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FILOSOFIA Plano de Aula 10: Aula 1 AV1 Primeira questão O pensamento filosófico moderno: Utilitarismo

• O pensamento utilitarista
• Objetivos
• Ao final desta aula o(a) aluno(a) deverá ser capaz de:
• · Identificar em linhas gerais os expoentes do
utilitarismo;
• · Analisar o conceito do bom como útil
• · evidenciar os elementos caracterizadores da ética
utilitarista.
• Estrutura do Conteúdo
• Origens do utilitarismo: - Jeremy Bentham (1748-
1832) - John Stuart Mil (1806-1873)
• Características do utilitarismo: - consequencialismo
- empirismo – finalismo- O bom como útil - princípio
da utilidade - princípio do sacrifício - o cálculo da
felicidade - máxima do utilitarismo.
• Utilitarismo https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/utilitarismo.htm
• Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
• PORFÍRIO, Francisco. "Utilitarismo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/utilitarismo.htm.
• FILOSOFIA
• O utilitarismo foi uma doutrina ética fundada na Inglaterra por Bentham e Mill. Essa doutrina
visa à finalidade ou à consequência de uma ação moral, e não ao modo como ela foi praticada.

FILOSOFIA Plano • “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar”, essa é a principal máxima
utilitarista. O utilitarismo é uma doutrina ética proposta primeiramente por Jeremy
de Aula 10:Aula 1 Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873). Tal doutrina fundamenta-se no princípio
de utilidade, que determina que a ética deve basear-se sempre em contextos práticos, pois o
AV1 Primeira agente moral deve analisar a situação antes de agir, e sua ação deve ter por finalidade
questão O proporcionar a maior quantidade de prazer (bem-estar) ao maior número de pessoas possível
para que seja moralmente correta.
pensamento •
filosófico moderno:
utilitarismo
• Jeremy Bentham
• Bentham foi um economista, jurista e filósofo inglês e o primeiro a teorizar o utilitarismo. Ele
pensou em uma doutrina moral consequencialista, ou seja, que visa às consequências das ações
morais em detrimento das próprias ações morais. O que importa, nesse sentido, é o resultado de
certa ação, e não a própria ação. Isso significa que o agente moral deve estar sempre atento ao
que vai acontecer se fizer algo. Também abre brechas para que o agente moral possa praticar
certas ações que foram, muitas vezes, condenadas pela ética, como a mentira.
• ⇒ Cálculo utilitário: o agente moral deve sempre realizar um cálculo para prever o resultado de
FILOSOFIA Plano sua ação. Entre as possibilidades, o agente deve optar pela ação que proporcione a maior
quantidade de prazer ao maior número de pessoas possível e pela maior quantidade de tempo.
de Aula 10:Aula 1 Quando necessária uma quantidade de dor para alguns para que ocorra o maior número de
prazer, deve-se reduzir ao máximo os danos possíveis (Princípio do sacrifício).
AV1 Primeira
questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• Ética utilitarista de Jeremy Bentham
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-23/etica-utilitarista-de-jeremy-bentham/ Fabio
Brych
• O jurista Jeremy Bentham preferiu o estudo da teoria do Direito em lugar de exercer a profissão de
advogado. Além disto, era economista e filósofo que chefiou um grupo de pensadores ingleses,
entre os séculos XVIII e XIX, que ficou conhecido como grupo de radicais filosóficos ou
“utilitaristas”. Seus componentes pregavam por reformas políticas e sociais, entre elas uma nova
constituição para o país, que foi alcançado no ano da morte de Bentham.
FILOSOFIA Plano • “A primeira lei de natureza, para Bentham, consistiria em buscar o prazer e evitar a dor, sendo
necessário para alcançar tal escopo que a felicidade pessoal fosse alcançada pela felicidade alheia.
de Aula 10:Aula 1 (…) A solução para encontrar a cooperação entre os homens, ele a aponta na e identificação de
AV1 Primeira interesses, factível através da atividade legislativa do governo”.[1]

questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• Para Bentham o cidadão deveria obedecer ao Estado na medida em que a
felicidade geral viria como sua contribuição (obediência). Esta felicidade
geral ou interesse da comunidade em geral, seria como “uma equação”
hedonista, isto é, uma soma dos prazeres e dores dos indivíduos.
• Assim, a teoria do direito natural é substituída pela teoria da utilidade, e o
principal significado dessa transformação é a passagem de um mundo
fictício para o mundo dos fatos (real). É no mundo empírico, afirma
FILOSOFIA Plano Bentham, que é possível a verificação de uma ação ou instituição, sua
utilidade ou não. O direito de livre discussão na crítica é constituída pelo
de Aula 10:Aula 1 que é necessário em primeiro plano.
AV1 Primeira
questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• SUA FILOSOFIA
• Acreditou que uma melhoria gradual do nível de instrução da sociedade, os povos seriam mais
corretos acerca da decisão em escolher a base do cálculo racional para seu próprio benefício em
longo prazo, e consequentemente tomar a decisão mais justa que tendesse cada vez mais a
promover a felicidade geral.
• Nesta linha de pensamento, as leis devem ser socialmente úteis e não meramente para refletir
algo abstrato. Acredita que quando os homens perseguem o prazer e evitam a dor, Bentham
chamou esse procedimento de “a true sacred” (uma verdade absoluta).

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• MORAL X MORALIDADE
• Tanto o conjunto de princípios, valores e prescrições que os homens, de uma
dada sociedade, consideram validos como os atos reais em que aqueles se
concretizam ou encarnam. É necessário ter sempre presente a distinção entre o
plano puramente normativo (o ideal), e o factual (real ou prático), estabelecendo
dois termos para designar respectivamente cada plano: moral e moralidade.
• A moral seria a designação de um conjunto de princípios, normas, imperativos ou
idéias morais de uma época ou de uma sociedade determinada, ao passo que a
moralidade se refere ao conjunto de relações efetivas ou atos concretos que
adquirem um significado moral com respeito a “moral” vigente.

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• Podemos então afirmar que a diferença entre a moral e moralidade corresponde
assim àquela indicada entre a norma e o fato e, como esta não pode ser
negligenciada. a tendência é da moral transformar-se em moralidade, pois a
exigência da realização na essência do próprio normativo; a moralidade é a moral
em ação, a moral prática e praticada.

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• John Stuart Mill https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/utilitarismo.htm
• Mill, por sua vez, aprimorou a teoria do amigo. Ele adicionou ao utilitarismo a noção
de qualidade. A partir de Mill, o utilitarismo passou a ser visto como uma doutrina
que visa ao maior benefício ao maior número de pessoas possível e, quando
necessário, o menor sofrimento possível (Princípio do sacrifício).
• Para ele, a qualidade dos tipos de prazer e dor deve ser levada também em
consideração. Isso opera uma mudança no cálculo utilitário.

FILOSOFIA Plano • ⇒ Cálculo utilitário: o agente moral deve visar, como finalidade, a uma ação moral
que beneficie o maior número de pessoas da melhor maneira e, caso seja necessário
de Aula 10:Aula 1 prejudicar alguém em detrimento da maioria, que os prejuízos sejam os menores
possíveis.
AV1 Primeira
questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• JUSTIÇA SOCIAL
• Diante do conceito comum do bem e do mal, é necessário um juízo de valor que possa efetivamente
abranger todas as condutas individuais, classificando-as e definindo a graduação perante o conjunto
social.
• O utilitarismo utilizando o clássico critério “meritório” na justiça, que aparece em Aristóteles. “De acordo
com este ponto de vista, o critério do mérito é a virtude, e a justiça consiste em distribuir o bem
(felicidade) tendo em conta a virtude.” Sob uma segunda visão, igualitarista (que surge na teoria
democrática) onde o ser é considerado abstratamente, independentemente de suas particularidades :
“dar a cada um, de acordo com sua capacidade; a cada um, de acordo com suas necessidades”.
• Na busca do ideal de justiça, sua teoria também colocou algumas responsabilidades para o Estado. A
primeira obrigação consiste em não deixar povos sofrerem necessidade. Isto significa de garantir um nível
de subsistência mínima, renda para assegurar a sobrevivência de todos os cidadãos e a provisão da
segurança aos indivíduos.

