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COESÃO E

COERÊNCIA
TEXTUAL

 "A coesão não nos revela a significação do


texto, revela-nos a construção do texto
enquanto edifício semântico."  --M.
Halliday
TEXTO: TECIDO

» TEXTO
» MORTO
• TECER
MORRER » TECIDO
» MORRIDO
TESSITURA
EXEMPLO:

• Doente não à foi estava


aula ele.
EXEMPLO:
• Doente não à foi estava aula ele.

• Ele estava doente. Não foi à aula.


– Organização lógica: Coerência

• Ele estava doente, por isso não foi à


aula.
– Relação de consequência: Coesão
O QUE É UM
TEXTO?
TEXTO
• Texto: não é uma simples sequência de
frases isoladas, mas uma unidade
linguística com propriedades estruturais
específicas.

• Texto: unidade básica de manifestação


da linguagem.
ELEMENTOS RESPONSÁVEIS
PELA TEXTUALIDADE
• Coesão;
• Coerência;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Aceitabilidade.
RECURSOS SEMÂNTICOS: ELOS
COESIVOS
• Exemplo:

– Os jovens não têm noção do perigo. Eles


acham que são imunes a tudo.
COERÊNCIA

Um texto pode ser incoerente se


o seu autor não consegue inferir
um sentido ou uma ideia através
da articulação de suas frases e
parágrafos e por meio de
recursos linguísticos (pontuação,
vocabulário, etc.).
 
A coerência textual é a relação lógica
entre as ideias; é o resultado da não-
contradição entre as partes do texto.
As crianças estão morrendo de fome por
causa da riqueza do país. 
Adoro sanduíche porque engorda.
As frases acima são contraditórias, não
apresentam informações claras,
portanto, são incoerentes.
COESÃO
É a ligação, a relação, a conexão entre as
palavras, expressões ou frases do texto.

Comprei um livro que me foi muito útil para


realizar a prova.

Comprei um livro. O livro me foi muito útil para


realizar a prova.
Conheci o pai da Joana, que me pareceu
muito inteligente.

Quem é inteligente: o pai ou Joana? Neste caso, a


variação do pronome que exclui a ambiguidade.

Conheci o pai da Joana, o qual me pareceu


muito inteligente.
Conheci o pai da Joana, a qual me pareceu muito
inteligente.
Os automóveis colocados à venda
durante a exposição não obtiveram muito
sucesso. Isso talvez tenha ocorrido porque
os carros não estavam em um lugar de
destaque no evento.

O Rio de Janeiro é uma das cidades


mais importantes do Brasil. A cidade
maravilhosa é conhecida mundialmente por
suas belezas naturais, hospitalidade e
carnaval.
Há diversas formas de se garantir a coesão
entre os elementos de uma frase ou de um
texto: 
1. Substituição de palavras com o emprego
de sinônimos ou de palavras ou expressões
de mesmo campo associativo. 
2. Nominalização – emprego alternativo
entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo
correspondente (desgastar / desgaste /
desgastante). 
3. Repetição na ligação semântica dos
termos, empregada como recurso
estilístico de intenção articulatória, e não
uma redundância - resultado da pobreza
de vocabulário.  Por exemplo:

“Grande no pensamento, grande na


ação, grande na glória, grande no
infortúnio, ele morreu desconhecido e
só.”(Rocha Lima) 
4. Uso de hipônimos – relação que se
estabelece com base na maior
especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico)  e
móvel (mais genérico). 

5. Emprego de hiperônimos - relações de um


termo de sentido mais amplo com outros de
sentido mais específico. Por exemplo, felino
está numa relação de hiperonímia com
gato. 
6. Substitutos universais
Necessito viajar, porém só o farei no ano
vindouro.
A coesão apoiada na gramática
dá-se no uso de conectivos, como certos
pronomes, certos advérbios e expressões
adverbiais, conjunções, elipses, entre
outros. 
A coesão textual pode ser feita através de
termos que: 
• retomam palavras, expressões ou frases já
ditas, através de pronomes, verbos, numerais,
advérbios, substantivos, adjetivos. 

• encadeiam partes ou segmentos do texto: são


palavras ou expressões que criam as relações
entre os elementos do texto.
a)fazem uma gradação na direção de uma conclusão: "até",
"mesmo", "inclusive" etc;

b) argumentam em direção a conclusões opostas: "caso


contrário", "ou", "ou então", "quer... quer"; etc;

c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: "e",


"também", "ainda", "nem", "não só... mas também" etc;

d) fazem comparação de superioridade, de inferioridade ou


igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto... quanto",
etc

e) justificam ou explicam o que foi dito: "porque", "já que", "que",


"pois" etc;

f) introduzem uma conclusão: portanto, logo, por conseguinte,


pois, etc;
g) contrapõem argumentos: "mas", "porém", "todavia",
"contudo", "entretanto", "no entanto", "embora", "ainda que"
etc;

h) indicam uma generalização do que já foi dito: "de fato",


"aliás", "realmente", "também" etc;

i) introduzem argumento decisivo: "aliás", "além disso",


"ademais", "além de tudo" etc;

j) trazem uma correção ou reforçam o conteúdo do já dito: "ou


melhor", "ao contrário", "de fato", "isto é", "quer dizer", "ou
seja", etc;

l) trazem uma confirmação ou explicitação: "assim", "dessa


maneira", "desse modo", etc;

m) especificam ou exemplificam o que foi dito: "por exemplo",


como, etc
2) Os elementos coesivos por justaposição
 estabelecem a sequência do texto, ou seja:
a) introduzem o tema ou indicam mudança de
assunto: "a propósito", "por falar nisso", "mas
voltando ao assunto" etc;
b) marcam a sequência temporal: "cinco anos
depois", "um pouco mais tarde", etc;
c) indicam a ordenação espacial: "à direita", "na
frente", "atrás", etc;
d) indicam a ordem dos assuntos do texto:
"primeiramente", "a seguir", "finalmente", etc. 
COERÊNCIA SEM COESÃO
• Olhar fito no horizonte. Apenas o mar
imenso. Nenhum sinal de vida
humana. Tentativa desesperada de
recordar alguma coisa. Nada.
COESÃO SEM COERÊNCIA
• Fui à praia me bronzear porque
estava nevando e, quando isso
ocorre, o calor aumenta, o que faz
com que sintamos frio.
IMPORTANTE
• Coesão não é condição necessária
nem suficiente para que um texto seja
um texto.

