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FILOSOFIA

ANTIGA
DISCIPLINA: FILOSOFIA - SEMANA 3

POR PROFª. DRª. FRANCISCA PIRES


PLATÃO

• Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga,
conheceu o filósofo Sócrates, pensador que foi o seu mestre iniciador na Filosofia, mentor
intelectual e amigo, em Atenas.
• A influência de Sócrates sobre Platão é tão grande que a maioria dos textos deixados por Platão
é feita de diálogos em que Sócrates é o personagem principal. Platão foi discípulo de Sócrates.
• As ideias socráticas marcaram a trajetória intelectual de Platão, que, por sua vez, foi mestre de
Aristóteles.
A PRODUÇÃO POLÍTICO-FILOSÓFICA DE PLATÃO

• Apesar de viver no auge do período democrático da cidade de Atenas, na Antiguidade, Platão não estava
convencido de que essa fosse a melhor forma de governo.
• Muito de sua má vontade se justificava exatamente porque seu mestre Sócrates – “o homem mais sábio de
todos” – tinha sido condenado à morte por essa mesma democracia.
• Todos os seus escritos foram produzidos após a morte de seu professor e depois de o filósofo também tentar
uma carreira política. Portanto, esses escritos carregaram, de um jeito ou de outro, certo posicionamento
político.
• A partir dessa sua formação e observando de perto toda a sua literatura, até seria possível dizer que toda – ou,
ao menos, grande parte – de sua produção filosófica pode ser, no fundo, lida como um pensamento político em
constante amadurecimento.
• Trata questões organizacionais do Estado, da política como uma preocupação também ética, da criação de um
homem que estivesse interessado em ser correto, não corrompido pelas peculiaridades dos tempos, ou, nos
termos platônicos, um homem livre que buscasse as formulações eternas sobre o belo, o verdadeiro e o bem.
A CONSTRUÇÃO DA CIDADE E SEUS HABITANTES – UMA CONVERSA
ENTRE SÓCRATES E PL ATÃO SOBRE UMA CIDADE UTÓPICA

• PLATÃO – deve ser criada uma polis perfeita que sirva como ideal para todas as cidades.
• SÓCRATES – dizia que o ponto de partida da criação da cidade perfeita é a defesa da especialização. Ele
acreditava que especialistas em apenas uma habilidade ou um ofício são muito mais produtivos nos seus
trabalhos que um não especialista ou alguém que atue em mais de uma frente.
Tal recomendação formou a cama argumentativa de Sócrates para a defesa da justiça individual: alguém
que não está dividido, alguém em equilíbrio entre seus diferentes impulsos, em uma espécie de harmonia
psíquica.
* Em vez de artistas, para povoar tal cidade, Sócrates sugere uma série de profissões mais “úteis” para o
bem de todos e a felicidade geral. E a mais útil de todas, de acordo com o filósofo, é a do guardião, porque,
além de proteger a cidade de ataques externos, é dessa classe que sai, também, o legislador, que poderá
produzir as melhores leis do povoado.
A CONSTRUÇÃO DA CIDADE E SEUS HABITANTES