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• A segunda obrigação estatal é incentivar a abundância, de riqueza e a população.
Se a riqueza for constante, a seguir uma população maior reduzirá a riqueza per
capita. Entretanto, Bentham acreditou que uma população abundante é
necessária para a defesa.
• A terceira obrigação é a igualdade dos meios. Pelo princípio da utilidade, uma
determinado percentual de felicidade contribui menos para a utilidade de um
homem rico do que faz a um pobre. Consequentemente, a tributação da renda
para determinar a igualdade é mais desejável. Assim como a perda de serviço
FILOSOFIA Plano público dos ricos será mais do que compensada pelo ganho de serviço público dos
pobres.
de Aula 10:Aula 1
AV1 Primeira
questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• CONCLUSÃO
• A teoria do utilitarismo visa a maior felicidade, não do próprio agente, mas a maior felicidade ao
maior número de pessoas envolvidas "the greatest happiness for the greatest number". Também
é defendida a nobreza de caráter, avaliada e classificada de acordo com extensão de seus efeitos
ao bem comum.
• O comportamento moral manifesta-se na forma de hábitos e costumes. O objetivo do estudo foi a
influência deste fato na confecção da legislação, desde a motivação, sua vigência e eficácia
(efetividade). Insistindo que os indivíduos são os melhores juízes de sua própria felicidade,
Bentham teve uma tendência automática em optar pelo ideal da não interferência por parte do
governo.

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• Referências bibliográficas
• BACQUE, Jorge A. Derecho, filosofia y lenguaje. Buenos Aires: Astrea, 1976
• BENTHAM, Jeremy. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
• DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução a ciência do direito. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.
• FRANKENA, Willian K. Etica. Rio de Janeiro : Zahar, 1969. 143p. (Curso moderno de filosofia). Traducao
de Ethics.
• FREITAS, Juarez. As grandes linhas da filosofia do direito. Caxias do Sul: UCS, 1986.
• MILL, John Stuart. O utilitarismo. São Paulo: Iluminuras, 2000.
• SANCHEZ VASQUEZ, Adolfo. Ética. 14. ed. Rio de Janeiro: Civilizacao Brasileira, 1993.

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• Aplicação Prática Teórica
• O princípio do sacrifício O utilitarismo é uma das teorias mais polêmicas no mundo contemporâneo,
logo não conseguiu ficar imune às críticas mais contundentes ao princípio da utilidade que se baseia
no cálculo da felicidade e no princípio do sacrifício.
• Com base nos conceitos centrais dessa doutrina, leia a manchete "Avião caiu nos Andes e
sobreviventes precisaram comer os mortos, em 1972" - disponível em:
https://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/aviao-caiu-nos-andes-sobreviventes-precisaram-c
omer-os-mortos-em-1972-11124788
acesso em: 18 dez. 2019.