• MAS: uso de elementos coesivos


assegura a legibilidade, explicitando
os tipos de relações entre os
segmentos do texto.
Guerreiro Menino Precisam de um
Gonzaguinha descanso
Um homem também chora Precisam de um
Menina morena remanso Precisam de
Também deseja colo um sonho
Palavras amenas Que os tornem perfeitos
Precisa de carinho É triste ver este homem
Precisa de ternura Guerreiro menino
Precisa de um abraço Com a barra de seu
Da própria candura tempo
Guerreiros são pessoas Por sobre seus ombros
São fortes, são frágeis Eu vejo que ele berra
Guerreiros são meninos Eu vejo que ele sangra
No fundo do peito A dor que traz no peito
Pois ama e ama
PARALELISMO
SINTÁTICO E SEMÂNTICO
Paralelismo:
É a identidade de estrutura numa
sucessão de frases;
Esquema formal em que temos a
repetição próxima da mesma
estrutura sintática ou de sequência
de unidades sintáticas.

Pode ser: sintático ou gramatical


rítmico ou semântico
Sintático:
Ex. DN Turismo. Você leva a vida.
A gente leva você.

Sujeito + predicado+ obj. direto

Semântico:
Ex. Durante as quartas-de-final, o
time do Brasil vai enfrentar a seleção
da Holanda.
Quebra de paralelismo:
Recurso estilístico comum e
aceitável na linguagem literária. Na
comunicação jornalística, é
preciso cuidado, principalmente
nas frases que utilizam
comparações ou correlações.
Ex. “Durante as quartas-de-final,
o time do Brasil vai enfrentar a
Holanda.”

Ex. “ Esta compensação, ora


surge no sentido de sermos uma
máquina ou não, e assim por
diante.”
PARALELISMO:
Não só... mas (como) também:
Ex. A violência não só aumentou
nos grandes centros urbanos,
mas também no interior.

Quanto mais... (tanto) mais:


EX. Atualmente, quanto mais se
aperfeiçoa o profissionalismo,
mais chances tem de se progredir.
Outros exemplos:

Ou...ou / já...já / ora...ora /seja...seja

Nem... nem / não só... mas também /

Quer... quer / tanto... quanto /

Não... nem / por um lado... por outro


Tempos verbais:

Ex. Se a maioria colaborasse,


haveria mais organização.
Exercício:
1- João é simpático e sapateiro.

2- Gosto de crianças e de uvas.

3- Há uma grande diferença entre os


candidatos e as vagas.

4- "...encontrei no trem da Central um


rapaz aqui do bairro, que eu conheço
de vista e de chapéu".
5- Todos desempenham um papel na
sociedade, seja o de um mendigo até a
uma posição mais elevada.

6- Para realizar nossas satisfações


pessoais, quer no campo sentimental
como também no setor econômico.

7- Este não só desenvolve a sua cultura,


e sim traz-nos uma criatividade.
(  ) Essa invenção permitiu o sofisticado gosto dos reis franceses
de colecionar livros, e a mesma revolução que os degolou foi
responsável por abrir suas coleções ao povo.
(  ) Há cerca de 2.300 anos, os homens encontraram uma
maneira peculiar de guardar o conhecimento escrito juntando-o
num mesmo espaço. A biblioteca foi uma entre outras das
brilhantes idéias dos gregos, que permanecem até hoje.
(  ) Apesar da resistência da Igreja, a informação começou a girar
mais rápido com a invenção da imprensa de Gutemberg.
(  ) Assim, as bibliotecas passaram a ser "serviço de todos", como
está escrito nos anais da maior biblioteca do mundo, a do
Congresso, em Washington, que tem 85 milhões de documentos
em 400 idiomas diferentes.
(  ) Depois deles, a Idade Média trancou nos mosteiros os escritos
da antigüidade clássica e os monges copistas passavam o tempo
produzindo obras de arte.
RESPOSTA:

4, 1, 3, 5, 2.
O fenômeno da globalização econômica ocasionou
uma série ampla e complexa de mudanças sociais no nível
interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o
poder regulador do Estado. _________________ a
estonteante rapidez e abrangência _________ tais
mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer
sociedade, em todos os tempos, a mudança existiu como
algo inerente ao sistema social.

(Adaptado de texto da Revista do TCU, nº82)

a) Não obstante – com que


b) Portanto – de que
c) De maneira que – a que
d) Porquanto – ao que
e) Quando – de que
A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário
numa sociedade ________ forma de codificação das relações
sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A
validade dessa linguagem não precisa ser questionada,
________ o sistema funciona na base de imperativos
automáticos que jamais foram objeto de discussão dos
interessados.

(Barbara Freytag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, pág. 61, com


adaptações)

a) em que – posto que


b) onde – em que
c) cuja – já que
d) na qual – todavia
e) já que - porque

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