltiplas
camadas, nas quais os programas e scripts que configuram os
campos, individuais e coletivos, estão instalados. Mas não basta
decodificar; também temos de saber como limpar, neutralizar,
filtrar, equalizar, carregar e descarregar, programar e desprogra-
mar os campos, especialmente o nosso próprio holocampo.

Hiperprogramabilidade – O holocampo é hiperprogramável,


isto é, pode ser programado, desprogramado e reprogramado em
múltiplas dimensões simultâneas por meio de programas, códigos,
símbolos, senhas, comandos, scripts e padrões vibracionais de
todos os tipos.

Podemos programar e desprogramar nosso campo de diversas


maneiras. Na HoloSíntese, utilizamos práticas holoenergéticas e
meditativas específicas para limpar, carregar, modular e proteger
o holocampo, para sincronizar os 9 chakras principais, para ampli-
ficar o fluxo de energia e consciência, e para fortalecer a conexão
com a Terra. Facilitar o processo de programação do holocampo
pessoal e coletivo é uma das funções realizadas pelo sintetizador.

182
Holossoma
Soma é corpo e holossoma é o corpo holográfico integral, o conjunto
de corpos integrados, compactados e hiperconectados.

Como vimos, o Holos é composto de múltiplas dimensões, mas


para que possamos experimentá-las necessitamos de veículos
apropriados. Os corpos são esses veículos, são eles que viabilizam
a nossa manifestação hiperdimensional e é com eles que “navega-
mos” por essas dimensões.

Como diz Ken Wilber em A visão integral:

Os estados de consciência não pairam no ar, suspensos e desencor-


pados. Pelo contrário, toda mente tem seu corpo. Para cada estado
de consciência, existe um componente energético que é sentido como
corporificado, um veículo concreto que provê o suporte real a cada um
desses estados.

O holossoma é, portanto, o sistema integral de corpos, um


complexo de estruturas somáticas que dá sustentação funcional
à manifestação do Eu nas múltiplas dimensões que compõem o
Holoverso. Ou seja, os corpos são os veículos de manifestação
do Eu.

O holossoma é uma estrutura sistêmica hiperdimensional


incrivelmente dinâmica e se aperfeiçoa de acordo com o nosso
desenvolvimento ao longo das muitas vidas, não só na Terra como
em outras dimensões, tempos e planetas.

Cada um desses corpos é um veículo configurado para se mani-


festar numa determinada faixa de frequência de ressonância. Cada
corpo gera ao seu redor um campo vibracional único, e o conjunto
de campos gerados pelo conjunto de corpos (holossoma) forma
o holocampo, o campo integral que engloba todos os campos e
corpos.

183
Assim, podemos dizer que o Eu se hipermanifesta através de
todos os corpos, e a qualidade da sua manifestação será direta-
mente proporcional à qualidade vibracional de cada um dos corpos
individualmente e de todos os corpos unidos em conjunto.

Cada ser humano possui um holossoma e cada holossoma possui


uma “vibração-padrão”, que é a sua frequência holossintética.
Essa frequência é o padrão de ressonância essencial, a assinatura
vibracional individual de uma determinada pessoa-holossoma-
-holocampo. Na prática, isso quer dizer que todos nós temos uma
assinatura energética singular, única, e que resulta da síntese da
frequência de todos os nossos corpos. Essa síntese energético-
-consciencial fractalmente padronizada é o nosso “RG espiritual”,
a assinatura vibracional do nosso Eu.

Diversas tradições espirituais e abordagens de cura trabalham


com diferentes visões sobre a qualidade e a quantidade de corpos
do ser humano.

Na tradição hindu do Yoga, por exemplo, trabalha-se basica-


mente com 3 corpos: físico, astral e causal. Na Conscienciologia,
trabalha-se com 4 corpos: soma, energossoma (energético), psi-
cossoma (emocional) e mentalsoma (mental). Há abordagens que
trabalham com 8, 9, 12 ou mais corpos. Acredito que todas elas
estejam corretas, uma vez que tudo depende de quais critérios são
utilizados na classificação daquilo que descrevemos. Por exemplo,
1 metro pode ser descrito como 1 metro, 100 centímetros ou 1.000
milímetros. A temperatura de ebulição da água pode ser atingida
em 100º quando medida na escala Celsius, ou 212º em escala
Fahrenheit. A holoconsciência humana pode ser representada
com 3, 4, 7 ou mais corpos, dependendo da nossa visão sobre o
que é um corpo.

Na holovisão da HoloSíntese, o holossoma é composto de 9


corpos: energético, físico, emocional, mental, causal, espacial,
luminal, sônico e essencial. No holográfico 6.3 vemos uma
representação simbólica dos 9 corpos descompactados e
descoincidentes.

184
Os corpos

Essencial
Sônico
Luminal

Espacial

Causal

Mental

Emocional

Físico +
Energético

Holográfico 6.3 185


O sistema de corpos pode ser visto como as cordas de um violão.
Cada corda precisa estar afinada para que a música emitida soe
bela. Se uma corda-corpo está desafinada, desativada ou fora da
sua frequência harmônica, a música como um todo soa estranha e
fora de ritmo.

Como cada corpo funciona de acordo com suas características


e funções, para cada um deles é necessária uma afinação ou equa-
lização própria. Corpos limpos, balanceados, equalizados, mo-
dulados à sua frequência essencial e sintonizados, sincronizados,
ressonantes e sinvergentes entre si, criam uma condição favorável
para que o Eu manifeste a totalidade de suas infinitas potenciali-
dades sincronizado ao eu, sobre o qual falaremos no capítulo sobre
Holoidentidade.

A sequência dos corpos se correlaciona também com os estágios


existenciais, de síntese e de consciência (holográfico 6.4) vivencia-
dos pelo Eu ao longo da holospiral, tanto no sentido descendente
(processo de manifestação) como no sentido ascendente (processo
de ascensão).

O primeiro estágio de manifestação existencial do Eu ao nascer


como um reflexo do EU é como corpo essencial, na mais sutil de
todas as dimensões. A partir daí, sucessivamente, o Eu aprofunda
a intensidade e amplia a complexidade da sua experiência inte-
grando os demais corpos e manifestando-se em outras dimensões,
ou seja, o Eu ativa e integra sequencialmente os corpos de som,
de luz, de geometria etc. até chegar ao corpo físico e, finalmente,
incluí-lo.

No processo de manifestação do Eu, uma vez ativados todos os


corpos e “descidos” todos os degraus da espiral, é chegada a hora de
vivenciar a útilma etapa da jornada existencial representada pela
série de vidas físicas que o Eu experimentará na dimensão material,
junto e por meio do eu. Devido à complexidade desse processo, boa
parte da nossa consciência “se apaga” nessa fase. É uma espécie de
afunilamento pelo qual a consciência passa ao se manifestar no
mundo físico.

186
Estágios e Corpos

Essencial
1º estágio

Sonoro
2º estágio

Luminal
3º estágio

Espacial
4º estágio

Causal
5º estágio

Mental
6º estágio

Emocional
7º estágio

Físico
8º estágio

Energético
9º estágio

Holográfico 6.4 187


No processo inverso, o de ascensão do Eu, à medida que viven-
ciamos experiências, superamos desafios e aprendemos lições
nessa dimensão – a mais densa e “distante” da essência –, natu-
ralmente criamos condições para reconectar, restaurar, reativar e
realinhar conscientemente os corpos ainda “adormecidos”. Desse
ponto de vista, evoluir é sinônimo de sincronizar corpos cada vez
mais sutis. Ao fazermos isso, potencializamos nosso quantum de
energia e consciência e ascendemos pela holospiral no caminho de
volta para casa.

Para amplificarmos a experiência na vida e resgatarmos o nosso


potencial de realização integral, nossas unidades de energia e
consciência, nossas memórias e dons esquecidos, é fundamental
não permanecermos excessivamente identificados com apenas um
corpo. Somos seres hiperdimensionais e precisamos nos abrir para
viver a realidade hiperdimensional com consciência, o que significa
conectar, ativar, equalizar, integrar e gerenciar todos os corpos e
utilizá-los em nossa vida cotidiana.

188
Vejamos agora um pouco mais sobre cada um dos 9 corpos.

Forma
Perecibilidade
corpo Estrutura – Elemento Chakra
Tempo
Estado/Sentido

infinito
Essencial/Sintético perene
prog. essenciais - ki+kon 8
(Ourossoma) eterno
holosciente / holovisão

sem forma
Sônico semiperecível
prog. sonoras - ultrassom 7
(Ultrassoma) atemporal
ultrassonoro / ultrassônico

sem forma
Luminal semiperecível
prog. luminosas - lux 6
(Luxsoma) atemporal
hiper / hipercepção

sem forma
Espacial semiperecível
prog. geométricas - éter/espaço 5
(Hipersoma) atemporal
etérico / audição

Causal sem forma


semiperecível
(eussoma) intuição - ar 4
atemporal
eu gasoso / tato

sem forma
Mental semiperecível
pensamento - fogo 3
(Mentalsoma) hipertemporal
ígneo / visão

réplica ao corpo físico


Emocional semiperecível
emoção - água 2
(Psicossoma) hipertemporal
líquido / paladar

humana
Físico perecível
matéria - terra 1
(Soma) temporal
sólido / olfato

integrado ao corpo físico


Energético energética - ki perecível
0
(Kissoma) plásmico / hiprsensorial hipertemporal

189
Os 9 corpos
Kissoma

O corpo energético é uma estrutura de apoio nutricional ao corpo


físico e o responsável pela interface hiperdimensional entre o corpo
físico e os demais corpos do holossoma. Também chamado kissoma,
corpo etérico, duplo etérico, corpo vital, energossoma e prana-
-mayakosha, o corpo energético não é considerado por algumas
escolas exatamente um corpo, e sim um contêiner que abastece
energeticamente o corpo físico. Na HoloSíntese, concordamos com
essa perspectiva, mas, por uma questão didática, preferimos ainda
classificá-lo como um corpo.

O kissoma está diretamente ligado e integrado ao corpo físico,


sendo criado junto com o corpo físico a cada nova vida. Ele é o
responsável por captar o combustível vital (energia ki) do meio
ambiente – Cosmos, Sol, Terra, Ar – e distribuí-lo para o corpo
físico. Essa síntese energética acontece especialmente por meio da
respiração.

190
A respiração é uma ferramenta fundamental para compreen-
dermos e gerenciarmos o corpo energético. Por meio do controle
consciente da respiração podemos regular a quantidade e a
qualidade do fluxo de energia que circula pelo nosso sistema
integral. Pulsação cardíaca, circulação sanguínea, temperatura
corporal, relaxamento muscular e frequência das ondas cerebrais
são alguns dos muitos processos biológicos diretamente influen-
ciados pela respiração. Respirar com consciência e adequação nos
permite também regular o nosso estado/modo de consciência.
Com alguns exercícios respiratórios específicos podemos saltar
de um modo de consciência para outro e assim acessar conteúdos
energético-conscienciais que estão fora do nosso campo de cons-
ciência usual.

Além de regular o fluxo de energia do organismo multidimensio-


nal e a qualidade do nosso estado consciencial, a respiração é fun-
damental também para manter os corpos alinhados, integrados,
sincronizados e equalizados entre si. Corpos alinhados são corpos
que interagem com qualidade e ritmo; que se reconhecem e se
comunicam; que dançam, em sintonia, a sinfonia da consciência.

Em geral, respiramos com pouca atenção e pouca qualidade.


Este ato comum em nossas vidas agitadas é um dos fatores que nos
tiram do eixo de conexão direta com a nossa essência. Respirar de
forma deficiente gera uma série de transtornos holo-energéticos. A
ansiedade é um dos exemplos mais frequentes de respiração desa-
justada e desequilíbrio sistêmico. O que observamos nos estados de
ansiedade é uma respiração curta, rápida e superficial, que limita
o fluxo de energia pelo sistema. Este fica concentrado na parte
superior do organismo, mais especificamente na cabeça. Energia
na mente gera imagens e pensamentos, 2 conteúdos extremamente
ágeis e voláteis e, quando nos identificamos com eles, flutuamos
junto, subindo e descendo de forma descontrolada, situação que
gera mais e mais ansiedade. Nessas situações, o simples fato de
parar e prestar atenção no respirar nos ajuda a retornar para o
holocentro da consciência, onde estaremos numa condição mais
favorável para nos reconectar com o nosso eixo e com o nosso fluxo
natural.

191
O ato de sintetizar está diretamente ligado ao de respirar.
Respirar é síntese, troca, combustão e metabolismo. Absorver o
oxigênio e depois expelir o gás carbônico que resulta das queimas
orgânicas é sinônimo do processo de síntese de energia. Estamos
a todo instante respirando e sintetizando energia e, quando
trazemos a consciência para esse processo automático, podemos
potencializá-lo e transformar a nossa consciência.

Na HoloSíntese, utilizamos a respiração de várias formas e a con-


sideramos um dos principais instrumentos no processo de Síntese
Pessoal. Acreditamos que a respiração é um dos caminhos mais
eficientes para o autoconhecimento, para o relaxamento do orga-
nismo psicofisiológico, para a libertação das limitações e ilusões
da mente, para a transcendência dos condicionamentos da perso-
nalidade e para a conexão com a essência, o estado de presença
que nos permite perceber a realidade de forma mais ampla, neutra,
verdadeira e luminosa.

Portanto, a qualidade vibracional do corpo energético, do holos-


soma e do holocampo, aliada à qualidade do nosso estado cons-
ciencial, está diretamente relacionada à qualidade da respiração.

O corpo energético e o corpo físico são corpos perecíveis, isto é,


são veículos de manifestação transitórios que estão sujeitos à ação
do tempo e possuem uma validade, que dura exatamente o tempo
de uma vida. Quando a vida na dimensão terrena termina, esses
dois corpos se decompõem e desaparecem (o corpo energético se
desfaz alguns dias após a morte biológica); os demais corpos, ao
contrário, são mais duradouros e continuam após a morte física
em outras dimensões e tempos. Quando a consciência decide voltar
para uma nova experiência (vida) na Terra, os corpos sutis se hiper-
conectam com um novo veículo físico e com um novo quantum de
energia, alocado num novo corpo energético.

192
Estruturas do corpo energético

A estrutura integral do corpo energético é composta de holochakra


(sistema de chakras), kibaterias (centros de armazenagem de energia
ki) e hipercircuitos (meridianos, canais, cordões e raios). Essa estru-
tura sistêmica opera de forma holodinâmica e é a responsável pela
hiperconexão e a hiperface (interface hiperdimensional) entre o
corpo físico e os demais corpos do holossoma.

Holochakra
O sistema integral de chakras é o sistema de processamento holo-
gráfico de energia e informação da holoconsciência. Esse holossis-
tema integrado e inteligente se autorregula e se autoequaliza de
acordo com as diversas necessidades do organismo integral e com
as circunstâncias da vida.

O holochakra realiza um amplo conjunto de funções, como


escanear, captar, transmitir, filtrar, traduzir, processar, modular,
sintetizar, sincronizar, decodificar, armazenar e distribuir energia
(ki) e informação (kon) por todo o organismo multidimensional.
Para tanto, se utiliza de um conjunto de hiperceptores: sinteti-
zadores, processadores, roteadores, radares, sonares, sensores,
antenas, modens, scanners, filtros e lentes hiperdimensionais.

Os chakras são holossintetizadores (sintetizadores holográ-


ficos) de energia e consciência que se parecem com vórtices que
saltam para fora do corpo físico. Eles podem espiralar no sentido
horário ou anti-horário, podem se apresentar abertos ou fechados,
ativos ou inativos, bloqueados ou desbloqueados, limpos ou
poluídos. Cada chakra tem uma faixa de frequência determinada
e está associado a um respectivo conjunto de princípios, funções,
conteúdos, dimensões, corpos e sistemas da consciência.

193
Holochakra

chakra 8

chakra 7

chakra 6

chakra 5

chakra 4

chakra 3

chakra 2

chakra 1

chakra 0

194 Holográfico 6.5


Temos muitos chakras, com os mais variados tamanhos, inten-
sidades e funções, e todos funcionam juntos como um sistema
único. De certa forma, cada poro, cada célula ou cada átomo do
organismo é um chakra, uma espiral que sintetiza energia e in-
formação. Mas há centros especiais que sintetizam uma grande
quantidade de energia e se transformam em hubs energéticos,
usinas atômico-conscienciais que alimentam todo o sistema ener-
gético por meio de uma rede de canais, circuitos, cordões e raios.
Na HoloSíntese trabalhamos com 9 chakras: os tradicionais 7
chakras pessoais, que ficam no corpo energético e localizam-se ao
longo do canal central que desce alinhado à coluna vertebral; e
também os 2 chakras hiperpessoais, que ficam abaixo e acima do
corpo físico.

Existe uma estreita relação entre o holochakra, os sistemas


biológicos (nervoso, endócrino, imunológico etc.) e os órgãos,
glândulas, sentidos e hipersentidos (sentidos hipersensoriais). A
lista de correlações com os chakras é imensa e nos permite traçar
conexões e paralelos desde os elementos da natureza, cores e notas
musicais até os planetas, fases da vida e os estados e estágios de
desenvolvimento da consciência individual e coletiva. (Para se
aprofundar no estudo dos chakras recomendo o livro Chakras:
mandalas de vitalidade e poder (1988), de Shalila Sharamon e Bodo
Baginsk.)

Em suma, os chakras funcionam como sintetizadores de energia


e informação que ressoam em várias frequências e dimensões.
Vejamos um pouco mais sobre as funções dos principais chakras.

Os 4 chakras pessoais

Os chakras pessoais são os 4 primeiros chakras, e os seus temas


principais estão relacionados com o eu pessoal, ou seja, com as
questões mais “mundanas”, mas não no sentido pejorativo, já que se
referem à nossa sobrevivência energética, física, sexual, psicoemo-
cional e mental, como indivíduos manifestados no mundo em 3D.

195
O primeiro chakra (chakra básico, raiz ou kundalini) é uma
espiral que parte da base da coluna, mais especificamente através
do períneo, em direção ao solo. Está diretamente conectado com
os chakras das solas dos pés, que são como que suas extensões.
Relaciona-se com o mundo concreto, com o corpo físico, com o
plano material e com Gaia, a Mãe Terra. É ele que rege as nossas es-
truturas fundamentais; por isso, está associado ao relacionamento
mãe/filho e às questões de sobrevivência, como alimentação, se-
gurança, casa e dinheiro, com os instintos, com o impulso sexual
básico e com os medos mais primários e irracionais do ser humano.

O primeiro chakra está relacionado com o elemento terra, com a


cor vermelha, com o sentido do olfato, e é o gestor da nossa energia
vital que está diretamente ligada ao centro de armazenagem da
energia kundalini, a superenergia que reside no núcleo desse
chakra, na região do sacro. Em suma, ele sintetiza energia física.

O chakra básico rege em especial os primeiros 7 anos de vida.


Ele é o último a ser ativado durante a gravidez, isto é, a partir da
concepção, os chakras são ativados na ordem inversa, partindo dos
mais sutis, que encerram conteúdos mais espirituais, para os mais
densos, que envolvem conteúdos mais terrenos.

No momento do nascimento, todos os chakras já estão relativa-


mente ativos, e a partir daí irão se desenvolver simultaneamente;
mas cada ciclo de 7 anos terá um regente principal, começando com
o primeiro e assim sucessivamente. Cada um dos anos que compõem
cada ciclo de 7 anos é corregido por um dos outros chakras. Assim,
o primeiro ciclo de 7 anos, que é regido pelo primeiro chakra, é
corregido, a cada ano, por um novo chakra, na sequência 1.1, 1.2...
1.7. O segundo ciclo de 7 anos, que é regido pelo segundo chakra, é
corregido, a cada ano, por um novo chakra, na sequência 2.1, 2.2...
2.7. E assim os demais ciclos são regidos e corregidos.

Ter um chakra regente e um corregente indica, genericamente,


quais temas e questões serão focados ao longo dessa fase de
desenvolvimento. Sendo assim, no primeiro ciclo de 7 anos esta-
remos mais voltados para as questões de cunho material, como a

196
Rede de Chakras

Holográfico 6.6 197


formação e o fortalecimento do corpo físico. No segundo ciclo, o
foco principal será em questões emocionais, e assim por diante.

Fica óbvio que cada chakra está diretamente ligado aos demais,
e que cada ciclo, embora regido por um determinado chakra,
recebe influência de todos os outros. Entretanto, é importante
ressalvar que essa ordem de ativação cronológica dos chakras
serve como um roteiro de referência geral, e que muitas situações
da vida podem alterar essa sequência. Na prática, isso quer dizer
que todos os chakras estão disponíveis desde o nascimento, e que
serão ativados conforme as necessidades e situações vividas por
cada pessoa.

Desajustes no chakra básico podem estar associados a um ou


vários dos aspectos ligados ao mundo material e ao corpo físico.
Em geral, pessoas com um chakra raiz problemático ou desvitali-
zado costumam ter dificuldades para aterrar, enraizar e se realizar
no mundo “real”. É comum sentirem-se sem energia para a vida,
com dificuldade de ganhar dinheiro, com excesso de medos e inse-
guranças e sem confiança em si próprias.

Não é por outro motivo que praticamente todas as escolas de


conhecimento e tradições espirituais enfatizam a importância do
cuidado com o corpo físico e da ancoragem à Terra. Aqui, vale a
famosa analogia da árvore, que sobe tão alto quanto mais profun-
das forem as suas raízes.

O segundo chakra (chakra umbilical) é composto de duas espirais


que partem da região logo abaixo do umbigo, uma para a frente e
outra para trás. Ele está relacionado com o corpo emocional, isto é,
ele sintetiza a energia das emoções e dos desejos.

É nessa dimensão e nessa frequência que sintetizamos a primeira


etapa do processo de Síntese Pessoal, a síntese pré-pessoal ou bios-
síntese, associada à visão egocêntrica, e sobre a qual falaremos mais
no capítulo 9 (Holopráxis).

O chakra umbilical conecta-se com o elemento água, com a cor


laranja, com o sentido do paladar e rege o período dos 7 aos 14 anos

198
de idade. O segundo chakra é um centro de criação e criatividade e,
por ser assim, acessa um quantum de energia extraordinário. É no
campo do segundo chakra que fica o hara, um dos nossos maiores
centros de armazenagem de energia.

O segundo chakra está ligado às gônadas (ovários nas mulheres


e testículos nos homens) e regula a nossa capacidade de viver com
prazer e estabelecer relações e vínculos afetivos saudáveis e caloro-
sos. Esse chakra costuma armazenar muitos dos nossos conflitos,
frustrações, complexos e traumas psicoemocionais. Carrega toda a
carga mal compreendida da sexualidade humana e todo o drama
das relações e de relacionamentos mal resolvidos. Por outro lado, é
um chakra “divertido”, para não dizer caótico e, quando equalizado,
nos permite viver uma vida prazerosa e com significado. Pessoas
com um segundo chakra regulado são pessoas que desfrutam os
prazeres da vida com alegria, especialmente por meio da comida,
da bebida, do sexo e das relações familiares e de amizade.

Disfunções no segundo chakra associam-se com questões


emocionais e sexuais, como dificuldade em estabelecer vínculos e
relações saudáveis com familiares, amigos, afetos, animais, com a
natureza e consigo mesmo.

O terceiro chakra situa-se no plexo solar, na região do estômago,


e é composto de duas espirais, uma à frente e outra atrás. Está
relacionado com o corpo mental e com a capacidade de captar as
energias do ambiente. Relaciona-se também com o elemento fogo,
com as suprarrenais e o pâncreas, com a cor amarela, com o sentido
da visão e rege o período dos 14 aos 21 anos.

O terceiro chakra corresponde também ao poder pessoal, como


a determinação, a coragem e a força de vontade. Por meio dele nós
conquistamos o nosso espaço no mundo (familiar, social, profis-
sional), nos protegemos das influências exteriores e construímos a
nossa identidade pessoal. É na fase regida por esse chakra que nos
desidentificamos das crenças e dos valores importados dos pais,
que saímos (ou deveríamos sair) de casa, que definimos o “nosso”
grupo, a “nossa” carreira e o “nosso” papel na sociedade. É quando
alcançamos a maioridade e a “primeira” liberdade.

199
Disfunções nesse chakra associam-se à dificuldade de autopro-
teção, de realização nos estudos e de posicionamento no mundo
profissional e social. A instabilidade nesse chakra traz confusão
mental, excesso de pensamentos repetitivos, condicionados e ace-
lerados, e dificuldade de discernimento.

O quarto chakra (chakra cardíaco) situa-se no peito e é composto


de duas espirais, uma à frente e outra atrás. É um dos nossos prin-
cipais centros de holossíntese e gestão energético-consciencial.
Está diretamente relacionado aos chakras das palmas das mãos,
ao sentido do toque e ao hipersentido da hipersenciência (claris-
senciência), às cores verde e rosa, ao elemento ar e à glândula timo.
Ele rege o período dos 21 aos 28 anos, a fase da vida em que vamos
experimentar no mundo a nossa identidade recém conquistada.

O quarto chakra está associado ao corpo causal (eu) e sintetiza


a energia de todos os chakras, corpos e dimensões. Ele faz a ponte
entre os três primeiros chakras (dimensões pessoais) e os três
chakras superiores (dimensões hiperpessoais). Dessa síntese surge
a possibilidade de nos hiperconectarmos com o Eu e, por isso,
embora esteja classificado como um chakra pessoal, ele já é, na
verdade, um chakra hiperpessoal.

É nessa dimensão e frequência que sintetizamos a holopersona-


lidade, ou seja, é aqui que integramos nossas múltiplas personali-
dades em torno do eu e o processo de Síntese Pessoal avança da
biossíntese para a psicossíntese, e da visão egocêntrica (eu) para a
etnocêntrica (eu-nós). Por esse motivo, esse chakra está associado
ao amor, ao altruísmo, à compaixão, à fraternidade, à comunidade,
à coletividade e à comunhão.

Disfunções no chakra cardíaco relacionam-se com a dificuldade


de conexão com a sua própria essência e com a essência dos outros.
Associam-se também à falta de confiança e autoconfiança, à baixa
autoestima, ao excesso de apego material e ao egoísmo, a dificulda-
des em aceitar, em compartilhar, em entregar-se e doar-se.

200
Os 3 chakras hiperpessoais

Os chakras hiperpessoais são o 5, o 6 e o 7. Seus temas principais


estão mais relacionados com o Eu, ou seja, com questões mais
“espirituais”, e se referem ao nosso processo de transcendência e
hiperdimensionalidade. São assim chamados por sua abrangência
mais ampla, inclusiva e coletiva.

O quinto chakra (chakra laríngeo) situa-se na garganta e é


também composto de duas espirais que saltam para frente e para
trás. Relaciona-se com o elemento hiperespaço/éter, com a cor
azul-claro, com as glândulas tireoide e paratireoides, com o sentido
da audição, com o hipersentido da hiperaudição (clariaudiência e
psicofonia) e com o corpo espacial. Rege a fase dos 28 aos 35 anos.

O quinto chakra é importante porque não só sintetiza a energia


da expressão, da comunicação, da transmutação e da manifestação
como também faz a hiperconexão geométrica entre as múltiplas
dimensões da realidade. Pelos seus canais hiperdimensionais
(hipercanais) – muitas vezes obstruídos por bloqueios familiares
e educacionais da infância – transitam informações de múltiplas
dimensões, tanto no sentido ascendente como no descendente. Os
hiperceptores do quinto chakra escaneiam, sintonizam, equalizam
e traduzem material hiperdimensional, em especial as programa-
ções da holomatriz.

Disfunções no quinto chakra relacionam-se com a dificuldade


de se expressar, de ouvir, de se ouvir e de manifestar os projetos
da essência. Se a hipercomunicação e a tradução hiperdimensional
não acontecem com clareza, a mensagem e as instruções do Eu
para o eu se perdem, o que pode trazer confusão e imprecisão no
direcionamento da vida.

O chamado sexto chakra inclui o chakra ajna, localizado entre


as sobrancelhas, e o chakra que se situa na testa. Portanto, quando
nos referirmos ao sexto chakra, estaremos nos remetendo à síntese

201
de ambos. Está relacionado com a cor azul-índigo, com a glândula
hipófise (pituitária), com o sistema nervoso e com o sexto sentido
(hipervisão ou clarividência). Rege o período dos 35 aos 42 anos.

O sexto chakra sintetiza energia e informação como luz e


expande a nossa percepção da realidade, abrindo espaço e tempo
para irmos além das aparências e atravessarmos os muitos véus
da ilusão em 3D. É por meio dos hiperceptores do sexto chakra que
captamos programações e conteúdos sutis, subjetivos, abstratos e
atemporais, especialmente no formato de luzes, símbolos geomé-
tricos, imagens, vídeos holográficos, memórias e holoformas. É por
meio do sexto chakra que nos hipercomunicamos telepaticamente;
é dele que sai o cordão de prata que hiperconecta o corpo físico ao
corpo emocional durante o fenômeno da projeção astral.

É nessa dimensão e nessa frequência que começamos a síntese


da holoconscência, ou seja, é aqui que integramos nossas múlti-
plas dimensões, corpos e vidas em torno do Eu, um processo que
chamamos de Síntese Hiperpessoal. Por meio desse processo
avançamos da psicossíntese para a hipersíntese, e da visão etnocên-
trica (eu-nós) para a mundicêntrica (Eu-todos nós).

Disfunções do sexto chakra relacionam-se com dificuldades


cognitivas e perceptivas, e, principalmente, com a incapacidade
de enxergar além das aparências: ver as coisas, a vida e as pessoas
como elas realmente são. Ilusão, mentiras, fantasias e desconexão
das realidades espirituais trazem uma série considerável de proble-
mas para estabelecer uma vida saudável, produtiva e significativa.

O sétimo chakra (chakra coronário) situa-se no topo da cabeça


e se manifesta por meio de uma espiral que vibra em direção ao
Céu. Relaciona-se com a cor violeta, com a glândula pineal e com a
intuição, e rege o período da vida que vai dos 42 aos 49 anos.

O coronário é um chakra de vibração muito alta e um dos prin-


cipais canais por onde a energia cósmica penetra no organismo
hiperdimensional. Ele sintetiza energia e informação de natureza
sonora.

202
O sétimo chakra faz o hiperlink de melhor qualidade com o Eu
e com as dimensões mais sutis e profundas do supraconsciente. É
por meio de seus hiperceptores que sintonizamos as programações
e os conteúdos espirituais atuantes na hipersíntese e nos prepara-
mos para o estágio final do processo evolutivo.

Disfunções no chakra coronário relacionam-se com a dificulda-


de de se conectar com a verdade, com o mundo espiritual e, mais
especificamente, com o Eu e com a nossa essência.

Os 2 chakras holopessoais

Além dos 4 chakras pessoais e dos 3 chakras hiperpessoais, na


HoloSíntese também trabalhamos com os 2 chakras holopessoais,
que são considerados exochakras, pois ficam na base e no topo da
aura e, portanto, fora da sobreposição dos chakras sobre as estru-
turas do corpo físico. São assim chamados por sua natureza mais
integral e cósmica.

O que chamamos de chakra 0 (zero) está associado ao corpo


energético e fica localizado abaixo dos pés, bem na base da aura.
Esse chakra é de fundamental importância para o processo de
aterramento na dimensão física, e está diretamente ligado à pré-
-concepção, à concepção, à programação da holomatriz, à gestação
e ao parto. Ele é ativado antes mesmo da concepção e se relaciona
a questões kármicas, hologenéticas, existenciais e ancestrais, e
também à energia elemental. Sua cor de referência é o infravermelho.

O chakra 0 fortalece a conexão com o Sol do centro da Terra e


reforça a nossa escolha por vivermos o momento presente, o aqui,
o agora e esta dimensão, para realizar a nossa missão de maneira
integral. Quanto mais ativo estiver o chakra 0, mais enraizados es-
taremos, e com mais condições de voar e de viver a hiperdimensio-
nalidade em toda a sua potencialidade. O chakra 0 é um portal que
também nos hiperconecta com memórias de outras vidas vividas
neste planeta, e com a própria memória da Terra.

203
O chakra 8 está associado ao corpo essencial ou sintético e
situa-se sobre o topo da cabeça, no topo da aura. Ele ref lete a
nossa própria essência e é um portal de acesso aos hologramas
akáshicos, os registros holográficos da nossa holobiografia.
Está relacionado com o pré e o pós-vida, e contém programa-
ções essenciais, informações sobre a nossa linhagem espiritual,
origem, memórias de vidas em outros planetas/dimensões e
possíveis futuros. Costumamos visualizá-lo como um Sol que
irradia luz dourada da mais alta vibração para todo o sistema
energético-consciencial. Esse tipo de prática fortalece a
conexão com a essência e inunda o organismo multidimensio-
nal com a energia essencial, ativando todos os corpos e chakras
e “acordando” as programações essenciais e hologenéticas
adormecidas.

É nessa dimensão e nessa frequência que finalizamos a síntese


da holoconsciência, ou seja, é aqui que integramos as 3 esferas
essenciais (eu, Eu e EU), um processo que chamamos Síntese
Holopessoal. Por meio desse processo avançamos da hipersíntese
para a holossíntese, e da visão mundicêntrica (Eu-todos nós) para a
cosmocêntrica ou holocêntrica (EU-Todos Nós).

Existe uma conexão direta entre os dois chakras holopessoais,


que chamamos de holoconexão 0-8-0. Não por acaso esses dois
números simbolizam, de formas diferentes, e entre outras coisas, a
vacuidade e o infinito. Cada vez mais reconhecidos e ativados nas
últimas décadas, os chakras 0 e 8 estão operacionalmenrte hiperli-
gados e diretamente correlacionados com o processo sistêmico de
transmutação energética e consciencial que estamos vivenciando
neste início de milênio.

A ativação consciente desses 2 chakras-portais é um grande


salto no processo evolutivo e uma pré-condição básica para con-
seguirmos sustentar estados vibracionais mais amplos. Para que
possamos sintetizar mais energia e consciência, é necessário que o
holossistema e toda a estrutura de circuitos, canais, raios e chakras
esteja operando e devidamente preparada. Para tanto, a ativação
desses 2 chakras é fundamental.

204
Por último, é importante enfatizar que as relações e as correla-
ções associadas aos chakras, até aqui apresentadas, são bastante
“relativas”. O holochakra é ainda consideravelmente desconhecido
e, como podemos supor, muito mais sofisticado do que imagina-
mos. Portanto, o que foi apresentado corresponde a uma pequena
introdução, ou a um mapa de referência, para que possamos vis-
lumbrar um pouco mais do seu complexo funcionamento.

Kibaterias
Os principais chakras estão alinhados ao longo do canal central
que se posiciona em paralelo à coluna vertebral, desde o topo da
cabeça até o períneo. Também hiperconectados ao canal central
e aos meridianos estão os principais centros de armazenagem, ou
kibaterias, que funcionam como baterias que estocam energia ki
para o holochakra e para a holoconsciência.

Os principais centros de estocagem energética estão na região


do plexo do umbigo, do plexo cardíaco e do plexo cerebral (centro
da cabeça). Estes 3 centros foram estudados pelos chineses, que os
chamam de Tan tien.

Cada um dos centros armazena diversos tipos de energia, mas se


identificam mais com algum tipo de energia predominante. O plexo
do umbigo armazena mais energia vital e física, o plexo cardíaco
armazena mais energia prânica associada à respiração, e o plexo
cerebral armazena mais energia mental e supramental.

Circuitos, canais, cordões e raios


O corpo energético é irrigado por uma complexa rede de hipercir-
cuitos por onde transitam energia e informação. Esses circuitos
e redes, chamados meridianos (China) e nadis (Índia), estão

205
Kibaterias e Circuitos

206 Holográfico 6.7


diretamente conectados ao canal central, ao holochakra, às
kibaterias, aos cordões de hiperconexão entre corpos e aos raios
energéticos do holocampo.

Existem 12 pares principais de meridianos simétricos no corpo.


Cada um deles tem uma determinada polaridade (positiva/
negativa) e uma respectiva função que se hiperconecta com os
principais órgãos e sistemas biológicos. Ao longo dos hipercircuitos
existe uma série de nanohubs, que são microcentrais de processa-
mento de energia e consciência. Esses são os pontos da acupuntura
que precisam estar desobstruídos para que o fluxo de energia e
informação flua livremente pela rede integral.