QUE TIPO DE EDUCAÇÃO AS CRIANÇAS PRECISAM RECEBER PARA SE


TORNAREM BONS GUARDIÕES DA CIDADE IDEAL?
• Sócrates até aceita que sejam contadas certas ficções, algo como mentiras nobres, na criação das crianças que serão
os futuros guardiões. Ele propõe, por exemplo, inventar que os habitantes da cidade ideal são autóctones, isto é – na
tradução da palavra grega que ele quer usar –, nasceram literalmente de dentro da terra, sem mãe nem pai humanos.
Assim, todos os habitantes de tal cidade seriam irmãos.
• A sociedade inteira, por consequência, estaria unida em uma única família, o que nos leva a entender onde se
encontra sua proposta de abolir a família nuclear – essa em que haveria uma mãe e um pai para cada pequeno grupo
social formado com os filhos.
• A justiça, nessa localidade, aparece como uma consequência desse cuidado mútuo.
• Todas as pessoas se percebem como iguais e pertencendo ao mesmo lugar.
• Há um sentimento de harmonia social.
• Sem moldar as almas, diria Sócrates, não se constrói ou se muda uma sociedade.
UMA NOVA FORMA DE ORGANIZAÇÃO E
PODER SEGUNDO SÓCRATES E PLATÃO
• Criticando Atenas por ser uma sociedade “democrática” – e que, apesar de todas as ressalvas já
levantadas, tinha muito mais participação popular que outras cidades da época –, Sócrates
propõe outra forma de organizar os agrupamentos populacionais. Em vez do poder de muitos
(democracia), portanto, de gente pouco especializada – e que podia condenar inocentes, como
no caso socrático –, ou de poucos e ricos (oligarquia); ou em vez de o poder ficar na mão de
apenas uma única pessoa – e essa pessoa querer todo o poder para si (tirania); o poder
deveria ser entregue para uma única pessoa, sim, mas alguém
extremamente especializado, como acontecia com todas as coisas em “sua”
cidade.
UMA NOVA FORMA DE ORGANIZAÇÃO E
PODER SEGUNDO SÓCRATES E PLATÃO
E QUE TIPO DE PESSOA SERIA A MAIS HABILITADA PARA
REINAR POR E PARA TODOS, DE MANEIRA DEMOCRÁTICA (SE PODEMOS
CHAMAR ASSIM), POR CONHECER OS VALORES DE BOM, JUSTO E
VERDADEIRO?
• Sim, ele mesmo: o filósofo! Mas como se transformar em um filósofo? (Pois, sim, era possível
aprender a ser um.)
• Apenas os filósofos escapariam da degradação moral das coisas corriqueiras.
• Segundo Platão, era necessária uma compreensão racional da eterna realidade da verdade, que
poderia ser incentivada por uma educação especial em todas as ciências matemáticas. É nesse
momento que aparece a mais famosa alegoria da história da filosofia.
A ALEGORIA DA CAVERNA

• A Matrix e a Filosofia: https://www.youtube.com/watch?v=MLQiPkfW3yg


• A condição moral e intelectual da humanidade estaria representada pela condição ultrajante da
caverna. Ao conseguir escapar dessa condição para enxergar o mundo como ele é, sem
qualquer impedimento, é que seria possível ver as verdades eternas. O sol representaria o ideal
de bem – principal critério para se avaliar todas as demais coisas.
• Há uma explícita intenção de Platão de reforçar a importância de uma ética interna forte para a
produção de um governante ideal, que, por consequência, produziria uma cidade politicamente
estável, unida e harmônica.
SITUAÇÃO PROBLEMA
• Entre os anos de 2013 e 2016, o Brasil conheceu as maiores manifestações populares de sua história.
Desde a década de 1980, não se via tantos brasileiros irem às ruas por questões políticas, sociais e
econômicas. Ao longo da história a divergência de percepções, projetos e expectativas é comum aos
grupos políticos e aos movimentos da sociedade civil. Na atualidade, essas diferenças chegaram a tal
nível que a somatória de demandas individuais acabou sufocando os projetos efetivamente coletivos,
tornando difícil qualquer generalização. Com todos os problemas, uma sociedade que admite a diferença e
a pluralidade é sempre preferível a uma sociedade guiada por um único projeto ou ideia de salvação.
• O fato de a nossa sociedade ser caracterizada pela multiplicidade de propostas pode ser
um ganho ou não é possível encontrar várias respostas para os mesmos problemas?
ESTUDO DE CASO: A MERITOCRACIA
• Em relação aos sistemas de estratificação anteriores ao capitalismo, quando a possibilidade
de mobilidade social era rara, a ideia de justiça meritocrática é certamente um avanço, uma
vez que pressupõem uma igualdade formal perante o mercado e as leis. Entretanto, para
que a corrida da meritocracia seja minimamente justa, supõem-se que todos os indivíduos
partam do mesmo ponto e enfrentem os mesmos obstáculos sociais. Obviamente, sabemos
que um jovem criado em uma família de estrutura financeira estável, que teve acesso a
uma boa educação formal, provavelmente terá um desempenho escolar melhor que outros
sujeitos que não tiveram as mesmas vantagens. Os críticos a uma interpretação pura da
meritocracia apontam para o fato de que a corrida não pode ser considerada justa quando
não partimos de pontos semelhantes.
• COMO O CONCEITO DE MERITOCRACIA É VISTO NA
CONTEMPORANEIDADE???
ARISTÓTELES

• Aristóteles foi considerado pela posteridade o mais importante filósofo da Grécia, ao


lado de Platão.
• (Sócrates – Platão – Aristóteles )
• O objetivo de Aristóteles com sua Política é justamente investigar as formas de
governo e as instituições capazes de assegurar uma vida feliz ao cidadão. Por isso
mesmo, a política situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que
buscam o conhecimento como meio para ação.
ARISTÓTELES E A ÉTICA

