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Índice
1.0. Introdução...............................................................................................................2

2.0.Conceito de Lexicologia..............................................................................................3

2.1. Tarefa da lexicologia..................................................................................................3

2.3. Os campos da lexicologia...........................................................................................4

3.0. Conceito de Lexicografia...........................................................................................4

4.0. Distinção entre lexicologia e lexicografia..................................................................5

5.1. Níveis de atualização do léxico..................................................................................6

6.0. O vocabulário.............................................................................................................7

7.0. Lexema........................................................................................................................8

8.0. Conclusão...................................................................................................................9

9.0. Referências Bibliogràficas........................................................................................10


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1.0. Introdução

O presente trabalho fala acerca do do léxico no ensino de língua, baseando-se nos


estudos advindos da área de conhecimento da Lexicologia. Porém, buscaremos
refletir sobre a lexicologia e o seu objecto de estudo. Parte-se do princípio que a
lexicologia é um ramo da linguística que tem por objetivo o estudo científico de
uma grande quantidade de palavras de um determinado idioma - léxico - sob
diversos aspectos. Contudo a lexicologia, enquanto área do conhecimento, trata
diretamente da língua.
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2.0.Conceito de Lexicologia
Lexicologia pode ser definida como o estudo dos elementos de formação das palavras,
ou parte da Gramática que trata do valor etimológico e das diversas acepções das
palavras. Ou seja, outra a lexicologia é um ramo da linguística que tem por objetivo o
estudo científico de uma grande quantidade de palavras de um determinado idioma
- léxico  - sob diversos aspectos. Para isso, ela procura determinar a origem, a forma e o
significado das palavras que constituem o acervo de palavras de um idioma bem como o
seu uso na comunidade dos falantes. Assim, por meio da lexicologia torna-se possível
observar e descrever cientificamente as unidades léxicas de uma comunidade
linguística, BIDERMAN (2001).

Quanto ao valor etimológico pode-se afirmar estar este atrelado à origem da palavra. A
constituição desse repertório de palavras da Língua Portuguesa teve em sua fase
primitiva como características ser pobre e rude e a partir da arte provençal e o início da
literatura o vocabulário amplia-se pela incorporação de vocábulos latinos (Império
Romano) e do contato internacional com outros idiomas a partir do séc. XVI. De acordo
com a Gramática Histórica usa-se o termo Lexiologia e a Linguística adota Lexicologia.

A Lexicologia se ocupa da análise qualitativa ou quantitativa do léxico.

A análise qualitativa se ocupa da representação linguísitica do mundo dos objetos feito


pelo léxico;

A análise quantitativa se ocupa da estilísitca lexical, a partir de um corpus,


compreendido: cálculo de frequência, distribuição definida de normas em conjunto e
subconjunto de vocabulários, através de métodos indutivos. Por Exemplo:

Um conjunto de frases, ou grupo de frases compreendendo palavras que apresentem


este ou aquele traço fonético, ou então uma terminação ou uma origem estrangeira. Só
esses segmentos de enunciados que estão submetidos e que constituirão o corpus.

2.1. Tarefa da lexicologia


Analisibilidade da palavra em significantes mínimos.

a.     Análise da palavra (objeto de análise) como um todo que se decompõe em partes
constituintes.
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b.     Análise a partir dos menores segmentos significativos obtidos na operação analítica
procurando averiguar como eles se liga, entre si, segundo que regras eles se combina,
para formar a palavra.

2.3. Os campos da lexicologia


A lexicologia abarca quatro disciplinas subsidiárias, entre elas a lexicologia da
expressão, que estuda as relações entre os significantes léxicos. Por exemplo: amar-
amante, falar- falante, ao lado de saltar – saltador;

lexicologia do conteúdo, que estuda as relações entre os significados léxicos, como


ocorre em: salário, ordenado, honorário, mesada, ou sair e chegar, ou seja, abrange a
sinonímia e antonímia das palavras.

A clasificação das palavras no dicionário pode ser efetuada por ordem alfabética,
embora não seja nenhuma exigência linguística e nem tenha sido adotada pelos
lexicógrafos, continua sendo a mais cômoda e mais rigorosa.