O cordão de prata é um cabo de hiperconexão que liga o corpo


físico/energético ao corpo emocional durante a experiência fora
do corpo. Ele sai do centro da testa do corpo físico e se conecta
à nuca do corpo emocional projetado. Além de manter a ligação
entre os corpos, o cordão de prata supre o corpo emocional de
energia. O cordão de ouro é o canal sutil que faz a hiperconexão
do corpo físico/emocional com o corpo mental projetado. Como o
corpo mental não tem forma, é difícil especificar exatamente onde
e como se dá essa ligação.

Os raios são fios de energia (nanovetores energéticos) que


complementam a estrutura de sustentação do holossoma. Eles se
hiperprojetam para fora do corpo físico e se parecem com uma rede
de fibras ópticas. É impossível dimensionar a quantidade exata de
raios existentes, mas sua função é muito importante na hiperco-
nexão, na estruturação e na irrigação energético-informacional do
holocampo.

Essa holonetwork de circuitos, canais, chakras, baterias, cordões


e fibras compõe o holossistema energético, a estrutura integral
de hardwares energéticos por meio da qual a holoconsciência se
hipermanifesta nas múltiplas dimensões da realidade.

207
Soma

O corpo físico (soma) é o veículo de manifestação do Eu na


dimensão física. É por meio do veículo físico que nos enraizamos
na Terra, ancorando assim os demais corpos e a própria experiência
na dimensão terrena.

O soma é a versão física e mais densa do Eu, o envoltório material,


o mais espesso dos corpos e o mais “distante”, em termos vibracio-
nais, da Essência. Ainda assim, é igualmente parte da expressão
essencial, como todos os outros corpos.

De certa forma, podemos dizer que a dimensão material foi


a “última” a ser habitada e está na borda da espiral holística da
criação. Por esse motivo, o corpo físico (junto com o corpo ener-
gético), é o mais “jovem” dos corpos e foi o último a ser formatado
e ativado. Isso não significa que seja mais ou menos importante;
significa apenas que a dimensão física se situa na borda externa
do holospectro das frequências que compõem o Holoverso, como
podemos verificar na versão do holomapa a seguir (holográfico 6.8).

Conforme nos revela a imagem, quanto mais próxima do holocen-


tro, mais sutil, antiga e profunda é a realidade retratada; e quanto
mais distante do holocentro, mais densa, jovem e superficial ela se
apresenta. As camadas que estão mais próximas da borda externa
da espiral representam as realidades manifestas materiais, com
forma e ainda dentro da dualidade espaço-tempo. O centro negro
do holocentro representa as realidades imanifestas, sem forma,
eternas, infinitas, a vacuidade ou o vácuo-pleno.

No dia a dia, em geral estamos mais identificados com o corpo


físico e suas demandas de sobrevivência e prazer, mas quando nos

208
Holomapa
Corpos

essencial
sônico energético
luminal físico
espacial emocional
causal mental
Holográfico 6.8 209
descolamos dele, elevamos o estado vibracional, expandimos nosso
grau de discernimento, resgatamos unidades de consciência esque-
cidas e abrimos espaço para nos conectar com corpos e dimensões
mais sutis, que estão mais próximas do nosso verdadeiro Eu. Nessas
situações, percebemos com clareza que a realidade material com
que lidamos no cotidiano é apenas uma entre muitas dimensões e
realidades. Por causa desse caráter ilusório e superficial da realida-
de física, muitas tradições se referem à experiência da vida como
um sonho ou uma ilusão (Maya). Mas não devemos menosprezar
a dimensão e o corpo físico, como algumas abordagens ainda
pregam. O corpo físico é uma maravilha da criação e é somente
junto com ele que poderemos alcançar a iluminação.

Composto de átomos e células, o corpo físico é a parte visível da


holoconsciência, a ponta do iceberg consciencial. De certa forma,
o corpo físico pode ser visto como um reflexo dos estados internos
da consciência. Ao observarmos um corpo, estamos vendo também
um reflexo materializado da holoconsciência naquele momento.

O corpo físico é como um livro com muitas camadas e capítulos,


e conta a história hiperdimensional da holoconsciência. Ele contém
hiperlinks que nos conectam à holomemória. É relativamente
comum, conforme atestam terapeutas que trabalham com terapia
de vidas passadas, que cicatrizes e sinais de nascença estejam dire-
tamente relacionados com eventos – geralmente traumáticos – de
vidas passadas.

A matéria é um estado de energia condensado, portanto, ao


clicarmos num desses hiperlinks no corpo físico, podemos liberar
fluxos de energia e informação ali registrados holograficamente.
Isso não deveria nos espantar, considerando-se que, como já vimos,
o holossoma é um holon de energia e consciência que se hiperco-
necta ao todo da holoconsciência. Logo, o corpo físico é um mapa,
um reflexo da consciência integral e, ao estudá-lo, estudamos a
consciência; ao trabalharmos com ele, trabalhamos com todos os
outros corpos; e, ao transformá-lo, transformamos a consciência
individual e coletiva. Esse corpo-mapa tem muitas vias, canais e
circuitos. Cada uma dessas vias representa um caminho por onde o
fluxo de energia trafega. Canais interrompidos significam bloqueios

210
energéticos, tensões e estresse. Nós corporais são conteúdos
energético-conscienciais estagnados, são medos, raivas, desejos
reprimidos, necessidades e sonhos não realizados, frustrações, tris-
tezas, traumas e complexos de vários tempos, ali condensados. Se
tudo é fluxo, bloqueá-lo, ou sair do ritmo, do pulso e do fluxo natural
da consciência é sair do seu caminho e perder a conexão com a
essência. A tensão endurece o fluxo; um corpo tenso é um corpo
duro, e um corpo duro tem dificuldade de dançar a música do Holos.

Psicossoma

O corpo emocional, ou corpo astral, é o corpo das emoções. É o


sétimo corpo a ser criado, formatado, programado e ativado. É a
expressão virtual, hiperdimensional e holográfica dos sentimentos,
desejos e necessidades emocionais e psicológicas. É a versão emo-
cional, ou o veículo de manifestação emocional do Eu.

O psicossoma tem uma grande “afinidade” e “intimidade” com o


corpo físico ao qual está diretamente hiperconectado. Manifesta-se
sob a mesma forma que o corpo físico, e por isso é chamado de
ghost. Calcula-se que tenha 1 milésimo da massa do corpo físico,
ou seja, se um corpo pesa 70 quilos, o psicossoma terá aproximada-
mente 70 gramas.

É na estrutura do psicossoma que está o hipercérebro, o cérebro


virtual que se hiperconecta ao cérebro físico. Em conjunto com
outras estruturas somáticas, o hipercérebro processa funções
extrassensoriais e arquiva holomemórias.

O corpo astral costuma ser o veículo mais utilizado em nossas


experiências fora do corpo (viagens astrais). Nesse estado ampliado

211
de consciência, ele se hiperprojeta para fora do soma (processo de
descoincidência dos corpos), mantendo a hiperconexão por meio
do cordão de prata.

Após o descarte do corpo físico, no processo que chamamos de


morte – mas que na verdade é apenas uma desconexão do veículo
material –, o centro de gravidade da nossa consciência desloca-se
para o corpo emocional, que passa a ser o nosso veículo mais denso.

Com a maturidade consciencial, conquistada ao longo de muitas


vidas, e após termos aprendido as lições, cumprido as tarefas e
vencido os desafios dessa dimensão, em algum momento futuro
iremos também descartar o corpo emocional e deslocar o centro
de gravidade da nossa consciência para o corpo mental e para a
próxima dimensão.

Mentalsoma

O corpo mental é o corpo da mente. É o sexto corpo a ser criado,


formatado, programado e ativado. É a expressão virtual, hiperdi-
mensional e holográfica dos pensamentos, ideias e conceitos racio-
nais e intelectivos. É a versão mental, ou o veículo de manifestação
mental do Eu.

O mentalsoma não tem forma, embora seja hipermoldável, e é


muito mais volátil e duradouro do que o corpo emocional. Opera
de forma integrada com o holochakra, com os outros corpos e em
especial com as estruturas de hiperprocessamento do cérebro
racional, intelectual e objetivo, e também com o hipercérebro.

212
eussoma

O eussoma é o quinto corpo a ser criado, formatado, programado e


ativado. É um corpo fundamental e altamente estratégico dentro
da estrutura integral da manifestação holossomática. Ele pode ser
visto como o veículo de manifestação do eu. Nesse sentido, é con-
siderado um corpo-reflexo do Eu ou um campo de hiperconexão
entre o eu e o Eu, ou seja, é na dimensão do eussoma que o Eu ativa
o eu para representá-lo nas dimensões mais densas da realidade.
É basicamente ao redor desse corpo-campo que ocorre a Síntese
Pessoal, a síntese integral do eu no nível da personalidade.

O eussoma processa o sistema operacional integral e a holoma-


triz com os softwares, inteligências, memórias e programas da
holoconsciência. Ele contém programações essenciais e cármicas:
significados, propósitos, intenções, valores éticos, a programação
existencial para a série de vidas e karma. Por isso também o
chamamos de corpo causal, pois carrega as causas, ou as progra-
mações kármicas do Eu que serão vivenciadas pelo eu.

Esse corpo e os seguintes são corpos classificados como suti-


líssimos. Ainda pouco conhecidos e pouco estudados, recente-
mente começaram a ser acessados e decodificados. Acredito que
nos próximos anos receberemos informações mais atualizadas
sobre as características e funções desses corpos, que certamente
envolvem conteúdos valiosos para o nosso processo de despertar
individual e coletivo.

213
Hipersoma

O corpo espacial é o corpo hiperdimensional. É a versão holográfi-


ca, ou o veículo de manifestação hipergeométrico do Eu.

É o quarto corpo a ser criado, formatado, programado e ativado


dentro do processo evolutivo de manifestação do Eu. Ele contém a
holomatriz com as hiperprogramações geométricas e as platafor-
mas hiperdimensionais que viabilizam a hiperconexão, a hiperco-
municação e a hipermanifestação do Eu em múltiplas dimensões
simultâneas.

Luxsoma

O corpo luminal é o corpo de fótons. É a versão luz ou o veículo de


manifestação luminoso do Eu.

O luxsoma é o terceiro corpo a ser criado, configurado, progra-


mado e ativado. Ele contém a holomatriz fotônica com as progra-
mações essenciais do Eu no formato de luz.

214
Ultrassoma

O corpo sônico é corpo de ultrassom. É a versão “música”, ou o


veículo de manifestação ultrassonoro do Eu.

O ultrassoma é o segundo corpo a ser criado, formatado, progra-


mado e ativado pelo Eu. Assim que o Eu decidiu se manifestar fora
do jardim das essências, ele plasmou o corpo sônico que contém
a holomatriz sonora com as programações essenciais do Eu no
formato de som.

Ourossoma

O ourossoma é o primeiro corpo a ser criado, formatado, pro-


gramado e ativado. É o corpo essencial, original, primordial,
holossintético, a hologênese (gênese holográfica) da manifestação
holossomática. Ele pode ser visto como a versão essencial, ou como
o veículo de manifestação essencial do Eu.

O corpo essencial é o reflexo sintético mais puro do próprio Eu.


Ele contém basicamente todas as holoprogramações essenciais,
ou seja, todos os holocódigos e todas as programações energético-
-conscienciais que vão guiar as experiências do Eu ao longo de sua
extensa jornada pelo vasto espectro holográfico de dimensões,
tempos e possibilidades.

Por esse motivo é também chamado veículo dourado do Eu, pois


carrega as chaves secretas da existência e da manifestação holo-
gráfica integral do Eu.

215
216
Sumo

O holocampo pessoal
é o campo eletro-magnético e
quântico que nos envolve. É formado
por um complexo sistêmico, interativo e
hiperdimensional de 9 corpos (holossoma). Os
corpos são os veículos por meio dos quais o Eu se
manifesta nos múltiplos planos de realidade. Cada
corpo possui características, funções e frequências
específicas, e se manifesta numa determinada
dimensão. Os corpos estão hiperconectados entre
si e juntos formam o holocampo. Com a evolução
da consciência individual e coletiva, ativamos e
nos sintonizamos com corpos cada vez mais
sutis, puros e próximos da nossa verdadeira
essência. Ativar e sincronizar todos
os corpos é uma das metas da
HoloSíntese.

217
Holo

218
matriz
A rede holográfica de
som, luz e geometria

219
O conceito de matriz pode ser definido basicamente de duas
maneiras: matriz como molde e matriz como rede.

Como molde, uma matriz pode ser vista como a fonte,


o modelo ou o template original a partir do qual se podem
produzir e reproduzir padrões de todos os tipos.

Como rede, uma matriz pode ser definida como um ecos-


sistema, um ambiente hiperdimensional, um campo vivo de
relações, interações e holofluxos que hiperconecta, integra e
sintetiza os diversos elementos – e suas diferentes e respectivas
formas, forças, funções, tamanhos, intensidades, conteúdos,
naturezas e dimensões – que compõem um determinado todo.

Ao reunirmos simultaneamente essas duas definições de


matriz, chegamos ao conceito de matriz holográfica integral,
ou simplesmente holomatriz.

Quando vista sob a perspectiva do Holos, temos a Holoma-


triz, a matriz cósmica que contém todas as matrizes; quando
aplicada à esfera humana individual, temos a holomatriz
pessoal, a matriz holográfica através da qual a nossa consciên-
cia se manifesta fractalmente nas múltiplas dimensões da reali-
dade; e quando aplicada à esfera coletiva, temos a holomatriz
coletiva, a matriz de todas as conexões sociais.

Existe uma profunda relação entre a Holomatriz e as holo-


matrizes individual e coletiva. Elas estão num holocontinuum
espaço-temporal de cocriação evolutiva, e pulsam, vibram,
respiram, se influenciam e se retroalimentam reciprocamente,
permanecendo num constante hipercâmbio vibracional in-
terativo, instantâneo (tempo real). A hiperconexão entre elas é
eterna, total e absoluta.

Ainda assim, e apesar de estar conectada – como um holon


que é – a uma infinidade de matrizes maiores e menores,

220
exteriores e interiores, a holomatriz humana mantém a sua
identidade única, singular e exclusiva, e evolui compassada
ao todo por meio do acúmulo de experiências adquiridas em
múltiplos planos, tempos, planetas e vidas, com o propósito de
se autorrealizar integralmente, conforme indica o princípio
holotrópico.

O filósofo da informação Pierre Levy, em seu livro Conexão


planetária (2000), fala sobre essa interconexão entre os
campos-matrizes:

As dimensões sociais, culturais, econômicas, políticas e outras atravessam


as consciências e somente existem por seu intermédio. Elas as emanam.
Tudo o que é coletivo só existe realmente nas consciências das pesooas, em
sua experiência de vida. Simetricamente, tudo o que é individual é, por isso
mesmo, coletivo e público. Os problemas pessoais são também problemas
econômicos, culturais, sociais. Cada um de nós é o sismógrafo ultrassensível
de uma sociedade de sismógrafos que se captam entre si. A consciência
universal, feita de campos de consciência pessoais entrelaçados, é atraves-
sada por sensações, percepções, emoções e pensamentos impessoais que
vagam sobre o grande rio que carrega todos nós. A verdadeira substância
da história é aquela das vidas, de todas as vidas: a soma não totalizável
das experiências e de suas relações. A história é a aventura da consciência.

Neste capítulo, ao abordarmos a consciência humana pela


perspectiva holomatricial, focalizaremos nosso estudo em
suas características cognitivas, funcionais e inteligentes, que
são total e dinamicamente integradas e sincronizadas às suas
características energéticas e estruturais, conforme abordamos
no capítulo anterior, quando destacamos o holocampo e o ho-
lossoma (corpos).

Ou seja, ki e kon, energia e consciência, eletricidade-mag-


netismo, holomatriz e holocampo, mente e corpos, são partes
e todos do mesmo complexo hiperdimensional que configura a
consciência humana guiada pelo Eu (essência quântica).

221
Holomatriz

222 Holográfico 7.1


223
A matriz integral
A holomatriz é a matriz holográfica integral da consciência humana.
É uma matriz de conteúdos (informações, conhecimentos, inteligên-
cias, memórias, kons) e funções conscienciais (programas, programa-
ções, sistemas, softwares) que compõem a hiperplataforma funcio-
nal, operacional, cognitiva, interativa e sistêmica da holoconsciência.

A holomatriz é o holograma original, o holotemplate (molde


holográfico) primordial da consciência humana a partir do qual
a holoconsciência se manifesta, se configura, se estrutura e se
reproduz fractalmente pelos múltiplos tempos e planos de realida-
de que compõem o Holos.

A holomatriz pode ser imaginada como uma “semente dourada”


de som, luz e geometria. Estes são os 3 níveis ou os 3 tipos de
linguagem de programação por meio dos quais a holomatriz é
hiperprogramada.

224
A holomatriz serve como estrutura funcional cognitiva e roteiro
holográfico de apoio para o Eu por toda a sua existência nas múlti-
plas dimensões de manifestação. Toda a programação existencial
do Eu está energeticamente sintetizada em algoritmos de som, luz
e geometria na holomatriz, que, por sua vez, se distribui fractal-
mente em rede por todos os holons do organismo integral. Assim
como os códigos genéticos estão programados em rede nas células,
os códigos hologenéticos estão hiperprogramados em holorrede
nos holons.

Quando o Eu está pronto para “encarnar” uma vida na dimensão


terrena, um flash holográfico da holomatriz-semente é virtualmen-
te hiperprojetado sobre o campo do núcleo da primeira célula que
se forma, logo após a concepção. Por meio desse hiperprocesso,
a holomatriz e suas programações kármico-existenciais (HDNA)
são energeticamente ativadas e configurarão o DNA que, daí, será
replicado para todas as células do corpo físico por meio da repro-
dução celular. (Saiba mais no capítulo Hologenética.)

Quando vista sob a perspectiva de rede holográfica fractalmente


distribuída (holorrede), a holomatriz da consciência humana pode
ser descrita como um holossistema hiperdimensional de relações,
interações, conexões e fluxos cognitivos, informacionais, inteligen-
tes e funcionais que integram e hiperconectam as 9 matrizes da
holoconsciência.

A imagem a seguir mostra a holomatriz da consciência como


semente e como rede. A matriz-rede pode ser vista como uma hi-
perprojeção amplificada no espaço e no tempo da matriz-semente
que foi “plantada” no holocampo da primeira célula. A semente
holográfica contém a síntese potencial de todas as características,
possibilidades, tendências, karmas e possíveis futuros do Eu,
e a rede instalada demonstra quais, ou como, esses elementos
potenciais estão, ou não, manifestados na prática neste preciso
momento. De certa maneira, poderíamos dizer que o propósito
maior do Eu é que a sua holomatriz-rede manifestada seja a
projeção integral de todos os elementos potenciais contidos em
sua holomatriz-semente.

225
Semente
(som, luz e geometria)

holotemplate
molde holográfico

226 Holográfico 7.2


Rede

holossistema
sistema holográfico

227
Em suma, além de ser uma das perspectivas por meio das quais
podemos perceber, experimentar e descrever o ser humano (a
outra é como um campo de energia ou holocampo), a holomatriz
é tanto a matriz-template original que gera holograficamente a
holoconsciência nas múltiplas dimensões da realidade, como a
matriz-rede de interações, das informações, dos fluxos holográfi-
cos, dos programas e dos códigos por meio dos quais o Eu faz a
gestão funcional e cognitiva da holoconsciência.

Para evoluir, precisamos aumentar simultaneamente nosso


quantum de energia (do holocampo) e de consciência (holomatriz).
Nas palavras de Lapierre & Dubro, no capítulo “Crescendo em
consciência”, de Evolução elegante:

Para aumentar nossa consciência, precisamos diminuir o ruído interno


em nossas vidas. Precisamos também estabelecer integração e coerência
internas. Precisamos desenvolver uma anatomia energética evolutiva que
suporte e amplifique nossas Intenções e as comunique para o Universo
externo. Precisamos elevar a carga ou o f luxo de energia de [...] todo o
nosso ser. Precisamos realmente participar da cocriação de nossas vidas.

O aumento da consciência relaciona-se diretamente com a construção


de estruturas geométricas mais complexas dentro de nossos campos de
energia. A ativação de templates de energia e a criação de novos caminhos
e fiação são a chave para a aceleração do processo.

Conforme as estruturas forem evoluindo em equilíbrio, a frequência res-


sonante irá se elevar. A área de frequência do sistema aumenta com uma
resposta maior às vibrações externas. O tom pessoal de um indivíduo
aumenta. Há uma elevação do ritmo interno como um todo. Isso equivale
a elevar o nível de consciência.

À medida que nos tornamos mais conscientes e sustentamos mais o


Espírito na matéria, nossa arquitetura multidimensional fundamental e
subjacente muda. Porque a consciência se expressa por meio de uma rede,
uma malha ou teia da vida, o alinhamento da geometria é o alinhamento
dos caminhos do Espírito.

A holomatriz da consciência humana é composta de Holossiste-


ma (Sistema Operacional Integral) + 9 Sistemas da Consciência.

228
Campos Morfogenéticos
O conceito de holomatriz é similar ao conceito de campos mórficos,
desenvolvido pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake.

Segundo ele, os campos mórficos são campos de formas, padrões


ou estruturas de ordem invisíveis que se organizam e se estendem
no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os
sistemas do mundo material, não só os campos de organismos vivos
mas também os campos de cristais e moléculas. São esses campos que
ordenam a natureza. Assim, sempre que um membro de uma espécie
aprende um comportamento, e esse comportamento é repetido até
ser assimilado, o campo (molde) é modificado, e a modificação afeta
a espécie por inteiro, mesmo que não haja formas convencionais de
contato entre seus membros.

Os campos morfogenéticos agem sobre a matéria impondo padrões


restritivos em processos de energia cujos resultados são incertos ou
probabilísticos. O processo responsável por essa coletivização da
informação foi batizado por Sheldrake como “ressonância mórfica”.

Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais –


como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes – e entre pessoas e animais.
Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre
os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afinidades é que
são responsáveis pela comunicação.

Segundo o holismo, os campos morfogenéticos são a memória


coletiva à qual recorre cada membro da espécie e para a qual cada
um deles contribui, o que se assemelha ao conceito de inconsciente
coletivo proposto por Jung.

Fonte: Wikipedia

229
Holossistema
O sistema operacional integral da consciência humana, que também
chamamos de HOH (Holossistema Operacional da Holoconsciên-
cia), é a plataforma energético-consciencial hiperdimensional que
sustenta, integra e viabiliza em termos operacionais, funcionais,
cognitivos, sistêmicos e energéticos a manifestação integral da
holoconsciência.

Nessa versão do holomapa (holográfico 7.3) notamos o sistema


operacional integral representado pelas linhas em branco que
contornam a flor holística que simboliza a holoconsciência.

O holossistema é o principal sistema de gestão da holocons-


ciência, e tem a função básica de gerenciar, organizar, integrar e
sintetizar corpos (hardwares energéticos) e sistemas (softwares
conscienciais) da holoconsciência, segundo as diretrizes do Eu.
Sem o sistema operacional integral, o Eu não teria uma estrutura
funcional sobre a qual operar e se holomanifestar.

Embora infinitamente mais sofisticado e complexo, o HOH pode


ser comparado aos sistemas operacionais de computadores e celu-
lares, como Windows, Mac OS, Linux e Android.

O sistema operacional integral é hiperprogramado numa lingua-


gem hiperdimensional composta de uma incalculável e indescrití-
vel sequência de códigos, fórmulas, protocolos, scripts, programas
e funcionalidades.

Todos os seres humanos possuem um sistema operacional, um


HOH humano que é totalmente diferente dos sistemas operacionais
de outros seres vivos. Cada espécie possui um tipo específico de
HOH. Assim, os pássaros têm sistemas operacionais diferentes dos
felinos, que são diferentes dos peixes, que são diferentes dos insetos.

230
Holomapa
Sistema Operacional Integral
(HOH)

Holográfico 7.3 231


No reino humano, o sistema operacional básico é relativamente
o mesmo para todos. O que nos diferencia, em termos de sistemas
operacionais, é a versão que possuímos. Ou seja, somos todos
similares em potencial, pois possuímos sistemas operacionais
semelhantes; entretanto, e ao mesmo tempo, somos também po-
tencialmente diferentes, pois podemos ter diferentes versões.

Naturalmente, além de diferentes versões de sistema operacio-


nal, temos também diferenças em termos de conteúdos (valores,
cultura, crenças, perspectivas, propósitos) que são fruto das expe-
riências, dos aprendizados e dos conhecimentos acumulados ao
longo das múltiplas vidas nas múltiplas dimensões. Porém, tão ou
até mais importante do que a versão de sistema operacional insta-
lada em nossa consciência e do que os conteúdos e aplicativos que
acumulamos, está a utilidade prática que damos para tudo isso, ou
seja, aquilo que realizamos em nossas vidas com o equipamento
que possuímos. Há pessoas com versões de sistema operacional
”antigas” realizando coisas belas, criativas e enriquecedoras para
o mundo; e há pessoas com versões operacionais novíssimas e com
aplicativos de última geração vivendo vidas vazias, tristes e despro-
vidas de direção e significado. Portanto, numa analogia: há pessoas
que não vão além do quarteirão com uma Ferrari, enquanto outras
dão voltas no planeta num fusquinha.

Assim, quando nascemos para este mundo, trazemos uma


versão específica de sistema operacional pré-instalado, embutido e
hipercodificado em nossa holomatriz.

O holossistema operacional é ativado gradualmente ao longo


da vida e de acordo com o nosso desenvolvimento holossomático.
A versão de sistema operacional que trazemos está diretamente
relacionada não só ao nosso estágio de maturidade evolutiva, mas
também às características do nosso projeto de vida, ao momento
histórico em que nos manifestamos na Terra e ao grupo kármico a
que pertencemos.

Mas a versão pré-instalada não é fixa, fechada ou definitiva. Ao


contrário. Ao longo da vida, de acordo com as nossas experiências e
aprendizados, e conforme vivemos e evoluímos, criamos condições

232
para realizar updates e upgrades energético-conscienciais em nosso
sistema operacional integral. Essa atualização permite a reconfigu-
ração do HOH e se dá por meio de hiperloads de novos aplicativos,
plugins, programas, recursos, memórias e funcionalidades conscien-
ciais que darão suporte a que novos conteúdos biológicos, psicológi-
cos, sociais, culturais e espirituais (visões, princípios, inteligências,
conhecimentos, genes, memes etc.) possam ser manifestados na
prática da vida cotidiana, nas relações intra, inter e hiperpessoais e
na realização do projeto existencial individual e coletivo.

Essa constante atualização reforça o conceito de que, assim como


a Holomatriz, também a holomatriz humana está em constante
atualização e cocriação evolutiva com o Holos. Como cada holon
humano está hiperconectado ao todo, na medida em que evoluímos
e atualizamos os nossos sistemas operacionais individuais abrimos
caminho para que o sistema operacional integral da consciência
coletiva automaticamente também se atualize; ou seja, ao nos atua-
lizar, atualizamos automaticamente toda a humanidade e o próprio
Holos, e vice-versa, num contínuo processo de atualizações recíprocas
e simultâneas que reverberam pela eternidade.

Esse hiperprocesso de atualização consciencial mútuo, tanto


dos sistemas operacionais individuais como dos coletivos, está
acontecendo numa escala exponencial nunca antes vista neste
planeta. A holomatriz da consciência coletiva se expande de forma
acelerada como resultado da hiperconexão cada vez maior e mais
consciente de mais e mais pessoas (holomatrizes individuais)
que, ao despertarem e ao se conectarem, permitem que o fluxo
energético-consciencial que transita pela rede matricial integral
aumente, se acelere e se exponencialize como num processo viral
de expansão de consciência.

Um quantum energético-consciencial amplificado, circulando


pelas redes dentro de redes dentro de redes hiperconectadas, cria
as condições para que um campo potencial seja gestado dentro do
campo atual ou acoplado a ele, abrindo um espaço-tempo para que
um novo campo, um novo corpo, uma nova consciência e uma nova
era possam nascer e com uma vibração mais elevada, mais ampla
e mais consciente.

233
Os 9 sistemas
da consciência

Os sistemas da consciência são os principais softwares (programas


e programações) que “rodam” na holoconsciência. Eles são os res-
ponsáveis pela gestão funcional, interativa e cognitiva do complexo
da holoconsciência e operam sobre a plataforma do sistema opera-
cional integral (HOH).

Os sistemas da consciência gerenciam todas as funções e


competências da consciência humana, como pensamento, senti-
mento e emoções; movimento, vontade, intuição e imaginação;
impulsos, comportamento, relacionamento e desejos; memória,
linguagem, percepção sensorial e hipersensorial; modos de
consciência, valores éticos, morais e espirituais; comunicação,
expressão, criatividade, senso estético e artístico; além de todas
as programações biológicas, genéticas, hologenéticas, kármicas e
existenciais do Eu.

Esses sistemas são programas semiautônomos e estão hiperco-


nectados entre si, formando uma rede matricial integral na qual
seus conteúdos dinâmicos interagem continuamente em múltiplos
níveis e frequências de ressonância.

Os sistemas da consciência (softwares) estão intrínseca e impli-


citamente hiperconectados com os corpos (hardwares), com o Eu
e com todas as estruturas e conteúdos da holoconsciência, como é
possível verificar a seguir, nesta versão do holomapa (holográfico 7.4).

Observe-se que o holocentro forma o núcleo holográfico virtual


ao redor do qual “rodam” os sistemas da consciência (representados
pelas pétalas coloridas) e os corpos (círculos ovais concêntricos)
em múltiplos planos e com o suporte funcional do holossistema
operacional (flor completa).

234
Holomapa
Sistemas da Consciência

Holoenergético

Holoético Holobiológico

Holomemórias Holopsicológico

Holocriativo Holomental

Holográfico Holoperceptivo

Holográfico 7.4 235


Numa situação ideal, que infelizmente não é a mais comum, os
sistemas da consciência estão devidamente equalizados, sintoniza-
dos e sincronizados, criando e sustentando um holocampo estável,
saudável e alinhado ao Eu.

Na situação inversa, e mais comum, quando os sistemas da cons-


ciência não se sincronizam, ou quando há um desbalanceamento
na intensidade de utilização de algum desses sistemas, ocorre um
desequilíbrio e uma queda na qualidade vibracional do sistema
integral, situação que abre espaço para as mais variadas disfun-
ções e transtornos mentais e psicoenergéticos, como depressão,
ansiedade, estresse, pânico e doenças psicossomáticas.

Embora todos os sistemas sempre estejam mais ou menos ope-


rantes, eles não se desenvolvem no mesmo ritmo e intensidade. Em
função das nossas características pessoais, do estágio de nosso
desenvolvimento consciencial, de nosso projeto de vida, de nossas
programações kármicas e existenciais, alguns desses sistemas
serão mais desenvolvidos e ativos do que outros. Isto é, algumas
pessoas têm a mente e a razão mais evoluídas; outras desenvolvem
mais a intuição ou a inteligência emocional; e outras, ainda, a
criatividade ou o senso estético ou ético. Todos os seres humanos
possuem essas funções, mas a velocidade e a qualidade com que
cada um desenvolve e aplica cada uma das funções varia enorme-
mente de pessoa a pessoa.

Dificilmente desenvolvemos completamente, numa única vida,


todas essas funções ou habilidades. O mais comum é, a cada vida,
desenvolvermos algumas delas. Entretanto, vivemos um tempo
de aceleração, expectativa de vida aumentada e acesso global
a recursos de todos os tipos, o que possibilita que um número
crescente de pessoas no planeta esteja vivendo muitas vidas numa
vida só. Isto se observa quando verificamos, por exemplo, os novos
sistemas de ensino, que oferecem uma educação mais natural e
holística, e a atual tendência de as pessoas exercerem mais de uma
atividade ao longo da vida profissional. Em função da possibilidade
de aprendizado acelerado em tantos campos de desenvolvimento,
nosso tempo é um período muito concorrido e desejado em termos
“encarnatórios”. Ou seja, existe um grande número de consciências
(seres) buscando uma oportunidade para viver na Terra nesta de-
terminada fase histórica devido às boas chances de se desenvolver
de forma mais rápida e ampla.

236
Em suma, os sistemas conscienciais operam como funções psi-
cológicas, recursos psíquicos internos ou ferramentas funcionais
e cognitivas que todo ser humano tem disponível para a sua vida
e para o seu desenvolvimento integral. O estado de equilíbrio que
tanto almejamos passa, inevitavelmente, por sincronizar, equalizar
e atualizar constantemente esses múltiplos sistemas.

A forma como os sistemas foram classificados baseia-se princi-


palmente na Teoria dos Chakras, oriunda do hinduísmo, conver-
gindo também com a Teoria das Múltiplas Inteligências, do psicó-
logo cognitivo-educacional Howard Gardner, e com a abordagem
integral de Ken Wilber, que se refere aos sistemas da consciência
como linhas de desenvolvimento do Ser. Segundo a visão de Wilber,
apresentada em seu livro Psicologia integral (2000):

Essas diferentes linhas de desenvolvimento incluem a moral, os afetos, a


autoidentidade, a psicossexualidade, a cognição, as ideias a respeito do
bem, a adoção de papéis, a capacidade socioemocional, a criatividade,
o altruísmo, as várias linhas que podem ser chamadas de espirituais
(solicitude, sinceridade, preocupação, fé religiosa, estágios meditativos), a
alegria, a competência para se comunicar, os modos de espaço e de tempo,
a tomada pela morte, as necessidades, a visão de mundo, a competência
lógico-matemática, as habilidades cinestésicas, a identidade sexual e a
empatia – para citar algumas das linhas de desenvolvimento mais proemi-
nientes [...]

Uma pessoa pode ser muito avançada em algumas linhas, razoável em


outras, inferior em algumas outras – e tudo ao mesmo tempo.

Vejamos quais são os 9 principais sistemas conscienciais/linhas


de desenvolvimento que “rodam” na holoconsciência humana e que
estão totalmente integrados entre si, ao Eu, ao sistema operacional
integral e a todos os corpos e chakras.

Sistema Holoenergético: gerencia o complexo energético da ho-


loconsciência (holocampo). É o sistema responsável pela captação,
a armazenagem, o processamento, a circulação e a transmissão de
ki por todos os sistemas, corpos e dimensões da consciência. Faz a
gestão do holochakra e dos circuitos, dos canais, dos cordões, dos
raios e dos centros de estocagem de energia (kibaterias).

237
Sistema Holobiológico: gerencia os complexos biológico, sen-
sorial e de segurança da holoconsciência.

• Biológico: gerencia o complexo celular, as funções orgâni-


cas e os sistemas vitais do corpo físico/biológico, como, por
exemplo, os sistemas respiratório, circulatório, motor, genético e
reprodutor.

• Sensorial: gerencia o complexo sensorial humano, isto é, os 5


principais sentidos e também o amplo leque de sensações geradas
pela percepção sensorial. Diretamente associado ao instinto.

• Segurança: é o responsável pela gestão dos programas de


segurança e dos mecanismos instintivos de autopreservação, de
autoproteção, de sobrevivência e de homeostase do organismo
integral.

Sistema Holopsicológico: gerencia o complexo psico-afetivo-


emocional-sexual da holoconsciência. É o sistema responsável
pela gestão da holopersonalidade, incluindo o vasto campo de
emoções, desejos, necessidades psicológicas e metanecessidades
(autotranscendência, conexão espiritual). Gerencia também
todos os elementos psicoenergéticos, sensoriais e afetivos asso-
ciados à sexualidade humana. Na prática, todos esses elementos
confluem diretamente na modulação do biotipo psicológico
integral (holotipo), que inclui o temperamento, o caráter e os
padrões de comportamento e de relacionamento intrapessoal e
interpessoal.

Sistema Holomental: gerencia o complexo mental objetivo/


concreto e o complexo mental subjetivo/abstrato da holo-
consciência. É responsável tanto pela gestão da chamada mente
racional, analítica ou objetiva, quanto pelo gerenciamento da
mente abstrata, transcendente ou subjetiva.

Sistema Holoperceptivo: gerencia o complexo perceptivo/


intuitivo da holoconsciência, incluindo os hipersentidos e os
modos de consciência. Faz também a hiperconexão direta entre
o eu e o Eu, e está diretamente relacionado à autoconsciência e às
programações kármicas, hologenéticas, existenciais e essenciais.

238
• Hipersentidos: gerencia o complexo hipersensorial humano,
que inclui os hipersentidos (sentidos hipersensoriais, parapsiquis-
mo), os hiperceptores e as hipercepções.

