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ÉTICA GREGA

Prof. Magno Medeiros

Sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles


ÉTICA GREGA: CENÁRIO HISTÓRICO

Surge no séc. V a.C. em Atenas e outras cidades gregas


Democracia escravista, velha aristocracia, vida pública na pólis
Filosofia política e moral
Grandes mestres: Sócrates, Platão e Aristóteles
OS
SOFISTAS
OS
SOFISTAS

• Sofia (grego) = mestre ou sábio.


• Os sofistas transformam-se em mestres da persuasão, hábeis
na arte da retórica.
• O cidadão passa a intervir ativamente, e a arte de expor e de
argumentar ganha notável importância social.
Põem em dúvida a existência de normas e
verdades universalmente válidas.
Não existe nem verdade e nem erro.
OS SOFISTAS
OS SOFISTAS

Protágoras:

Relativismo
Subjetivismo
(tudo é relativo ao
sujeito).
OS SOFISTAS

Górgias:
Sustenta ser
impossível saber o
que existe e o que
realmente não existe.
SÓCRATES

Atenas: 470 a.C./399 a.C.


Por seu pioneirismo,
é considerado o “pai”
(ou “tataravô”) da filosofia.
SÓCRATES

Como os sofistas, despreza a


valorização excessiva pelo
conhecimento da natureza e pelo
respeito dogmático às tradições
sociais, políticas e religiosas.
Ao contrário dos sofistas, rejeita o
relativismo absoluto das ideias e a
subjetivismo como estatuto filosófico.
SÓCRATES

Contestador e
irreverente, ele é
acusado de corromper a
juventude. Por questionar
os valores morais da
época, é condenado à
morte através de
ingestão de cicuta.
• Para ele, o fundamental é o
saber sobre o homem.
• “Conhece-te a ti mesmo”.
Trata-se de um conhecimento
sobre si próprio,
autoconhecimento, autodomínio
por meio da razão.
• Trata-se de um conhecimento
universalmente válido.
• Um conhecimento moral e
também prático.
SÓCRATES

• Adversário da democracia
ateniense , o filósofo não se
preocupa com as questões
políticas.
• A sua preocupação centra-se
na busca pela virtude do
conhecimento, única forma de
se atingir a felicidade e o bem.
• Mestre de Platão, seu mais
importante aluno.
SÓCRATES

A ética socrática é
racionalista. Seus pilares são:
– Concepção do bem
(felicidade da alma) e do
bom (útil para a
felicidade);
– Tese da virtude
(conhecimento) e do vício
(ignorância);
– Tese do
ensinamento/transmissão
da virtude.
SÓCRATES
• Bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam.
• O homem age corretamente quando conhece o bem
e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo.
• Aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e,
consequentemente, acaba feliz.
PLATÃO

Discípulo de Sócrates, ele acredita ser a pólis o


terreno próprio da vida moral.
PLATÃO

• A ética de Platão implica:


Concepção metafísica: dualismo do mundo sensível e do
mundo das ideias permanentes, que constituem a verdadeira
realidade – ideia do Bem.
Doutrina da alma: princípio que anima ou move o homem
(razão, vontade/ânimo e apetite).
PLATÃO

• Pela razão, a alma se eleva ao mundo das ideias –


mediante a contemplação, à sublimação espiritual.
• Objetivo: purificar ou libertar-se da matéria para
contemplar o que realmente é (ideia do Bem)
PLATÃO

• Virtude da razão: prudência


(governantes com os filósofos)
• Virtude da vontade: fortaleza
(guerreiros)
• Virtude do apetite: temperança
(artesãos e comerciantes)
• A harmonia destas constitui a quarta
virtude: justiça.
PLATÃO
• Desprezo pelo trabalho físico. No Estado, não
há espaço para os escravos.
• O homem é bom enquanto bom cidadão. A ética
desemboca na política. Para ele, o homem se
forma espiritualmente somente no Estado e
mediante subordinação do indivíduo à
comunidade.
ARISTÓTELES

Estagira (384 a.C.) – Atenas, Grécia (322 a.C.)


ARISTÓTELES

• Discípulo de Platão; preceptor de


Alexandre Magno.
• Fundou a sua própria escola, o
Liceu, onde seus alunos eram
chamados de peripatéticos.
ARISTÓTELES

• Opõe-se ao dualismo
platônico entre ideia e
indivíduo. Para ele, não faz
sentido essa divisão, uma
vez que ideia somente
existe nos seres
individuais.
• Cria a teoria do ato e da
potência (dialética
aristotélica).
• O grão é a planta em potência; e a planta, como ato, é a
realização da potência.
• Portanto, mudança universal é a passagem da potência ao ato.
• O homem é atividade: passagem potência/ato.
• Só Deus é ato puro, sem potência.
ARISTÓTELES

• O fim último do homem é a felicidade. A ética aristotélica


está fundada na busca pela felicidade.
• Mas felicidade não é o prazer (hedoné) e nem a riqueza,
é a razão (vida teórica, conhecimento justo e racional).
ARISTÓTELES

• As virtudes não são inatas, mas modos de ser que


adquirem ou se conquistam pelo exercício prático
(virtudes intelectuais e virtudes práticas).
• A virtude é o equilíbrio entre dois extremos instáveis.
ARISTÓTELES

• O homem é um ser
social, um animal
político. Ele só pode
viver na pólis.
• O homem não pode
viver uma vida moral
como indivíduo isolado,
mas como membro da
comunidade.
ARISTÓTELES

• A razão é acessível à
elite. Os escravos ficam
excluídos da vida social
e política.
• A vida moral não é um
fim em si mesmo, mas
condição para uma vida
verdadeiramente
humana: a vida racional
que leva à felicidade.
ARISTÓTELES

• O bem é aquilo que todos


desejam (a felicidade).
• Viver bem implica viver de
acordo com o espírito
racional. A razão deve
orientar a vida cotidiana,
para dominar as paixões e
criar bons hábitos.
OBRIGADÃO!

magno@ufg.br

Referência principal: VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

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