3.0. Conceito de Lexicografia


Ramo da lexicologia, uma das disciplinas da linguística, que se dedica à construção de d
icionários, o que inclui a análise dos já existentes, o estudode metodologias e princípios 
teóricos para a sua elaboração e estruturação e
o debate dos principais problemas teórico-práticos subjacentes à suaprodução. 

A Lexicografia, por sua vez, também toma como objeto de análise a palavra, mas a
enfoca como técnica de sistematização, processamento e ordenação em forma de
dicionários, vocabulários e glossários, especializados ou não. Lexicografia, então, se
distinguirá da Lexicologia por ser “técnica de dicionários”, enquanto a Lexicologia é
“estudo científico do léxico”. Portanto, o léxico constitui, ao lado dos fonemas e das leis
combinatórias, uma característica interna de uma da língua. Através do léxico cada
língua apresenta uma visão específica do mundo.

São essencialmente quatro as linhas de investigação mais importantes emlexicografia:
A tipologia dos dicionários (monolingues, bilingues, dicionários deespecialidade, et
c.)

A lexicografia é dividida em dois grupos separados, mas igualmente importantes:


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 Lexicografia prática é a arte ou o comércio de compilar, escrever e editar


dicionários;
 Lexicografia teórica É a disciplina acadêmica que analisa e descreve as
relações semânticas, sintagmáticas e paradigmáticas dentro do léxico
(vocabulário) de uma língua.

4.0. Distinção entre lexicologia e lexicografia


A lexicologia se diferencia da lexicografia, ciência instrumental que tem como
finalidade a elaboração ou compilação de dicionários. O pesquisador e especialista da
lexicologia é conhecido como lexicólogo.

A lexicologia, enquanto ciência do léxico estuda as relações deste com os outros


sistemas da língua, mas, sobretudo, as relações internas do próprio léxico. Não só, mas
também abrange domínios como a formação de palavras, a etimologia, a criação e
importação de palavras, a estatística lexical,  e relaciona-se necessariamente com a 
fonologia, a morfologia, a sintaxe e em particular com a semântica. Neste âmbito, as
relações semânticas de sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia interessam à
lexicologia.

Contudo a lexicologia se apresenta, portanto, como o ramo da Lingüística dedicado ao


estudo científico do léxico. Entre as inúmeras tarefas da Lexicologia, Barbosa (1992, p.
154) aponta para a possibilidade do estudo de um “conjunto de palavras de determinado
sistema, ou de um grupo de indivíduos, como universo léxico ou conjunto vocabulário”.
Tal estudo pode ser empreendido a partir de uma perspectiva diacrônica, sincrônica ou
pancrônica, através de um tratamento qualitativo ou quantitativo, descritivo ou aplicado.

5.0. Léxico

Léxico, segundo BARBOSA (2009), tem sido preocupação de pesquisadores tanto da


Lexicologia, como das áreas irmãs – a Lexicografia e a Terminologia. Essa preocupação
está pautada no facto de o ensino do léxico não ter grande destaque nas instituições de
ensino:

“é até mesmo, frequentemente esquecido ou desconhecido, no tocante aos modelos e


aplicações, de que resulta, qualitativa e quantitativamente, um baixo rendimento, não só
na matéria específica da língua, como também em todas as demais, eis que todas se
realizam em linguagem (BARBOSA, 2009, p. 31)”.
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Léxico (do grego lexis – palavra) pode ainda ser usado na acepção de dicionário de uma
língua, ou seja, conjunto de palavras ordenado, “tesouro de palavras, disposto como está
num dicionário ” (Saussure, 1986 : 305). De acordo com Mário Vilela, “o léxico é a
parte da língua que primeiramente configura a realidade linguística e arquiva o saber
linguístico duma comunidade” (1994 : 6). Tudo o que faz parte das vidas dos seres
humanos tem um nome, nome esse que é parte integrante do léxico. O léxico abrange o
saber linguístico partilhado pelos falantes e existe na sua totalidade no grupo formado
pelos falantes da comunidade linguística em causa.

Ensinar o léxico compreende levar em consideração alguns conceitos base: o conceito


de léxico e de vocabulário, que aqui vamos brevemente comentar.