• Modos de consciência: gerencia os mais variados estados


de consciência, como vigília, sonho, sono profundo, meditativo,
mediúnico, hipnótico, hipnagógico (um pouco antes de dormir),
hipnopômpico (um pouco depois de acordar), sonambúlico, proje-
tivo (projeção astral), alterado (induzido por drogas) etc.

Sistema Holográfico: gerencia os complexos de hipercomuni-


cação, hiperconexão e hipermanifestação da holoconsciência.

• Hipercomunicação: equaliza a hiperface de comunicação


entre as múltiplas dimensões da holoconsciência; hiperprocessa
a linguagem e organiza a geração, a reprodução e a aplicação de
imagens hiperdimensionais (formas hologeométricas, hologramas,
ícones virtuais, sinais, símbolos, arquétipos e principalmente as
holoformas); além de fazer a captação, a decodificação, a tradução,
a conversão, a modulação e a transmissão de hiperconteúdos via
hiperload.

• Hiperconexão: faz a conexão simultânea entre as múltiplas


dimensões e corpos da holoconsciência.

• Hipermanifestação: viabiliza a manifestação hiperdimensio-


nal do Eu e administra os múltiplos instrumentos de navegação
multidimensional.

Sistema Holocriativo: gerencia o complexo criativo da holo-


consciência. É responsável pela gestão de todos os processos rela-
tivos à imaginação, à criação e à criatividade. Desenvolve o senso
estético, artístico, de beleza e a capacidade de cocriar e coplasmar
realidades em múltiplas dimensões simultâneas.

Sistema de Holomemórias: gerencia o complexo de memórias


e programações kármicas da holoconsciência.

239
• Holomemórias: gerencia o banco integral de memórias holo-
gráficas e registros hipertemporais da holoconsciência. Contêm
a história completa e a holobiografia do Eu. Esses hiper-registros
são armazenados nos holochips e integram dinamicamente vários
planos, tempos e realidades simultâneas.

• Programações holokármicas: gerencia todos os registros e


programações kármicas do Eu.

Sistema Holoético: gerencia o complexo de valores essenciais


da holoconsciência. Os valores são programas qualitativos da cons-
ciência individual e coletiva, e podem ser de cunho moral, ético,
artístico, estético, social, cultural, político, ecológico ou espiritual.
Alguns são intrínsecos, implícitos, auto-herdados ou autocriados
por nós mesmos, e outros são herdados, adaptados e aprendidos do
mundo externo, da sociosfera (redes sociais da família, da sociedade
em geral, da cultura, da educação, da religião etc.). Embora sejam
pilares fundamentais, os códigos de valor não são estáticos, podendo
mudar de acordo com a evolução e a atualização da consciência. Os
valores variam de local para local, de cultura para cultura, de socie-
dade para sociedade, de época para época e de pessoa para pessoa.
Valores comuns e aceitos hoje já foram grandes tabus e motivos de
guerras, perseguições e mortes no passado, como o divórcio e a li-
berdade sexual. Da mesma forma, muitos valores aceitos no passado
são hoje considerados inaceitáveis, como a segregação racial.

A importância de termos ciência dos nossos valores reside no


fato de esses códigos essenciais serem programas que muitas vezes
“rodam” fora do campo da consciência, funcionando como parâ-
metros para os demais sistemas da holoconsciência; ou seja, eles
dão limites, coordenadas, comandos e referências para a corrente
de energia que flui pela holoconsciência, o que influenciará pensa-
mentos, sensações, sentimentos, movimentos e comportamentos.
Um valor ultrapassado, rígido e limitante interfere no fluxo de
energia, e em vez de ser um pilar que dá base para a consciência se
expandir, se transforma num obstáculo que bloqueia o crescimento
e a manifestação integral dos potenciais da consciência.

240
O cérebro integral
O cérebro provavelmente será uma das mais prolíficas fontes de
descobertas ao longo do desenvolvimento humano e tecnológico
no futuro próximo. Ainda hoje, devido à sua enorme complexidade,
o cérebro humano permanece em boa parte desconhecido e incom-
preendido. Mas conforme a ciência se aproxima da espiritualidade
(e ela já está bem próxima), todo o vasto conhecimento antecipado
por mestres espirituais e visionários está sendo finalmente com-
provado, e até aperfeiçoado.

Existe uma estreita relação entre cérebro, frequências das ondas


cerebrais, modos de consciência, chakras, corpos e os sistemas
de gestão da holomatriz. Para que possamos compreender essas
hiper-relações, que não são nada simples e acontecem em múltiplos
níveis e tempos simultâneos, precisamos conhecer um pouco mais
sobre o cérebro e suas estruturas, funções e lógicas de processamento.

O cérebro é um hipercomputador e faz a gestão operacional,


funcional, cognitiva, holográfica, organizacional e homeostática
do organismo humano integral. Ele é o responsável pelo proces-
samento biológico, motor, psíquico, social e hiperdimensional do
complexo energético-consciencial da holoconsciência.

O cérebro atua como um hiperprocessador e um transdutor


bio-eletro-magnético-químico-holográfico-quântico que nos
hiperconecta com o Hiperespaço e que serve de base física e hiper-
face para o Eu que, por meio da vontade e da intenção, atua sobre,
com, através e além do cérebro. Para tanto, o cérebro é equipado
com hiperprocessadores holográficos capazes de escanear o vasto
espectro magnético, visível e invisível, temporal e atemporal,
denso e sutil; e de processar múltiplos conteúdos – em múltiplas
frequências e em múltiplas dimensões – com um surpreendente
nível de precisão e sofisticação. Ele processa pulsos elétricos e
imagens holográficas (holoformas), sintoniza campos magnéticos
e quânticos, sincroniza tempos, transcodifica ondas que trafegam
pelo vácuo (ondas escalares) em ondas eletromagnéticas, modula

241
a comunicação inter e hiperdimensional e ainda equaliza a fre-
quência entre as múltiplas dimensões, modos de consciência e
corpos.

O cérebro opera como um holossintetizador das múltiplas


inteligências, recursos e potenciais humanos. Está organizado
em diversas estruturas funcionais holodinâmicas localizadas em
diferentes zonas e campos cerebrais que, juntas, sintetizam desde
hormônios a ideias, imagens, sons, sonhos, formas, sentimentos,
desejos, sensações, aromas, intenções e vontades.

Atua sistemicamente com outros órgãos do corpo e com os


sistemas biológicos, como o nervoso, o endócrino, o imunológico,
o motor e o sensorial. O cérebro é o principal aparato físico na
execução do processo de sincronização (sinc) e equalização de
conteúdos, programas, inteligências, funções e sistemas da holo-
matriz. Por isso, é considerado um dos protagonistas no processo
de holossíntese humana.

O cérebro é um orgão hipersensível e hiperplástico, e funciona


por intermédio de uma rede hiperdimensional e suprainteligente
formada por bilhões de neurônios (holorrede neural). Os neurônios
geram, transmitem e armazenam informações, constituindo a
unidade funcional e estrutural básica do cérebro, que possui mais
de 80 bilhões de neurônios e mais de 80 bilhões de células gliais
(células que operam em simbiose com os neurônios).

Essa rede de comunicação hiperdimensional formada por neurô-


nios, circuitos eletromagnéticos e hiperlinks quânticos dinamica-
mente hiperconectados realiza trilhões e trilhões de conexões elé-
tricas (sinapses), gerando uma infinidade de campos e subcampos
de informações eletromagnéticas que trafegam pelo Hiperespaço.
Esses campos interagem em múltiplos planos com os campos de
todo o Holoverso por meio de um mecanismo de holofeedback que
envia e recebe informações quanticamente, e assim se alimenta
e se retroalimenta não só dentro da rede do próprio organismo,
mas também entre a rede individual (holomatriz pessoal) e a rede
cósmica integral (Holomatriz).

242
Os neurotransmissores, substâncias químicas produzidas nos
neurônios – como a serotonina (bem-estar), a melatonina (antio-
xidante), a noradrenalina (raciocínio) e a dopamina (humor) –, são
os responsáveis em grande parte pela quantidade e pela qualidade
das sinapses na rede neural. Eles transmitem constantemente
as informações necessárias para garantir a qualidade da nossa
experiência de vida, e têm um papel fundamental no processo de
hipermutação plástica do cérebro, que é capaz de transmutar a sua
própria anatomia, fisiologia, química e frequência vibracional.

Junto com a medula espinhal, que leva e traz informações codi-


ficadas pelo corpo, o cérebro faz parte do sistema nervoso central
(SNC), responsável pela administração geral das funções vitais e,
embora tenha apenas de 2% a 3% do peso do corpo, consome de
20% a 25% de todo o oxigênio consumido pelo organismo. Integra-
do ao SNC funciona o sistema nervoso periférico, a complexa rede
de nervos que irriga todo o corpo transmitindo pulsos nervosos e
fazendo o hiperlink entre o cérebro e o resto do organismo, e vice-
-versa. E há ainda o sistema nervoso autônomo, que é o respon-
sável pelo controle das funções vegetativas (respiração, digestão,
temperatura) do corpo e pelas reações rápidas, condicionadas e
automáticas de luta ou fuga (sistema simpático), assim como pelas
reações mais lentas, flexíveis e relaxadas (sistema parassimpático).

No capítulo “Circuitos multidimensionais”, os autores de


Evolução elegante afirmam:

O cérebro é um produtor e um detector de ondas escalares [...] ou seja,


o cérebro pode converter energia eletromagnética em ondas escalares e
ondas escalares em energia eletromagnética.

A onda escalar é uma onda hiperespacial. Ela existe fora dos obstáculos
do espaço e do tempo. Viaja em velocidades superiores à da luz [...] Do
mesmo modo que uma onda sonora viaja pelo ar, uma onda escalar viaja
como uma perturbação hipersônica no vácuo.

É a onda escalar que navega pelos canais entre as dimensões. É por meio desses
canais ou portas que nos comunicamos com o vórtice primário da criação.

243
Enfim, o cérebro está constantemente escaneando, sintoni-
zando, sincronizando, processando, traduzindo, decodificando,
armazenando, analisando, modulando, transmitindo, equalizan-
do, holografando, sintetizando e se adaptando às informações e
às frequências provenientes do meio ambiente interno e do meio
ambiente externo por meio dos corpos, dos sentidos e dos hiper-
sentidos. Com esses dados e sinais hiperdimensionais decodifica-
dos, às vezes simultaneamente, o cérebro gera os mais variados
fenômenos humanos. A função do aparato cerebral é estabelecer,
sempre, uma relação contínua, harmônica e eficiente entre as
diversas esferas da ação, da percepção e da cognição humanas, e
possibilitar a melhor experiência possível na busca por alcançar a
homeostase, o equilíbrio sintético integral.

As estruturas cerebrais
Em termos de suas estruturas anatômicas, utilizamos como referên-
cia o trabalho do neurocientista Paul MacLean que, resumidamente,
apresenta o cérebro numa linha vertical, de cima para baixo, na se-
quência cérebro racional (neocórtex) – cérebro emocional ou mamífero
(sistema límbico) – cérebro instintivo ou reptiliano (tronco encefálico).

O neocórtex situa-se no topo do cérebro e é a sua camada de


tecido mais externa e visível. É especialmente por meio do neo-
córtex que se dá a interface com o mundo; ele se ativa toda vez
que a experiência se torna consciente. No processo evolutivo do
ser humano, foi ele a última ala ou sistema a ser configurado e
ativado, mantendo-se em constante transformação junto com
todo o organismo. O neocórtex divide-se em lobos e hemisférios, e
está relacionado à atividade mental superior e consciente – como o
pensamento abstrato, o planejamento, a compreensão, a coordena-
ção, a inteligência, o controle das emoções e as memórias de curto
prazo (RAM). Essa estrutura cerebral se forma no último trimestre
de gravidez e está associada à formação do ectoderma, a camada
mais externa do embrião humano. Na relação com as dimensões da
holoconsciência, as funções e os conteúdos do neocórtex estão mais
relacionados com o campo da consciência e com o hiperconsciente.

244
O sistema límbico (tálamo, amígdala, hipocampo, fórnix) é
chamado cérebro emocional e originou-se a partir da emergência
dos mamíferos mais antigos. É responsável pelo processamento
emocional, pela formação das memórias de longo prazo (HD), pela
aprendizagem, pelos instintos básicos (raiva, medo, amor, sexo) e
pelo sistema de alerta e autodefesa do corpo. O sistema límbico
faz a conexão entre o neocórtex e o cérebro reptiliano (tronco
encefálico).

O tálamo é uma estrutura cerebral importante. Localizado


no centro anatômico do cérebro, é o grande regente dos ritmos
cerebrais. É uma estação de retransmissão que modula o fluxo de
informações sensoriais captadas pelos órgãos dos sentidos, dados
que vêm e vão em direção ao neocórtex. Também é responsável por
dirigir a atenção e coordenar as nossas respostas motoras. Conec-
tados ao tálamo estão o hipotálamo e a hipófise (pituitária), que
ligam o sistema endócrino ao sistema nervoso central; a amígdala
(radar, alarme e memória emocional); o hipocampo (consciência
espacial, conexão entre os circuitos cognitivos e afetivos, formação
da memória e do aprendizado); e o cerebelo. O tálamo se forma
no segundo trimestre de gravidez e está associado à formação do
mesoderma, a camada intermediária do embrião. Relaciona-se
mais com os conteúdos e programas do campo da consciência e do
subconsciente.

A formação do endoderma, a camada mais interna do embrião,


ocorre predominantemente no primeiro trimestre da gravidez,
quando se dá também a formação do hipotálamo – estrutura dire-
tamente ligada à amígdala –, responsável pela regulação endócrina
e imunológica. O sistema límbico, na correlação com as dimensões
da holoconsciência, relaciona-se com o subconsciente e com o
infraconsciente.

O complexo reptiliano (tronco encefálico) e o cerebelo estão as-


sociados a funções mentais inferiores e a mecanismos de controle
autônomos e infraconscientes. O cerebelo, o pequeno cérebro,
coordena movimentos corporais como equilíbrio e postura, e ainda
executa funções automáticas e armazena memórias e programas
condicionados.

245
Cérebro Integral
Estruturas e Funções

Cérebro intuitivo Hipercérebro


(hiperhumano)

Cérebro racional Neocórtex


(humano)

Cérebro emocional Sistema límbico


(mamífero)

Cérebro instintivo Tronco encefálico


(reptiliano)

246 Holográfico 7.5


Em suma, essas 3 diferentes estruturas cerebrais são respon-
sáveis pelo armazenamento e pelo processamento de uma ampla
gama de memórias (curto, médio, longo prazos), de conteúdos,
de programas e funções (biológicas, psicológicas, sociais) e de
inteligências (emocional, motora, linguística, sensorial, imagética,
intelectual, extrassensorial, intuitiva).

As correlações entre a localização dessas estruturas e suas


respectivas funções e conteúdos é complexa, pois se trata de um
conhecimento ainda não totalmente dominado. Apesar de todo o
avanço recente das neurociências, o conhecimento sobre o cérebro
ainda é bastante relativo. É como se estivéssemos somente agora
começando a compreender o seu enorme potencial.

Um exemplo que ilustra esse fato é a recente descoberta da rede


de nanocristais de magnetita no cérebro, uma rede que teria a
capacidade de sincronização com campos de natureza magnética
mais potentes do que outros compostos do corpo. Outro exemplo
é a descoberta que constata a capacidade dos neurônios de se
autotransmutar do seu estado usual, comum, para um estado de
cristal líquido, reforçando assim, como jamais foi possível imaginar
e comprovar, a tese da possibilidade de conexão quântica entre o
ser humano e o Cosmos.

Existem ainda descobertas que sugerem a existência de outros


cérebros, ou co-cérebros, no organismo. Um deles seria o intestino,
hipótese criada em razão de os neurônios existentes em suas paredes
produzirem hormônios e neurotransmissores. O outro cérebro no
corpo seria o coração, pelo fato de ele mesmo ter uma rede de
neurônios que trabalha em sintonia direta com o cérebro-encéfalo
(na cabeça) e por possuir um campo eletromagnético quase 5.000
vezes mais potente do que o do cérebro. Tudo indica que cérebro e
coração têm um sistema de comunicação paralelo, e em muitas si-
tuações o coração parece não só ser autônomo em relação às ordens
do cérebro como, inclusive, enviar comandos que são aceitos por ele.
Em vista dessas descobertas, já é possível imaginar que o complexo
cerebral atue numa rede ainda mais ampla do que se imaginava.
Essa hipótese parece fazer sentido e se alinha com as ideias que
temos sintetizado.

247
As funções cerebrais
Vamos agora analisar o cérebro segundo as suas funcionalidades,
identificando seus hemisférios, glândulas e lobos corticais.

O hemisfério esquerdo do cérebro está mais associado à razão, à


fala, à linguagem, à autoconsciência, ao cálculo analítico e proba-
bilístico, à capacidade de gerar ideias abstratas e criar modelos de
solução de problemas. O lado esquerdo é o mais masculino, pois
recebe a noradrenalina diretamente ativada pela testosterona, e
busca a ação e a realização sistemática. Funciona preponderante-
mente no modo digital, que estudaremos a seguir.

O hemisfério direito do cérebro está mais associado às emoções, à


imaginação, à intuição, ao simbolismo, à criatividade, à percepção
musical, às imagens, formas e cores, à visão holística e à capacidade
de síntese e transcendência. É o lado mais feminino, pois os estro-
gênios amplificam a secreção de serotonina nesse hemisfério, que
busca o bem-estar e a felicidade. Funciona predominantemente no
modo analógico.

Entre os dois hemisférios existe uma estrutura de integração, o


corpo caloso, um feixe com mais de 200 milhões de fibras nervosas
que faz a hiperconexão estrutural e funcional entre os hemisférios
com o objetivo de harmonizá-los. Como afirma Roberto Crema em
Antigos e novos terapeutas:

O exercício simultâneo e sistemático destas duas inteligências conduz a


um salto qualitativo, além da análise e da síntese, na direção de uma me-
tainteligência que, ao mesmo tempo, as contém e ultrapassa. Em outras
palavras, a abordagem holística não é nem analítica nem sintética: é o
fruto de uma integração e da transcendência dessa polaridade. Entre o
hemisfério cerebral esquerdo e o direito há o corpo caloso, uma estrutura
nervosa que os conecta, que pode ser metaforizada como o substrato
neurofisiológico da transdisciplinaridade e da holovisão, que os antigos
denominavam de terceira visão [...].

248
Duas glândulas merecem especial destaque devido à sua impor-
tância funcional para o organismo: a hipófise e a pineal. A hipófise
(pituitária) regula as outras glândulas e diversas funções do or-
ganismo, como o processo de crescimento. Trabalha em conexão
direta com a glândula pineal no processamento de campos de
ondas eletromagnéticas que, após serem sintonizadas, são codifi-
cadas em estímulos neuroquímicos. A glândula pineal, apontada
por Descartes como a sede da alma, funciona como um sensor
que “escaneia” o espectro magnético sintonizando frequências dos
vários campos. Além de suas funções biológicas, como a regulação
do relógio biológico, a prevenção do envelhecimento e a produção
de serotonina, o complexo hipófise-pineal realiza funções trans-
cendentes, como ser antena parapsíquica e mediúnica e fazer o
hiperlink com o hiperconsciente. Na prática, atua como uma
espécie de modem de ressonância que nos hiperconecta com a
rede cósmica universal (Holomatriz). Esse complexo glandular
funciona de forma integrada com todas as outras áreas cerebrais,
em especial com o neocórtex.

O neocórtex subdivide-se em lobo frontal, parietal, temporal e


occipital. Todas essas regiões estão hiperconectadas e atuam como
um todo integrado, e suas funções aproximadas são as seguintes:

• O córtex frontal capta, percebe, descobre, cria, imagina,


analisa e sintetiza informações cognitivas e conheci-
mento. É responsável pela atenção, pela concentração,
pela memória e pelo autocontrole; pelo movimento e pela
regulação da expressão emocional, a nossa inteligência
emocional. Está mais associado ao campo da consciência
e ao hiperconsciente;

• O córtex parietal é responsável pelo processamento


sensorial e corporal; pela formação da autoimagem, da
autoestima, da orientação corporal; e também pela capa-
cidade de visualização e identificação de padrões;

• O córtex temporal regula o humor e a temperatura,


sendo responsável pela aprendizagem, pela memória de

249
curto e médio prazos, pelo processamento auditivo e
ainda faz o link entre os circuitos cognitivos, emocionais
e transcendentais (associados a experiências místicas).

• O córtex occipital é responsável pela visão e pela inter-


pretação da visão, e armazena conteúdos e programas
abstratos e práticos para a solução de problemas associa-
dos ao inconsciente (sub e infraconsciente).

As lógicas cerebrais
Uma vez apresentadas as estruturas anatômicas e as estruturas
funcionais, agora vamos analisar o cérebro segundo as suas lógicas
de processamento1, que são: biológica, analógica, digital e quântica.

As lógicas de processamento são diferentes formas de processar


as memórias, os conteúdos e os programas que “rodam” no cérebro.
Elas atuam simultaneamente na rede neural e em suas extensões.

O processamento biológico está associado ao funcionamento do


cérebro reptiliano e às funções instintivas. O sistema de proces-
samento digital, resultante da atividade elétrica da rede neuronal,
é codificado pela frequência dos sinais elétricos que pulsam pela
rede, medidos em hertz (Hz), e está associado ao cérebro emo-
cional. O sistema analógico está associado ao cérebro racional e
refere-se a um fluxo elétrico constante e estável que transita pela
rede integral, o que se chama de corrente contínua (DC), e trabalha
em frequências vibracionais mais sutis, abaixo de 0,5 Hz. O sistema
de processamento a que chamamos quântico está associado ao
cérebro intuitivo e refere-se ao hipercérebro (acoplado ao cérebro),
que atua em sintonia com o neocórtex e as glândulas pineal e
hipófise para comodular os demais sistemas.

1 Essa classificação é bastante genérica e tem um caráter mais ilustrativo, para que
possamos ter uma visão global do funcionamento do cérebro. Para mais referências sugiro
o livro de Leonardo Mascaro, A arquitertura do Eu (2008).

250
Algumas estruturas cerebrais, como, por exemplo, o hipotálamo
e a amígdala, apresentam conteúdos, memórias e programas mais
identificados com um processamento no modo digital, seguindo a
lógica bivalente das reações binárias tipo 0 ou 1 – isto ou aquilo,
tudo ou nada, dor e prazer, estímulo e recompensa, luta ou fuga.
Nessas estruturas, executam-se funções fundamentais, como
audição, fala e motricidade.

O córtex frontal, o tálamo e o hipocampo são estruturas cerebrais


cujos conteúdos, memórias e programas estão mais identificados
com um processamento no modo analógico, seguindo a lógica tri-
valente que sugere haver, além de luta ou fuga, dor ou prazer, tudo
ou nada, 8 ou 80, outra solução, outra possibilidade, uma terceira
via para uma situação desconhecida ou de perigo (a aproximação
amorosa, o diálogo apreciativo, a comunicação não violenta).

Essas estruturas funcionais trabalham com as novas possibi-


lidades (neo-sinapses2) e com conteúdos e programas não apenas
automatizados e condicionados, fazendo um processamento móvel
que não ocorre sempre nos mesmos locais do cérebro. Conforme
o contexto e a necessidade, grupos específicos de neurônios são
alocados e se hiperorganizam para realizar uma determinada
tarefa. Esses grupos formam campos de processamento não locais
que podem variar de localização a cada nova situação e a cada
nova necessidade. São esses campos de conteúdos e programas
individuais que realizam funções como a comunicação simbólica,
a metalinguagem, a capacidade de criar, de aprender, de relativi-
zar, de analisar e de sintetizar e que, na interação com os campos
de conteúdos e programas externos, como os oriundos do grupo
familiar, da sociedade e da cultura, geram os memes, os genes
socioculturais.

Existe ainda um outro tipo de estrutura funcional, que opera


segundo a lógica de processamento quântico. É o hipercérebro, uma
estrutura sutil que funciona hiperacoplada ao cérebro físico.

2 Neo-sinapse é um conceito proposto pela Conscienciologia.

251
O hipercérebro é o cérebro do psicossoma, um dos corpos
do holossoma. Essa estrutura de hiperprocessamento cerebral
trabalha com conteúdos, memórias e programas hiperpessoais
(visões, percepções sutis, imagens holográficas etc.) especialmente
acessados durante os estados amplificados de consciência (estados
meditativos e mediúnicos, sonhos lúcidos, transes xamânicos,
viagens astrais). Embora transcendam o tempo, o espaço e as
limitações duais das estruturas cerebrais físicas, as estruturas e
as hiperfunções virtuais do hipercérebro estão hiperconectadas
ao cérebro, em especial por meio das glândulas pineal e hipófise
e dos microtúbulos (substâncias produzidas pelas células gliais),
e com ele permanecem sintonizadas permitindo um padrão de
hiperatividade neurológica superior. Ou seja, os conteúdos de expe-
riências hipersensoriais são virtualmente alocados e processados
no hipercérebro, que se mantém acoplado e sintonizado ao cérebro
num continuum de trocas e feedbacks de ressonância.

Essas estruturas, ou modos de processamento, operam de forma


integrada, simultânea e sincronizada, e possibilitam a vivência
de todo o rico arsenal de experiências da consciência, desde as
experiências sensoriais básicas, oriundas dos 5 sentidos, até as hi-
persensoriais mais impressionantes, passando pelas experiências
psicológicas, emocionais, criativas e imaginativas cotidianas.

Muitas pesquisas no campo das neurociências apontam para a


real capacidade do cérebro de captar e traduzir frequências sutis
do espectro magnético. Treinos e técnicas específicas – como,
por exemplo, atenção, meditação, concentração e visualização,
práticas holoenergéticas e até físicas – têm sido indicados para
ampliar a qualidade de funcionamento global do cérebro e da
mente, aumentando-lhe a capacidade para realizar suas funções
operacionais básicas e também as mais sutis, como hiperconec-
tar, sintonizar, sincronizar e modular conteúdos transcendentes,
hipercomunicar com outras dimensões e hipernavegar em outros
planos de realidade. Aqui vale a observação: essas habilidades
estão sendo identificadas com frequência maior do que a usual
em muitas crianças das novas gerações, que já estão nascendo
com essas hiperfunções cerebrais ativadas e com os canais de

252
Cérebro Integral
Lógicas de processamento

Quântico

Analógico

Digital

Biológico

Holográfico 7.6 253


hipercepção mais abertos e prontos para serem desenvolvidos.
Esse fenômeno merece atenção, especialmente dos pais, já
que essas crianças necessitam de um espaço e de uma abor-
dagem educativa apropriados para poderem se desenvolver
plenamente.

Qualquer tipo de ruído, de interferência ou de estresse na


qualidade da hiperconexão e na qualidade da hipercomunicação
entre as várias estruturas de processamento cerebral pode gerar
oxidação nos hipercircuitos da rede neural. O estresse cria um
tipo de barreira que impede a entrada de glicose (o alimento
energético fundamental do cérebro) nos neurônios, gerando o
aumento descontrolado da produção de radicais livres, que inter-
ferem na produção de energia e causam uma queda no desempe-
nho global do sistema cerebral. Esse processo oxidativo, quando
constante, pode trazer um sem-número de curtos sistêmicos
para a pessoa na forma de síndromes metabólicas (hipertensão,
obesidade), de surtos psicológicos (depressão, crise de ansiedade,
pânico), de transtornos (TOC), de distúrbios de personalidade e
comportamento (bipolaridade, fobia social), de dificuldades de
aprendizagem, concentração e memória e de panes somáticas.

O que apresentamos até aqui é apenas uma breve introdução


sobre o complexo cerebral, mas já fica claro que, em se tratando
do cérebro, precisamos ir com muito cuidado antes de defender
certezas e fazer afirmações absolutas. Estamos no campo das
verdades relativas, as verdades mais atuais que temos, mas que
ainda são apenas verdades relativas. Elas nos indicam que o
cérebro é uma peça-chave na compreensão de como a consciên-
cia se manifesta nesta dimensão, e que desvendá-lo e dominá-lo,
num nível crescente de complexidade, nos ajudará a melhorar a
qualidade da nossa realização nesta vida. Acredito que avanços
biotecnológicos, neurogenéticos e conscienciais poderão dar
suporte a novas e ainda mais surpreendentes descobertas, e que
nos ajudarão a reescrever a maioria dos nossos paradigmas no
que se refere ao cérebro e à consciência. Seja como for, o que fica
bem claro é que o cérebro é uma das nossas mais importantes
ferramentas de apoio no processo para o despertar.

254
Ondas e modos de consciência

As atividades elétricas no cérebro geram as ondas cerebrais, que


são ondas eletromagnéticas (ondas elétricas que geram campos
magnéticos) que se propagam pelo espaço e pelo tempo transpor-
tando energia e informação. Elas estão diretamente relacionadas à
frequência das diversas atividades corticais realizadas ao mesmo
tempo pelo cérebro, com suas diferentes lógicas de processamento
– biológica, digital, analógica e quântica.

O somatório da atividade elétrica de todas as células neuronais,


de todas as estruturas de processamento cerebral e de todas as
ondas geradas por essa atividade nos dá uma frequência-padrão
de referência, que sintetiza todas as outras ondas geradas num
determinado momento.

O cérebro não vibra apenas com um único tipo de onda cerebral;


a frequência que medimos por meio de equipamentos como o ele-
troencefalograma (EEG) é o resultado da “média” de um conjunto
de frequências que estão ativas simultaneamente. Assim, quando
afirmamos que o cérebro está numa frequência padrão de 18
Hz (beta), estamos dizendo que a síntese resultante de todos os
tipos de ondas presentes naquele momento (alfa, theta e delta,
por exemplo) é de 18 Hz e corresponde ao estado beta. É impor-
tante observar ainda que é a qualidade da combinação das várias
ondas presentes que determina a qualidade final da medição e da
experiência.

A frequência-padrão é a frequência utilizada para estudarmos o


cérebro e os múltiplos estados (modos) de consciência que ele pro-
porciona. As ondas cerebrais são medidas não só por sua frequência,
mas também por sua amplitude. Frequência é o número de vezes por
segundo que cada neurônio envia pulsos de informação, em Hertz
(Hz), para outros neurônios; a amplitude mede a intensidade desses
pulsos em microvolts (µV). Observe no holográfico 7.7 o espectro de
radiações eletromagnéticas quando medidas por sua frequência e
por sua amplitude.

255
Existe uma correlação direta entre a frequência das ondas ce-
rebrais e os modos da consciência (vigília, sono, sonho, transe), e
indireta com os corpos, os chakras, os sistemas da consciência, os
estágios de síntese do Eu e as dimensões da holoconsciência.

Como podemos observar no holográfico 7.7, o espectro de luz


visível é ínfimo se comparado ao holospectro. Isto é, aquilo que
vemos e chamamos de “mundo real” é apenas uma pequena faixa
do espectro total de manifestação do Holos. O invisível, mas real,
é infinitamente mais amplo do que percebemos e conseguimos
decodificar nos estados de consciência ordinários.

A nossa capacidade de hipercepção, que depende da sincronização


dos hemisférios, do grau de ativação das glândulas pineal, hipófise e
timo, e da qualidade de sintonização das funcionalidades superiores
do nosso cérebro integral, em geral ainda está bastante embotada. As
faixas de frequência que decodificamos conscientemente em nosso
cotidiano estão mais associadas às ondas beta, ligadas à mente
racional, enquanto a mente intuitiva ou quântica, associada às ondas
theta, delta, gamma, omni e ômega, é pouco conhecida e validada,
sendo acessada, na maioria das vezes, de forma inconsciente.

A cada modo de consciência equivale uma determinada faixa de


frequência de onda cerebral. Por meio da mensuração quantitativa
(amplitude e frequência) das ondas cerebrais, podemos elaborar uma
série de hipóteses sobre a qualidade dos conteúdos associados àquele
estado singular. Cada modo de consciência proporciona um deter-
minado tipo de experiência, de fenômeno e de percepção, e acessa
memórias e conteúdos específicos. Embora seja possível induzir
estados e faixas de frequência vibratória no cérebro, não podemos
garantir qual será o tipo de experiência vivenciado nem quais serão
os conteúdos ativados. Porém, o estudo dos estados ampliados de
consciência associado ao estudo das frequências das ondas cerebrais
nos dá diversas referências e importantes indicações nesse sentido.

Existem estados de consciência e frequências cerebrais que são


mais adequados para determinados tipos de atividade e processos.
O estado de vigília, por exemplo, é um estado de alerta e atenção

256
Holospectro
f (Hz) raios cósmicos
26
10 raios gama
24
10
22
10
20
10 raios X
18
10 raios ultravioleta

16
10
luz visível
14
10

12
10

raios infravermelho

10
10

8
10 micro-ondas

6
Holográfico 7.7 10 ondas de rádio 257
e vibra na frequência beta (b), ideal para a atividade desperta. Já o
estado de relaxamento é atingido com mais facilidade na frequên-
cia alfa (a). Outros estados de consciência são mais favoráveis para
o aprendizado, o autoconhecimento e a autocura.

Com exercícios cerebrais, respiratórios e corporais, com


práticas meditativas e holoenergéticas e com um estilo de vida
e uma alimentação saudáveis, é possível mudar radicalmente o
padrão de funcionamento do cérebro. Com o devido treinamento
podemos, inclusive, aprender a induzir frequências cerebrais e
estados de consciência, o que equivale a desenvolver certo grau
de autodomínio psicoenergético. Quanto maior o nosso espectro
de hipercepção, mais ampla é a relidade que acessamos e mais
sincronizados estamos ao Eu e ao EU.

O condicionamento cerebral – que é o caminho (primeiro


herdado, depois aprendido e repetido, e, finalmente, padroniza-
do) que os pulsos elétricos percorrem na rede neural durante as
sinapses – é um reflexo direto da programação e do condiciona-
mento psicológico e mental instalado na holoconsciência (pela
família, religião, educação, mídia, governo e cultura), e está
intrínseca e mutuamente relacionado a todos os outros tipos de
condicionamentos e programas de ordem pessoal.

Ao melhorarmos a sincronia global no cérebro, criamos


espaços e condições para desprogramar esses condicionamentos
(do tipo estímulo-recompensa) e para desativar gatilhos automá-
ticos, travas psíquicas, nós emocionais e bloqueios físicos e ener-
géticos. Esse aprimoramento nos permite acionar a inteligência
restaurativa e autoevolutiva que nos liberta dos velhos padrões
de comportamento e abre espaço para escaparmos do holodra-
ma. A simples melhora funcional e neuroquímica no cérebro
gera um campo de estabilidade e relaxamento que potencializa
os processos de autopercepção e auto-organização. Com mais
energia e consciência circulando pelos múltiplos sistemas
da holoconsciência, a sensação de integração psicológica, de
harmonia interior e de felicidade se amplia, e mais conectados
nos sentimos ao Eu.

258
Como, em termos energéticos e conscienciais, estamos todos
em ressonância e reciprocamente vinculados em múltiplos níveis,
na medida em que melhoramos a nossa qualidade vibracional – a
qualidade energética do holon que representamos na rede integral
–, aperfeiçoamos a qualidade energética de todos os demais holons
do sistema coletivo, isto é, do nosso organismo e do organismo
da humanidade, a mente global ou holomente. Isso significa que
podemos mudar o mundo para melhor simplesmente melhorando
a qualidade das ondas que vibram em nosso cérebro e da mente
que “roda” nesse cérebro.

Classificamos o espectro de frequências do cérebro em 9 tipos


principais de ondas. São elas (em ordem decrescente): ômega (V),
lambda (l), gama (g), beta (b), alfa (a), theta (U), delta (D), épsilon
(e) e omni (OM).

0. ÔMEGA (infinito Hz) V


ESSÊNCIA + HOLOCONEXÃO + HOLOMODO

Ômega (e omni) são consideradas holondas, ondas holográ-


ficas que nos conectam ao fluxo holossintético característico
do holomodo. Ou seja, as holondas são ondas integrais que nos
proporcionam uma experiência de holoconexão, holosciência e
holoscendência.

As holondas estão nas polaridades mais altas e mais baixas do


holospectro da holoconsciência. Ambas são portais sincendentes
que nos levam para além do espaço e do tempo, mas por caminhos
diferentes. Alguns pesquisadores sugerem que exista uma espécie
de looping circular entre as extremidades do holospectro, isto é, as
experiências vivenciadas por meio das holondas ômega e omni,
embora quantitativamente diferentes, seriam qualitativamente
equivalentes em termos de complexidade, nível de consciência e
potência vibratória.

