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TEORETIKÉ
Matemática
Ciências que buscam o
saber em si mesmo
Metafísica
Lógica
PRAKTIKÉ
EPISTÉME Ciências que buscam o
Estética
(Saber elevado) saber para, através dele,
alcançar a perfeição Política e Ética: trata das
moral ações e das condutas
humanas em vista do fim
moral e político.
POIETIKÉ
Ciências que buscam o Artes Liberais
saber em função da
atividade de fazer
Aristóteles: a Ética como Ciência
• A ética de Aristóteles é teleológica, isto é, determina que as ações
humanas se constituem em vista de um fim, um télos, que, no
homem é a felicidade (eudaimonia) – uma atividade da alma
segundo sua virtude (areté).
▪ Não se trata da felicidade pautada nas emoções e sentimentos, como
compreendemos hoje, mas na especificidade do agir de forma racional,
isto é, na realização plena do indivíduo, numa atividade conforme a
virtude, a qual se dá, em última instância, na polis.
• A vida moral se realiza através da aquisição de certos modos
constantes de agir (ou hábitos) que são as virtudes.
▪ Estas, as virtudes, não são atitudes inatas, mas modos de ser que se
adquirem ou conquistam pelo exercício – além disso, devem-se ao fato
de o homem ser ao mesmo tempo racional e irracional.
• Isso quer dizer que a virtude pode ser ensinada e que a sua
aquisição, antes de qualquer coisa, como excelência moral,
significa a prática, isto é, o hábito.
Aristóteles: a Virtude e as suas Classes
• Aristóteles entende que a virtude consiste no termo médio, isto é,
o meio termo entre dois extremos – ou seja, aquilo que se coloca
entre dois extremos: um excesso e um defeito.
▪ a virtude (areté) “é uma disposição de caráter relacionada com uma
escolha deliberada e consiste num justo-termo relativo a nós, que é
determinado por um princípio racional próprio do homem dotado
de sabedoria prática” (ARISTÓTELES, Ética à Nicômaco).
• A virtude, assim, é um equilíbrio entre dois extremos instáveis e
igualmente prejudiciais. Com efeito, são divididas em dois
grupos:
O Helenismo: o Estoicismo
O Estoicismo
• No plano da vida ética, como desdobramento do fato de que a
polis deixa de ser o lugar de realização ética, o que se observa é
que o bem supremo é concebido como um modo de viver de
acordo com a natureza racional, com consciência do destino
individual e da função de cada ser no universo, sem se deixar
levar por paixões ou afetos interiores ou pelas coisas exteriores.
• A linguagem ética acomoda novos termos e conceitos: para os
estoicos e os epicuristas, pela prática da apatia e da
imperturbabilidade, o homem (sábio) se firma contra as suas
paixões ou contra os reveses do mundo exterior, e conquista a sua
liberdade interior bem como sua autarquia (autossuficiência)
absoluta.
• O indivíduo define-se moralmente sem necessidade da
comunidade como cenário necessário da vida moral (o estoico
vive moralmente como cidadão do cosmos, não da polis).
O Estoicismo
• Há três períodos na história do estoicismo:
a. o da Antiga Estoá – que vai de fins do IV ao final do séc. III
a.C. e no qual a filosofia estoica toma corpo e é
sistematizada nas obras de Zenão de Cício, Cleanto de Assos
e Crisipo de Sôli (a quem se deve a doutrina acabada – ainda
que seus mais de 70 livros se tenham perdido);
b. o da Média Estoá – que se desenvolve entre o II e o I
séculos, e que se caracteriza pela infiltração ecléticas na
doutrina originária; e
c. o da Estoá Romana – que, situando-se já na era cristã,
caracteriza-se por ser basicamente uma meditação moral,
assumindo fortes tons religiosos, em conformidade com as
aspirações daqueles novos tempos.
O Estoicismo
• Os temas da ética da Antiga Estoá são condensados nos seguintes
tópicos:
a) viver segundo a natureza: buscando a felicidade ao longo da vida,
o homem a persegue vivendo segundo a natureza. E este se dá pela
tendência de conservar a si mesmo (oikéiosis) que, no homem,
manifesta-se pela razão – sua essência. Assim, no homem o viver
segundo a natureza será um viver conciliando-se com o próprio ser
racional, conservando-o e atualizando-o plenamente (e fugindo de
todas as coisas que prejudicam a sua razão).
b) o bem e o mal: o bem moral é exatamente aquilo que incremente o
logos, e o mal é aquilo que lhe causa dano. O verdadeiro bem, para
o homem, é somente a virtude; o verdadeiro mal é só o vício.
c) as “ações perfeitas” e os “deveres”: as ações humanas cumpridas
em tudo segundo a natureza e por tudo segundo o logos chamam-se
ações moralmente perfeitas; já as contrárias, são ações viciosas ou
erros morais. Os deveres são as ações cumpridas “conforme à
natureza” – isto é, de modo racionalmente correto que tem plena
justificação moral.