O léxico pode ser entendido enquanto sistema aberto e em constante expansão. Não se
cristaliza porque é algo vivo, em constante transformação BIDERMAN (2001). Tal qual
a ideia de galáxia, onde há universos de limites imprecisos e indefinidos. Numa
determinada ordem terminológica, o léxico compreende um conjunto de todas as
palavras a disposição do locutor, num determinado tempo GENOUVRIER (1985). Cabe
a ele empregá-las e compreendê-las oportunamente, utilizando das palavras que
constituem seu arcabouço lexical (léxico individual).

Compreende unidades lexicais realizadas, isto é, unidades efetivas e virtuais, o lexico


efetivo compreende as unidades já atualizadas no discurso, como vocabulário de alta ou
de baixa frequência e compreende dois subconjuntos:

A.    O léxico passivo – léxico decodificado pelo receptor e não usado por ele;

B.    O léxico ativo, que é constituído por lexias de codificação automática, cuja
atualização exige menos esforçoi psicofiológico dos falantes. O léxico ativo, portanto, é
o subconjunto do léxico passivo.

5.1. Níveis de atualização do léxico


1.     Nível da língua, cuja unidade é a lexia ou palavras

2.     Nível do discurso, cuja unidade é o vocabulário

3.     Nível do texto, cuja unidade é a palavra.

Conforme os estudos teóricos do professor Evanildo Bechara, “a tarefa da lexicologia é


o estudo dos lexemas, suas estruturas e variedades e suas relações com os
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significantes. Lexema é a unidade linguística dotada de significado léxico, isto é, aquele


significado que aponta para o que se apreende do mundo extralinguístico mediante a
linguagem. Assim, em amor, amante, amar, amavelmente, o significado léxico é comum
a todas as palavras da série”.

Para Barbosa (1992), a distinção entre Lexicologia e Lexicografia, por um lado, e entre
Terminologia e Terminografia, por outro, se dá em termos da dicotomia aristotélica
entre επιστημη (ciência) e τεχνη (arte). Deste modo, Lexicologia e Terminologia se
apresentam como saberes, ou seja, designam o processo de construção de uma forma de
conhecimento, enquanto Lexicografia e Terminografia são técnicas e, portanto, referem-
se à aplicação prática da ciência, “aplicação de um saber a um fazer” (BARBOSA,
1992, p. 152).

6.0. O vocabulário
é o conjunto de palavras que o locutor utiliza no momento num acto de fala preciso.
Também é a actualização de certo número de palavras pertencentes ao léxico individual
do locutor GENOUVRIER (1985).

Ambos os conceitos são elementos presentes no contexto sociopedagógico, lugar onde


se dá o trabalho prático do professor. No trabalho com a palavra, há que se considerar a
relação de proximidade entre os conceitos de vocabulário e de léxico. O vocabulário é
sempre uma parte do léxico individual e este faz parte do léxico num sentido mais
amplo, o global. O léxico global compreende o conjunto de palavras vigentes ou
circulantes num determinado momento sócio-histórico.

Nesse encadeamento de conceitos envolvendo o léxico, o meio social tem papel


relevante no processo de ensino e aprendizagem. O meio implica directamente na
selecção e no enriquecimento das palavras que o aluno (primeiramente internalizou e
memorizou) selecciona no momento de fala, do uso efectivo da língua, da palavra.

É na experiência quotidiana, em meio a realidade sociocultural, que o indivíduo


armazena na memória novas palavras em seu acervo lexical individual. Num processo
contínuo que perpassa a vida do indivíduo. “No processo de aquisição da linguagem o
léxico é o domínio cuja aprendizagem jamais cessa, durante a vida toda do indivíduo”
BIDERMAN (2001, p. 180). Junto à influência do meio no processo de aquisição do
léxico há o papel da instituição escolar, ou seja, do ensino formal primordial nesse
processo de aprendizagem.
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7.0. Lexema
Em lexicologia estrutural, lexema é a "unidade mínima distintiva do
sistema semântico de uma língua que reúne todas as flexões de uma mesma palavra."
Em termos simplificados, é a parte de uma palavra que constitui uma unidade mínima
dotada de significado lexical.