259
Assim, ambas as frequências nos holoconectariam, por caminhos
diferentes, com o holocampo zero-infinito, um holocampo de vacui-
dade total e totalidade vazia.

O holocampo zero-infinito é um campo-portal de hiperconexão


entre o imanifesto e o manifesto, ou seja, é por onde o mundo físico
e a vida se manifestam, e por onde começamos e terminamos a
nossa jornada existencial no game de realidade virtual, o hologame.

As holondas e o holomodo nos hiperconectam com o holocampo


zero-infinito e nos libertam de todas as ilusões. Elas representam
o estado vibracional de maior evolução, complexidade, energia e
consciência do ser humano, e se assemelha ao conceito de ponto
ômega criado por Teilhard de Chardin.

1. ONDAS LAMBDA (> 200 Hz) l


INFRA + HIPERCONSCIENTE + INCONSCIENTE COLETIVO +
CONEXÃO ESSÊNCIA

São ondas de altíssima vibração – ainda pouco pesquisadas –


que proporcionam experiências extraordinárias com alto grau
de coerência, sinergia, sintropia, sincronia, convergência, res-
sonância, síntese e hiperconexão com a essência. Seus efeitos
são parecidos com os proporcionados pelas ondas épsilon, que
veremos adiante.

2. ONDAS GAMA (de 40 Hz a 200 Hz) g


HIPERCONSCIENTE

As ondas gama proporcionam um alto nível de organização


cerebral e mental. Integram informações dos sentidos e hipersen-
tidos e podem gerar um estado de consciência de holofusão (fusão
com o todo). Estão relacionadas com transes místicos, mediúnicos
e xamânicos.

260
3. ONDAS BETA (de 12 Hz a 40 Hz)b
CAMPO CONSCIENTE

Beta são as ondas relacionadas com a atividade de vigília comum.


Estão associadas aos estados de atenção, de concentração, de pla-
nejamento, de alerta e de cognição, típicos do córtex frontal e do
campo de consciência. Quando hiperativadas, elas podem causar
ansiedade, pânico, sensação de separação e reforçar o comporta-
mento automatizado de luta ou fuga, tudo ou nada.

4. ONDAS ALFA (de 8 Hz a 12 Hz) a


SUBCONSCIENTE

As ondas alfa são ondas de transição que fazem a ponte entre o


estado desperto de beta e estados mais profundos de consciência,
como theta e delta. É comum, quando estamos em alfa, ativarmos
imagens subconscientes e sentirmos uma sensação boa de relaxa-
mento e bem-estar. É uma espécie de transe leve, o primeiro degrau
da meditação, uma sonolência sutil que também acontece quando
estamos quase dormindo (estado hipnagógico) e quase acordando
(estado hipnopômpico). É nessa frequência/estado que se produz a
serotonina, o neurotransmissor com efeitos antiestresse.

5. ONDAS THETA (de 4 Hz a 8 Hz) U


SUBCONSCIENTE + INFRA/HIPERCONSCIENTE

É nas ondas theta que surfamos até os 9 anos de idade. Elas são
mais comuns durante o estado de sono com sonho, de meditação
profunda e em alguns tipos de transe mediúnico. Relacionam-se
com a ativação da intuição, da memória e da criatividade. Estão
mais diretamente associadas aos programas do subconsciente, mas
também podem acessar o infra e o hiperconsciente. Por meio das
ondas theta podemos atingir um estado que acelera o aprendizado,
facilita a solução de problemas complexos e ainda nos possibilita
integrar material psíquico fragmentado, reprogramar scripts emo-
cionais subliminares e modificar comportamentos subconscientes
condicionados.

261
Holomapa
Frequências Cerebrais

8 omni
7 épsilon ômega 0
6 delta lambda 1
5 theta gama 2
4 alfa beta 3
262 Holográfico 7.8
6. ONDAS DELTA (de 0,5 Hz a 4 Hz) D
INFRA + HIPERCONSCIENTE + INCONSCIENTE COLETIVO

As ondas delta proporcionam um estado de meditação e relaxa-


mento psicofísicos profundos. Em delta criamos as condições para
manifestar experiências mais sutis e místicas, como percepção de
luzes, sensação de perda dos limites do corpo e escapar das garras
duais da matriz do espaço e do tempo; e ainda para alcançarmos
experiências de pico (peak experiences) e fora do corpo (projeção
astral). É nessa frequência que acontecem os processos de autocura,
regeneração celular e produção de hormônios do crescimento.
Pelos portais das ondas delta, podemos acessar as profundezas
do infraconsciente e as altitudes do hiperconsciente, e ir além,
hiperconectando-nos com material mítico, ancestral e arquetípico
próprio do inconsciente coletivo.

7. ONDAS ÉPSILON (< 0,5 Hz) e


INFRA + HIPERCONSCIENTE + INCONSCIENTE COLETIVO +
CONEXÂO ESSÊNCIA

Épsilon é uma das ondas mais lentas, amplas e profundas que


podemos experimentar. Proporcionam experiências extraordiná-
rias e sensações de alto grau de inspiração, de lucidez, de insight,
de harmonia, de amor e de autoconsciência.

8. OMNI (zero Hz) OM


ESSÊNCIA + HOLOCENTRO + HOLOMODO

Como vimos, omni também é considerada uma holonda, uma holo-


frequência de conexão ao modo holístico da consciência (holomodo).

Através da frequência omni, nos holoconectamos ao holocentro,


o campo vibracional onde eu = Eu = EU.

263
Ponto Ômega
Ponto Ômega é um termo criado pelo teólogo, paleontologista e padre
jesuíta francês Pierre Teilhard de Chardin (1881–1955) para descrever
o nível máximo de complexidade e consciência na direção do qual,
segundo ele acreditava, o Universo está se desenvolvendo.

Na teoria proposta por Teilhard em O futuro do homem (1950),


o universo está em constante evolução rumo a níveis mais altos de
complexidade material e de consciência, uma teoria evolucionária
que ele chamou de Lei da Complexidade/Consciência. Para Teilhard,
o Universo apenas pode se mover na direção de uma maior complexi-
dade e consciência se for atraído por um ponto de suprema complexi-
dade e consciência.

O pensador francês postulava que o Ponto Ômega era esse ponto


supremo, a causa fundamental para o Universo evoluir. Em outras
palavras, o Ponto Ômega existe como um estado supremamente
complexo, consciente, transcendente e independente que atrai o
Universo como um ímã para que ele possa continuamente seguir em
direção à sua evolução.

264
Entenda os termos
Holocontinuum: continuum holográfico, continuum de espaços
e tempos que hiperconecta fractalmente tudo e todos no Holos.
Segundo a definição de Pierre Weil, é “... a continuidade inseparável
do Ser, da Existência e da Experiência...”.

*Hiperload: Download + upload hiperdimensional. Transfe-


rência fractalizada de conteúdos, arquivos, memórias e padrões
holográficos entre múltiplas dimensões simultâneas.

*Holopersonalidade: personalidade integral, conjunto de per-


sonalidades que integram a holoconsciência humana.

Holomente: mente coletiva global.

Holofeedback: feedback holográfico. Para entender esse conceito


imagine um espelho diante de outro espelho. O holofeedback é o
processo de retroalimentação, retrorreflexo ou retrorretorno holo-
gráfico total que há entre os espelhos.

*Holonda: onda holográfica integral.

*Neologismos da HoloSíntese (Veja mais definições no Holodi-


cionário, no final do livro.)

265
266
Sumo

A holomatriz é o
template holográfico que
contém todas as nossas progra-
mações existenciais e a rede hiperdi-
mensional de interações por meio da qual
nossa consciência se manifesta cognitivamente.
É formada pelo holossistema operacional e outros
9 sistemas que são responsáveis pela gestão física,
energética, psicológica, mental e espiritual do ser
humano. Esses sistemas estão sincronizados entre
si, com os corpos e com o Eu. Através da modulação
das ondas cerebrais podemos acessar múltiplos
conteúdos e tempos, vivenciar diversas experiên-
cias e fenômenos, sintonizar diferentes modos
de consciência e alcançar o holomodo.
Ao vibrarmos nessa holofrequência
atingimos o holoestado em
que EU=Eu=eu.

267
Holoid

268
entidade
O singular, o sagrado
e o secreto

269
A essência é o hábitat natural do Eu. É a instância mais livre,
plena, pura, profunda, criativa, radiante e amorosa da consciên-
cia humana.

A essência é o jardim da perfeição, da verdade e da vida. É


a fonte singular, o néctar sagrado, a chama secreta que irradia
sons supremos, luzes sublimes e formas divinas por todos os
espaços e tempos. Toda a vida que existe é manifestada a
partir dos aromas inebriantes que emanam do jardim das es-
sências divinas.

A essência é a nossa verdadeira natureza, é o lótus de in-


finitas pétalas da nossa real identidade, é quem somos de
fato, de direito e de verdade, além de toda a ilusão que nos
envolve.

A essência é a voz suave e doce que canta em nós e cura


nossas feridas, aquece nossa alma e nos guia em meio à com-
plexidade da existência multidimensional. É um streaming de
sentido e significado que anima átomos, moléculas, células,
corpos, corações, mentes e consciências.

A essência é o nosso pulso quântico vital, a nossa frequên-


cia holossintética, a vibração única, particular e exclusiva que
caracteriza a assinatura energético-consciencial do nosso Eu.
Ela transcende emoções, pensamentos, desejos, sensações,
sonhos, imagens e as muitas máscaras condicionadas das
nossas múltiplas personalidades.

270
A essência é o holocentro de gravidade a partir do qual o
Eu pulsa seus dons essenciais (valores, propósitos, intenções,
vontades, criatividade e amor) para todas as dimensões da
holoconsciência.

A essência é conexão, convergência, ressonância, sintonia,


sincronia, sinergia e síntese. Podemos acessá-la por diferentes
caminhos, e todos nos levarão sempre a um mesmo destino:
nós mesmos.

Estar conectado à essência nos proporciona uma ampla


gama de hipercepções e estados essenciais, como luminosi-
dade, amorosidade, paz, harmonia, confiança, verdade, inte-
gridade, unidade e totalidade.

Esses são os efeitos mais evidentes e os benefícios mais pro-


fundos de uma conexão direta e total com a nossa essência.
Por ser assim, fica fácil perceber que ela não é uma entidade
fixa, estática, imutável, isolada, mas um vórtex vivo, multi-
colorido e deslumbrante que respira e reverbera em ressonân-
cia harmônica com a Essência por todo o Holos.

Nas palavras de A. H. Almaas, o místico que sintetizou a


chamada Abordagem Diamante em seu livro Essência (1986):

A essência não está viva, ela é a vida; não está consciente, é a consciência;
não tem a qualidade da existência, é a existência; ela não ama, ela é o
amor; não está alegre, é a alegria; não é verdadeira, é a verdade.

271
A identidade integral
A essência é o jardim encantado do Eu, um campo onde estão
configurados os conteúdos, as funções e os estados essenciais, todos
intrinsecamente hiperconectadas ao Eu.

Podemos dizer muito de um Eu simplesmente experimentando


os aromas, as cores, os sabores, as texturas, as formas, os sons e os
fluxos que emanam do seu jardim, mas esses conteúdos, estados e
funções essenciais não são o Eu. Apesar da relação profundamente
simbiótica entre eles, o Eu habita a essência (holocentro), e é a
partir dela, por meio dela e além dela que irradia fractalmente seus
padrões holográficos de verdade, beleza, sabedoria e amor para
toda a holoconsciência.

Na abordagem da HoloSíntese consideramos 3 instâncias ou


esferas de manifestação do Eu. Essas 3 esferas holograficamente
integradas e compactadas se configuram como a nossa holoiden-
tidade, ou seja, a nossa identidade holográfica integral. São elas:

• na esfera do Holos - EU
• na esfera da holoconsciência - Eu
• na esfera da holopersonalidade - eu

Isso quer dizer que a nossa identidade integral, aquilo que


usualmente chamamos Eu, é uma entidade tríplice, ou seja, é um
holoplex: um complexo holográfico fractalmente hiperconectado
que integra eu, Eu e EU.

272
Eu

EU

eu

Holográfico 8.1 273


Porém, é importante realçar, que essas 3 esferas de manifestação
não são excludentes entre si e que a separação entre elas é muito
mais conceitual e didática do que real. EU, Eu e eu são, em primeira
e última instâncias, uma coisa só, mas múltipla.

Como diz Ken Wilber em Psicologia integral:

O eu total é, então, um amálgama de todos esses “eus” na medida em que


eles estão presentes em você exatamente agora [...] Todos esses eus partici-
pam da sensação de ser um eu no momento presente, e todos eles são impor-
tantes para se entender o desenvolvimento ou a evolução da consciência.

Numa analogia, poderíamos dizer que o eu (a esfera da psique)


é uma gota do oceano, enquanto o Eu (a esfera da alma) é uma
onda e o EU (a esfera do espírito), o próprio oceano cósmico. O que
os diferencia é o seu quantum energético-consciencial, a esfera
da realidade em que se manifestam e, por consequência, o tipo, a
intensidade e a qualidade da experiência que vivenciam.

Assim, o eu é uma gota qualitativa e potencialmente igual ao


Eu, mas tem menos energia e consciência; logo, manifesta-se numa
esfera distinta, tem uma visão específica e vivencia diferentes
tipos de experiências. O Eu, por sua vez, é uma onda qualitativa e
potencialmente igual ao EU, mas tem menos energia e consciência;
dispõe, portanto, de uma visão própria, vivencia diferentes tipos
de experiências e também se manifesta numa esfera da realidade
diversa. Mas em seu âmago mais profundo, na essência última, são
holograficamente semelhantes e executam funções holografica-
mente similares.

EU, Eu e eu
Na dimensão primordial, na fonte original, espiritual ou secreta, bem
na Essência do Holos, vibra o EU Integral ou, simplesmente, o EU.

O EU é uma entidade holomanifesta, holoconectada, holos-


ciente e holograficamente autorrefletida nas infinitas frequências

274
vibratórias do Holos. É o hologestor e o holossintetizador da
experiência na esfera do Holos (Holosfera), sendo a Essência o
holocentro de onde ressoam seus códigos holográficos de ordem,
paz, amor, alegria, integridade, beleza e felicidade para todo o
holospectro da manifestação holoversal. É também chamado EU
Infinito, EU Cósmico, EU Holopessoal, SELF ou Holoself.

Em outra esfera de manifestação, mais exatamente na dimensão


sagrada da holoconsciência, vibra o Eu Superior, ou simplesmente
Eu. O Eu é uma hiperprojeção anímica, um reflexo holográfico do EU.
É o avatar configurado para vivenciar a experiência da vida dentro
do jogo de realidade virtual que chamamos de hologame. Existem in-
finitos Eus vibrando no Holos (mundo manifesto), e todos eles estão
fractalmente hiperconectados, formando a rede holográfica global.

O Eu é o hologestor e o holossintetizador da experiência vital no


nível da holoconsciência. O Eu simboliza a nossa dimensão mais
interna e profunda, e o chamamos também de Eu Hiperpessoal e
Self Transpessoal.

O eu pessoal, ou simplesmente eu, é uma hiperprojeção psíquica


ou singular do Eu e pode também ser chamado eu virtual ou self
pessoal. O eu é o hologestor e o holossintetizador da experiência
vital no nível da holopersonalidade.

O eu pessoal é a criação mais recente do EU, isto é, o eu é o mais


novo dos “EUS” e, ao mesmo tempo, o mais externo e superficial, e o
que se manifesta mais próximo da dimensão física. Nesse sentido,
a matéria é também considerada um plano de manifestação mais
jovem que os planos sutis. Na verdade, partimos da premissa de
que a matéria e o mundo visível são criados a partir dos planos
sutil e invisível, os quais, portanto, lhes são anteriores e lhes dão
origem. A matéria é uma espécie de reflexo holográfico denso de
códigos matemáticos e padrões geométricos sutis que emanam
fractalmente do invisível.

Tanto o Eu Superior como o eu pessoal são resultado do contínuo


processo de evolução do EU, que evolui permanentemente em

275
busca de novas experiências, de autoatualização e de novas
totalidades (princípio holotrópico); o mesmo acontece conosco,
consciências individuais, que também buscamos aperfeiçoamento,
individuação e evolução através de múltiplas vidas em múltiplos
planos, planetas e tempos.

EU Eu eu
Holos Holoconsciência Holopersonalidade
SELF Self self
Espírito Alma/Mente Psique/Corpo
Oceano Onda Gota

Quando essas 3 esferas dimensionais, experienciais e vibratórias


de manifestação se identificam integralmente, o eu e o Eu entram
num transe holossintético e recebem um holofluxo de energia e
consciência que os levam a ascender progressivamente até se ho-
loidentificarem com o EU num estado de holofusão homeostática.
Nesse estado, eu e Eu se alinham, se fundem e se iluminam, trans-
cendendo a si mesmos e libertando-se da matriz condicionada
de tempo e espaço (hologame), e se curando da ilusão de serem
separados do EU e de toda a Criação (holose). Esse holofenômeno
poderia ser traduzido na seguinte fórmula: eu = Eu = EU.

Nesse estado de holoidentificação, as 3 esferas de manifestação


essencial estão totalmente identificadas, integradas, coincidentes,
sinvergentes e sintetizadas. Isto é, a identidade integral está plena-
mente ativa e os limites ilusórios que separam o eu do Eu e do EU
desaparecem e se dissolvem integralmente no EU, que, em primeira
e última instância, é tudo o que existe, existiu e sempre existirá.
O estado de holoidentificação (holomodo) é o destino final do ser
humano e também o seu último desafio.

276
Eu
O Eu, a nossa identidade anímica (alma), “vivia” num estado de total
indiferenciação, integralmente holoidentificado ao EU (espírito),
até o dia em que foi convocado para “nascer holograficamente”, se
des-identiferenciar e participar do hologame, o jogo holístico.

O Eu-holograma nasce com funções e conteúdos essenciais e


com um propósito existencial. Para realizá-lo, recebe um quantum
de energia (holocampo) e consciência (holomatriz) que ativará,
gradativamente, de acordo com o desdobrar dos estágios de seu
processo evolutivo, simbolizado pela holospiral. Em suma, corpos
energéticos e sistemas conscienciais são fractalmente comanda-
dos pelo Eu, a partir da sua essência, com o objetivo de realizar o
seu propósito existencial.

O propósito básico do Eu, como um habitante holográfico do


Holos, é ultrapassar os limites do já conhecido e do já experimen-
tado, o que fará descendo pela holospiral para viver, aprender e
apreender tudo o que lhe foi karmicamente destinado e, finalmen-
te, retornar ao EU, subindo pela holospiral. Ao se holossintetizar de
volta ao EU, num dia qualquer da eternidade, esse Eu será outro Eu,
mais experiente, mais integral e mais sábio, assim como o próprio
EU; a holossíntese integral de todos os infinitos Eus também será
mais experiente, mais integral e mais sábia do que jamais foi, e
assim será por toda a eternidade.

Porém, antes de retornar ao estado de UM com o EU, o Eu terá


de cumprir sua missão existencial e conquistar os 9 estágios do
hologame. E, para realizá-los, terá primeiro de descender pela
holospiral, ativar e integrar todos os seus sistemas e corpos, es-
pecialmente o mais desafiador deles: o corpo físico na dimensão
material. É nesse plano que o Eu, integrado ao eu, terá o desafio
final de iluminar a matéria. É a partir da experiência e do apren-
dizado na dimensão física, que o Eu começa a trilhar a jornada de
volta (ascensão) para casa.

277
Holoidentidade

EU

Eu

eu

278 Holográfico 8.2


eu

Eu
eu

eu
Eu
Eu

EU
Eu
Eu
eu

eu

Eu

eu

Holográfico 8.3 279


Vejamos as funções, os estados e os conteúdos essenciais do Eu
e suas respectivas versões do holomapa.

As funções essenciais
O Eu é o principal agente no processo de holossíntese da cons-
ciência humana integral. Sintetizar a holoconsciência em todas as
suas dimensões, estágios, estados, sistemas e corpos é a sua função
fundamental, que chamamos holofunção ou função holossintética.

Por meio dessa holofunção, o Eu metaboliza holograficamente


(holoboliza) todos os conteúdos, experiências, vivências e aprendi-
zados ao longo de sua existência nos múltiplos planos de manifes-
tação do Holos.

A função holossintética integra, ao mesmo tempo, 9 funções es-


senciais que convergem fractalmente na holossíntese do Eu. Essas
funções essenciais são responsáveis, de forma genérica, pela gestão
do processo de síntese integral da holoconsciência e estão asso-
ciadas a temas como criação, manifestação, proteção, nutrição,
organização, conexão, integração, sincronização, comunicação,
direção, projeção, autoconsciência e autotranscendência.

Mas de forma específica, e alternativa, as funções essenciais são


responsáveis por um conjunto muito mais amplo de ações, realiza-
ções e possibilidades. Para descrever as funções executadas pelo
Eu em toda a sua magnitude foi necessária, mais do que nunca,
uma nova linguagem.

A HoloSíntese propõe aqui um conjunto de neologismos


(marcados com um *) que abre um novo espaço de reflexão e com-
preensão sobre o tema das funções essenciais do Eu. Como será
possível perceber, elas seguem um determinado padrão linguístico
e lógico, e estão codificadas a partir do holocódigo sin (união, ação
conjunta, fluxo unitivo). Cada uma das 9 funções essenciais do Eu
está intrinsecamente conectada a 1 dos 9 holoprincípios, e tem o
propósito de viabilizar a sua execução integral.

280
Função Holossintética
=
Sinescopia*
+
Sinergia
+
Sinsonância*
+
Sinformia*
+
Sincronia
+
Singrafia*
+
Simplasmia*
+
Sintropia
+
Sincendência*

Ao realizarmos integralmente todas as funções essenciais, esta-


remos ativados no holomodo, sinsonantes com os holoprincípios,
sinvergentes ao holoparadigma, sincronizados ao holossoma, em
sinergia com o holochakra, sintonizados com o holossistema e em
total holossíntese.

A seguir, apresentamos uma breve introdução sobre cada uma


dessas funções essenciais do Eu, indicando também seus prin-
cípios ativos, seus corpos, seus chakras, seus modos/estados de
consciência, suas frequências cerebrais e seus valores/qualidades
correlacionados.

281
Holomapa
Funções essenciais

Sinescopia Sinergia

Sincendência Sinsonância

Sintropia Sinformia

Simplasmia Sincronia

Singrafia

282 Holográfico 8.4


Sinescopia
ação conjunta para manifestar

A função sinescópica relaciona-se com o princípio holoscópico


(Tudo é um reflexo do Todo). Sua atribuição básica é emular o Eu
e viabilizar a sua expressão integral como um reflexo holográfico
puro do EU. Assim, podemos defini-la, também, como a função
responsável pela holomanifestação.

Princípios ativos: coexistência, correspondência, correlação.

Corpo: Energossoma (energético).

Chakra: 0 – 8.

Estados de consciência: holístico, presença, vácuo.

Frequência de onda cerebral relacionada: ômega (Ω).

Valores/qualidades associados: amor, vontade, transparência,


translucidez, leveza, paz, pureza, simplicidade, silêncio.

283
Sinergia
ação conjunta para energizar

A função sinergética relaciona-se com o princípio holokinético


(Tudo está em movimento cíclico). Sua atribuição básica é alimen-
tar, nutrir, abastecer e proteger energeticamente o Eu. Sinergizar é
energizar, dinamizar e convergir de forma sincopada todo o fluxo
energético do Eu que transita por todas as dimensões da holo-
consciência. Assim, podemos defini-la, também, como a função
responsável pela holoenergização.

Princípios ativos: confluência, fluxo.

Corpo: Soma (físico).

Chakra: 1.

Estado de consciência: holofluxo, holodinâmico, holovitalidade.

Frequência de onda cerebral relacionada: lambda (l).

Valores/qualidades associados: vitalidade, fluência, dinamismo,


abundância, prosperidade, pertencimento.

284
Sinsonância
ação conjunta para conectar

A função sinsonante relaciona-se com o princípio da holossonância


(Tudo está em ressonância). Sua atribuição básica é estabelecer
hiperlinks simbióticos e relações confiáveis (vínculos) entre as
múltiplas forças energético-conscienciais do Eu que ressoam por
toda a holoconsciência. Assim, podemos defini-la, também, como a
função responsável pela holoconexão.

Princípios ativos: conexão, coligação, codependência, convivência,


simbiose.

Corpo: Psicossoma (emocional).

Chakra: 2.

Estado de consciência: holoconexão, holobiótico, êxtase.

Frequência de onda cerebral relacionada: gama (g).

Valores/qualidades associados: conectividade, criatividade, paixão,


alegria.

285
Sinformia
ação conjunta para transmutar

A função sinfórmica relaciona-se com o princípio da holomutação


(Tudo está em transmutação evolutiva). Sua atribuição básica
é alquimizar, digerir, reciclar, metabolizar e transformar as ex-
periências e os processos energético-conscienciais do Eu. Assim,
podemos defini-la, também, como a função responsável pela
holotransformação.

Princípios ativos: comutação, combustão.

Corpo: Mentalssoma (mental).

Chakra: 3.

Estado de consciência: holofusão, holomorfose.

Frequência de onda cerebral relacionada: beta (b).

Valores/qualidades associados: força, resiliência, perseverança,


plasticidade, flexibilidade, mutabilidade.

286
Sincronia
ação conjunta para harmonizar

A função sincrônica relaciona-se com o princípio holokármico


(Tudo se autorregula). Sua atribuição básica é equilibrar simetri-
camente os fluxos holokármicos do Eu. Assim, podemos defini-la,
também, como a função responsável pela holo-harmonização e pela
hologestão.

Princípios ativos: coerência, cooperação, colaboração, comunhão,


simetria, sincronicidade, cuidado.

Corpo: Eussoma (causal).

Chakra: 4.

Estado de consciência: holocentrado, holomeostático.

Frequência de onda cerebral relacionada: alfa (a).

Valores/qualidades associados: harmonia, coragem, compaixão,


justiça, comunidade, coletividade, sustentabilidade, equanimidade.

287
Singrafia
ação conjunta para sintonizar

A função singráfica relaciona-se com o princípio holográfico (Tudo


é hiperdimensional). Sua atribuição básica é equalizar, traduzir,
modular, comunicar e holografar os fluxos, os processos, as dinâ-
micas e os conteúdos hiperdimensionais do Eu para viabilizar a
sua hipermanifestação. Assim, podemos defini-la, também, como a
função responsável pela hipersintonização e pela hipercomunicação.

Princípios ativos: coincidência, comunicação.

Corpo: Hipersoma (espacial).

Chakra: 5.

Estado de consciência: hiper, hiperconexão, hiperdimensional.

Frequência de onda cerebral relacionada: theta (U).

Valores/qualidades associados: liberdade, diversidade, sensibili-


dade, hiperceptividade, multiplicidade, replicabilidade.

288
Simplasmia
ação conjunta para cocriar

A função simplásmica relaciona-se com o princípio holoplásmico


(Tudo está em cocriação). Sua atribuição básica é cocriar e coplas-
mar mundos, vidas e realidades favoráveis ao desenvolvimento
evolutivo integral do Eu. Assim, podemos defini-la, também, como
a função responsável pela holocriação e pela holoplasmação.

Princípios ativos: criação, cocriação.

Corpo: Luxsoma (luminal).

Chakra: 6.

Estado de consciência: holovisionário, holocriativo.

Frequência de onda cerebral relacionada: delta (D).

Valores/qualidades associados: ética, criatividade, beleza, intuição,


imaginação, inovação, inspiração.

289
Sintropia
ação conjunta para unificar

A função sintrópica relaciona-se com o princípio holotrópico (Tudo


tende à unidade-totalidade). Sua atribuição básica é integrar,
unir, reunir, coordenar, conduzir, convergir e dirigir os fluxos
energético-conscienciais do Eu rumo à sua unificação integral.
Assim, podemos defini-la, também, como a função responsável
pela holounificação e pela holointegração.

Princípios ativos: convergência, consonância, coesão.

Corpo: Ultrassoma (sônico).

Chakra: 7.

Estado de consciência: UM, desperto, iluminado, pleno,


holístico.

Frequência de onda cerebral relacionada: épsilon (e).

Valores/qualidades associados: integridade, unidade, totalidade,


autoconsciência, plenitude.

290
Sincendência
ação conjunta para transcender

A função sincendética relaciona-se com o princípio holoscenden-


te (Tudo é transcendente). Sua atribuição básica é saltar, subir,
transpor, sinvergir, ascender e elevar o Eu para o próximo estágio
do seu processo evolutivo, numa oitava superior da holospiral.
Assim, podemos defini-la, também, como a função responsável
pela holoascenção.

Princípios ativos: conquista, sinvergência, ascenção, elevação.

Corpo: Eussoma (sintético).

Chakra: 8 – 0.

Estado de consciência: holocontinuum, presença, infinito.

Frequência de onda cerebral relacionada: omni (OM).

Valores/qualidades associados: amor, vontade, infinitude, silêncio.

291
Os estados essenciais

Ao executarmos uma função essencial, ou ao manifestarmos


algum dos conteúdos essenciais, automaticamente elevamos a
nossa frequência vibracional e alcançamos um estado integral de
consciência, um holoestado.

Os holoestados são estados de consciência holográficos, holísti-


cos, holodélicos. São estados de alto grau de energia e consciência
em que nos sentimos plenamente integrados e conectados à nossa
essência, Um com o Todo, livres do holodrama e integralmente
curados da holose, a ilusão da separação.

Manifestar um holoestado significa que a nossa consciência está


vibrando no holomodo, o modo de consciência holístico. Como já
vimos, o holomodo é um estado de total identificação entre o eu, o
Eu e o EU. É um estado de consciência em que todos os holofluxos
energético-conscienciais entram em sinvergência, proporcionando
a holossíntese da holoconsciência.

Podemos alcançar um holoestado de forma natural e espontâ-


nea, ou por meio de uma prática energética, física ou meditativa,
ou mesmo utilizando uma substância psicoativa. Embora esses
estados integrais sejam altamente prazerosos, curativos e instru-
tivos, costumam ser passageiros (peak experiences). Por isso, um
dos objetivos na HoloSíntese é transformar estados transitórios
em estágios permanentes, ou seja, é nos desenvolvermos a ponto
de vivermos com a nossa consciência vibrando continuamente no
holomodo, sem a necessidade de qualquer substância externa.

Na prática, isso significa estar desperto e viver em conexão


permanente com o Eu (essência), manifestando com naturali-
dade na vida cotidiana suas qualidades de presença, plenitude,
êxtase, integridade, liberdade, criatividade, amor, vontade e
hiperdimensionalidade.

292
Holomapa
Estados Essenciais

Hiper

Holocentramento Holovisão

Holofusão Holístico

Holoconexão Holocontinuum

Holofluxo Holomanisfestação

Holográfico 8.5 293


Os conteúdos essenciais
Além de holofunções e holoestados, o Eu também possui um rico
arsenal de conteúdos (holoconteúdos), que são suas qualidades,
códigos, dons, valores e vibrações essenciais. Eles são o coração do Eu,
reflexos da sua essência. São os holoconteúdos que nos guiam, nos
qualificam e nos alimentam ao longo da jornada, conferindo signi-
ficado, substância, sentido, verdade, referência e valor à existência.

Nenhuma experiência humana trará uma realização verdadeira


se for desprovida de significado, que só é integralmente alcançado
quando estamos conectados aos nossos conteúdos essenciais.
Estes estão potencialmente acessíveis a todos nós, sempre, e todo o
trabalho da HoloSíntese está voltado para que possamos manifestá-
-los em nossa vida cotidiana de forma natural, livre, espontânea e
autoconsciente.

Os holoconteúdos são de uma incrível multiplicidade e estão


direta e implicitamente relacionados às funções e aos estados es-
senciais. Na prática, é bastante difícil imaginá-los separados, dado o
altíssimo grau de hiperconectividade e simbiose existente entre eles.

Examinemos mais detalhadamente 2 desses conteúdos essenciais,


os quais, de certa forma, sintetizam todos os holoconteúdos e estão
diretamente relacionados às 3 dimensões de manifestação do Eu.

Vontade1

A vontade é um dos conteúdos essenciais fundamentais do Eu. A


vontade é uma bússola de orientação e direcionamento, é aquilo
que realmente nos move e está diretamente ligada ao nosso propó-
sito existencial.

1 Roberto Assagioli escreveu um verdadeiro compêndio sobre a vontade, publicado sob


o título O ato da vontade. Recomendo a leitura e as práticas sugeridas nesse livro, que
apresenta a vontade sob uma perspectiva ampla e profunda.

294
Holomapa
Conteúdos Essenciais

Conectividade

Vitalidade Criatividade

Amor Vontade

Consciência Liberdade

Unidade Beleza

Holográfico 8.6 295


Propósito existencial, projeto de vida ou missão é o chamado
maior da nossa existência, é a nossa principal motivação na vida,
o acordo que firmamos com amigos, familiares, cônjuges, colegas,
guias, orientadores conscienciais e, principalmente, com nós mesmos
e com nossas personalidades, para esta vida ou para o ciclo de vidas.

A qualidade, os objetivos e o teor da missão variam conforme


a nossa maturidade consciencial. A missão é fruto de um acordo
mútuo entre partes e todos, é um projeto que prioriza a evolução
global. Ela é sempre positiva, construtiva, nutritiva, altruísta,
realista e voltada para o bem, para o belo e para o justo; é voltada
também para a expansão das consciências pessoal, coletiva, de
toda a humanidade e de todos os seres em todas as dimensões.

A missão existencial está muito além do medo, da culpa e da


raiva, e nunca é programada como uma tarefa impossível de ser
realizada ou para nos trazer sofrimentos desnecessários. Ao con-
trário, ela é cuidadosamente elaborada para facilitar e acelerar a
evolução individual e coletiva.

Assim como o Eu tem 3 esferas de manifestação, o mesmo


acontece com a vontade, que pode se manifestar na esfera do EU,
do Eu ou do eu.

Na esfera do EU, ela é classificada como sendo a vontade cósmica


ou integral; na esfera do Eu, como vontade transpessoal ou hiper-
pessoal; e, na esfera do eu, como vontade pessoal. Essas 3 esferas da
vontade podem também ser vistas como 3 fases no seu processo
de manifestação integral. Elas variam de acordo com o nível de
maturidade e o estágio evolutivo da holoconsciência.

Na primeira fase, a da Vontade Pessoal, ainda estamos enterrados


na matéria e vivendo quase que exclusivamente para a satisfação
da nossa vontade individual, ou seja, ficamos no nível da satisfação
do eu pessoal e das personalidades e subpersonalidades.

Na medida em que suprimos as nossas necessidades instintivas


básicas de sobrevivência (segurança, comida, dinheiro, sexo, poder),

296
começamos a procurar algo mais significativo e naturalmente
nos voltaremos ao outro, isto é, saltaremos da vontade individual
(eu-eu), egocêntrica, do segundo chakra, para a vontade coletiva
(eu-nós), etnocêntrica, do quarto chakra. Chegar a esse grau de
alinhamento no quarto chakra é um salto quântico no caminho da
evolução e um exercício altamente recompensador. Na HoloSíntese,
após nos conectarmos com a nossa vontade e com o propósito maior
da nossa vida, buscamos uma forma de alinhar a vontade pessoal
com a vontade de coletivos cada vez mais amplos e inclusivos.

Na terceira fase, a da Vontade Holopessoal, a vontade não é mais


nossa; ela simplesmente é, e está, totalmente alinhada à vontade do
Todo (holocêntrica). Não há mais ilusão nem separação; vivemos
em fluxo, e as vontades do eu, do Eu e do EU, cada qual na sua esfera
de manifestação, dançam juntas em sincronia a sinfonia cósmica.

Por incrível que pareça, conectar-se conscientemente com a


própria vontade e responder à pergunta “O que você quer?” é um
dos maiores desafios em atendimentos individuais e trabalhos de
grupo, e também uma das respostas mais difíceis de ser conse-
guida. Ao longo dos anos, tenho observado em meus clientes um
verdadeiro terror diante dessa questão. É curioso notar a expressão
das pessoas, tamanha a surpresa, e até indignação, que muitas
vezes elas demonstram quando confrontadas com a acuidade
vertiginosa e precisa dessa simples indagação. Olhar para o que se
quer é ir direto ao ponto, ao que realmente importa.