QUATRO PRINCÍPIOS:
1. A ética é considerada como algo natural, assim como a sociedade é um
dado natural. Nesse ponto, observamos a definição de Aristóteles
segundo a qual o ser humano é um animal racional e político por
natureza.
2. Todas as nossas escolhas e decisões visam alcançar um fim, alcançar
um bem, ou, conforme diz Aristóteles, “Toda arte e toda investigação,
assim como toda ação e todo propósito visam a algum bem”. Uma
ética finalista ou teleológica que deriva do grego telos, fim, propósito.
ARISTÓTELES E A ÉTICA

QUATRO PRINCÍPIOS:
3. A ética é racional. Para Aristóteles, o intelecto exerce uma função
divina (perfeita), a nossa melhor parte, por isso, tudo deve estar
subordinado à razão.
4. A ética vem da natureza. A natureza nos dá a virtude moral que se
aperfeiçoa com o hábito.
ARISTÓTELES

• A ética e a política integram, portanto, o que o filósofo chamou de “ciências práticas”, que estudam a
conduta humana, a construção do homem virtuoso e, consequentemente, do cidadão. Por quê?
Porque o pensamento filosófico de Aristóteles relacionou o homem moralmente bom com o bom
cidadão.
• De acordo com Aristóteles, para ser feliz – esse tipo de felicidade virtuosa, é necessário viver bem
como um ser humano. E, como sempre estamos dentro de algum tipo de comunidade, vivendo
gregariamente, o bem viver tem sempre relação com a organização desse agrupamento de pessoas, o
que reforça o argumento de que ética e política são duas partes da mesma preocupação.
• Ele explica que, muitas vezes, o “bem” é um problema social: é determinado pela comunidade em
que você está inserido. O que é bom para um grupo pode ser visto como ruim para outro, e vice-
versa. Esse, inclusive, é mais um argumento para a interconexão entre ética e política.
A ÉTICA PARA ARISTÓTELES
• A finalidade do ser humano é alcançar um bem. Porém, há muitos bens possíveis. Quanto ao ser
humano, há um bem maior que é a felicidade. Aristóteles considerou a felicidade (eudaimonia)
como o maior bem, a finalidade (telos) da vida humana. O conceito de felicidade aparece, portanto,
em Aristóteles, numa relação íntima com a ética, pois a felicidade estaria vinculada a uma função
da alma.
• Assim como o olho tem a função de olhar, o ouvido, de ouvir, qual seria a função da alma? Qual
seria a função do ser humano? A atividade racional, o “exercício da mente é a finalidade específica
do homem e nisto está a sua realização final, a sua felicidade” (PEGORARO, 2006, p. 42).
• Assim, a felicidade está vinculada ao exercício intelectual, mas requer também algumas condições,
tais como: a prática das virtudes, ter amigos, ter boa saúde, suficiência de bens materiais, viver
numa sociedade justa e praticar a meditação filosófica (PEGORARO, 2006).
• A dedicação à meditação filosófica finaliza as condições que o filósofo coloca para a felicidade,
porque representa a busca pela verdade: busca a verdade e evita propagar ideias de senso comum.
ARISTÓTELES – A
SABEDORIA PRÁTICA
• DA REFLEXÃO À PRÁTICA: hábito de praticar a virtude, o agir virtuoso.
• O que significa sabedoria prática?

Um conhecimento que permite discernir, julgar, e que o filósofo definiu como “um estado
racional e verdadeiro de capacidade de agir em relação ao bem humano” (EN, VI, 5; SANDEL,
2011, p. 246). Por isso, a virtude, em Aristóteles, não é apenas um conceito, mas liga-se a uma
postura diante da vida. Trata-se de uma pessoa que realiza atos moderados pela razão, atos que
devem revelar sabedoria e prudência. Vemos, assim, a relação entre o hábito e o conhecimento
para o bem.

• Temos, assim uma “ética das virtudes” ou “ética finalista”.


ÉTICA E POLÍTICA EM
ARISTÓTELES
• Tratar igualmente os
iguais.
• Tratar desigualmente os
desiguais, na medida da
sua desigualdade.
FINALIZANDO...

• Vídeo: conceitos de Política, Ética e Felicidade no pensamento aristotélico.

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