O Estoicismo
d) o homem como “animal comunitário”: o homem é impulsionado
pela natureza a conservar o próprio ser e amar a si mesmo,
levando em conta a todos os seus semelhantes e parentes – é a
natureza que nos leva a, do mesmo modo que amamos a nós
mesmos, a amar aqueles que geramos e que nos geraram, do
mesmo modo que a unir-se aos outros, se for útil. Assim, o
homem se torna um “animal comunitário”.
e) a superação do conceito de escravidão: para os estoicos, os
conceitos verdadeiros de nobreza, liberdade e escravidão ligam-
se à sabedoria e à ignorância – assim, o verdadeiro homem livre
é o sábio, o verdadeiro escravo é o tolo.
f) a noção de apatia: para os estoicos, a apatia consiste no tolhimento
e na ausência de toda paixão, que é sempre um perturbação do
espírito – de modo que a verdadeira felicidade é apatia,
impassibilidade.
O Estoicismo Grego: Zenão de Cício
• Zenão de Cício (333-263 a.C.), em grego, Ζήνων ὁ
Κιτιεύς, nasceu no Chipre, na ilha de Cício.
• Zenão fundou a Estoá (que significa ‘pórtico’, isto é,
lugar onde os filósofos se encontravam), uma escola
em Atenas, por volta do ano 300 a.C., que se tornara
uma das mais influentes durante a civilização romana
por enfatizar a paz de espírito, que seria conquistada
através de uma vida plena de virtude consoante as leis
da natureza.
• Todos os seus escritos se perderam e se sabe do seu ensinamento de
forma indireta.
• Sobre a ética, Zenão reconhecia que a felicidade é o único propósito a
ser atingido, o que se dava através do uso da razão correta coincidente
da com a razão universal – o logos, que tudo governa.
• Nesse contexto, um mau sentimento seria um distúrbio da mente a um só
tempo repugnante à razão e contra a natureza.
• A virtude seria, então, a essência de onde as ações moralmente boas
emergem. O verdadeiro bem, então, consiste apenas na virtude.
O Estoicismo Romano
• Apenas para ilustrar, são outros grandes representantes do
estoicismo – particularmente entre os romanos – os
seguintes:
▪ Antípatro de Tiro (Médio Estoicismo)
▪ Atenodoro de Tarso (Médio Estoicismo)
▪ Panécio de Rodes (Médio Estoicismo)
▪ Posidônio (Médio Estoicismo)
▪ Sêneca (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
▪ Epiteto (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
▪ Marco Aurélio (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
▪ Caio Musônio Rufo (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
▪ Júnio Rústico (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
▪ Hiérocles (Estoicismo Romano ou Novo Estoicismo)
Ética Grega Antiga
O Helenismo: o Cinismo
O Cinismo: Diógenes de Sinope
• Em grego, Διογένης ὁ Σινωπεύς, Diógenes de
Sinope (404-323 a.C.) nasceu em Sinope e faleceu
em Corinto. Do ponto de vista filosófico, ele
refundou o cinismo – que havia sido fundado
primariamente por Antístenes.
• O cinismo de Diógenes tem uma clara orientação
anticulturalista, pois considerou completamente
inútil a pesquisa abstrata e teórica para fins de
alcançar a felicidade.
• O pensador considerava que eram necessários o exemplo e a ação e, por
isso, o seu ensinamento se voltou a uma vida vivida fora de qualquer
convenção e reduzindo as necessidades ao essencial.
• O ideal cínico foi o autarquia, isto é, o do bastar-se a si mesmo e do
tornar-se independe dos outros. A vida cínica se concretizava em
conduta inteiramente livre, em que sem regras, exercia-se o direito à
palavra (parrhesía) e da ação (anáideia). Para alcançar esse objetivo, era
preciso o total desprezo ao prazer e libertar-se dele, tornando-se
independente das necessidades supérflua.
Tarefas
1. Ler no Livro Didático, no Capítulo Teorias Éticas, o tópico
sobre Ética Grega.
2. Ler os textos que vão como anexo:
a) Texto da Ética de Aristóteles;
b) Texto de Epicuro (Carta a Meneceu:
https://abdet.com.br/site/wp-
content/uploads/2014/11/Carta-Sobre-a-Felicidade.pdf).
3. Partindo-se desses textos, fazer uma reflexão (10 a 15 linhas)
sobre a virtude, a amizade e os seus papeis na vida moral
(oportunamente, será cobrada essa atividade para formar nota
de participação. Por isso, deve-se enviá-la, pelo Sigaa, até o
início das atividades do módulo 4).
4. Outras atividades serão requisitadas em conjunto com as aulas
do módulo 4.