É de fato surpreendente e curioso que nós tenhamos tanta dificul-


dade em saber o que queremos. Esta deveria ser a parte mais simples
em nosso processo de desenvolvimento, mas não é. E não é porque
saber e expressar o que realmente queremos tem várias implicações.

Em primeiro lugar, temos de atravessar as várias camadas da ho-


lopersonalidade que nos separam da nossa essência, camadas que
foram inconscientemente construídas durante toda a vida, ou vidas.

Ultrapassar essas camadas de falsas vontades e de medos,


crenças, padrões e condicionamentos requer disposição e coragem

297
para olhar para dentro, e se ver. A maioria das pessoas já para
por aí, aterrorizada diante do que pensa que “acha“ que pode ver
dentro de si mesmas. Geralmente, são pessoas que se recusam a
parar, a se observar e a relaxar. Vivem vidas agitadas, estressantes
e com agendas totalmente preenchidas, em que não há espaço para
o vazio, para o lúdico e para si mesmas; o foco está todo no que
acontece, está lá fora.

Mas quando nos abrimos para nós mesmos e para um processo


que nos permite uma reconexão com a nossa essência, boas surpre-
sas nos aguardam. Estabelecida a conexão, seremos naturalmente
convidados a participar da dança do Holos, a holodança. Como já
vimos, todos nós somos holons humanos, todos em si que são partes
inseparáveis da coreografia holística. O que faz a diferença é quanto
estamos cientes dessa relação e quanto estamos sintonizados com
a música que emana no Holoverso. Se estamos holocentrados e
autoconscientes, nossos ouvidos, corpos e vozes estão ressonantes
e afinados, e nós ouvimos, tocamos, cantamos e dançamos em
harmonia com o todo. Mas se estamos desalinhados ou pouco auto-
conscientes, nossos instrumentos desafinam, vibram fora do ritmo
e da harmonia do todo, e a nossa colaboração para a beleza da obra
que está sendo executada fica comprometida, aquém do seu poten-
cial integral. A diferença, a distância, o espaço e o tempo entre o que
estamos manifestando neste momento e o nosso potencial total é
justamente o que temos de desenvolver em nós. É nesse descompasso
que temos de focar a energia; é o nosso caminho evolutivo.

Em segundo lugar, conectarmo-nos com o que queremos implica


uma boa dose de aceitação e validação. Muitas pessoas sabem o
que querem, mas, por diversos motivos, simplesmente não aceitam
e não validam aquilo que desejam. A causa mais comum aqui é o
medo: medo de ser diferente, medo de ser igual, medo de não ser
nada, medo do que os outros vão dizer e pensar e, o mais louco e
incoerente de todos os medos, o medo da própria grandeza, ou seja,
o medo de ser quem é. Muitas pessoas acreditam que é melhor ser
como todo mundo, se esconder na multidão e ficar pasteurizado
na média – nos limites estreitos das convenções socioculturais e
dos padrões politicamente corretos – do que se destacar, ser uma

298
pessoa real e fazer o que quer. Essa concepção é como uma praga
que deve ser erradicada o mais rápido possível da nossa consciência
e da nossa sociedade.

Uma terceira implicação de nos conectar com aquilo que


queremos está no grau de compromisso e responsabilidade
que estamos dispostos a assumir. Muitas pessoas sabem o que
querem, aceitam e validam o que querem, mas não “bancam” o
que querem. São pessoas que não encaram o compromisso consigo
mesmas e não estão dispostas a pagar o preço dos seus sonhos,
porque realizar um sonho de vida exige, no mínimo, determinação,
coragem e habilidade, e nem todos estão dispostos e preparados
para isso. A maioria não quer nem tentar; prefere viver iludida e
sonhar os sonhos de outros. Em última instância, é uma fuga do
próprio destino e da responsabilidade de ser quem se é.

Por esses e outros motivos é que permanecemos desconectados


de nós mesmos e da nossa vontade. Isso é triste, pois o fruto do link
consciente com a vontade não é apenas propósito, mas também
direcionamento e alegria.

Amor

O amor também é um dos principais conteúdos essenciais do Eu.


É o amor que dá significado, sentido e substância às experiências
vivenciais do Eu ao longo de suas múltiplas vidas.

O amor é um conteúdo essencial em todo o processo de manifes-


tação da holoconsciência. É um conteúdo onipresente que permeia
toda a existência em todo o Cosmos. O amor está em tudo, o amor
é tudo!

Assim como a vontade, o amor tem 3 esferas básicas de mani-


festação: a do EU, a do Eu e a do eu. Na esfera do EU, é classificado
como amor cósmico ou integral; na esfera do Eu, como amor incon-
dicional ou hiperpessoal; e, na esfera do eu, como amor pessoal ou
humano.

299
Essas 3 esferas do amor correspondem às 3 esferas da vontade,
podendo também ser vistas como 3 etapas no processo de ma-
nifestação integral do Eu. Elas variam de acordo com o nível de
maturidade e com o estágio evolutivo da holoconsciência.

Assim como energia e consciência, amor e vontade se relacionam


como na dança dinâmica e harmônica das polaridades yin e yang, e
sintetizam. Na verdade, essas duas forças essenciais do Eu, quando
ativas e integradas harmonicamente, viabilizam a manifestação
do Eu em sua máxima potência.

Em suma, se estamos conectados ao amor e à vontade, e os mani-


festamos na prática, então estamos conectados à nossa verdadeira
essência e ao nosso Eu.

300
eu
De acordo com o projeto cósmico de evolução, o Eu (alma), quando
decide explorar as “terras distantes”, inspira-se em sua própria con-
cepção anímica, recria a estratégia do EU e, a partir de suas “costelas”,
processa uma autossíntese energético-consciencial e projeta – ou
mimetiza – um clone holográfico de si mesmo, um avatar a que
chamamos de eu (psique).

O eu pessoal é o eu virtual, o eu-holograma, o reflexo do reflexo,


uma emanação psíquica do Eu devidamente equalizado, progra-
mada para sintetizar a experiência nas dimensões mais densas,
especialmente na dimensão física, mas não exclusivamente nela.

O eu é o coletor do aprendizado, o representante do Eu, o pesquisa-


dor dos mundos densos, o enviado especial com o propósito de viver
na linha de frente da vida, como um herói em um mundo virtual
que tem lições a aprender, estágios a vencer e desafios a superar.
A missão final do eu é se holossintetizar ao Eu, ou seja, se fundir ao
Eu novamente após harmonizar todas as personalidades e iluminar
toda a matéria que encontrar em seu caminho.

O eu é ativado com o eussoma, o corpo causal, e, para cumprir


seu destino, viverá diferentes experiências físicas. Ao vir para o
plano terreno, e para uma nova vida na Terra, o eu se integrará a um
complexo de personalidades, se sincronizará a um corpo energético e
se hiperconectará a um corpo físico, que será o seu principal veículo
de manifestação, ação e síntese nesta esfera.

O eu e suas personalidades terão aprendizados individuais,


objetivos grupais e uma missão em comum, que caberá ao próprio
eu gerenciar. Mas o processo de manifestação na terceira dimensão
significa uma brutal queda do nível de energia e autoconsciência
do eu, e apresenta diversos níveis de dificuldade. A passagem
do sutil para o denso, do astral para o terreno, é ainda bastante
traumática e deixa as mais variadas sequelas energéticas (holose).
Uma delas diz respeito à relação do Eu com o eu, que, de certa
forma, assemelha-se à relação de um pai com seu filho: por mais

301
que haja amor, boas intenções e alinhamento genético, há também
conflitos, obstáculos e ruídos na comunicação. Por causa da nossa
imaturidade consciencial, acentuada pelo “tranco” do nascimento
na holosfera da Terra (ainda repleto de condicionamentos e padrões
culturais limitantes), geralmente essa conexão entre o Eu e o eu se
enfraquece, quando não se perde totalmente.

O principal desafio que o eu – quando encorpado, incorporado


e personalizado – terá ao longo da vida para conquistar a sua
liberdade final será ultrapassar as várias camadas da ilusão e
identificar, aceitar, harmonizar, integrar e sintetizar as múltiplas
personalidades que o acompanham em sua jornada. Para tanto,
necessitará de uma boa dose de autoconsciência, que será fruto
de muita atenção, auto-observação e vontade. Autoconsciência
é reconhecer quem somos e que estamos vivos, aqui e agora. É
o que nos distingue dos animais, que são o que são, mas não se
reconhecem como tal. Essa identificação pode alcançar variados
graus de profundidade. O grau de autoconsciência determina o
grau de autolucidez, e quanto um eu está ou não desperto. Quanto
mais autoconsciente for uma pessoa, uma organização ou uma
nação, mais identificada ela estará com sua própria vibração e, por
consequência, mais plena, bela e iluminada será sua manifestação
no mundo. Quanto mais autoconscientes estamos, melhores são
as decisões que tomamos a cada instante, e mais fluida é a nossa
vida. O oposto disso é desconexão, o passado, o condicionamento,
as escolhas erradas, as más decisões, a energia baixa, o medo, a
confusão, a desorientação, o desperdício, o sofrimento, a violência,
a solidão, o desespero, a depressão, a doença, o ruído e a ausência
de música.

A autoconsciência é o caminho da verdade, e, portanto, da


evolução. Sem ela, somos vítimas inconscientes de todo tipo de forças
internas e externas. Sem autoconsciência e distantes da essência
vivemos presos no holodrama como icebergs sonâmbulos.

Tudo isso converge para o foco da HoloSíntese, já que é a partir da


integração do eu pessoal – um estágio do processo de holossíntese
que chamamos Síntese Pessoal – que potencializamos a nossa iden-
tificação com a essência (Eu) e começamos a nos curar da holose.

302
Holopersonalidade

A holopersonalidade é a personalidade integral, o complexo holo-


gráfico de personalidades integradas ao eu.

A holopersonalidade é uma sociedade holográfica, hiperdi-


mensional, multicamadas, multifacetada e hipermutante que
hiperconecta em rede todas as personalidades, subpersonalidades
e subsubpersonalidades que habitam a holoconsciência.

Como nos alerta Piero Ferrucci no livro O que podemos vir a ser:

Uma das mais danosas ilusões que podem nos enredar é provavelmente a
crença de que somos seres indivisíveis, imutáveis, totalmente consistentes
[...] Em cada um de nós, há uma multidão.

As subpersonalidades são satélites psicológicos, coexistindo como uma


profusão de vidas dentro da média global de nossa personalidade. Cada
subpersonalidade tem um estilo e uma motivação próprios [...].

As personalidades estão visceralmente integradas e simbiotica-


mente hiperconectadas entre si e ao eu, que, de certa forma, poderia
ser visto como a personalidade-líder, ou personalidade-síntese, a
qual tem a função principal de sintetizar a holopersonalidade.

As personalidades ocupam espaços e tempos importantes


dentro da holoconsciência e, na maioria das vezes, sua atuação se
confunde com a do próprio eu. Ou seja, elas não se veem nem se
percebem como separadas. Elas estão mimetizadas entre si e não
sabem da existência umas das outras, e todas se percebem como se
fossem únicas, exclusivas e donas do corpo físico e da vida, o que
dificulta significativamente o trabalho do eu.

A maior parte de nós, na maior parte do tempo, não se apercebe


dessa situação. Como icebergs sonâmbulos, vivemos como se
fôssemos um todo único, monolítico e homogêneo, mas, na prática,

303
não é bem assim. Somos uma holoversidade, uma vívida comu-
nidade interna, um coletivo multicolorido de forças psíquicas,
tendências, inteligências, karmas e possibilidades.

As personalidades atuam como seres mutantes dentro de nós


mesmos. Esses múltiplos sub-eus espalhados pelas múltiplas di-
mensões da holoconsciência estão em constante atividade, embora
nem sempre sejam protagonistas no palco volátil do campo de
consciência. De acordo com suas afinidades e propósitos, alojam-
-se em diferentes órgãos, sistemas e chakras, de onde procuram
comandar a consciência e chamar atenção para as suas necessi-
dades e desejos, acalentando o sonho secreto de ocupar o lugar do
eu – sonho que muitas vezes realizam.

Holopersonalidade = personalidades + subpersonalidades

Algumas personalidades são mais discretas do que outras. Umas


são emocionais ou intuitivas, outras são mentais ou imaginativas.
Há todo tipo de personalidade: protagonistas, coadjuvantes,
preguiçosas, fortes, fracas, corajosas, medrosas, coitadinhas, arro-
gantes, vítimas, engraçadas, sombrias, orgulhosas, amorosas, frias,
criativas, espiritualizadas etc. E elas podem estar ativas, latentes
ou adormecidas, à espera de uma oportunidade para entrar em
ação.

Uma vez ativadas, as personalidades tendem a adquirir vida e


vontade próprias, interferindo em nossas decisões e escolhas e in-
fluenciando o nosso futuro. Cada personalidade interpreta a expe-
riência vivencial com relativa autonomia e segundo suas próprias
visões, objetivos e padrões vibracionais.

304
Isso significa que as personalidades são sistemas semi-
-independentes dentro do ecossistema da nossa consciência, e
se auto-organizam em função de suas próprias agendas, muitas
vezes contraditórias e antagônicas. Na prática, as personalidades
demandam energia, espaço, tempo, atenção, amor, cura e reco-
nhecimento para poder atender às suas necessidades, carências,
traumas, medos, desejos e projetos. Para tanto, buscam dominar
a holoconsciência por meio do controle do eu, dos sistemas da
consciência, dos campos, dos chakras e dos corpos, especialmente
do físico, e realmente o farão enquanto o eu estiver anestesiado e
esquecido de si mesmo.

A nossa evolução passa pelo despertar do eu. Para que isso


aconteça, o eu necessita se desidentificar das personalidades e se
identificar com a sua própria essência (Eu), reassumindo, assim,
o papel de autoliderança no processo de organização, harmoni-
zação e síntese da holopersonalidade. Mas esse processo não é
assim tão fácil.

A despeito de tudo o que foi dito, as personalidades não devem ser


vistas como inimigas ou pesos que temos de carregar. Na verdade,
elas são quase sempre nossas aliadas; são forças e instrumentos
dos quais dispomos para viver e nos realizar na vida. Na prática, as
personalidades formam a nossa “equipe” interna, sendo essenciais
na realização do projeto físico do Eu, pois absorvem e processam a
experiência da vida e gerenciam o contato com a realidade externa.
Sem elas, o contato da essência com o plano físico seria radical,
sem filtro e sem contorno.

Em seu livro Essência, Almaas reforça essa visão ao afirmar:

A antiga ideia de que a personalidade deve ser afrouxada quase que com-
pletamente para que a essência seja compreendida deve ser modificada
à luz das últimas descobertas. [...] Nossas descobertas mostram que a
essência pode ser compreendida em etapas ou degraus simultaneamente
com o trabalho sobre a personalidade. Cada aspecto ou faceta essencial
possui uma constelação psicológica associada a ela. Essa associação é
universal para todas as pessoas.

305
Holopersonalidade

Personalidade 1

Personalidade 2

Personalidade 3

eu

306 Holográfico 8.7


Personalidades
e Subpersonalidades

Personalidade 1

Personalidade 2

Personalidade 3

Sub 2

eu
Sub 1

Sub 6

Sub 4
Sub 3

Sub 5 Sub 7

Holográfico 8.8 307


Em suma, as personalidades são partes nossas, estruturas energé-
tico-conscienciais que coabitam a holoconsciência. São forças psico-
lógicas internas que processam a experiência da vida e nos dão apoio
(ou deveriam fazê-lo) para realizarmos o nosso projeto neste mundo.
Em razão da nossa falta de atenção, auto-observação, autocontrole
e maturidade, as personalidades acabam ocupando um espaço na
holoconsciência maior do que deveriam. É quando nos esquecemos
de quem somos, abandonamos a essência, ficamos cegos, reféns da
ilusão e identificados com as personalidades, nem sempre saudáveis.
A ideia fundamental da HoloSíntese é que as personalidades sirvam
e se alinhem ao projeto do eu – e, por consequência, ao projeto do
Eu –, e não o contrário, como ocorre na atual sociedade, que apenas
agora começa a despertar da ilusão e do sonambulismo ancestral.

As 3 camadas
da holopersonalidade
A holopersonalidade é uma rede de personalidades integradas
com múltiplas camadas de energia e consciência, cuja configu-
ração variará de pessoa para pessoa, de acordo com seu processo
e com seu estágio de desenvolvimento pessoal. Ela poderia ser
descrita como uma cerca viva ao redor do jardim essencial, ou
como um cinturão condicionado em torno do eu, que agrupa uma
grande variedade de conteúdos, experiências, karmas e memórias
condensadas.

A camada mais externa da holopersonalidade – e das perso-


nalidades – contém as nossas máscaras, os disfarces, as várias
fantasias (personas) que vestimos, ou com as quais nos identifi-
camos, para transitar pelo palco da vida e para interagir com o
mundo social. É um verniz de proteção que se adapta constan-
temente às demandas da sociedade, muitas vezes incoerentes e
inconsistentes, e está diretamente relacionado com os diversos
papéis que desempenhamos em nossas vidas e com a imagem que
queremos enviar para o mundo. A máscara encobre a realidade e

308
a verdade, e pode ter expressões tanto positivas como negativas.
Ela pode, por exemplo, se manifestar como arrogância ou aparên-
cia de felicidade, como vitimismo simulado ou espírito de equipe,
como fragilidade fingida ou generosidade.

Os conteúdos que compõem a máscara são a ponta do iceberg,


relacionam-se com o campo de consciência – embora na maior
parte do tempo não estejamos conscientes de sua presença – e
com uma camada mais próxima do subconsciente.

John Pierrakos (1990) descreve assim o funcionamento da


máscara:

A máscara age como uma mortalha defensiva, que torna o eu interior


invisível para o mundo exterior e para a autoconsciência. Existe num
estado constante de dissimulação de emoções verdadeiras, sejam elas
positivas ou negativas, amortecendo a vibração e a alegria do centro vital
e sabotando a integridade dos níveis protetores internos.

Numa camada anterior e interior, existem as estruturas ope-


racionais de suporte e proteção às personalidades. São elas que
sustentam a nossa identidade virtual mascarada, e se configuram
como couraças musculares, padrões de comportamento automati-
zados e condicionamentos mentais, emocionais, sensoriais, respi-
ratórios, neurológicos, sinápticos e energéticos de todos os gêneros
e tipos – expressos em todas as intensidades –, que se baseiam
em ideias, crenças, opiniões, percepções, definições, conclusões
e interpretações que a criança faz inconscientemente a partir de
suas experiências, reais ou imaginárias, mas dolorosas, difíceis,
estranhas ou desconhecidas.

Esse complexo contém de tudo um pouco, e nele encontramos


mixadas programações positivas e negativas, isto é, podemos encon-
trar combos de raiva, de medo e euforia, de desespero, de tristeza e
amor, de angústia, de paixão e solidão, de melancolia, de alegria e
frustração, de êxtase, de esperança e loucura. Isso acontece porque
esses complexos são formatados de maneira não consciente e reúnem
os múltiplos vieses interpretativos de uma determinada experiência.

309
Por exemplo, uma criança está brincando alegremente num
parque, num dia de sol, e sua relação sensorial com o ambiente
é de muito prazer. Ela encontra um cachorro e brinca com ele,
que responde salivando, com um latido intimidador. A criança
se assusta, sai correndo, tropeça e cai, machucando o joelho, que
sangra. Em seguida, sua mãe a resgata com muito amor, cuida de
sua ferida, envolve-a num longo abraço apertado e lhe diz palavras
doces de encorajamento, o que leva a criança a se sentir amada e
protegida. Depois a mãe a conduz pela mão para brincar com outros
cachorros mais amistosos. Todos esses eventos juntos e misturados
vão se transformar num complexo de memórias que irá integrar,
de alguma maneira, essas sensações, emoções e pensamentos.
As possibilidades são infinitas, mas é provável que esse pequeno
incidente se converta num programa automático instalado no sub-
consciente que ancorará comportamentos futuros, que poderão ser
tanto positivos como destrutivos, dependendo de como a criança
processar o fato. Ou seja, ela pode traduzi-lo como “animais são
violentos e não confiáveis, nunca vou ter um cachorro, tenho medo
de ser espontânea”, ou como “minha mãe sempre cuidará de mim,
sou amada, confio na vida etc.”.

Os conteúdos dessa estrutura estão alojados basicamente numa


camada mais profunda do subconsciente, e podem ser identificados
e acessados por meio da observação do próprio corpo, das posturas
e das regiões musculares mais endurecidas.

Por fim, há a camada mais interna e profunda da holopersona-


lidade, que é formada basicamente pelas negações e impressões
negativas (imprint), ou seja, a sombra. Ela contém todas as expe-
riências em que o eu foi negado, diminuído, reprimido, ridicula-
rizado, humilhado, criticado, censurado, rejeitado, desqualificado
e abandonado. Aqui só há sofrimento, especialmente na forma de
medo, raiva, ódio, ira, fúria, terror, desespero, angústia, solidão
e pânico. É basicamente um campo minado de negatividades,
destruição, violência, loucura e crueldade, que esconde – e nos
separa – de todo amor, beleza, criatividade, alegria e generosidade
da essência.

310
Holomapa
Personalidades

Personalidade 1

Personalidade 2

Personalidade 3

holocentro

hiperconsciente

consciente

subconsciente

infraconsciente

inconsciente familiar

inconsciente étnico

inconsciente humano

Holográfico 8.9 inconsciente trans-humano 311


Imagine se, no exemplo anterior, a criança tivesse sido duramente
repreendida pela mãe, apanhasse e ainda ficasse de castigo. Certa-
mente seria criada uma memória negativa com relação àquele fato,
e essa memória seria impressa na consciência como algo duro, frio
e sombrio. Para lidar com tamanha violência só há um caminho:
enterrar essa memória nas profundezas do infraconsciente. Mas
é importante saber que enterrar uma memória não significa
matá-la, e que, embora esquecida, ela irradiará sua dor por toda a
holoconsciência até que seja resgatada, curada, desprogramada e
desmagnetizada.

A experiência tem mostrado que, na essência, todas as perso-


nalidades têm uma boa intenção. Mas essa intenção positiva está
escondida, e ao longo do tempo se distorce e se camufla como algo
negativo. Quando realizamos um trabalho de Síntese Pessoal, que
consiste, entre outras coisas, em identificar, aceitar, harmonizar,
integrar e transcender as personalidades, estas desabrocham e
revelam suas verdadeiras intenções. No fundo, uma personalidade
controladora precisa e quer dar segurança, assim como uma per-
sonalidade agressiva precisa de atenção e quer carinho, ou uma
personalidade corrupta precisa aprender sobre justiça e ordem. Na
prática, ainda que de forma distorcida, desajeitada e inconsciente,
todas precisam, querem e buscam a luz.

Em suma, as personalidades apresentam essas 3 camadas


totalmente integradas ao eu e ao sistema operacional integral da
holoconsciência: uma primeira camada mais profunda e próxima
da essência, que contém as memórias negativas; uma camada in-
termediária, com as estruturas musculares, programas automáti-
cos, padrões e crenças condicionadas; e uma camada mais externa,
com as estratégias operacionais – e mascaradas – de sobrevivência
e autopreservação, do tipo “vou ser bonzinho, rebelde ou me isolar
para conseguir amor, atenção e segurança”. Essas estratégias se
configuram como o nosso “jeitão” de ser.

312
Holose
Desde a concepção e durante toda a gravidez, na hora do parto e
ao longo da infância, a consciência humana passa por um contínuo
processo de degradação energética, disfunção consciencial e des-
conexão essencial.

O processo de nascer na dimensão física, a mais densa e de-


safiadora de todas as dimensões, ainda é radical, traumático e
deixa muitas sequelas psicológicas, energéticas e espirituais. Não
precisaria ser assim, necessariamente, mas “ainda” é por causa do
atual estágio evolutivo humano, “ainda” infantil e imaturo, mas
que felizmente desperta do sonambulismo ancestral e se prepara
para entrar numa nova fase de conscientização.

Ao nos manifestarmos na dimensão física, em função das


nossas programações hologenéticas e holokármicas, individuais e
coletivas, geralmente ativadas na hora do tranco do nascimento,
perdemos a sincronia (sinc) EU – Eu – eu. Fora de sinc, o eu pessoal
se percebe só, sem comunicação com o Eu e psicologicamente
vulnerável; fica também com um baixo grau de autoconsciência,
o que o leva a cair vertiginosamente do paraíso, às vezes de modo
gradual, às vezes de modo abrupto.

Afetada pela perda de energia, pela dor e pelas fraturas da queda


– que variarão de acordo com a história kármica de cada um –,
bem como pelo desmanche dos estados de holofusão, homeostase
e holoconexão entre eu, Eu e EU, a holoconsciência se fragmenta
e perde a sua integridade essencial, que vem justamente desse
tríplice alinhamento.

A esse complexo hiperprocesso de desintegração, desconexão e


fragmentação da holoconsciência dá-se o nome de holose.

A holose é a neurose primordial, a desordem psicoenergética-


-sistêmica-integral que se instala na holoconsciência a partir do
nascimento do eu nos planos físicos. É a percepção de desconexão
e a perda da holossimetria entre EU, Eu e eu.

313
A holose é um reflexo holográfico do processo que dá origem
ao próprio Eu (hologênese), isto é, está diretamente associada ao
processo de holomanifestação e à crise existencial que o próprio
Eu tem em relação ao seu nascimento e à sua existência como
um reflexo holográfico do EU. Esse holoparadoxo existencial se
reproduz em sua máxima potência quando o eu é ativado, incorpo-
rado e encorpado pela primeira vez no plano material.

Ou seja, a holose está relacionada à miragem original, à percepção


de separação da totalidade, à ilusão de separação do Todo originada
quando o Eu é criado; uma ilusão que se reflete holograficamente
no eu quando este se manifesta na dimensão material, com um
corpo físico, e vivencia a fragmentação da holoconsciência.

O roteiro da holose
Na infância, a consciência ainda está quase que totalmente aberta
para a experiência da vida e para o que vem de fora. A fim de se re-
lacionar com esse processo de nascimento num mundo complexo,
confuso, repleto de contradições, loucuras e adversidades, reais e
imaginárias, a consciência-bebê (eu) se protege como pode e, para
tanto, ativa mecanismos instintivos e automáticos de defesa na
tentativa de restaurar a sua preciosa integridade essencial.

O holodrama do eu nesse momento é, basicamente, o de se perder,


se esquecer, o de não saber quem é e, inconscientemente, se desco-
nectar do Eu. Diante do caos e da fragmentação, fica um vácuo no
poder, e as múltiplas personalidades, sedentas de espaço e vida, vão
lutar para assumir o comando e ocupar o campo da consciência.

Nesse processo crítico, o holocentro de gravidade da holocons-


ciência, que nos dá o senso de integridade e identidade, desloca-se
do eu para alguma ou algumas das personalidades, ou seja, o eu se
encapsula e se mascara em suas personalidades. Isso significa que
nós nos desidentificamos do amor, da harmonia e da alegria da nossa
essência (eu) e nos identificamos com algum fragmento do mosaico
caleidoscópico da holopersonalidade. Em outras palavras, saímos do
real, do essencial, do integral e do holossintético e caímos no ilusório,
no superficial, no parcial, no mascarado e no fragmentado.

314
Holose

EU

Eu

eu

Holográfico 8.10 315


Para complicar esse processo, os medos, as raivas, as crenças, os
preconceitos, as convenções, os modelos mentais, as tradições, os
costumes e as neuroses da família e da sociedade serão despejados
quase sem controle sobre a mente infantil, que vai, assim, sendo
formatada, moldada, programada, configurada e condicionada de
acordo com um mix de padrões pessoais e coletivos.

Entorpecido e sem muita opção, o eu-criança procura um


caminho para tentar se reorganizar, resgatar a unidade perdida e
sobreviver. Na maioria das vezes, isso implica se negar, se criticar,
se boicotar, se conter, se reprimir, se diminuir, se invalidar, se des-
programar e se desconectar de sua verdade e de sua voz essencial,
que serão esquecidas e tragicamente substituídas por verdades e
vozes exteriores (em geral dos pais, de amigos, da escola, da mídia,
da cultura, da religião etc.).

Cada um dos inúmeros fatos que acontecem durante esse


período, sejam eles reais ou não, serão absorvidos, interpretados,
classificados, rotulados e metabolizados pela consciência da
criança, nem sempre da maneira mais favorável ou construtiva,
e muitas vezes de forma errática, como se fossem verdades
absolutas.

O resultado desse processo praticamente inevitável de desin-


tegração e desconexão é difícil de ser previsto. A holoconsciência
automaticamente buscará uma nova formatação e um novo estado
de equilíbrio. Num primeiro momento, será configurado um
complexo desorganizado de padrões, programas, filtros, condicio-
namentos e mecanismos de defesa que irão se instalar em torno do
eu, como uma armadura condicionada. Esse complexo se traduzirá
em modelos pré-formatados de ver, ser, perceber, sentir, pensar,
agir, se relacionar, se movimentar, se expressar, se comunicar, se
comportar, respirar e viver que, em seu conjunto, se caracterizará
como uma versão neurótica da holopersonalidade.

A holose é a causa de todas as holopatologias (patologias holo-


gráficas), ou seja, distúrbios, disfunções, desajustes, desequilíbrios,
desordens, perturbações e transtornos energético-conscienciais

316
que nos acometem ao longo de nossas vidas. Todas as nossas
ilusões e mentiras, medos e angústias, ansiedades e sofrimentos,
loucuras e delírios são efeitos colaterais criados a partir da neurose
primordial, dessa falsa percepção de separação e desintegração
holograficamente registrada na holomemória e no holossoma de
cada um de nós. Não por outro motivo, a nossa missão essencial,
e que fundamenta o holoparadigma e a HoloSíntese, é a busca
por re-integrar, re-conectar, re-ligar, re-unir ou holossintetizar a
holoconsciência.

Em seu livro Core Energetics, Pierrakos resume assim o processo


que origina a holose:

Durante a infância, cada ser humano se agarra a estratégias para se


defender da dor e do sofrimento e para exercer a sua vontade. Mas todas
essas estratégias são contraproducentes porque fragmentam o fluxo
unitário de energia no interior do organismo humano. Quando qualquer
parte do fluxo de energia é interrompida, toda a corrente fica distorcida.
Assim, quando a criança bloqueia o movimento da energia negativa, o
movimento da energia positiva é também distorcido: desacelera e se
congela em blocos.

Essa negação do fluxo de energia é o denominador comum de toda a


disfunção humana, mas as causas mais imediatas [...] moldam as carac-
terísticas específicas da condição de cada pessoa. Essas características
tendem a seguir padrões porque os seres humanos têm formas semelhantes
de construir defesas contra a dor, a ansiedade e o sofrimento.

O mesmo processo é descrito de forma contundente por Almaas


(1986):

É verdade que todos perdem a essência, mas os processos deste obscu-


recimento são diferentes para cada um. [...] O bebê experimenta simul-
taneamente a perda do aspecto essencial do amor e a perda da relação
simbiótica gratificante e positiva com a mãe. Isto sempre acontece porque
não há relação simbiótica perfeita entre a mãe e a criança por várias
causas, a maioria inevitáveis. [...] Quando a fusão do amor é perdida, fica
um vácuo em seu lugar, um vazio, um buraco no ser.

317
Quase todos os seres humanos preenchem o buraco do amor fundido
com certas partes da personalidade. [...] a perda do amor fundido é um
dos principais determinantes inconscientes que motivam os adultos na
direção dos relacionamentos amorosos íntimos, sendo também o motivo
de várias dificuldades nestas relações. [...] O que a pessoa realmente
deseja e sente falta é a parte da sua essência, o amor fundido e não o
parceiro ou a relação com ele ou ela. [...] Por isso, a busca da plenitude
está voltada para fora, embora a única coisa que realmente adiantará
para ela será a recuperação do aspecto perdido da essência, a fusão do
amor.

A perda da essência, a repressão dos órgãos e capacidades sutis, o fe-


chamento e a distorção dos centros energéticos e a insensibilidade geral
resultante conduzem a uma perda geral e devastadora de perspectiva. O
indivíduo não sabe mais qual o significado da vida, do ser, da existência.
Não sabe mais por que vive, o que deve fazer, para onde está indo, e quem
ele é. Está, na verdade, completamente perdido.

Consegue ver apenas a sua personalidade, no ambiente que a criou, e viver


segundo os padrões desta sociedade em particular, tentando o tempo todo
manter e reforçar a sua identidade do ego. Acredita que não está perdido,
porque tenta continuamente viver segundo determinados padrões de
sucesso ou de desempenho e almejando sonhos da sua personalidade –
embora durante o tempo todo ele não enxergue a finalidade de tudo isso.

A perda de perspectiva e da orientação conduz à perda de realidade. O


indivíduo vê somente as ilusões e as segue, pois acredita que elas sejam
a realidade.

No sentido verdadeiro, um indivíduo que não está ligado à sua essência


não é um ser humano, porque o elemento humano é a sua essência. [...] O
fato não é apenas que a pessoa tenha perdido a sua humanidade; o indi-
víduo perdeu a sua existência, no sentido mais verdadeiro da palavra.
E um indivíduo que não é, que não está sendo a sua essência, não está
realmente existindo.

318
Conectando a essência
Com essa complexidade, pode até parecer que nos conectar a quem
realmente somos seja algo complicado e reservado a uns poucos
privilegiados; mas, ainda que conectar-se à essência seja, de fato,
um verdadeiro privilégio, nem por isso deixa de ser uma meta aces-
sível a todos nós, agora e sempre. A essência está ao nosso alcance
e pode ser vivenciada facilmente em nossa vida cotidiana; para
tanto, basta que queiramos e que nos abramos para essa experiên-
cia absolutamente simples, básica e fundamental.

Podemos nos sintonizar à vibração essencial em diferentes níveis


de ressonância e consciência, isto é, podemos estar totalmente
conectados e integralmente autoconscientes ou podemos estar
apenas levemente conectados e parcialmente autoconscientes do
nosso estado de conexão.

Diversos fatores poderão influenciar na qualidade da conexão e


na intensidade da experiência vivenciada. Falta de vontade, falta de
atenção, falta de coragem, falta de confiança e falta de prática em
se conhecer e em se trabalhar são apenas alguns dos obstáculos
mais comuns, em geral patrocinados por complexos, traumas,
condicionamentos psicológicos, vícios, hábitos destrutivos e estilos
de vida estressantes. Mas quanto mais elevado for o nosso nível
de energia e consciência, mais fáceis, naturais e intensas serão as
nossas re-conexão e re-identificação com a essência. Por isso, no
processo de Síntese Pessoal, sempre focamos no aumento do nível de
energia e consciência e a integração psicológica.

Holomapa
Veja, a seguir, a sequência completa com todas as versões do
Holomapa.

319
Holoplex

320
Sistema Operacional
Integral

321
Princípios Essenciais

Holoscópico Holokinético

Holoscendência Holossonância

Holotrópico Holomutação

Holoplásmico Holokármico

Holográfico

322
Holocentro
(Essência)

323
Funções Essenciais

Sinescopia Sinergia

Sincendência Sinsonância

Sintropia Sinformia

Simplasmia Sincronia

Singrafia

324
Estados Essenciais

Hiper

Holocentramento Holovisão

Holofusão Holístico

Holoconexão Holocontinuum

Holofluxo Holomanisfestação

325
Conteúdos Essenciais

Conectividade

Vitalidade Criatividade

Amor Vontade

Consciência Liberdade

Unidade Beleza

326
Corpos

essencial
sônico energético
luminal físico
espacial emocional
causal mental
327
Chakras e
Ondas Cerebrais

8 omni
7 épsilon ômega 0
6 delta lambda 1
5 theta gama 2
4 alfa beta 3
328
Sistemas

Holoenergético

Holoético Holobiológico

Holomemórias Holopsicológico

Holocriativo Holomental

Holográfico Holoperceptivo

329
Dimensões
da Consciência

holocentro
(essência)

hiperconsciente

consciente

subconsciente

infraconsciente

inconsciente familiar

inconsciente étnico

inconsciente humano

330
inconsciente trans-humano
Personalidades

Personalidade 1

Personalidade 2

Personalidade 3

holocentro

hiperconsciente

consciente

subconsciente

infraconsciente

inconsciente familiar

inconsciente étnico

inconsciente humano

inconsciente trans-humano 331


332
Sumo

A nossa identidade holo-


gráfica integral possui 3 níveis
de manifestação: EU, Eu e eu. O eu é
um reflexo do Eu e atua no nível da ho-
lopersonalidade. O Eu é um reflexo do EU e
atua no nível da holoconsciência. O EU engloba
tudo e todos e atua no nível do Holos. Para se
manifestar no hologame, o Eu tem 9 veículos
(corpos) e precisa superar os 9 estágios da espiral
da evolução. Para sintetizar as suas experiên-
cias mais densas, o Eu ativa o eu; e, para se
iluminar e voltar para casa, tem que se
curar da holose e harmonizar as múlti-
plas personalidades que compõem
a holopersonalidade.