Segundo a terminologia de André Martinet, monema é a unidade linguística de primeira


articulação. Martinet divide os monemas em:

 monemas lexicais (ou lexemas): monema que contém significado lexical;


 monemas gramaticais (ou morfemas): monema que contém
significado gramatical.

Já segundo a terminologia de Bernard Pottier, o lexema corresponderia a um morfema


lexica. Entretanto, no sentido geral, é unidade lexical de duas faces (forma e conteúdo),
ou sinal mínimo de natureza não gramatical. O lexema é a unidade de base do léxico,
numa oposição léxico/vocabulário, em que o léxico se põe em relação com a língua e o
vocabulário com a palavra (fala).
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8.0. Conclusão
Sendo lexicologia considerada estudo linguístico e o léxico como um sistema de
possibilidades semiológicas aberto a criações e inovações à língua, nesse sentido, as
unidades lexicais só são construídas frente a redes de relações primeiramente
morfológicas e, em seguida, semânticas, dando suporte à sintaxe. Para isso, é
indispensável à relação sujeito e história para a constituição e o funcionamento do
léxico por um simples aspecto: quem possibilita a língua estar sempre viva,
funcionando, é o sujeito em funcionalidade, em atividade, em pleno uso, exposto a
construção da linguagem e do sentido. Pelos conflitos no interior de um mesmo sistema
é que há a abertura de possibilidades vocabulares, construções morfológicas,
semânticas, sintáticas, pragmáticas, morfossintáticas, morfofonológicas, enfim,
discursivas. Nessa dinâmica, a vitória é da própria língua visto que ela está em
funcionamento aberta ao novo, a plurissignificância, como base nas construções
lexicais, nas suas funcionalidades.

A seguir, verificamos que o que distingue o léxico dos outros componentes do sistema
lingüístico é, de um lado, a particularidade de relacionar as unidades lexicais e de
precisar as idéias articuladas no texto e, de outro lado, a propriedade de fazer as ligações
das unidades lexicais com o domínio da situação sociocomunicativa. A pesquisa ainda
explicitou com detalhes os nexos semânticos que promovem a organização textual.
Finalmente, a análise textual em seqüências didáticas revelou que a passagem da
simples intuição à objetificação dos distintos processos de coesão lexical nos diversos
gêneros textos, portanto, pode ser estratégia útil ao desenvolvimento das habilidades da
escrita.

Diante do estudo teórico-prático realizado, podemos concluir que sendo um componente


essencial junto a gramática da língua e desempenhando papel decisivo à qualidade das
unidades sociocomunicativas o léxico deve ser objeto da pesquisa linguística.
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9.0. Referências Bibliogràficas


DUBOIS, Jean. GIACOMO, Mathêe. GUESPIN, Louis. MARCELLESI, Christiane.
MARCELLESI, Jean-Baptiste. MEVEL, Jean-Pierre. Dicionário de Linguística: ed.
São Paulo: Cultrix, 2006.

PONTES, Antonio Luciano. Terminologia científica: o que é e como se faz. Revista


de Letras, v. 19, n. 1/2, p. 44-51, jan./dez. 1997.

BARBOSA, Maria Aparecida. Lexicologia, Lexicografia, Terminologia e


Terminografia: identidade científica, objeto, métodos, campos de atuação. II
Simpósio Latino-Americano de Terminologia. I Encontro Brasileiro de Terminologia
Tecno-científica. Anais… Curitiba: IBICT, 1992.

BECHARA, Ivanildo. Moderna Gramática Portuguesa; Ed. Lacerda 37ª edição


Revista e Ampliada; Rio de Janeiro 2006.

MARTINS, Nilce Sant’Anna. O Léxico de Guimarães Rosa (Edusp; 568 páginas;

AZEVEDO, Aluísio. O mulato. Ed.  Tecnoprint, “Ed. de Ouro”. p. 284

http://www.google.com.br/#q=lexicologia+e+lexicografia+na+p%C3%B3s+gradua
%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&biw=1024&bih=673&ei=eX

http://www.vestibular1.com.br/redacao/red022.htm

http://www.infoescola.com/portugues/linguistica/

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