FILOSOFIA Plano • A partir desse caso concreto considere que todos teriam sobrevivido ao acidente e que devido às
condições, decidiram sacrificar um dos sobreviventes para salvar a vida dos demais. Assim.
de Aula 10:Aula 1 responda:
• a) O caso em tela evidencia o cálculo da felicidade e o correspondente princípio do sacrifício? Por
AV1 Primeira quê? Você concordaria com esse princípio?

questão O
pensamento
filosófico moderno:
utilitarismo
• Avião caiu nos Andes e sobreviventes precisaram comer os mortos, em 1972
• Um acidente aéreo ocorrido nos Andes em 1972 provocou um debate mundial em
torno de um dos maiores tabus da Humanidade: o canibalismo. Foi comendo carne
humana, como se soube depois, que os sobreviventes da queda de um Fairchild da
Força Aérea do Uruguai conseguiram resistir durante 69 dias nas montanhas geladas
entre Montevidéu e Santiago, até serem resgatados por helicópteros chilenos. O fato,
chocante, foi explorado à exaustão pela mídia, que ouviu religiosos, psiquiatras, juristas
e médicos.
FILOSOFIA Plano • Depois de 69 dias perdidos na neve, dois jovens conseguiram buscar socorro para
grupo. Antropofagia gera debate mundial entre especialistas, inspirando ainda livros e
de Aula 10:Aula 1 filmes.
AV1 Primeira
questão O
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filosófico moderno:
utilitarismo
• A tragédia dos Andes começou no dia 13 de outubro. Uma falha no motor provocou a queda do
Fairchild quando o avião sobrevoava a cordilheira, com 45 pessoas a bordo: cinco tripulantes e 40
passageiros — jovens jogadores de um time uruguaio de rúgbi, o Old Christians, que faria uma
partida em Santiago, acompanhados de parentes e amigos. Vinte e nove pessoas morreram.
• Os jovens, quase todos filhos de famílias ricas e de classe média alta de Montevidéu, se
organizaram: a água era obtida derretendo-se a neve. Em relação à comida, diante do desespero,
optou-se por uma medida extrema: alimentar-se da carne dos mortos, mantida congelada sob a
neve. Depois de 59 dias nas montanhas, dois dos jovens saíram andando, dispostos a chegar a
algum lugar. Dez dias depois, avistaram um camponês. Fracos para gritar, lançaram uma pedra
com um bilhete, que terminava com um desesperado "por favor, venham nos apanhar".

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• Foram, e o mundo conheceu os momentos de horror por que haviam passado. Por trás do "milagre de
Natal", como inicialmente se tratou do caso, veio à tona a terrível realidade da antropofagia.
• Em 2006, quatro sobreviventes, Gustavo Zerbino, Adolfo Strauch, Moncho Sabella e Roberto Canessa,
voltaram ao local do acidente para homenagear os mortos. O fatídico episódio foi retratado em um
documentário (“Vivos”, de Frank Marshall) e na literatura (“Os sobreviventes – a Tragédia dos Andes”,
do inglês Piers Paul Reed). Em 2010, outro livro, “A Sociedade da Neve”, do escritor uruguaio Pablo
Vierci, reuniu os relatos inéditos e pessoais dos 16 sobreviventes, e foi a primeira vez que todos
concordaram em abrir suas tristes e dolorosas recordações. Todos os anos, no dia 22 de dezembro -
data em que voltaram para casa -, os sobreviventes dos Andes se reúnem para celebrar a vida.

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• Em 2010, quando o Chile e o mundo pararam para acompanhar a dramática tentativa de resgate
dos trabalhadores da mina de San José (no Norte do país), presos a cerca de 700 metros de
profundidade, um grupo de ex-jogadores de rúgbi uruguaios sobreviventes da tragédia dos Andes
foi ao local do desabamento prestar solidariedade e transmitir mensagens de esperança aos
mineiros.
• Sugestão de Gabarito:
• a) Sim. A análise das conexões apresentadas entre o estudo do utilitarismo e a leitura da
manchete considera a hipótese de que todos teriam sobrevivido e que um seria necessariamente
sacrificado para salvar a vida dos demais. A ideia é problematizar o cálculo da felicidade, destacar
o problema do princípio do sacrifício que põe em risco minorias e podemos relembrar a ideia da
frase atribuída ao pensamento de Maquiavel de que os fins justificam os meios.

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