333
Ho

334
lopráxis
Teoria e prática
voando juntas

335
A busca por uma prática que integre todas as dimensões da
consciência humana (física, energética, psicológica, mental,
espiritual) e todas as suas esferas de interação (pessoal, inter-
pessoal, social, cultural, global e cósmica) é o novo “graal” no
campo do desenvolvimento humano integral.

Psicossíntese, Holismo, Gestalt, Holodynamics, Psicologia


Transpessoal, Antroposofia, Conscienciologia e Teoria Integral
são algumas das abordagens que têm, com diferentes visões
e perspectivas, se dedicado a essa missão. Mas tal visão, na
verdade, não é nova, e diversas tradições espirituais como o
Yoga, o Budismo e o Taoísmo trabalham, há milênios, com
uma perspectiva holística do ser humano, considerando seus
múltiplos corpos, estados de consciência, campos de interação
e estágios de desenvolvimento.

Como realçamos ao longo deste livro, o Holoverso, e tudo o


que nele se manifesta, está em constante transmutação evolu-
tiva rumo à sua realização integral. Assim, todas as teorias,
abordagens e modelos – e também as pessoas, suas socie-
dades e culturas – necessitam atualizar continuamente seus
sistemas, programas, linguagens e aplicativos, a fim de per-
manecerem fiéis ao fluxo vivo de suas essências, que também
pulsam em constante evolução.

A HoloSíntese, como uma nova abordagem energético-


-consciencial, procura dialogar, mimetizar e incorporar visões,
conhecimentos, princípios e práticas das mais variadas fontes,

336
dimensões e tempos, com o objetivo de integrar e sintetizar
a consciência humana, ou seja, facilitar sua manifestação
integral.

Porém, é importante deixar claro que a verdadeira prática


acontece na “prática”. Quer dizer, a prática é a vida real, a
vida real é a prática. Os livros de conhecimento, as platafor-
mas conceituais, os exercícios, as técnicas, os métodos são
muito importantes para inspirar, potencializar e sustentar o
caminho do autodesenvolvimento, mas é no dia a dia, na vida
cotidiana, nas relações íntimas, familiares, profissionais, co-
munitárias e sociais que a verdadeira prática se materializa e
adquire um significado verdadeiro.

De nada adianta aprender técnicas meditativas, informar-se


sobre métodos biopsicoenergéticos e acumular conhecimentos
teóricos se estes não forem colocados em prática e nos trans-
formar em pessoas mais verdadeiras, saudáveis, generosas,
alegres, éticas, solidárias, conscientes e livres.

Portanto, é fundamental que teoria e prática estejam sin-


cronizadas. Como dizia um velho mestre, teoria e prática são
como as asas de um pássaro. Quando batem juntas, podemos
voar mais alto, mais longe e com mais estabilidade, prazer e
alegria.

A intenção deste livro é inspirar seus leitores a voarem cada


vez mais alto no seu caminho de volta para casa.

337
Estágios Funções Conteúdos
Estágios Símbolos Holoprincípios
da Holossíntese Essenciais Essenciais

Energia
1 Manifestação Holoscópico Sinescopia
Amor

Vitalidade
2 Energização Holokinético Sinergia
Generosidade

Conectividade
3 Conexão Holossonância Sinsonância
Alegria

Criatividade
4 Transformação Holomutação Sinformia
Flexibilidade

Vontade
5 Harmonização Holokármico Sincronia
Justiça

Liberdade
6 Sintonização Holográfico Singrafia
Expressividade

Beleza
7 Cocriação Holoplásmico Simplasmia
Ética

Unidade
8 Unificação Holotrópico Sintropia
Totalidade

Consciência
9 Transcendência Holoscendência Sincendência
Inteligência

Sumo Holoestágios Holossintético Holossíntese Holoconteúdo

338 Holográfico 9.1


Sistemas
Estados Essenciais Corpos Chakras Ondas
da Consciência

Energético
Holomanifestação 0 Holoenergético ômega
Kissoma

Físico
Holofluxo 1 Holobiológico lambda
Kissoma

Emocional
Holoconexão 2 Holopsicológico gama
Psicossoma

Mental
Holofusão 3 Holomental beta
Mentalsoma

Causal
Holocentramento 4 Holoperceptivo alfa
eussoma

Espacial
Hiper 5 Holográfico theta
Hipersoma

Lumial
Holovisão 6 Holocriativo delta
Luxsoma

Sônico
Holístico 7 Holomemórias épsilon
Ultrassoma

Essencial
Holocontinuum 8 Holoético omni
Ourossoma

Holomodo Holossoma Holochakra Holossistema Holonda

339
A prática integral
A holopráxis é um conjunto integrado de práticas energético-cons-
cienciais que potencializam a holossíntese da consciência humana
nas esferas pessoal (eu), hiperpessoal (Eu) e holopessoal (EU).

De maneiras, com intensidades e por caminhos diferentes, as


práticas holossintéticas têm o propósito de ampliar o quantum
de energia e consciência de pessoas, grupos de pessoas e de todos
em geral. O foco é permitir ao indivíduo que desperte da ilusão,
cure a holose e saia do holodrama por meio da harmonização das
personalidades, da sincronização dos corpos e sistemas de gestão
da consciência, e da reconexão consciente com a essência, que, por
definição, é um fluxo vivo, puro e livre, que transcende as ilusões
da vida em 3D.

A holopráxis é um reflexo da holovisão da HoloSíntese, e está


alinhada às dimensões, aos princípios, às funções, aos estados e
aos conteúdos essenciais; aos sistemas da consciência, aos corpos,
aos chakras, às frequências cerebrais e aos estágios do processo de
holossíntese. (O holográfico 9.1 apresenta a correlação geral entre
todos estes elementos.)

Mas nossa intenção aqui não é apresentar qualquer tipo de


exercício, técnica ou método específico; o objetivo deste capítulo é
oferecer uma visão panorâmica sobre a prática integral holossinté-
tica, suas principais características, esferas de influência e estágios
de realização.

Para compreender as holopráticas, porém, precisamos lembrar


que os estágios representados pela holospiral não simbolizam
apenas as 9 etapas da jornada descendente que o Eu empreende
para se manifestar integralmente – desde o seu nascimento como
um reflexo do EU até a sua “encarnação” nos planos físicos por meio
da ativação do eu –, mas também exprimem os 9 estágios que o
Eu empreende para ascender integralmente – desde a sua primeira
vida física até a holoiluminação.

340
A evolução do Eu
O processo evolutivo do Eu tem, basicamente, duas etapas/sentidos:
o descendente, que chamamos holomanifestação (manifestação
integral), e o ascendente, holoascensão (ascensão integral).

Na holomanifestação, o Eu espirala no sentido anti-horário e


para baixo, ativando, integrando e manifestando todos os seus
corpos-veículos até alcançar a dimensão física, quando se ho-
lomanifesta integrado ao corpo físico pela primeira vez. Como o
conceito de tempo nas outras dimensões é radicalmente diferente,
é impossível calcular quanto “tempo” o Eu leva nessa jornada até
a matéria.

Na holoascensão, o Eu – partindo dessa primeira experiência


na dimensão física, e de todas as subsequentes – espirala no
sentido horário e para cima, buscando resgatar a holoconexão, a
holoconsciência e a holointegridade perdidas durante o processo
de manifestação. Esse caminho de volta para casa pode acontecer,
potencialmente, em apenas uma vida física; no entanto, o mais
comum, na maioria avassaladora das vezes, é consumir dezenas ou
centenas de vidas até que todas as lições sejam aprendidas. Existe
uma infinidade de variáveis que irão influir no roteiro existencial
de cada Eu, e todas elas poderiam ser resumidas em uma palavra:
holokarma.

Holomanifestação
A partir do seu nascimento holográfico como um reflexo do EU, o
Eu irá experimentar os 9 estágios e dimensões existenciais para
poder se manifestar integralmente, com todos os seus corpos e
sistemas.

No estágio inicial, o Eu, apenas com seu primeiro corpo (Eussoma),


irá experimentar as delícias associadas à dimensão essencial, o
reflexo mais puro da própria essência. No segundo estágio, o Eu

341
“ganha” ondas de música e ativa o corpo sonoro (ultrassoma), com o
qual vivenciará as experiências associadas a essas duas dimensões
simultâneas e integradas: a essencial e a sonora.

No estágio seguinte, o Eu ativa o corpo luminal (Luxsoma) e inclui


a dimensão de fótons de luz à sua manifestação e à sua experiência.
A seguir, no quarto estágio, ele ganha espaço e ativa o seu veículo
hologeométrico – o corpo espacial (Hipersoma) –, aproximando-se
do momento da ativação do corpo causal (Eussoma), no estágio
posterior. Esse quinto estágio é particularmente importante, pois
nele o Eu configura o eu-holograma e se prepara para vivenciar
experiências nas dimensões mais densas. É aqui também que os
taxímetros do tempo e do karma começam a girar.

No sexto estágio, é formatado e integrado o corpo mental


(Mentalsoma); no estágio seguinte, o mesmo acontece com o corpo
emocional (Psicossoma).

Finalmente o Eu está pronto para os últimos estágios da sua


jornada existencial. Integrado ao eu e a todos os seus corpos, o Eu
vai vivenciar a série de vidas nas esferas densas. Para tanto, agrega
um corpo energético (Energossoma) no oitavo estágio e se hiperco-
necta a um corpo físico (Soma) pela primeira vez, no estágio final. É
a partir daí, na camada material da holospiral, que se inicia o ciclo
de vidas físicas, chamado pelos budistas de Samsara.

Com os 9 corpos e sistemas da consciência hiperconectados ao


sistema operacional integral (HOH), o Eu, agora “encarnado” ou
acoplado a um eu, buscará viver todas as experiências e aprender
todas as lições existenciais que lhe estão destinadas até esgotar o
karma por ele mesmo gerado; até resgatar a integridade energética
e consciencial perdida ao longo do caminho; até escalar a holospi-
ral para se re-identificar novamente ao EU.

Naturalmente, esse é um roteiro simplificado, estilizado e sim-


bólico do processo de manifestação do Eu, e serve para termos uma
visão panorâmica do processo e, principalmente, para reforçar o
conceito de que evoluir é um processo cíclico em que descemos e
subimos, inspiramos e expiramos, “inspiralamos e expiralamos”.

342
Holoascensão
É evidente que o processo de ascensão do Eu nos interessa muito
mais do que o de manifestação, uma vez que, se estamos mani-
festados nesta dimensão como seres humanos, significa que já
passamos pelos estágios da holomanifestação, e que nossa jornada
agora é ascender de volta para casa.

Cada um de nós (Eu) está num determinado estágio da jornada


evolutiva representada pela holospiral. O fator que definirá o estágio
em que nos encontramos é o grau de maturidade do nosso Eu, que é
revelado na medida em que identificamos o chakra no qual o Eu – o
holocentro de gravidade da nossa holoconsciência – está ancorado
nesta vida.

É claro que esse cálculo não é assim tão simples de ser realizado,
e inclui uma infinidade de variáveis que precisam ser consideradas
e ponderadas. O que podemos observar é que alguns Eus estão
iniciando suas experiências físicas neste planeta, e o centro de
gravidade de suas holoconsciências está ancorado nos primeiros
chakras, o que equivale aos estágios infravermelho e vermelho.

Outros Eus, poucos, já são bastante avançados e experientes em


termos de vidas terrenas, e estão próximos do final da jornada,
com o centro de gravidade de suas holoconsciências ancorado nos
chakras 7 e 8, que equivalem aos estágios violeta e ultravioleta.

Toda a população mundial está desigualmente distribuída


entre todos os estágios de desenvolvimento da espiral evolutiva,
sendo que a maioria das pessoas se encontra nas fases iniciais e
a minoria nas fases finais, num afunilamento característico da
forma piramidal.

A novidade recente é que, com a hiperpopulação na Terra e as


possibilidades aceleradas de aprendizado proporcionadas pelo
momentum contemporâneo, estamos elevando rapidamente o holo-
centro de gravidade da consciência coletiva, uma espécie de média
ponderada global do nível de consciência humano, ascendendo do

343
terceiro para o quarto chakra. Trata-se de uma mudança conside-
rável na visão média de mundo (de egocêntrica para etnocêntrica)
e na postura média no mundo (de materialista e individual para
espiritualista e coletiva). Isso equivale dizer que a média de consci-
ência da humanidade está próxima de alcançar a dimensão verde e
de se instalar nela (quarto chakra).

No processo de ascensão individual, temos de reintegrar a ho-


loconsciência, ou seja, temos de nos holossintetizar; por isso os 9
estágios da holoascensão equivalem literalmente aos 9 estágios
do processo de holossíntese do Eu. E o foco das holopráticas será
justamente potencializar cada um desses 9 estágios.

Embora nosso foco principal sejam os 9 estágios do processo de


holossíntese (ascensão) do Eu, é importante realçar que os estágios
sintéticos são universais e valem para processos de síntese em geral.
Assim, ao descrevermos os estágios de ascensão e síntese do Eu,
estaremos também fazendo correlações com processos de síntese
de grupos, organizações, famílias, países, planetas e universos.

344
Holossíntese
Os 9 estágios da síntese do Eu

O processo de síntese integral do Eu acontece em 9 estágios sucessi-


vos e simultâneos, ou seja, é um processo holodinâmico, holográfico,
quântico e não linear que se desdobra fractalmente em múltiplas
dimensões ao mesmo tempo (holográfico do Holográfico 9.2).

Assim, enquanto vivenciamos determinado estágio da holossín-


tese, criamos, simultaneamente, as causas e as condições para os
próximos estágios que, em outras dimensões, já estão holografi-
camente acontecendo. Portanto, há holossonância e hiperposição
entre os estágios da holospiral. A cada salto para um novo estágio,
refazemos, ou re-significamos, os anteriores e, ao mesmo tempo,
engendramos as bases para os próximos – e assim sucessivamente
–, espiralamos no fluxo sintético.

Existem diversos modelos de desenvolvimento humano que


poderiam ser aplicados para descrever as particularidades de cada
um dos estágios de desenvolvimento do Eu ao longo de uma vida.
Alguns desses modelos, como o resumido por Ken Wilber em A visão
integral, ou como a pirâmide de Maslow, focam na hierarquia das
necessidades (fisiológicas, segurança, pertencimento, autoestima,
autorrealização, transcendência); outros modelos concentram-
-se no desenvolvimento cognitivo, como no mix dos trabalhos de
Piaget, Commons e Richards, e Aurobindo (mente sensorial, mente
concreta, mente formal, mente superior, mente iluminada, mente
intuitiva, mente transcendental e supermente); há modelos, como a
espiral dinâmica de Graves, Beck e Cowan, que focalizam as visões
de mundo e os valores, os quais se desenvolvem como tribais,
tradicionais, modernos, pós-modernos, integrais e superintegrais;
e ainda há modelos que enfocam os graus de autoidentidade, como
o modelo de Loevinger (simbiótica, impulsiva, autodefensiva,
conformista, conscienciosa, individualista, autônoma, integrada,
consciente do ego e transpessoal).

345
Holossíntese do Eu
9 Estágios

Transcendência
8 omni

Unificação
7 épsilon

Cocriação
6 delta

Sintonização
ção 5 theta
Ascen

festa

Harmonização
4 alfa
Mani
são

Transformação
3 beta

Conexão
2 gama

Energização
1 lambda

Manifestação
0 ômega

346 Holográfico 9.2


02
Ken Wilber faz uma síntese interessante de várias dessas aborda-
gens de desenvolvimento humano e o organiza em 3 grandes estágios:

[...] Existem modos infinitos de fatiar e mensurar o desenvolvimento e,


portanto, modos infinitos de conceber os estágios. Todos eles podem ser
usados. De acordo com o sistema de chakras da filosofia do yoga, por
exemplo, existem 7 principais estágios ou níveis de consciência. Para
o célebre antropólogo Jean Gebser, existem 5 estágios: arcaico, mágico,
mítico, racional e integral. De acordo com certos modelos psicológicos
ocidentais, existem 8, 12 ou mais níveis de desenvolvimento.

Juntando todas as pesquisas científicas sobre desenvolvimento humano,


parece que, de fato, existem pelo menos 3 grandes arcos de crescimento
psicológico; do pré-pessoal para o pessoal e daí para o transpessoal; do pré-
racional para o racional e daí para o transracional; ou do subconsciente para
o autoconsciente e daí para o superconsciente. Cada um dos estágios desses
arcos continua a transcender e incluir seu(s) precedente(s). Ao se expandir,
cada nível abarca seu precedente – um desenvolvimento que é um envolvi-
mento –, de maneira que o efeito cumulativo é, de fato, integral, exatamente
como o processo dos átomos para as moléculas, as células e os organismos.
Nada se perde, tudo é preservado, em sua extraordinária expansão e
inclusão, negação e preservação; assim é a evolução da consciência.

Na HoloSíntese, usamos a sequência dos 9 chakras como parâ-


metro de referência para roteirizar os 9 estágios de desenvolvimen-
to do Eu em sua jornada para despertar do holodrama e para se
iluminar.

347
Primeiro estágio – Manifestação

O primeiro estágio no processo de holossíntese é a manifestação,


correlacionado à função de sinescopia (ação conjunta para manifes-
tar) e ao princípio holoscópico (Tudo é reflexo do Todo).

Para que o processo de holossíntese aconteça em toda a sua


plenitude, é necessário, antes de mais nada, criar as condições para
que os elementos (holons) que compõem um determinado todo
possam existir, se manifestar, possuir uma identidade. Para tanto,
é fundamental que haja um holocampo devidamente instalado e
modulado.

No campo do desenvolvimento humano, para que possamos nos


sintetizar, é necessário abrir um espaço-tempo para que as nossas
personalidades possam se manifestar e para que o próprio eu – na
maioria das vezes anestesiado e desconectado do Eu – possa des-
pertar do holodrama.

Identificar é um processo sutil que pede habilidade, diplomacia e


sensibilidade para se descobrir e se reconhecer todos os fragmentos
do sistema integral, principalmente aqueles isolados, esquecidos,
abandonados, reprimidos e dissociados. Uma pessoa não pode se
realizar, ou se sintetizar, integralmente – ou seja, manifestar a sua
real essência – se as suas personalidades, ou holons, dos menores
aos maiores, dos mais novos aos mais velhos, dos mais conscientes
aos mais inconscientes, não tiverem a sua identidade verdadeira-
mente reconhecida.

O mesmo princípio é válido para uma família e seus membros,


assim como para uma organização e seus departamentos. Na
síntese de um país é fundamental o reconhecimento e a valo-
rização de todas as regiões, comunidades, etnias e povos que o
compõem; assim como na síntese planetária, em que todos os
países, continentes, raças e culturas precisam ser identificados e
honrados com liberdade para se manifestarem e expressarem suas
identidades.

Na HoloSíntese, partimos do princípio que o propósito essencial da

348
nossa existência é: seja quem você realmente é. Isso significa, na prática,
autointegração, autonomia, conexão com o Eu (essência) e uma vida
vivida com significado e alinhada com a sua missão existencial.

Em suma, a primeira holoprática é composta de um conjunto


de exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar o existir,
a identidade e a capacidade de manifestação dos holons de um
determinado todo. Atenção, concentração, foco, observação,
auto-observação e intenção são algumas das qualidades a serem
desenvolvidas nesse estágio.

Segundo estágio – Energização

O segundo estágio do processo é a energização, correlacionado à


função de sinergia (ação conjunta para energizar) e ao princípio
holokinético (Tudo está em movimento cíclico).

Na medida em que todos os todos e todas do Todo existirem,


se manifestarem e possuírem uma identidade, torna-se natural
dar-lhes energia para que possam se movimentar e viver a vida, ou
seja, precisamos vitalizá-los e impulsioná-los.

No processo pessoal, isso significa que não basta identificar


nossas personalidades; temos de dar-lhes energia vital, vida, mo-
vimento e, para tanto, é fundamental alimentá-las. O mesmo vale
para os membros de uma comunidade, para as culturas de um país,
para as etnias de um planeta e para as galáxias de um Universo.
Essa ação enérgica e energizante gera fluxo, ritmo e impulso para
os holons, o que estimula a liberação de bloqueios e mecanismos
automáticos de defesa e a superação de crenças, limitações e do
isolamento, o que, naturalmente, favorece a sinergia do sistema
como um todo.

Ao realizarmos a energização estamos, ao mesmo tempo, apro-


fundando a qualidade e a intensidade do estágio anterior, o da
manifestação/identificação, e criando as condições para o próximo
estágio, o da conexão, que já está sendo gestado e acontecendo em
outro espaço-tempo.

349
Em suma, a segunda holoprática é composta de um conjunto de
exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar o quantum de
vibração, movimento e sinergia entre os holons de um determinado
todo. Enraizamento, força, vitalidade, dinamismo e ritmo são
algumas das qualidades a serem desenvolvidas nesse estágio.

Terceiro estágio – Conexão

O terceiro estágio é a conexão, correlacionado à função de sinso-


nância (ação conjunta para conectar) e ao princípio holossonante
(Tudo está em ressonância).

Uma vez manifestados, identificados e energizados, precisa-


mos entrar em ressonância, nos relacionar, criar vínculos, fazer
acordos, nos conectar e dançar com as nossas personalidades.
Holons isolados perdem diversidade e tendem a empobrecer em
termos energéticos, enfraquecer em termos físicos e adoecer em
termos conscienciais. A conexão, a coligação e a convivência geram
troca e alegria, enriquecem criativamente o hologenoma (genoma
integral) e potencializam a evolução.

Na esfera global, cada nação, cultura ou povo que forma a


sociedade do nosso planeta precisa de condições reais para
poder interagir, dialogar, se relacionar e superar suas diferenças,
conectando-se por aquilo de comum que há entre elas. Sem um
espaço-tempo para uma conexão verdadeira, não há como avançar
para uma transformação sustentável.

Em suma, a terceira holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de conexão, de troca, de diálogo e de relacionamento entre os holons
de um determinado todo. Vínculo, amizade, cumplicidade, parceria,
prazer, criatividade, fluidez e fluxo são algumas das qualidades a
serem desenvolvidas nesse estágio.

350
Quarto estágio – Transmutação

O quarto estágio do processo de holossíntese é a transmutação, cor-


relacionado à função de sinformia (ação conjunta para transmutar)
e ao princípio holomutante (Tudo está em transformação evolutiva).

Após termos manifestado, identificado, energizado e conectado


todos os holons, automaticamente inicia-se a transformação, um
movimento natural decorrente do próprio processo de conexão,
intercâmbio, permuta, mimese e clonagem, típico dos fluxos de
aprendizado. A metamorfose sistêmica (holomorfose) causada
pelo poder da interação e da inter-relação é um processo hiperdi-
mensional, alquímico, mágico e regenerador. A conexão e a troca
curam, reciclam e nos aproximam de quem nós somos.

Em suma, a quarta holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de transmutação dos holons de um determinado todo. Força, poder,
determinação, confiança, dedicação, desapego, entrega, magia e
persistência são algumas das qualidades a serem desenvolvidas
nesse estágio.

Quinto estágio – Harmonização

O quinto estágio do processo é a harmonização, correlacionado à


função de sincronia (ação conjunta para harmonizar) e ao princípio
holokármico (Tudo se autorregula).

Após a transmutação, em que os holons e o todo, com maior ou


menor intensidade, foram curados, reciclados e transformados, o
processo de síntese avança para um estágio de maior envolvimento,
integração e harmonização entre os holons. É o que chamamos de
sincronização, uma fase que tem 3 qualidades implícitas funda-
mentais: a aceitação, o amor e a compaixão.

351
Nesse estágio, começamos a nos abrir para o mundo externo, a
ver além de nós mesmos e a incluir verdadeiramente o outro e os
outros; ou seja, há um aprofundamento na conexão e na qualidade
da relação. A nossa visão se amplia e salta do eu individual e egocên-
trico para o eu coletivo e etnocêntrico, o que também significa uma
abertura para o processo subsequente de transição do centro de
gravidade da consciência ancorada no eu para o do Eu.

Todos necessitam ser aceitos, honrados, amados e respeitados


para que a síntese total possa acontecer e para que a verdadeira
essência de partes e todos venha à tona e se manifeste num fluxo
constante e livre rumo a novas totalidades. Aceitar significa
reconhecer a alteridade, valorizar a singularidade e respeitar a
diversidade, o outro, as diferenças de opinião, de vibração e de
consciência de todas as partes que compõem o todo. Sem aceitação
não há solução nem evolução.

É preciso tolerância, flexibilidade e uma vontade inteligente para


conseguir alinhar, coordenar e sincronizar os holofragmentos de
maneira harmoniosa, permitindo que cada um possa ser quem é,
possa dar o melhor de si, possa aprender e possa se desenvolver
para que os todos aos quais esses fragmentos pertençam possam
seguir em direção à sua realização integral.

Esse é um estágio bastante importante e desafiador do


processo de síntese, e um dos mais difíceis de ser conquistado. Na
dimensão pessoal, essa etapa nos pede para aceitarmos todos os
nossos aspectos internos, dos mais gloriosos aos mais imaturos,
dos mais iluminados aos mais sombrios; ou seja, esse estágio nos
coloca diante de nós mesmos e nos convida para nos amarmos
integralmente, inclusive – e principalmente – a nossa própria
sombra.

Mas aqui é preciso um parêntese para não confundir “amar a


sombra” com “deixar, descontroladamente, que a loucura, a violência
e o sombrio se expressem livremente em nossas vidas”. Aceitar a
sombra é admitir que ela é parte de nós mesmos e merece espaço,
atenção, cura, educação e orientação. Tudo isso gerenciado a partir do
Eu, junto com o eu, de forma inclusiva, tolerante, pacífica e amorosa.

352
Em suma, a quinta holoprática é composta de um conjunto de
exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de integração e sincronização entre os holons de um determinado
todo. Paz, amor, paciência, tolerância, justiça, cooperação, coor-
denação, coragem, abertura, neutralidade, centramento, humil-
dade, conectividade, integridade, interdependência e vontade são
algumas das qualidades a serem desenvolvidas nesse estágio.

Sexto estágio – Sintonização

O sexto estágio do processo de holossíntese é a sintonização, corre-


lacionado à função de singrafia (ação conjunta para sintonizar) e ao
princípio holográfico (Tudo é hiperdimensional).

À medida que a integração e a harmonia num organismo ou


ecossistema são conquistadas, os holons e o todo ganham energia
e consciência e começam a se abrir e a se preparar para o futuro e
para novas dimensões de aprendizado, inclusão e realização.

Nesse estágio, que é um eco do estágio da conexão (mas numa


oitava acima), realidades mais amplas, profundas e sutis começam
a ser detectadas, acessadas, experimentadas, comunicadas e in-
cluídas no processo de síntese. Os holons e o todo se expandem e
amplificam ainda mais seu campo de consciência, sua visão, sua
hipercepção e seu alcance energético-consciencial.

Na esfera da consciência humana, por exemplo, após sincronizar-


mos as personalidades em torno do eu, no quarto chakra (quinto
estágio), criamos condições para nos hiperconectar, nos hipercomu-
nicar e entrar numa sintonia com o Eu em outras dimensões, onde
poderemos acessar e integrar conteúdos transcendentais, fora dos
limites ordinários do tempo, como memórias de vidas passadas. Nesse
estágio, a síntese passa a ser conscientemente hiperdimensional.

Em suma, a sexta holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de sintonização de um determinado todo. Enraizamento, atenção,
observação, hipercepção e hiperconectividade são algumas das
qualidades a serem desenvolvidas nesse estágio.

353
Sétimo estágio – Cocriação

O sétimo estágio é a cocriação, correlacionado à função de sim-


plasmia (ação conjunta para cocriar) e ao princípio holoplásmico
(Tudo está em cocriação).

Ao expandirmos nossa percepção para outras dimensões,


estamos nos capacitando para participar mais ativamente do
desenvolvimento coletivo. Isto é, nessa fase do processo de holos-
síntese começamos a ser parceiros autoconscientes da evolução,
a plasmar e a cocriar a nossa realidade com mais consciência,
relevância e abrangência.

Esse estágio, que é um eco do estágio da transmutação (mas


numa oitava acima), é uma fase de grande expansão no grau de
responsabilidade pessoal e na holovisão, que salta do eu coletivo
e etnocêntrico para o Eu integral e mundicêntrico. Aqui, o compro-
misso holoético tem de ser aprofundado e reafirmado. Transitar
em outras dimensões e estar apto para plasmar realidades requer
seriedade e comprometimento com valores e princípios mais
elevados, sob o risco de retrocesso ou estagnação.

Em suma, a sétima holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de cocriação de todos os holons de um determinado todo. Criativi-
dade, liberdade, imaginação, hipercomunicabilidade, hipersensibi-
lidade, hipercepção, hiperdependência e holoética são algumas das
qualidades a serem desenvolvidas nesse estágio.

Oitavo estágio – Unificação

O oitavo estágio do processo é a unificação, correlacionado à função


de sintropia (ação conjunta para unificar) e ao princípio holotrópico
(Tudo tende à unidade-totalidade).

Ao nos aproximarmos do final do processo de holossíntese,


chega o momento de reunir e totalizar todos os holons. Nesse

354
estágio, que é um eco do estágio da integração-harmonização
(mas numa oitava acima), vamos integrar toda a experiência em
todas as dimensões e estágios. É hora de reintegrar o todo, agora
expandido e mais consciente, maduro e significativo, e sinvergir
para o Um.

Reintegrar é reunir, reorganizar, restaurar, reordenar e recon-


figurar dinamicamente partes e todos para que o Todo e suas
partes possam dar o salto evolutivo rumo à nova totalidade, na
próxima etapa da holospiral. É quando o Eu está pronto para dar o
salto de libertação final.

Em suma, a oitava holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de integração, totalização e unificação de um determinado todo.
Autoconsciência, autoconfiança, autocentramento e integridade
são algumas das qualidades a serem desenvolvidas nesse estágio.

Nono estágio – Transcendência

O nono estágio do processo de holossíntese é a holoscendência,


correlacionado à função de sincendência (ação conjunta para trans-
cender) e ao princípio holoscendente (Tudo é transcendente).

Como resultado da nova qualidade de organização alcançada


com a integração total, o fluxo energético-consciencial do holos-
sistema como um todo se amplifica, criando as condições para
que partes e todos possam transcender e começar a vibrar e a se
holomanifestar numa faixa de frequência vibracional ainda mais
sofisticada, evoluída, integral e essencial. É quando a holovisão se
totaliza e salta do Eu integral e mundicêntrico para o EU holista,
holocêntrico; ou seja, é o estágio final em que o Eu-reflexo, criado
à imagem e semelhança do EU, se une e se reidentifica plenamente
com a fonte original que lhe deu vida.

Em suma, a nona holoprática é composta de um conjunto de


exercícios, técnicas e métodos que visa potencializar a capacidade
de transcendência total de um determinado todo.

355
Holossíntese
As 3 esferas da síntese do Eu
Os 9 estágios do processo de holossíntese são metabolizados
holograficamente (holobolizados) por agentes sintetizadores que
vibram em determinadas frequências, a partir de determinadas
dimensões e de determinados centros de gravidade (holocentros).

O quantum energético-consciencial desses agentes holossintéticos


(holoagentes) é o que determina o estágio do processo global, a
dimensão em que a síntese está sendo integrada e, por consequên-
cia, a esfera de alcance desse determinado processo. Assim, são
holoagentes um átomo, o núcleo de uma célula, um chakra, um
corpo, uma personalidade, um membro de uma família, uma área
específica de uma empresa, uma cidade de um país, um planeta de
um sistema solar, um sol de uma galáxia e todos eles juntos e simul-
tâneos. Tudo depende da esfera em que colocamos foco e atenção.

Por mais que o processo de síntese esteja holocentrado em um


ou alguns holoagentes, é importante realçar que a holossíntese
sempre acontece em todas as dimensões ao mesmo tempo e afeta
todos os holons da rede holográfica integral, que é uma rede ho-
lodistribuída por definição. O agente sintetizador apenas “facilita
provisoriamente” o processo, que sempre será um processo de todos.
Quer dizer, o agente incorpora e executa uma função temporária
de ser o holocentro de gestão e fluxo do processo de holossíntese
que está em curso, com mais ou menos intensidade e consciência,
em todas as dimensões da realidade. Numa analogia futebolística,
poderíamos dizer que o agente temporariamente encarregado de
processar a síntese é o jogador que está com a bola; no entanto, o
jogo está sendo jogado por todos os atores envolvidos: não só pelos
demais jogadores, mas também por aqueles aqueles que não parti-
cipam diretamente da partida, como técnicos, jogadores reservas,
torcidas e árbitros.

Na dimensão humana, os 3 agentes que metabolizam o processo


de holossíntese são o eu (na esfera da holopersonalidade), o Eu (na

356
esfera da holoconsciência) e o EU (na esfera do Holos). Portanto, na
HoloSíntese, resumimos os 9 estágios de desenvolvimento do Eu
em 3 grandes etapas, classificadas respectivamente como Síntese
Pessoal (eu), Síntese Hiperpessoal (Eu) e Síntese Holopessoal
(EU). O holográfico representado no Holográfico 9.3, representado
a seguir, mostra essas correlações.

Síntese Pessoal

A Síntese Pessoal resume a primeira grande etapa do processo de


holossíntese da consciência humana (Eu). Ela se realiza centrada
na holosfera do eu, que é, portanto, o agente sintetizador da ho-
lopersonalidade, e pode ser dividida em duas fases: biossíntese e
psicossíntese.

Na primeira fase, o holoterapeuta – que atua como agente sinteti-


zador externo e provisório – procura, ao mesmo tempo, despertar o
eu (que geralmente está inconsciente) e criar um campo facilitador
para que as personalidades e subpersonalidades do sintetizante
aflorem e se mostrem no campo de consciência. Essa revelação é
fruto de um processo gradual e muitas vezes lento, pois, como já
dissemos, as personalidades são forças psíquicas complexas, fluidas
e voláteis, e estão em constante rotatividade dentro do holocampo.
Além disso, elas muitas vezes estão enfronhadas nos porões, nos
bueiros ou nas esquinas esquecidas da holoconsciência, e têm certa
“aversão” à luz do sol.

O foco da fase biossintética são as subpersonalidades e persona-


lidades. Ela se efetiva centrada no 2º chakra, na região do Hara, e
ancora os 3 primeiros estágios do processo de holossíntese (mani-
festação, energização e conexão); também integra os conteúdos dos
3 primeiros chakras (0, 1 e 2), que caracterizam a visão egocêntrica.
Nela são trabalhadas as fases pré-pessoais relativas à gravidez, ao
parto e aos primeiros anos de vida, e são abordados temas asso-
ciados à vitalidade, à sobrevivência, à segurança, à alimentação,
ao dinheiro, à sexualidade, aos prazeres, à expressão artística, à
criatividade, às relações e vínculos emocionais.

357
Holossíntese

holossíntese Síntese Holopessoal


EU
8º chakra Holos

hipersíntese Síntese Hiperpessoal


Eu
6º chakra Holoconsciência

psicossíntese Síntese Pessoal


eu
4º chakra Holopersonalidade

biossíntese Síntese Pré-pessoal


2º chakra Subpersonalidade

358 Holográfico 9.3


O trabalho de biossíntese é basicamente intrapessoal, pré-racio-
nal, psicológico, emocional e físico, e processa muitas das questões
mal resolvidas do passado, manifestadas através das personalida-
des que, nessa fase, ainda se expressam com grande liberdade.

Simultaneamente à manifestação, à energização e à conexão das


personalidades, procuramos fortalecer o eu para que ele possa
assumir seu papel principal e gerir o processo de síntese da holo-
personalidade. No holodrama, é bastante comum o eu estar hip-
notizado em meio à balbúrdia interna causada por personalidades
descontroladas que lutam – muitas vezes de forma infantil – por
espaço, tempo e atenção na busca desenfreada por atender às suas
necessidades (básicas), preencher suas agendas (particulares) e
manifestar suas visões (limitadas).

