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ÉTICA GREGA

Prof. Magno Medeiros

Sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles


ÉTICA GREGA: CENÁRIO HISTÓRICO

Surge no séc. V a.C. em Atenas e outras cidades gregas


Democracia escravista, velha aristocracia, vida pública na pólis
Filosofia política e moral
Grandes mestres: Sócrates, Platão e Aristóteles
OS
SOFISTAS
OS
SOFISTAS

• Sofia (grego) = mestre ou sábio.


• Os sofistas transformam-se em mestres da persuasão, hábeis
na arte da retórica.
• O cidadão passa a intervir ativamente, e a arte de expor e de
argumentar ganha notável importância social.
Põem em dúvida a existência de normas e
verdades universalmente válidas.
Não existe nem verdade e nem erro.
OS SOFISTAS
OS SOFISTAS

Protágoras:

Relativismo
Subjetivismo
(tudo é relativo ao
sujeito).
OS SOFISTAS

Górgias:
Sustenta ser
impossível saber o
que existe e o que
realmente não existe.
SÓCRATES

Por seu pioneirismo, é considerado o “pai” da filosofia


(ou “tataravô” da filosofia).
SÓCRATES

• Como os sofistas, despreza a valorização excessiva


pelo conhecimento da natureza e pelo respeito
dogmático às tradições sociais, políticas e religiosas.
• Contestador e irreverente, ele é acusado de corromper
a juventude. Por questionar os valores morais da época,
é condenado à morte através de ingestão de cicuta.
• Ao contrário dos sofistas, rejeita o relativismo absoluto
das ideias e a subjetivismo como estatuto filosófico.
SÓCRATES

• Para ele, o fundamental é o saber sobre o homem.


• “Conhece-te a ti mesmo”. Trata-se de um
conhecimento sobre si próprio, autoconhecimento,
autodomínio por meio da razão.
• Trata-se de um conhecimento universalmente
válido.
• Um conhecimento moral e também prático.
SÓCRATES
• Adversário da democracia ateniense , o filósofo
não se preocupa com as questões políticas.
• A sua preocupação centra-se na busca pela
virtude do conhecimento, única forma de se
atingir a felicidade e o bem.
• Mestre de Platão, seu mais importante aluno.
• A ética socrática é racionalista. Seus pilares são:
– Concepção do bem (felicidade da alma) e do
bom (útil para a felicidade);
– Tese da virtude (conhecimento) e do vício
(ignorância);
– Tese do ensinamento/transmissão da virtude.
SÓCRATES
• Bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam.
• O homem age corretamente quando conhece o bem
e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo.
• Aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e,
consequentemente, acaba feliz.
PLATÃO

Discípulo de Sócrates, ele acredita ser a pólis o


terreno próprio da vida moral.
PLATÃO
• A ética de Platão implica:
- Concepção metafísica: dualismo do mundo
sensível e do mundo das ideias permanentes, que
constituem a verdadeira realidade – ideia do Bem.
- Doutrina da alma: princípio que anima ou move
o homem (razão, vontade/ânimo e apetite).

• Pela razão, a alma se eleva ao mundo das ideias –


mediante a contemplação, à sublimação espiritual.
• Objetivo: purificar ou libertar-se da matéria para
contemplar o que realmente é (ideia do Bem)
PLATÃO

• Virtude da razão: prudência


(governantes com os filósofos)
• Virtude da vontade: fortaleza
(guerreiros)
• Virtude do apetite: temperança
(artesãos e comerciantes)

• A harmonia destas constitui a quarta virtude:


justiça.
PLATÃO
• Desprezo pelo trabalho físico. No Estado, não
há espaço para os escravos.
• O homem é bom enquanto bom cidadão. A ética
desemboca na política. Para ele, o homem se
forma espiritualmente somente no Estado e
mediante subordinação do indivíduo à
comunidade.
ARISTÓTELES
• Discípulo de Platão; preceptor de Alexandre Magno.
• Estagira (384 a.C.) – Atenas, Grécia (322 a.C.)
• Fundou a sua própria escola, o Liceu, onde seus
alunos eram chamados de peripatéticos.
ARISTÓTELES
• Opõe-se ao dualismo platônico entre ideia e
indivíduo. Para ele, não faz sentido essa divisão,
uma vez que ideia somente existe nos seres
individuais.
• Cria a teoria do ato e da potência (dialética
aristotélica).
• O grão é a planta em potência; e a planta, como
ato, é a realização da potência.
• Portanto, a mudança universal é a passagem da
potência ao ato.
• O homem é atividade: passagem potência/ato.
• Só Deus é ato puro, sem potência.
ARISTÓTELES

• O fim último do homem é a felicidade. A ética


aristotélica está fundada na busca pela felicidade.
• Mas felicidade não é o prazer (hedoné) e nem a
riqueza, é a razão (vida teórica, conhecimento justo
e racional).
• As virtudes não são inatas, mas modos de ser que
adquirem ou se conquistam pelo exercício prático
(virtudes intelectuais e virtudes práticas).
• A virtude é o equilíbrio entre dois extremos
instáveis.
ARISTÓTELES
• O homem é um ser social, um animal político. Ele só
pode viver na pólis.
• O homem não pode viver uma vida moral como
indivíduo isolado, mas como membro da
comunidade.
• A razão é acessível à elite. Os escravos ficam
excluídos da vida social e política.
• A vida moral não é um fim em si mesmo, mas
condição para uma vida verdadeiramente humana:
a vida racional que leva à felicidade.
ARISTÓTELES
• O bem é aquilo que todos desejam (a felicidade).
• Viver bem implica viver de acordo com o espírito
racional. A razão deve orientar a vida cotidiana,
para dominar as paixões e criar bons hábitos.
OBRIGADÃO!!!

magno@ufg.br

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