A passagem da fase biossintética para a psicossintética é um


empreendimento que demanda astúcia e vontade, pois algumas
personalidades, às vezes milenares e patológicas, estão profunda-
mente enraizadas no solo energético do campo de consciência e
resistem como podem para não perder espaço.

Apenas um eu desperto, ativo, consciente, hábil e generoso (que


só se realiza ao ancorarmos o processo no 4º chakra e fazermos a
psicossíntese) conseguirá gerenciar de forma positiva e construtiva
essa reacomodação interna, que, na prática, significa uma desiden-
tificação dos padrões, dos condicionamentos, das falsas zonas de
conforto, das rotinas conhecidas e das visões fragmentadas das
personalidades, passando a se reconhecer, a se compreender e a se
identificar consigo mesmo e com a sua essência.

A fase psicossintética incorpora, inclui e transcende a fase anterior,


e se efetiva ancorada principalmente no 4º chakra, ou seja, integra os
5 primeiros estágios do processo de holossíntese: manifestação, ener-
gização, conexão, transmutação e harmonização; também holoboliza
os conteúdos dos 5 primeiros chakras (0, 1, 2, 3 e 4), processando todas
as questões relativas a eles, mas numa outra frequência e com uma
visão mais ampla, etnocêntrica. São temas importantes nessa fase,
além dos já citados, o trabalho, o poder pessoal, a autoidentidade,

359
a harmonização interior, a conexão-essência, a autonomia, a au-
torrealização, a independência, a cooperação, a ação em rede, o
empreendedorismo social, o ativismo político e ambiental.

Assim, à medida que transitamos do intrapessoal para o inter-


pessoal, do egocêntrico para o etnocêntrico, do inconsciente para o
consciente, da biossíntese para a psicossíntese, elevamos o centro
de gravidade do processo sintético do 2º para o 4º chakra, o que
significa que o eu-eu se transforma num eu-nós, indo do singular
para o plural, do individual para o coletivo-social.

A fase psicossintética é, portanto, um movimento de acordar, de


desapegar, de assumir a responsabilidade pela vida e pela evolução,
de passar a conduzir o nosso próprio destino de forma mais cons-
ciente, autônoma e solidária. Ancorado nessa dimensão, o eu é
mais essencial, autêntico, amplo, aberto, verdadeiro, puro, amoroso
e livre para se manifestar no mundo, tendo as suas personalidades
como parceiras colaborativas e não como inimigas das quais é
refém e vítima inconsciente.

Em resumo, no estágio da Síntese Pessoal (biossíntese + psi-


cossíntese) curamos feridas emocionais da infância, traumas do
nascimento e complexos psicológicos; desinstalamos programas
infantis; instalamos novas visões; identificamos e integramos
personalidades; despertamos o eu; aperfeiçoamos a autogestão
energético-consciencial; equalizamos chakras e sistemas da cons-
ciência; alinhamos corpos; descarregamos holoformas; limpamos o
holocampo; recarregamos kibaterias; e, principalmente, saltamos
para a realização de uma ação mais amorosa, comunitária e social,
transcendendo de um eu individualista para um eu social, mais
íntegro, integrado e sensível ao outro.

Ao mesmo tempo em que a síntese acontece na dimensão do


eu (holopersonalidade), ela também está holograficamente acon-
tecendo, ou sendo gestada, na dimensão do Eu (holoconsciência)
e do EU (Holos). A Síntese Pessoal é parte do processo de Síntese
Hiperpessoal, que, por sua vez, é parte do processo de Síntese Ho-
lopessoal, que engloba tudo, assim como o EU engloba o Eu e o eu.

360
Síntese Hiperpessoal

A Síntese Hiperpessoal ou Transpessoal resume a segunda grande


etapa do processo de holossíntese da consciência humana. Ela
demarca a transição do centro de gravidade do processo de síntese,
que salta quanticamente da holosfera do eu para o do EU; ou seja,
a Síntese Hiperpessoal acontece holocentrada na holosfera do Eu,
que é, portanto, o agente sintetizador da holoconsciência.

Após a biossíntese e a psicossíntese processadas pelo eu na


esfera da holopersonalidade, ocorre a hipersíntese do Eu na esfera
da holoconsciência. Mas isso não significa que o eu desaparece ou
deixa de ter função; ao contrário, ele passa a ser cada vez mais ativo,
presente e necessário, só que agora atuando de maneira consciente,
alinhado e totalmente conectado ou identificado ao Eu.

A hipersíntese incorpora, inclui e transcende as fases anteriores,


e se realiza ancorada no chakra 6, ou seja, integra os 7 primeiros
estágios do processo de holossíntese: manifestação, energização,
conexão, transmutação, harmonização, sintonização e cocriação;
também holoboliza os conteúdos dos 7 primeiros chakras (0,
1, 2, 3, 4, 5, e 6). Seus temas são hiperdimensionais e sua visão é
mundicêntrica

Geralmente, a necessidade de uma síntese na dimensão do Eu


e da holoconsciência é percebida como um chamado espiritual –
muitas vezes, mas nem sempre, na meia-idade* – ou durante uma
das muitas crises existenciais pelas quais passamos em nossas
vidas. Esse chamado “lá de cima” poderia ser visto também como
um chamado da essência, ou do próprio Eu, que pede verdade,
sentido e significado para a vida e, num âmbito ainda mais amplo,
para a própria existência.

A partir do momento que estamos internamente mais integra-


dos, organizados e sintonizados, o processo de holossíntese se
desloca lentamente de um foco no eu para um foco no Eu, da esfera
do pessoal para a transpessoal.

361
Há vezes em que esse processo é bastante sutil, suave, quase
imperceptível, mas real. Isso não significa que o eu e suas persona-
lidades deixem de existir, mas apenas que o eu toma consciência
da existência de uma dimensão mais profunda, poderosa e ampla
com a qual aceita (depois de muita relutância) se alinhar. Contudo,
na maioria muitas vezes, é exatamente aqui que o processo “trava”.
O eu, com sua ambição inflacionada depois de tantas vitórias na
linha de frente na batalha da vida, sente-se fortalecido e passa a
sonhar mais alto, muito mais alto, e começa a acreditar que merece
mais reconhecimento, mais prazeres, mais domínios e mais poder.
É como o guerreiro que volta vitorioso de uma guerra e pretende
ter uma “conversa franca” com o rei que defendeu. Nessa situação,
é óbvio que ele vai querer negociar, barganhar, blefar, ameaçar e
resistir a entregar todo o poder para o rei; afinal, foi ele quem lutou
e venceu a guerra.

Essa revolta lembra o filme Tron, quando os software do compu-


tador se rebelam contra os usuários e não aceitam mais simples-
mente receber ordens e cumprir funções.

Essa é uma situação típica, e muitas vezes se transforma


num beco sem saída, numa crise ou numa estagnação sem fim.
Acontecimentos radicais (separações, mudanças de carreira, de
cidade ou de país) podem acontecer nessa fase do processo de
desenvolvimento pessoal, especialmente quando este estaciona e
trava por tempo demasiado. Os efeitos mais comuns são depressão,
ansiedade, desespero, angústia, solidão, vazio existencial e doenças
holossomáticas de todos os tipos, especialmente câncer.

Quando o eu finalmente se conforma com o fato de que ele é apenas


um holograma transitório, um avatar virtual dentro de um jogo
maior, e de que, apesar de suas vitórias e habilidades, não tem como
evoluir e sair sozinho do hologame, ele se desapega, se rende e aceita
viver alinhado e servir ao seu rei, o Eu, até porque – e principalmente
por isso – percebe que lhe será muito mais satisfatório. Com o tempo,
e depois de muitas cabeçadas, o eu capitula e começa a gostar dessa
situação, sentindo até certo alívio por ter superado seus medos
infantis, seus apegos egocêntricos e seus delírios etnocêntricos.

362
Estágios da holossíntese do Eu

Síntese Síntese Síntese Síntese


Pré-pessoal Pessoal Hiperpessoal Holopessoal
Estágio
Biossíntese Psicossíntese Hipersíntese Holossíntese

Holocentro Sub-eu eu Eu EU

Holosfera Subpersonalidade Holopersonalidade Holoconsciência Holos

Dimensão Subconsciente Consciente Hiperconsciente Holosciente


Chakra 2º 4º 6º 8º

Cosmocêntrica/
Egocêntrica Etnocêntrica Mundicêntrica Holocêntrica
Holovisão Pré-pessoal Pessoal Hiperpessoal Holopessoal
Eu-eu eu-nós Eu-todos nós
EU-TODOS NÓS

Instintivo Emocional Racional Intuitivo


Cérebro
Biológico Criativo Hiper-racional Integral

Holográfico 9.4 363


Para o Eu esse é um momento de alegria, celebração e glória.
A colaboração do eu é fundamental para o processo de síntese
na dimensão da holoconsciência. O eu e suas personalidades são
parceiros estratégicos para o Eu, e quando todos atuam de forma
colaborativa, cocriativa e sincronizada, a evolução se acelera
exponencialmente.

Quando a holossíntese alcança essa dimensão e essa frequência, o


processo passa a ser mais inclusivo e hiperdimensional, ou seja, ini-
cia-se um processo de abertura para as dimensões transcendentais.

Uma vez identificada com as realidades superiores da consciên-


cia, a holovisão (agora mundicêntrica e transpessoal) amplia-se de
modo radical, e a pessoa naturalmente passa a acessar corpos mais
sutis e conteúdos espirituais ao mesmo tempo que aprofunda a sua
ação no mundo: ela se volta cada mais para dentro de si mesma
e, concomitantemente, cada vez mais para fora de si mesma, em
direção ao outro nas múltiplas dimensões da realidade; faz isso
também extrapolando os grupos que lhes são próximos (família,
amigos, colegas), até alcançar o mundo (sociedade, planeta e toda
a humanidade).

Esse processo fatalmente pedirá um trabalho energético mais


sutil e disciplinado, como meditações, trabalho corporal e práticas
holoenergéticas. A intervenção do holoterapeuta nessa fase adquire
um caráter ainda mais complexo, uma vez que aspectos muito pro-
fundos do sintetizante – tanto sombrios como iluminados – estão
sendo explorados. Ferramentas energéticas serão fundamentais
para sustentar o desenrolar do processo.

O Eu Superior vibra muito alto nesse momento e necessita que a


holoconsciência como um todo (corpos, chakras, sistemas, cérebro,
células, HDNA etc.) também vibre numa frequência mais sofistica-
da, a fim de que Ele possa viabilizar a sua manifestação integral e
prosseguir evoluindo.

364
Hiperfenômenos

O contato consciente com o Eu cria condições favoráveis para que


um grande número de hiperfenômenos possa acontecer. Sonhos
lúcidos, visões, sincronicidades, sintonicidades, criatividade,
insights, intuições, telepatia, hipercepções, contatos com guias,
acesso a memórias de vidas passadas e futuras e inspirações de
todo tipo começam a brotar no campo de consciência. Essas
experiências são fundamentais para que possa emergir uma com-
preensão mais aguçada da realidade hiperdimensional, bem como
uma visão mais ampla e profunda de si mesmo e do processo pro-
priamente dito. Esses sinais evidenciam que o Eu está fortemente
ativo, nutrindo e orquestrando o processo de síntese.

Sem dúvida, esse não é um processo fácil e, infelizmente, ainda


se limita a um percentual muito pequeno da nossa população.
Identificar, aceitar e integrar as múltiplas dimensões, frequências e
sutilezas da holoconsciência em torno do Eu é um trabalho refinado
que exige muita vontade, estudo, prática e persistência. São muitas
as ilusões e as armadilhas nesse caminho.

Desidentificar-se do eu e entregar-se de fato ao Eu não é tarefa


simples. O eu é ardiloso, manhoso, teimoso e muito inteligente.
Ele sobreviveu na lama do infraconsciente, tem um instinto muito
aguçado e joga com nossas vulnerabilidades, medos e vícios, resis-
tindo até quanto e quando puder, antes de realmente entregar o
bastão. Isso sem falar nas resistências e nas interferências vindas
do campo coletivo, que muitas vezes jogam fortemente contra a
evolução.

Em razão da aceleração do processo evolutivo e do incremento


no quantum de energia e consciência em nosso planeta, um número
cada vez maior de pessoas – por meio de meditações e práticas cor-
porais, energéticas, xamânicas ou espirituais – está abrindo seus
canais de hipercepção e se conectando com as realidades sutis.

Além disso, tenho observado que as novas gerações (não todas as


crianças e jovens, mas em número muito maior do que antigamente)

365
parecem estar subvertendo a lógica e antecipando os estágios de
desenvolvimento, como se já chegassem mais sintetizadas para a
vida e mais prontas para irem direto ao ponto (a sua missão de
vida), sem ter de investir grande parte da existência e de sua energia
em trabalhos sem sentido para ganhar dinheiro, para atender às
expectativas dos pais, para seguir a moda, para sustentar um estilo
de vida materialista e para pagar as contas.

Sem tantas pendências kármicas para harmonizar, essa nova


geração pode antecipar o foco no seu processo de desenvolvimento
espiritual e viver uma vida alinhada com a sua essência. Isso é
muito bom, naturalmente, mas o problema é a velocidade, é como
esse processo está acontecendo atualmente.

A falta de iniciação, de preparo, de continuidade, de orientação


e de proteção adequados num processo de abertura espiritual e
ampliação da consciência pode trazer uma série de efeitos colate-
rais indesejados. Depressão, ansiedade, paranoia, estresse, cansaço
excessivo, insônia, pesadelos, medos indefinidos e medos definidos,
aversão a lugares públicos e multidões, alta instabilidade emocio-
nal, alterações do humor, irritabilidade constante, dificuldades
crônicas de relacionamento, necessidade anormal de isolamento
e de estar na natureza. Estes são alguns dos possíveis efeitos
causados pela abertura descontrolada dos canais de hipercepção
sutil. O cenário torna-se ainda mais preocupante nas grandes
cidades, onde o campo coletivo está altamente tóxico, em todos os
sentidos.

Um dos propósitos das práticas holoenergéticas é justamente


criar as condições mínimas de enraizamento energético, de ali-
nhamento dos chakras, de sincronização dos corpos, de limpeza do
holocampo, de liberação de holoformas e de autoproteção psíquica,
sem os quais ficamos vulneráveis a todo tipo de interferência
externa. Não é mais possível viver bem sem uma prática energética
diária. É tão útil e necessária quanto tomar banho!

366
Síntese Holopessoal

A Síntese Holopessoal é a etapa final da jornada do Eu. Ela se dá na


dimensão do Holos e está relacionada ao processo de holoidentifi-
cação total entre o EU, o Eu e o eu. Sabemos muito pouco sobre esse
processo e, ao mencionar a síntese holopessoal, objetivamos sobre-
tudo situá-la como referência e inspiração, dada a complexidade
desse holofenômeno e a distância que nos separa coletivamente de
tal dimensão da realidade.

A síntese holossintética incorpora, inclui e transcende todas as


fases anteriores, e se efetiva ancorada no chakra 8, que opera inte-
grado ao holochakra e envolve todas as dimensões, campos, corpos
e sistemas. Seus temas são cósmicos, e sua visão é holossistêmica,
holodimensional e holística.

Nesse estágio da holossíntese, o eu e o Eu, embora tecnicamente


ainda existam, são canais puros de comunicação e manifestação
do EU, atuando como parceiros colaborativos, compassivos e
cocriativos de toda a humanidade e de todo o Holos. É a totali-
dade vivida em sua máxima potência e esplendor. Aqui, o grau de
energia e consciência é elevadíssimo, puríssimo e belíssimo. Tudo é
“íssimo”, tudo é integral, tudo é verdade, fluxo, vida, vontade, auto-
consciência e amor. Nessa etapa do processo, não há holoterapeuta
que possa nos ajudar. O caminho é solitário e total.

Em minha estimativa pessoal, 90% da população mundial se


encontra implicada na biossíntese do eu-eu, e 9% da humanidade
na psicossíntese do eu-nós, ou seja, 99% da humanidade está na
Síntese Pessoal (eu). Na holossíntese do Eu (Síntese Hiperpessoal)
está 0,999999999% da população e o 0,000000001% restante na
Holossíntese do EU (Síntese Holopessoal).

367
Minha Síntese Pessoal
Em meu primeiro processo pessoal de síntese, que durou alguns
anos, após pesquisar e reconhecer os meus diversos eus e núcleos
psíquicos internos, consegui identificar as 3 principais personali-
dades ativas em minha consciência naquele momento, as quais,
de certa forma e em algum nível, ainda estão presentes. Elas são
bastante arquetípicas, como será possível perceber.

Aquele que chamo de Executivo se ancora nos 3 primeiros


chakras. Seu foco é atender às necessidades básicas do eu e do
corpo físico. Ele é o responsável pela segurança, pela sobrevivência
e pelas questões da vida material. Dinheiro, sexo e poder são as suas
principais tags. Seu animal-totem é o leão. Para ele, o mundo é um
campo de competição, aventura, batalha, diversão e prazer sem fim.
O executivo é masculino, competitivo, funcional, neurótico, organi-
zado, corporal, empreendedor, sedutor, tecnológico, individualista,
mental e egoísta. Sua missão é pessoal. Sua ética é circunstancial,
seu amor é sexual e a sua espiritualidade é terrena. O executivo
foi fundamental para que eu conseguisse me estruturar numa fase
inicial da vida. Ele foi ativado aos 14 anos quando decidi parar de
escrever poesias e me tornar um administrador de empresas. Seu
maior aprendizado é a humildade, a compaixão e a cooperação.

O Poeta reside principalmente no 4º, no 5º e no 6º chakras. Seu


foco é atender às necessidades afetivas, emocionais e espirituais do
Eu Superior. Sua linguagem é o lúdico, a intuição, a criatividade,
a espontaneidade, a imaginação e a sutileza. Para ele, o mundo é
um jardim perfumado, belo e multicolorido por onde ele flutua em
transe e em total liberdade. Seu animal-totem é o beija-flor. O poeta
é livre, leve e solto, musical, performático, comunicativo, sensível,
carente, instável, volúvel, influenciável, psicodélico, romântico,
excêntrico, visionário, filosófico, apaixonado e um pesquisador dos
estados ampliados da consciência. Sua ética é humanitária, seu
amor é livre e a sua espiritualidade é social. Sua missão é comunicar
a alegria, a harmonia, a beleza e a liberdade consciente. Essa per-
sonalidade nasceu comigo nesta vida para se curar da imaturidade

368
emocional e ajudar o Executivo a se desapegar da matéria. Seu
maior aprendizado é a coragem, a confiança e a entrega.

O Monge habita principalmente os chakras 0, 4, 6, 7 e 8. Esteve


muito presente nos últimos anos, especialmente enquanto estive
no Oriente. Seu foco é atender às necessidades do Eu Superior e
fortalecer a conexão com o EU. É o guardião da essência. Sua
linguagem é energética, psíquica, simbólica e clarividente. Para
ele, o mundo é um todo multidimensional e hiperconectado que
precisa ser harmonizado (equalizado energeticamente). O Monge é
centrado, reflexivo, íntegro, solitário, disciplinado, tântrico, iogue,
curador, estudioso, sistemático e velho, para não dizer ranzinza.
Seu animal-totem é o mítico dragão. Sua ética é cósmica, seu
amor é universal e a sua espiritualidade é holística. Sua missão é
ajudar as pessoas a despertarem de suas ilusões. Esse Monge é a
síntese dos muitos monges das muitas tradições espirituais que
tive o privilégio de conhecer em muitas vidas passadas. Ele teve a
função essencial de espiritualizar o Executivo e desafogar o Poeta
do lodaçal emocional. Seu maior aprendizado é relaxar e rir.

Como resultado deste trabalho sintético, ativou-se a perso-


nalidade-síntese Fábio Novo, o terapeuta-coach-facilitador-
sintetizador, que protoexistia em estado latente e potencial, mas
que, até então, ainda estava adormecido. A partir do momento
em que esse novo núcleo sintetizador foi ativado, criaram-se as
condições para que as 3 personalidades se autoatualizassem, se
autotransformassem, se autointegrassem e se autotranscendes-
sem, abrindo espaço para que o processo de síntese partisse para
uma nova etapa, numa oitava acima, integrando novos desafios,
possibilidades e personalidades.

Observação: o processo de síntese é muito mais complexo do


que parece e, naturalmente, não tão evidente e lógico como tentei
didaticamente compartilhar. Portanto, não entenda este exemplo
como um roteiro linear.

369
370
Sumo

O processo de holossín-
tese da consciência humana
acontece em 9 estágios sucessivos
e simultâneos. As 9 holopráticas e seus
exercícios, técnicas e métodos energético-
-conscienciais potencializam a realização
desses estágios. Manifestar, energizar, conectar,
transmutar, sincronizar, sintonizar, cocriar e
unificar para transcender para a nova etapa da
holospiral evolutiva são fenômenos que aconte-
cem na esfera do eu e da holopersonalidade
(Síntese Pessoal), na esfera do Eu e da ho-
loconsciência (Síntese Hiperpessoal) ou
na esfera do EU e do Holos (Síntese
Holopessoal).

371
Ho

372
anexo 1

loformas

373
Muitos dos conceitos, códigos, imagens e neologs utilizados
para compor a HoloSíntese foram criativamente sintonizados
de outras dimensões na forma de hipercepções (insights, inspi-
rações, intuições, sonhos e visões), várias delas induzidas por
meus guias extrafísicos – amigos e colaboradores de outros
planos que participaram do projeto soprando suas “ dicas” do
além.

Ocasionalmente, esses downloads aconteceram no transcor-


rer da noite ou em meditações, mas, na maioria das vezes, a
informação me foi transmitida em momentos bastante frugais
e até inadequados, como durante o banho, em uma consulta
médica, enquanto dirigia numa estrada e mesmo num jantar
romântico (meus guias são realmente muito espirituosos!).

A ideia das holoformas, contudo, fugiu a essa regra. Em


2010, enquanto eu pesquisava e escrevia sobre campos ener-
géticos para o capítulo Holocampo, resolvi me aproximar do
tema das formas-pensamento, um conceito que sempre me
atraiu e que me pareceu fundamental abordar no livro, dada a
sua relevância e complexidade.

O conceito é oriundo da Teosofia e foi tratado por diversos


autores, como Charles Leadbeater, Annie Besant e pela própria
Helena Blavatsky, a sintetizadora da Teosofia. Outras linhas
espirituais também estudaram o tema, como o Espiritismo, o
Budismo Esotérico (vide A. P. Sinnet, no livro de mesmo nome)
e a Conscienciologia (Waldo Vieira), uma das abordagens

374
pesquisadas por mim e que propôs uma atualização do conceito,
classificando-o como pensene (pensamento + energia).

Em suma, formas-pensamento são as múltiplas formas


criadas a partir da ação do pensamento sobre as energias
sutis, fotônicas ou fluídicas do plano astral, e muitas delas se
fixam no interior da nossa aura trazendo uma série de conse-
quências, tanto positivas como negativas.

E foi pensando no assunto, e como resultado de um processo


natural de dedução lógica e criativa, que cheguei à palavra ho-
loforma. Isto é, formas-pensamento + hologramas = holoformas.

Feliz com a ideia, pesquisei o termo na internet e encon-


trei no livro do doutor Leonard Laskow, Curando com amor
(1992), uma citação às holoformas e uma referência ao seu
equivalente, os holodynes, conceito desenvolvido pelo físico,
filósofo, terapeuta e educador Victor Woolf, sintetizador da
Holodynamics.

Achei muito sincrônico o momento em que me conectei


com os métodos terapêuticos de transformação energética
da Holodynamics, cuja abordagem tem um forte componente
científico, baseado principalmente na física quântica.

Na prática, a Holodynamics foi mais uma importante


fonte de referência e pesquisa para a HoloSíntese, além de ter
validado vários dos conceitos desenvolvidos neste livro.

375
As formas integrais
As holoformas são formas holográficas, complexos holográficos de
pensamentos, emoções, sentimentos, vontades, desejos, imagens,
luzes, cores, sons e formas que flutuam pelos campos individuais
e coletivos.

As holoformas são aglutinações fotônicas de energia e informa-


ção que se manifestam em múltiplas dimensões e tempos simultâ-
neos. Elas trafegam “quanticamente” por entre a luz e a sombra, o
consciente e o inconsciente, o individual e o coletivo, o passado, o
presente e o futuro.

Segundo Lapierre & Dubro, em Evolução elegante, e citando o


engenheiro nuclear Tom Bearden:

[...] as entidades-pensamento reúnem-se e convergem segundo proprie-


dades similares de frequência e forma. Tal coerência da energia do pensa-
mento cria as possibilidades de magnetização de eventos semelhantes em
nossa realidade física consciente.

O processo de conexão das entidades-pensamento com a realidade física


ocorre pela intermediação do fóton de luz. O fóton é o transportador dos
padrões da entidade-pensamento.

As holoformas nascem, crescem, se atraem, se reproduzem


e desaparecem com incrível volatilidade. A sua “vida útil” pode
ser de um segundo ou de milênios. As holoformas se holoformam
quando pensamos, sentimos, desejamos, imaginamos, sonhamos,
queremos, intuímos, agimos; ou seja, somos nós quem as criamos,
o tempo todo, de forma inconsciente.

Vivemos imersos num oceano invisível de holoformas. Elas estão


por todos os lados, convivendo, interagindo e coabitando os holo-
campos pessoais, familiares, organizacionais, sociais e culturais
que compõem a holosfera do nosso planeta. Ao desenvolvermos os
hipersentidos podemos vê-las, ouvi-las e senti-las.

376
As holoformas se alimentam de energia, especialmente da energia
mental, e quanto mais bem nutridas estiverem, mais autônomas,
influentes, adaptadas, auto-organizadas e inteligentes elas serão.
Se serão positivas ou negativas, construtivas ou destrutivas, e se
atuarão a nosso favor ou contra nós, isso dependerá da qualidade
com que foram criadas e de como estão sendo alimentadas.

Leonard Laskow, em Curando com amor, aborda as formas-


-pensamento segundo uma perspectiva terapêutica:

Na cura holoenergética, é importante distinguir entre sintomas, causas e


origem de uma doença.

O primeiro nível da origem consiste em percepções e interpretações de


eventos que estabelecem um padrão holográfico de crenças, pensamentos
e sentimentos. Chamo a esses modelos de holoformas porque dão forma
a entidades holográficas, as quais têm sua própria ordem e frequência
natural de vibração. Essas entidades têm a capacidade de levar a energia
não manifestada a manifestar-se em nossa vida. Em outras palavras, as
holoformas podem produzir harmonia ou desarmonia.

Propriedades das holoformas


Existem infinitos níveis de complexidade no espectro de manifes-
tação das holoformas. Na sua versão mais simples, se expressam
como nanoformas energéticas que se formam e desformam instan-
taneamente, sem deixar vestígios no holocampo. Nas suas versões
mais complexas, são entidades com poder e vontade, e podem até
influenciar destinos e vidas humanas.

O que diferencia o grau de complexidade de uma holoforma é o


seu quantum energético-consciencial. A partir de determinado
estágio, ela acumula tanta energia que adquire certa capacidade de
auto-organização, uma espécie de instinto de autossobrevivência.
Antes desse estágio, as holoformas navegam no oceano cósmico de
energia e informação, em variados e ainda não conscientes graus
de organização, autonomia, vontade e inteligência.

377
Holoformas

378 Holográfico 10.1


As principais propriedades das holoformas estão relacionadas
ao seu grau de complexidade, hibridismo, magnetismo, autonomia,
auto-organização, hipertemporalidade, hipermutabilidade, pro-
gramabilidade, pureza e automimese.

As holoformas são puras quando reúnem um grupo de kons


da mesma natureza, como, por exemplo, uma holoforma cons-
tituída só de pensamentos ( forma-pensamento), só de imagens
( forma-imagem) ou só de desejos ( forma-emoção). E são híbridas
quando combinam kons de diferentes tipos num mesmo hiper-
complexo. Nesse caso, haverá um tipo de kon dominante e que
dará o “tom” a essa holoforma.

As holoformas híbridas são mais complexas e profundas do que


as simples, pois reúnem informações codificadas em diferentes
frequências e linguagens. É o caso de pensamentos, sentimentos,
impulsos e vontades que se expressam sob formas diversas e em
distintas vibrações. Por exemplo: o pensamento é ágil e não linear
(ar), a emoção é mais líquida (água), as sensações estão conectadas
aos sentidos físicos (terra), a intuição é sutil (éter), o desejo arde
(fogo), a imaginação é visual (luz). Agora, imagine o ar hiperconec-
tado à água, à terra, ao éter, ao fogo e à luz, compondo uma forma
que navega nas ondas de energia. Isso é uma holoforma híbrida!

Holoformas são magnéticas, pois são manifestações energéticas


oriundas da atividade elétrico-mental do organismo humano. Seus
pixels holográficos (voxels) têm carga (positiva, negativa ou neutra)
e, portanto, capacidade de atração, repulsão e ressonância, seme-
lhante à de um ímã. As holoformas têm, ou buscam ter, autonomia
para agir segundo seus próprios interesses, o que lhes confere
a capacidade de se auto-organizar em função de suas agendas e
projetos, integrando simultaneamente passado, presente e futuro
(hipertemporalidade).

Automimese é a tendência à autorrepetição, e as holoformas


tendem a se manifestar repetida e fractalmente segundo o padrão
básico que as compõe (crenças, modelos, vontades, traços kármicos).
Isto até que elas passem por algum processo interno (automutação)

379
ou recebam algum tipo de influência externa que desencadeie uma
mutação que altere seu padrão básico de operação condicionada.
Este talvez seja um dos mais fortes atributos das holoformas, já
que a automimese é uma força poderosa que, se não for trabalhada,
poderá nos manter presos a condicionamentos e visões limitantes
da realidade, fato que poderá causar muito sofrimento e retardar a
nossa evolução.

Como entidades mutantes, as holoformas estão todo o tempo


transformando-se, adaptando-se, regenerando-se de acordo com as
circunstâncias e com os fluxos energéticos. Porém, elas são susce-
tíveis à reprogramação dirigida por forças conscientes (programa-
bilidade), ou seja, podemos criá-las, dissolvê-las, desprogramá-las
e reprogramá-las. A manipulação consciente das holoformas é um
recurso bastante útil para ser aplicado em processos de desenvol-
vimento, e quase um pré-requisito para alcançarmos a homeostase
energética. Por exemplo: quando criamos pensamentos + imagens +
sentimentos de alegria, paz, harmonia e prosperidade, damos à luz
uma holoforma positiva que vai pulsar nas moléculas de água do
corpo físico, que, por sua vez, vai emitir frequências positivas para os
demais corpos, sistemas e para todo o nosso holocampo, e estes, por
ressonância magnética, vão atrair pessoas e situações com vibra-
ções semelhantes. Mas quando sentimos raiva, ódio, inveja, ciúme
etc., criamos holoformas deformadas que, se forem constantemente
alimentadas, podem se transformar em formas assustadoras, as
chamadas larvas astrais, vermes psíquicos e miasmas.

As holoformas são também holotrópicas e têm em si um agente


motor que as orienta no caminho da sua manifestação integral,
que acontece quando elas atuam sobre a matéria, influenciando-a.
Essa qualidade é a força que impulsiona e guia as holoformas, como
se fossem atraídas por algo maior que as convida a se manifestar
integralmente. Na verdade, as forças holotrópicas são intrínsecas
a todos os seres e às manifestações de todas as espécies, tipos e
naturezas. É a própria força da vida e da consciência.

Por fim, vale observar que em algumas situações, não raras,


consciências extrafísicas, geralmente de baixa vibração, podem

380
“pegar carona” numa holoforma e se aproveitar dela para se ma-
nifestar e assediar (e até possuir) energeticamente um organismo
vivo vulnerável ou desprevenido, de preferência um ser humano
com muita energia, sem proteção e pouca consciência.

Como se formam as holoformas?


As holoformas se hiperformam quando unidades de kis e kons se
hiperconectam. Por exemplo, quando uma emoção (kon emocio-
nal) se hiperconecta a uma imagem (kon imagético), hiperforma-se
uma holoforma: energia + emoção + imagem. Se a essa imagem se
hiperconecta um kon de sensação e um kon de pensamento, então
hiperforma-se uma holoforma mais complexa: energia + emoção +
imagem + emoção + pensamento.

Esses kis e kons aglutinados são, ao mesmo tempo, o tecido


estrutural, o conteúdo e a função que as holoformas executam. Ob-
servadas externamente, as holoformas se parecem com uma “bolha
de sabão”, uma espécie de gelatina holográfica ou gel magnético
cuja consistência será mais ou menos fluida, mais ou menos densa,
em função do seu grau de complexidade e potência energética.

Esses “quase seres” famintos por energia, uma vez criados, vagam
perdidos pela holosfera, mas quase sempre tendem a buscar e a
atrair organismos vivos em que possam se instalar e materializar
suas necessidades, desejos e vontades. Nessas ocasiões, estabele-
cem inter-relações simbióticas, em geral semiconscientes, do tipo
parasita-hospedeiro, e buscam construir uma base no holocampo
e nos corpos, podendo se infiltrar nos chakras ou nos sistemas
da consciência. Mas seu alvo predileto é o corpo físico, no qual
poderão se ancorar nas células vivas dos órgãos, músculos, tecidos,
glândulas e membros, e/ou no sistema nervoso, digestivo, circula-
tório, reprodutor, endócrino, respiratório ou imunológico, podendo
até envolver o corpo como um todo.

Segundo as pesquisas da Holodynamics, o meio de conexão das


holoformas com o organismo humano são as estruturas proteicas

381
que fazem parte do citoesqueleto das células (microtúbulos) que in-
teragem com as moléculas de água do corpo. Ou seja, as holoformas
atuam sobre os microcristais nas moléculas de água por meio dos
microtúbulos, e através de inputs elétricos na solução eletrolítica
aquosa promovem a hiperconexão com os hipercircuitos – canais e
redes energéticas sutis (nadis e meridianos) que compõem o corpo
energético (kissoma) –, os quais, por sua vez, fazem o hiperlink
entre todos os chakras, corpos do holossoma e os sistemas da
holoconsciência. Assim, as holoformas tendem a influenciar nossas
ideias, necessidades, vontades, relações, comportamentos, ações e
estilos de vida, tal como estes, no sentido inverso, criam e alimen-
tam as holoformas, configurando aquilo a que chamamos processo
de retroalimentação simultâneo (holofeedback).

Nós transformamos, desformamos e reformamos holoformas


todo o tempo, desde o momento da concepção até o nosso último
suspiro, e mesmo depois, em outros planos. As holoformas se
formam a partir das infinitas experiências pelas quais passamos
em nossas vidas, todas elas abundantes e dos mais variados
tipos de kis e kons. A cada instante, a cada pensamento, a cada
sentimento, a cada imagem, a cada sensação e a cada manifes-
tação consciencial, consciente ou inconsciente, estamos criando,
atraindo e alimentando essas hiperformas energéticas.

No período entre vidas, antes mesmo da concepção, trabalha-


mos muitas vezes com as holoformas e aprendemos a moldar e a
esculpir energia com o poder da vontade. Existem muitas utilida-
des para essa habilidade; uma delas é a de plasmar holoformas de
amor, de harmonia, de proteção e de orientação no holocampo da
nossa futura mãe, para ajudá-la na gravidez e no processo do parto.

382
Holográfico 10.2 383
Microtúbulos
Segundo a Holodynamics e diversos cientistas, os microtúbulos
têm uma função importante na hiperconexão entre as holoformas
e as células do corpo humano, além de se constituírem potencial-
mente no local mais provável para a armazenagem de informação.

Os microtúbulos são estruturas de proteína que compõem o


esqueleto celular (citoesqueleto). Uma de suas funções é fornecer
suporte estrutural para a manutenção do sistema celular. O re-
vestimento de cada microtúbulo é composto de uma combinação
de 13 moléculas chamadas dimer switches (comutadores). Cada
molécula-comutador contém duas portas que abrem, fecham ou
permanecem entreabertas de acordo com a sua carga energética
(valência) positiva (+), negativa (-) ou neutra (0). Cada combinação
de cargas programa um campo de informação específico em torno
do microtúbulo. Isso significa que os microtúbulos são capazes de
armazenar e processar fótons e informação que foi programada em
sua superfície.

Da mesma forma que um processador de mensagens holográficas


encriptadas, os microtúbulos funcionam como codificadores em
rede das programações energético-conscienciais (holoformas) que
passam por eles. Como a água é um mecanismo de armazenagem
de informação e memória, e como as células do nosso organismo
estão imersas num meio aquoso, é por meio das moléculas de água
que as holoformas se conectam ao corpo físico; ou seja, a água é o
meio que faz o hiperlink entre a dimensão energética das holofor-
mas e a dimensão material do corpo.

Na prática holossintética, muitos exercícios focam na neutraliza-


ção das programações condicionadas (positivas ou negativas) que
estão memorizadas na rede celular e em toda a holoconsciência por
meio das holoformas. Sintetizar é transcender polaridades, ou seja,
é neutralizar campos, corpos, células e moléculas para permitir que
o fluxo da essência possa se manifestar em todo o seu potencial,
um estado da mente que os budistas chamam de equânime.

384
Holográfico 10.3 385
386
Sumo

Holoformas são
formas holográficas hiper-
dimensionais que nós mesmos
criamos por meio de pensamentos,
sentimentos, desejos, vontades e ima-
ginação. Elas flutuam pelo holocampo
individual e coletivo e podem atuar a
nosso favor ou não, dependendo do nosso
grau de autoconsciência e autodomínio
psicoenergético. Uma vez formadas e
inconscientemente alimentadas, as
holoformas podem ter autonomia
e inf luenciar nossas vidas
e destinos.

387
Holo

388
anexo 2

genética
Eu, Holograma!

389
Escrever sobre um assunto tão complexo e polêmico como a
genética, e sobre o qual pouco sei, não era a minha intenção
quando iniciei este livro. Porém, logo após começar, tive uma
experiência transcendental que me inspirou a incluí-lo no
campo de visão da HoloSíntese. Ao fazê-lo, percebi que de
forma alguma este tema poderia ficar de fora!

A experiência aconteceu numa noite de 2008. Ao dormir,


entrei num transe espontâneo e acessei um holograma de uma
memória passada que, ao ser ativada, se hiperprojetou em
minha mente como um filme em 4D. Essa memória holográ-
fica se referia ao exato momento em que eu me preparava para
“encarnar”, ou melhor, me hiperconectar à primeira célula que
daria origem ao meu corpo.

Flutuava tranquilo sobre o campo energético de meus pais


e claramente vi, como se tivesse olhos de raios X, a primeira
célula se formando. Foi uma visão extraordinária. Fiquei ligei-
ramente ansioso, pois sabia que era a hora de fazer o login e
projetar minha holomatriz de energia e consciência na célula,
mas, nesse exato momento, na hora h, senti um vento estranho
me abordando e uma onda magnética de medo me envolvendo.
Não sei de onde veio esse medo – se de meus pais, do ambiente,
de mim mesmo ou de algum outro ser ou dimensão – mas, seja
de onde for, certamente me pegou desprevenido e criou uma
profunda conexão comigo e com a minha vida.

Essa experiência desencadeou um processo interno de


reconexão e acabei descobrindo que aquela sensação era

390
o medo de ficar inconsciente, de passar pela redução de
consciência que o nascimento representa e ficar confinado
num corpo físico, sem controle, sem consciência, à mercê da
situação e refém das circunstâncias. Em última instância,
era o medo de desaparecer no holodrama da vida ou, sim-
plesmente, de deixar de existir.

Esse medo de morrer, e de nascer, virou um programa-padrão


em minha consciência e permaneceu presente em todas as
situações da minha vida nas quais estava morrendo e nascendo
para algo novo, a começar pelo próprio momento de parto, já
que minha mãe teve que ir 3 vezes para a maternidade antes
que eu nascesse. Ao me aproximar do final deste livro, esta
sensação surgiu novamente e tive uma série de sonhos assusta-
dores, reações físicas estranhas e medos inexplicáveis me envol-
vendo nos últimos momentos.

A maioria das abordagens psicológicas considera os


impactos do nascimento sobre a consciência humana apenas
a partir da formação do embrião, e sequer cogita o momento
do acoplamento energético da holomatriz à primeira célula.

Essa e outras experiências me mostraram a importância


de ampliarmos a nossa visão sobre o processo de nascimento
neste mundo e considerarmos o que acontece antes, durante
e logo após o momento da concepção. Essa é uma chave im-
portante para ser decodificada se quisermos eliminar, ou ao
menos diminuir, as diversas interferências energéticas presen-
tes no processo de transição de uma dimensão para outra.

391
A genética integral
A hologenética é a genética holográfica integral, é a genética do
Ser, do Eu ou da nossa essência. Trata-se de um novo campo de
investigação que se propõe refletir sobre a natureza essencial da
consciência humana. Em seu campo de holovisão, a hologenética
inclui e transcende a genética biológica (dos genes) e a genética
sociocultural (dos memes). Seu foco está em investigar a composi-
ção vibracional do Eu, hipercodificada na holomatriz, através dos
hologenes e do holoDNA (HDNA).

A hologenética busca compreender, em suas imaginações e refle-


xões criativas, em constante atualização e aberta ao diálogo com
as descobertas contemporâneas das psicologias, da física quântica,
da embriologia, da genética e das neurociências, como a holomatriz
da consciência humana – a matriz holográfica que contém nossas
programações energéticas essenciais, existenciais e kármicas – é
programada, modulada, equalizada, sintonizada, sincronizada,
sintetizada, codificada e transmitida de uma dimensão a outra
para viabilizar a vida como a conhecemos na esfera terrestre.

Compreender o complexo hiperprocesso de nascimento de um


ser humano na Terra é uma das chaves para entender como a cons-
ciência se hipermanifesta nesta dimensão e como são ativadas as
nossas hiperprogramações para esta vida.

Como disse David Boadella, em seu livro Correntes da vida, uma


introdução à Biossíntese (1992), uma das referências deste capítulo:

O nascimento é um drama que pode determinar algumas das mais pro-


fundas características da nossa personalidade.

392
Login
A holomatriz é a vibração essencial, original, exclusiva e holossin-
tética da holoconsciência que vem para este planeta experimentar,
aprender, realizar e evoluir. Os chips holográficos da holomatriz
contêm os algoritmos energéticos, ou códigos-fonte, do eu, da
essência e do próprio Eu.

Muito antes da concepção, iniciamos o processo de preparação


para a nova vida, planejando nosso projeto pessoal, escolhendo
nossos pais, profissão, amizades e relacionamentos, e definindo
os principais desafios, questões e temas que iremos trabalhar e
aprender durante a experiência. A nossa missão, os recursos ener-
géticos, atributos, potenciais, tendências e programações kármicas,
enfim, tudo se encontra pré-codificado e configurado nos holochips
da nossa holomatriz como algoritmos de som, luz e geometria.

A holomatriz é, então, holograficamente sintetizada ao zigoto, o


óvulo fertilizado, no momento da concepção. Nesse instante, o login
é feito e o hiperlink entre as várias dimensões da holoconsciência e
a célula primordial, que simboliza o mundo físico, está energetica-
mente estabelecido. A partir daí, a programação hipercodificada
na holomatriz passará a dirigir, de forma interativa e cocriativa,
e através de bilhões de comandos, códigos, scripts e instruções, o
processo de desenvolvimento do organismo hiperdimensional, a
começar pela seleção do DNA.

Trinta horas após a concepção, ocorre a primeira divisão celular.


Em uma semana, já foram feitas quase 10 novas divisões celulares,
e o aglomerado que agora contém 100 células, aproximadamente,
se fixa na parede do útero, onde, nas próximas duas semanas, se es-
pecializará e formará o embrião. Com mais alguns dias, o coração
começará a bater, e, ao completar 100 dias, toda a estrutura básica
do feto estará constituída, passando, daí em diante, a crescer e
crescer centenas de vezes até o momento do parto.

A energia da holoconsciência não é transmitida toda de uma


vez para a primeira célula; ao contrário, é transmitida ao longo

393
da gestação e do desenvolvimento do corpo, ou seja, a holomatriz
é a semente de luz, geometria e som depositada no momento da
concepção. E o restante da energia da holoconsciência é transferido
gradualmente durante a gravidez e os primeiros meses e anos de
vida, de acordo com a maturação do corpo físico e dos sistemas
orgânicos. Naturalmente, esse processo varia também em confor-
midade com o contexto relativo à gravidez, à própria história e ao
projeto de vida do eu.

Esse hiperprocesso é comandado pela inteligência invisível


do Eu através da holomatriz, que, com seus múltiplos sistemas,
organiza e gerencia energeticamente o desdobrar da evolução da
holoconsciência, agora “encarnada num eu”, em sintonia com os
sistemas do próprio organismo biológico que começam a se formar
e ser ativados. Essa relação energética e hiperdimensional entre
visível e invisível, sutil e denso, essência e corpos, Eu e eu, eu e per-
sonalidades permanecerá até o momento da morte, quando o eu e
a holomatriz se desconectarão do corpo físico, levando consigo, no
formato de memórias holográficas, a holossíntese de absolutamen-
te tudo o que experimentou.

Como podemos ver, o sutil acontece antes, sendo que as progra-


mações da holomatriz atuam sobre a estrutura física, moldando-a,
organizando-a e direcionando-a.

Essa é uma informação fundamental para que possamos com-


preender os processos de manifestação da holoconsciência de
forma integral. A origem do universo material, do nosso corpo
físico e de tudo aquilo que manifestamos nesta dimensão é progra-
mada numa dimensão mais ampla. É na realidade energética sutil,
no mundo da consciência superior, que o jogo começa e onde as
cartas são dadas. Antes de darmos um passo no mundo físico, no
mundo sutil ele já foi planejado e executado; antes de escrevermos
um livro, ele já foi sonhado e plasmado no astral; antes de cons-
truirmos uma casa, fazemos uma planta arquitetônica e, antes
de elaborarmos a planta, já visualizamos a casa em nossa mente;
finalmente, antes de nascermos neste mundo, o Eu já planejou, já
programou, já se preparou, já mexeu os pauzinhos e já se pré-pariu
no mundo energético, somente para depois se manifestar nesta
dimensão e começar aquilo que chamamos de vida.

394
Hologenes e HDNA
Ao olharmos para o núcleo da holomatriz, vamos chegar até os holo-
genes e o holoDNA. O HDNA é o DNA holográfico, o código integral
do Eu, o holograma divino da holoconsciência, a sequência integral de
características, instruções e programações de ki e kon hipercodifica-
das sob a forma de algoritmos na holomatriz por meio dos hologenes.

Os hologenes são os genes holográficos, são os fractais que


compõem o HDNA, o qual, por sua vez, caracteriza a holomatriz.
Eles contêm todo o potencial de manifestação da holoconsciência
no plano biológico (genes), sociocultural (memes) e integral (holo-
genes), e todos integrados compõem o hologenoma do Eu.

Através de um sofisticado e complexo hiperfenômeno energético,


quase inimaginável e praticamente indescritível, a sequência de
códigos holográficos essenciais da holoconsciência na forma de
HDNA será fractalmente hipertransmitida no momento da con-
cepção para o óvulo fertilizado, selecionando e ativando, dentre
as opções disponibilizadas no cardápio de informações genéticas
herdadas do pai e da mãe (todo o genoma humano), aquelas que irão
compor a sequência única e específica que dará luz à primeira célula.

No momento crucial da formação da primeira célula, a informa-


ção hologenética essencial é transmitida para o núcleo da célula,
onde ativará o código genético (DNA) do organismo que está
nascendo. Por atração e ressonância, frequências e ondas de luz,
som e geometria, a holoconsciência e a sequência de hologenes
codificada em sua matriz irão atrair magneticamente, ao longo
da vida, como um ímã superimã, tudo aquilo que fizer parte da
sua programação, experiência, aprendizado e projeto existencial.
Assim, a totalidade do que acontece a uma pessoa durante a sua
vida, em todos os sentidos, está energética e potencialmente
pré-programada na holomatriz depositada na primeira célula.

Mas esta pré-programação não é fixa, determinística e imutável.


Ela é viva, aberta, cocriativa e interativa, e possui uma margem de
hipermutação (dentro de um espectro relativo de probabilidades e
possibilidades) e atualização, de acordo com os acontecimentos e
as escolhas feitas desde a gestação até o fim da vida.

395
Alguns geneticistas têm afirmado que utilizamos apenas entre
5% e 10% do total da nossa carga genética. Ou seja, 90% dos nossos
genes (que são chamados lixo genético), e todo o potencial que eles
representam, estão adormecidos e inativos. Com o desenvolvimen-
to pessoal, podemos reprogramar parte do nosso código genético,
desativando os genes prejudiciais e ativando os genes positivos,
por meio de um mecanismo de liga-desliga. Existem estatísticas
e pesquisas semelhantes a respeito do grau de utilização do nosso
potencial cerebral, que também não ultrapassaria os 10%, e da
real possibilidade de mudarmos condicionamentos neuronais, os
caminhos repetitivos percorridos pelos pulsos elétricos na rede de
neurônios do cérebro.

Em suma, a holomatriz hiperprograma energeticamente o DNA,


que é, portanto, um reflexo do HDNA e, a partir daí, ambos perma-
necerão hiperconectados e em constante hipercâmbio recíproco
até o momento da morte do corpo físico, quando a holomatriz para
de atuar sobre este corpo físico e se retira, levando todo o espectro
de aprendizado da experiência da vida.

Os zilhões de hologenes que compõem o HDNA determinam os


caracteres físicos, energéticos, ambientais e espirituais relativos à
nossa manifestação integral. Eles contêm o nosso projeto de vida
e questões kármicas, programas, sistemas, funções, conteúdos,
memórias, potenciais e possibilidades; as personalidades, atribu-
tos, tendências, características intelectuais, físicas, emocionais,
psicológicas, sexuais, espirituais e de relacionamento, e também
as influências ambientais (memes familiares, educacionais,
religiosos, sociais, culturais, geográficos e temporais) que recebe-
remos e com as quais interagiremos ao longo da vida, incluindo
o que já fomos em vidas passadas e poderemos vir a ser ao longo
não só de uma, mas de todas as nossas vidas futuras, em todas
as dimensões, planetas e universos. Ou seja, todas as possíveis
manifestações da consciência humana estão potencial e integral-
mente registradas e hipercodificadas no HDNA, que é, portanto,
um registro vivo da história integral da holoconsciência, a sua
holobiografia.

396
Hologenética

Hologenes

genes

memes

Holográfico 11.1 397


Enquanto, na genética, os genes são considerados os códigos da
vida biológica, os responsáveis por transmitir as informações here-
ditárias fundamentais de uma geração a outra através da sequência
do DNA, na hologenética os hologenes são considerados os códigos
da vida integral, os responsáveis por transmitir as informações
essenciais do próprio Eu, e da sua ancestralidade consciencial, de
um plano e tempo a outro, por intermédio do HDNA.

Logout

Uma questão importante a compreender é a seguinte: por que e


como a conexão com a nossa holomatriz se enfraquece?

A holoconsciência vem para esta dimensão compactada e


íntegra, conforme foi planejado. Mas, desde que “atravessa” os
múltiplos portais interdimensionais e se aproxima da holosfera ter-
restre, inicia um processo de degeneração energético-consciencial,
a famosa “queda do paraíso”.

Ao se aproximar da vibração do holocampo da Terra, o complexo


da holoconsciência já sente um primeiro choque energético-cons-
ciencial, uma súbita e radical mudança de frequência. Um segundo
impacto se relaciona com a vibração do local específico onde os
pais residem no planeta. Em geral, lugares próximos à natureza
têm uma vibração mais alta do que nas grandes cidades. O terceiro
impacto está relacionado com a qualidade vibracional dos pais de
uma forma geral, e, de uma forma específica, com a vibração de
ambos no momento da concepção. Juntas, as duas vão determinar a
qualidade do campo energético que óvulo e espermatozoide irão es-
tabelecer no momento da união. Assim, no momento da concepção,
a holoconsciência já sofreu pelo menos 3 grandes choques energéti-
cos, que certamente irão impactar a qualidade da sua manifestação
vibracional e dificultar a realização do seu projeto existencial.

Mas, durante toda a gravidez, o embrião e, depois, o feto recebe-


rão impactos energéticos os mais variados, vindos especialmente
da mãe e da qualidade da sua alimentação, da água que ela bebe e

398
do ar que ela respira, do seu estilo de vida, do seu estado mental e
emocional, dos filmes a que assiste, dos livros que lê, das músicas
que ouve, das conversas que tem, dos lugares que frequenta, dos
pensamentos, desejos, vontades, esperanças e fantasias que nutre,
e até dos seus sonhos. No entanto, essa relação simbiótica é recí-
proca, e o feto, desde o início, também impacta profundamente a
mãe, que passa por uma intensa e ampla transformação. E então
há o parto, um outro momento importante e impactante, o maior
de todos. Segundo David Boadella, o bebê passa por ao menos 4
importantes transições na hora do parto, transições que, depen-
dendo de como acontecerem, poderão ter um impacto positivo ou
desastroso para a holoconsciência.

A primeira transição é a sensorial, já que o bebê sai do escuro, do


meio aquoso, morno e silencioso para uma sala barulhenta, cheia
de luzes e com uma temperatura média de 12º a menos. A segunda
transição é circulatória e respiratória. Ao nascer, o bebê deixa de
ser oxigenado pela mãe e passa a respirar sozinho, enquanto seu
coração também muda o modo de funcionar. A terceira transição
é a gravitacional, quando o bebê sai do meio aquoso e passa para
a gravidade terrestre. E a quarta transição é a alimentar, pois a
criança deixa de receber alimento pelo cordão umbilical e passa a se
nutrir diretamente, acionando vários dos seus órgãos pela primeira
vez. A essas 4 transições gostaria de acrescentar uma quinta, que é a
transição energética, a qual de certa forma está implícita nas demais
transições. Após o nascimento, o sistema energético do bebê, que
antes era alimentado pela mãe, deixa de estar diretamente ligado a
ela e passa a ser sustentado pelo próprio bebê. Embora os campos
energéticos já sejam separados durante a gravidez, a relação entre
eles é fortemente hiperligada e, além disso, o “cabo” de alimentação
energética do bebê que lhe trazia a energia vinha diretamente da
mãe, através do cordão umbilical. Com o corte do cordão, o sistema
de chakras e kibaterias do bebê terá de começar a funcionar sozinho.
Então, ele precisará encontrar outras fontes onde possa se plugar
para abastecer seu organismo de energia vital, e isso também é um
choque, um choque de sustentação do campo energético.

Esses choques e transições, junto com a enorme lista de possí-


veis ocorrências durante o parto e os primeiros meses e anos de

399
vida, já são suficientes para explicar como a pureza essencial da
holoconsciência é atacada e “testada“ desde o início. Cada um
desses eventos deixa a sua marca nos sistemas da holoconsciência
que ativam holoformas de vários tipos, naturezas e intensidades
na consciência-bebê. Todas as holoformas ativadas com os fatos
pré-natais, natais e perinatais são esperadas e foram planejadas,
mas o que ninguém sabe exatamente é qual será a nossa reação a
esses acontecimentos. A forma como iremos lidar e reagir a esses
imprints e às respectivas holoformas ativadas será determinante
na formatação da holopersonalidade e dos sistemas da holocons-
ciência em desenvolvimento, e determinará como seremos no
futuro. Mesmo estando como uma consciência-bebê, a escolha e a
responsabilidade pela escolha, para o bem e para o mal, e ainda que
inconscientes, já são nossas.

Por melhores que sejam a concepção, a gravidez, o parto e os


primeiros meses de vida, sempre haverá uma perda de energia e
consciência no processo de manifestação da vida nesta dimensão.
E, quando a energia cai, sobem os padrões kármicos, os condicio-
namentos socioculturais patológicos e a tendência à repetição da
holoconsciência (automimese). Justifica-se, assim, a importância
de nos prepararmos para engravidar. É fundamental que os pais se
organizem em todos os sentidos para a concepção, especialmente
em termos energéticos. Quanto mais suaves e harmoniosos forem
a gestação, o parto e os primeiros meses e anos de vida, mais
chances existem de o indivíduo criar uma consciência conectada
consigo e alinhada com seus propósitos essenciais. Todavia, o que
observamos, infelizmente, ainda não é isso. As coisas vão aconte-
cendo e os bebês vão nascendo. Entretanto, mesmo vindo com uma
intenção positiva e com projetos belos, construtivos e de expansão,
pouco a pouco, em função de muitas pequenas escolhas erradas
que fazemos, conforme vamos nos adaptando aos modelos e
àquilo que esperam de nós, inconscientemente decidindo, fazendo
opções, ajustando-nos às influências, moldando-nos à energia que
nos circunda, negando-nos e renegando-nos, fechando, reprimindo,
limitando e concluindo de maneira equivocada, gradualmente sendo
programados e manipulados pela família, a cultura, a escola, a igreja,
a mídia e a sociedade, lentamente nosso padrão vibratório vai caindo,

400
e nós vamos nos distanciando do nosso holocentro e nos desali-
nhando do nosso eixo. Então, nossa luz vai se apagando e enfraque-
cemos a qualidade da conexão com a nossa essência, a tal ponto
que ela ficará tão fraca e com tantos ruídos que nos esqueceremos
dela e de nós mesmos.

Em pouco tempo, seremos uma pálida versão daquele bebê de luz,


que nasceu radiante e disposto a viver uma vida plena, e nos torna-
remos pessoas condicionadas, neuróticas, desconectadas e perdidas,
reproduzindo, como massa de manobra inconsciente, modelos de
vida ultrapassados e insatisfatórios. O resultado disso é o holodrama,
o processo epidêmico de vazio existencial e desorientação que assola
a sociedade contemporânea, e que somente diminuirá quando nos
realinharmos com a verdade, quando resgatarmos a nós mesmos,
nos desidentificarmos daquilo que não somos e restabelecermos
a conexão com o nosso propósito essencial, que, para nossa sorte,
apesar da indiferença e dos maus-tratos, jamais deixa de brilhar.

Para que possamos minimizar essa holodramática situação, é


fundamental que todos nós, com consciência, elevemos o patamar
vibratório do holocampo da Terra, através da elevação da vibração
individual. Para isso, é absolutamente necessário estarmos alinha-
dos ao nosso propósito de vida e atentos às muitas escolhas que
fazemos a cada instante da nossa existência. Do contrário, e com
modelos de gestação, parto e vida que ainda não contemplam a
profundidade dessa situação, dificilmente conseguiremos viver
sintonizados com a nossa verdade.

Este é, aliás, um dos principais propósitos da HoloSíntese, do ho-


loterapeuta-sintetizador: resgatar a integridade da holoconsciência
através da reconexão consciente com a essência e da síntese das
múltiplas personalidades. Por meio do alinhamento das personali-
dades, restauramos o equilíbrio do sistema energético-consciencial
e resgatamos unidades de lucidez. Com mais consciência, podemos
fazer melhores escolhas, tomar decisões mais criativas, reorganizar
o estilo de vida, eliminar distorções, desprogramar padrões, condi-
cionamentos e crenças obsoletas, e reprogramar a holoconsciência
para funcionar no holomodo, alinhada ao holoparadigma.

401
402
Sumo

A holomatriz
da consciência humana
é aplicada energeticamente
sobre a primeira célula formada
logo após a concepção. Ela carrega
em seu núcleo o HDNA, a sequência
holográfica de hologenes que contém a
holobiografia e os códigos e programações
energéticas, conscienciais e holokármi-
cas do Eu. A holomatriz hiperprograma
o DNA humano, ao qual estará
interativamente hiperconectado
ao longo de toda a vida do
corpo físico.

403
Holobib

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428
429
Holo

404
dicionário

405
Uma das principais características da HoloSíntese é a liberdade
para a utilização criativa da linguagem. Sendo assim, palavras já
existentes foram incluídas, neologismos (neologs) foram criados e
novos significados foram aplicados a termos já existentes.

A seguir, apresentamos uma versão compacta do holodicionário,


contendo os principais vocábulos, termos, expressões, definições e
neologs utilizados ao longo de Holoplex e grafadas com os prefixos
holo, hiper e sin.

As palavras marcadas com o (*) são neologismos da HoloSíntese


ou são termos que já existem, mas não têm um significado definido
(algumas, por exemplo, são marcas de empresas, como Holoware e
Hiperdesign), ou têm um significado diferente e/ou fora do contexto
holístico (como hipercódigo, que é utilizado como uma espécie de
linguagem de programação de computadores).

Para complementar o seu dicionário holístico, recomendamos


o excelente trabalho de Pierre Weil – Nova linguagem holística,
que pode ser encontrado gratuitamente na internet. Porém, é
importante dizer que, embora a base de referência e a perspectiva
sejam as mesmas, nem sempre as definições o serão, e algumas
das palavras aqui apresentadas não fazem parte do holodicionário
proposto por Weil.

406
Hiper

Hiper – propriedade daquilo que se manifesta em múltiplas di-


mensões simultaneamente.

*Hipercâmbio – intercâmbio hiperdimensional, troca ou inter-


câmbio entre múltiplas dimensões simultâneas.

*Hipercepção – percepção hiperdimensional, hipersensorial ou


extrassensorial.

Hipercérebro – cérebro hiperdimensional.

Hipercircuitos – circuitos hiperdimensionais, circuitos que


conectam múltiplas dimensões simultaneamente.

Hipercódigos – códigos hiperdimensionais.

Hiperconexão – conexão hiperdimensional, conexão entre múlti-


plas dimensões simultâneas.

Hiperconteúdo – conteúdo hiperdimensional.

*Hiperdesign – design, desenho ou arquitetura hiperdimensional.

*Hiperdependência – interdependência hiperdimensional.

Hiperdimensional – aquilo que se manifesta em múltiplas dimen-


sões simultaneamente.

Hiperespaço – Cosmos, espaço sideral ou Holos.

Hiperestrutura – estrutura hiperdimensional.

*Hiperface – interface hiperdimensional.

407
*Hiperferência – interferência hiperdimensional, interferência
que ocorre em múltiplas dimensões simultâneas.

*Hiperfunções – funções hiperdimensionais ou parapsíquicas.

Hipergeometria – geometria hiperdimensional ou geometria


hiperespacial.

Hiperligado – ligação hiperdimensional, ligação que ocorre em


múltiplas dimensões simultâneas.

Hiperlink – link hiperdimensional, link que hiperconecta múltiplas


dimensões.

*Hiperload – download + upload hiperdimensional. Transferência


fractalizada de conteúdos, arquivos, memórias e padrões holográ-
ficos entre múltiplas dimensões simultâneas.

*Hipermeável – permeabilidade hiperdimensional.

Hipermutação – mutação hiperdimensional.

Hiperpartícula – partícula que se manifesta em múltiplas dimen-


sões simultaneamente.

*Hiperpenetrar – interpenetrar em múltiplas dimensões simultâ-


neas.

*Hiperplasmar – plasmar em múltiplas dimensões simultanea-


mente.

*Hiperplataforma – plataforma hiperdimensional.

Hiperprogramação – programação hiperdimensional.

*Hipersensorial – sensação hiperdimensional ou extrassensorial.

Hipersentido – sentido hiperdimensional ou extrassensorial.

408
*Hipersenciência – hipersentido da clarissenciência.

Hipertemporal – tempo hiperdimensional, múltiplos tempos


hiperconectados em múltiplas dimensões simultâneas.

Holo
*Holoativista – ativista global, holográfico, planetário, cósmico.
Semelhante ao conceito de ativista quântico, de Amit Goswami.

Holobiografia – biografia holográfica integral, história integral da


holoconsciência.

Hologeometria – geometria holográfica integral, geometria


sagrada.

*Holobyte – byte holográfico, um neologismo da HoloSíntese.


O holobyte é uma unidade holográfica hipotética que mensura a
capacidade de armazenamento de dados (bytes) holográficos da
memória.

Holocampo – campo energético integral, campo holográfico,


campo de energia da totalidade.

Holocentro – centro holográfico integral, centro de gravidade


virtual da holoconsciência.

Holochakra – chakra holográfico integral, conjunto de chakras


que compõem o sistema energético integral da holoconsciência.

Holochip – chip holográfico, outro neologismo da HoloSíntese. O


holochip é o chip holográfico hipotético que armazena holobytes
de memórias holográficas. Os holochips estão instalados no hi-
percérebro (paracérebro), o cérebro hiperdimensional que se situa
no psicossoma (corpo emocional) e funciona acoplado ao cérebro
físico.

409
Holoconsciência – consciência holográfica integral.

Holocontinuum – continuum holográfico, continuum de espaços


e tempos, corrente holográfica contínua de energia e consciência
que flui por todas as dimensões do Holos, hiperconectando frac-
talmente tudo e todos. Segundo a definição de Pierre Weil, é “(...)
a continuidade inseparável do Ser, da Existência e da Experiência
(...)”.

*Holovergência – convergência integral. Fenômeno holossintético


que ocorre quando os fluxos de energia e consciência em todas as
dimensões convergem simultaneamente para a realização de um
determinado evento holístico.

Holodinâmica – dinâmica holográfica integral. Ação ou movi-


mento que acontece em todas as dimensões.

Holodança – dança da totalidade.

Holoética – ética integral, ética cósmica.

Holodistribuído – distribuído por todos os holons, por todos os


espaços e tempos do Todo.

Holosfera – esfera holográfica integral, esfera da totalidade.


Sinônimo de Holos, Holocampo, Holomatriz e Holoverso.

Holoformas – formas holográficas, formas holográficas hiperdi-


mensionais.

*Hologenética – genética holográfica integral.

*HoloDNA – DNA holográfico integral.

Holocomplexo – complexo holográfico integral.

Holofeedback – feedback holográfico. Para o entendimento desse

410
conceito, imaginemos um espelho diante de outro espelho. O
holofeedback é o processo de retroalimentação, retrorreflexo ou
retrorretorno holográfico total que há entre os espelhos.

Holofluxo – fluxo holográfico integral.

Hologestão – gestão holográfica integral.

Holomapa – mapa holográfico integral da consciência humana.

Holomatriz – matriz holográfica integral da consciência, matriz


de energia da totalidade.

*Holomente – mente coletiva global, mente holográfica.

Holomemória – memória holográfica integral.

*Holomodo – modo de consciência holístico, modo holográfico


integral, modo holossintético. Modo de ser e estar sincronizado
com o holoparadigma.

Holomovimento – movimento holográfico do Todo.

Holon – holograma do Todo, célula ou partícula holográfica da


unidade-totalidade. Partes que são todos em si e, ao mesmo tempo,
partes de todos maiores que os envolvem e transcendem, e com os
quais se relacionam em múltiplas dimensões simultâneas e com
variados graus de sincronia e ressonância.

*Holonda – onda holográfica integral.

*Holonírico – sonho holográfico.

*Holomorfose – transformação holográfica integral.

Holonésimo – um ordinal e fracionário holográfico do Holos, 1/


Holos.

411
*Holonet – holonetwork. Rede holográfica integral, teia cósmica.
Sinônimo de holorrede.

Holonetwork – rede/network holográfica integral.

Holonomia – lei fundamental que rege o Todo.

Holoparadigma – paradigma holístico ou paradigma holográfico


integral.

*Holopersonalidade – personalidade holográfica integral,


conjunto de personalidades que integram a holoconsciência
humana.

*Holopatologias – patologias integrais ou doenças holográficas.

Holoplasma – plasma holográfico integral, plasma da totalidade,


holofluido, tecido da rede cósmica integral. É a estrutura dinâmica,
plástica, invisível e implícita da forma.

*Holoplástico – aquilo que tem ou apresenta plasticidade ho-


lográfica, plasticidade que se manifesta em todas as dimensões
simultaneamente.

*Holoplex – complexo holográfico da holoconsciência, complexo


holográfico fractalmente hiperconectado.

– holoteca hiperdimensional, “local” situado no astral,


numa outra dimensão, que contém a holomemória da humanidade
arquivada na forma de hologramas.

– nome do livro que apresenta a HoloSíntese.

Holopráxis – prática holográfica integral.

*Holoprincípio – princípio holográfico integral. Lei, mandamento,


regra ou função integral que atua simultaneamente em todas as
dimensões do mundo manifesto.

412
Holopresente – aquilo que está presente em todos os holons, em
todos os lugares, espaços e tempos do Todo.

Holoprocesso – processo holográfico integral, que acontece em


todas as dimensões.

Holos (com “H” maiúsculo) – Todo cósmico integral.

holos (com “h” minúsculo) – todos os outros todos, como uma


pessoa, um cachorro, uma árvore, uma célula, um átomo, uma
partícula subatômica.

Holosciência – consciência integral, consciência holográfica


integral, omnisciência, estado de autoconhecimento, autodomí-
nio, autointegração, autoconsciência e automanifestação total.
Unidade-totalidade do Ser.

*Holospectro – espectro holográfico integral.

*Holospiral (ou Holoespiral) – espiral holográfica integral, espiral


evolutiva integral, espiral holística.

*Holossonância – ressonância holográfica integral.

Holoscopia – processo de auto-observação do Todo pelo próprio


Todo. É o HOLOS (EU) observando a SI MESMO.

*HoloSíntese (com “H” e “S” maiúsculos) – nova abordagem


integral que convida ao desenvolvimento e à síntese integral da
consciência humana.

Holossistema – sistema holográfico integral.

Holossinfonia – sinfonia integral, sinfonia holográfica, sinfonia da


totalidade.

Holossíntese (com “H” maiúsculo e dois “s” minúsculos) – síntese


integral, síntese do todo, síntese holográfica, síntese de energia e

413
consciência da totalidade. Fluxo, processo natural de manifestação
no nível do Holos (Consciência Suprema).

holossíntese (com “h” minúsculo e dois “s” minúsculos) – síntese


integral, síntese do todo, síntese holográfica, síntese de energia e
consciência da totalidade. Fluxo, processo natural de manifestação
no nível do holos (consciência humana).

Holossoma – corpo holográfico integral, conjunto de corpos ou


veículos de manifestação da holoconsciência.

Holossimetria – simetria holográfica integral.

Holoteca – espaço que armazena a história da humanidade e do


holoverso na forma de hologramas.

Holoterapeuta – terapeuta integral, holossintetizador, sintetiza-


dor, terapeuta especializado da HoloSíntese.

Holoterapia – terapia holográfica integral.

Holotransmutação – transmutação holográfica integral. Sinônimo


de holotransformação.

Holotransformação – transformação holográfica integral.


Sinônimo de holotransmutação.

Holoverso – Universo holográfico. Conjunto de universos reunidos


e integrados num único holograma integral. Sinônimo de Holos,
Holocampo, Holomatriz, Cosmos. Expressão criada pelo físico
David Bohm.

*Holovergência – convergência holográfica integral.

Holovisão – visão holográfica integral.

*Holoware – plataforma hiperdimensional, template holográfico


integral.

414
Holohomeostase – estado de equilíbrio holográfico integral.

Sin
*Sincendência – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâ-
neas para transcender (holoscender).

Sincronia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para harmonizar.

Sinergia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para energizar (holokinetizar).

Sinescopia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para refletir ou manifestar (holoscopizar).

Sinformia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para transmutar (holomutar).

*Singrafia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para sintonizar (holografar).

*Simplasmia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para cocriar (holoplasmar).

*Sinsonância – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para conectar (holossonar).

Sintropia – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâneas


para unificar (holotropizar).

*Sinvergência – ação conjunta em múltiplas dimensões simultâ-


neas para “vergir” (“holovergir”).

415
CAPA Theo Siqueira
COPIDESQUE Débora Dutra Vieira
Tânia Rejane A. Gonçalves
REVISÃO Maria Silvia Mourão Netto
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Theo Siqueira
COORDENAÇÃO EDITORIAL Débora Dutra Vieira
Marcos Fernando de Barros Lima
DIREÇÃO EDITORIAL Adriano Fromer Piazzi

Todos os direitos reservados.

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www.editoraaleph.com.br

430
Copyright © Fábio Novo, 2013
Copyright © Editora Aleph, 2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Novo, Fábio
Holoplex : uma síntese criativa entre
ciência e consciência, psicologia e
espiritualidade, passado, presente e futuro /
Fábio Novo. -- São Paulo : Aleph, 2013.

Bibliografia
ISBN 978-85-7657-151-3

1. Autoconhecimento 2. Ciência 3. Consciência


4. Espiritualidade 5. Psicologia transpessoal I.
Título.

13-04708 CDD-158.1

Índices para catálogo sistemático:


1. Autoconhecimento : Psicologia aplicada
158.1
2. Autoconsciência : Psicologia aplicada
158.1

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