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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ÉTICA E CIÊNCIAS HUMANAS

Novela

Utilitarismo

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Docente:

Maputo, Abril de 2023


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1. Objectivos........................................................................................................1

1.1.1Geral...................................................................................................................1

2. Metodologia...........................................................................................................2

3. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................3

3.1. Noções preliminares sobre o utilitarismo............................................................3

3.2. Princípios fundamentais......................................................................................3

3.3. Pensadores utilitaristas........................................................................................4

3.4. Crítica..................................................................................................................6

4. CONCLUSÃO...........................................................................................................8

5. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO

O utilitarismo pode ser definido como uma corrente filosófica que parte da premissa
de que o objectivo último do ser humano é a felicidade, não somente a individual, mas
também aquela de todos os indivíduos que poderão ser afectados pelas nossas condutas.

Esta corrente de pensamento está fortemente ligada à escola iluminista, tendo em


vista que crê na razão como mecanismo de compreensão do mundo que nos cerca. A sua
grande marca consiste no uso de métodos utilizados pelas ciências naturais às ciências
morais (que analisam as condutas humanas).

Uma primeira característica, ou premissa, do utilitarismo é a de que o ser humano é


um ser cognitivo, capaz de conhecer pela razão (mais no sentido empírico). Benigno Pendás
García afirma que a doutrina utilitarista é, sem exagero, “a mais importante contribuição
inglesa para a história da filosofia moral e também, ao menos no século XIX, para a filosofia
jurídica e política".

1.1. Objectivos

1.1.1Geral
Abordar sobre utilitarismo.

1.1.2. Específicos
 Definir os principais conceitos do tema;
 Compreender sobre as teorias de utilitarismo.

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2. METODOLOGIA

2.1. Instrumentos e técnicas para a recolha de informação

Relativamente a pesquisa exploratória Rodrigues (2007,afirma que são finalidades de


uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores
informações sobre determinado assunto.

 Pesquisa Documental:

Segundo Gil (2000), é muito semelhante à pesquisa bibliográfica. A diferença


essencial entre ambas está na natureza das fontes: enquanto a bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a documental vale-se de materiais
que não receberam, ainda, um tratamento analítico, podendo ser reelaboradas de acordo com
os objectos da pesquisa.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Noções preliminares sobre o utilitarismo


O utilitarismo é uma ética adequadamente denominada de consequencialista, na
medida em que se deve avaliar em cada caso concreto os efeitos das acções para que se
reflicta se tal conduta é eticamente reprovável a partir do critério da utilidade.

Preconiza, então, que as acções humanas devem seguir o princípio da utilidade,


consistente na consideração da quantidade de prazer e dor que as acções provocam aos
indivíduos. As acções devem considerar todos os interesses de maneira que nenhum contra
interesse deva ser desconsiderado, ou tenha preponderância sobre o outro. Além disto, o
número de pessoas atingidas pelas acções é objectos de análise. Busca-se sempre promover a
maior quantidade de prazer possível ao maior número de indivíduos, ao passo que se evita o
desprazer numa proporção inversa.

3.2. Princípios fundamentais


Cinco princípios fundamentais são comuns a todas as versões do utilitarismo:

 Princípio do bem-estar

O “bem” é definido como sendo o bem-estar. Diz-se que o objectivo pesquisado em


toda acção moral se constitui pelo bem-estar (físico, moral, intelectual).

 Consequencialismo

As consequências de uma acção são a única base permanente para julgar a moralidade
desta acção. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos agentes morais, mas pelas
acções, as qualidades morais do agente não interferem no “cálculo” da moralidade de uma
acção, sendo então indiferente se o agente é generoso, interessado ou sádico, pois são as
consequências do ato que são morais. Há uma dissociação entre a causa (o agente) e as
consequências do ato. Assim, para o utilitarismo, dentro de circunstâncias diferentes um
mesmo acto pode ser moral ou imoral, dependendo se suas consequências são boas ou más.

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 Princípio da agregação

O que é levado em conta no cálculo é o saldo líquido (de bem-estar, numa ocorrência)
de todos os indivíduos afectados pela acção, independentemente da distribuição deste saldo.
O que conta é a quantidade global de bem-estar produzida, qualquer que seja a repartição
desta quantidade. Sendo assim, é considerado válido “sacrificar uma minoria”, cujo bem-
estar será diminuído, a fim de aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se
baseia na ideia de compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar dos outros.
Se o saldo de compensação for positivo, a acção é julgada moralmente boa. O aspecto dito
sacrificial é um dos mais criticados pelos adversários do utilitarismo.

 Princípio de optimização

O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que não se apresenta como


algo facultativo, mas sim como um dever.

 Imparcialidade e universalismo

Os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância, quaisquer que


sejam os indivíduos afectados. O bem-estar de cada um tem o mesmo peso dentro do cálculo
do bem-estar geral. Este princípio é compatível com a possibilidade de sacrifício. A
princípio, todos têm o mesmo peso, e não se privilegia ou se prejudica ninguém, a felicidade
de um rei ou de um cidadão comum são levadas em conta da mesma maneira. O aspecto
universalista consiste numa atribuição de valores do bem-estar que é independente das
culturas ou das particularidades regionais. Como o universalismo de Immanuel Kant, o
utilitarismo pretende definir uma moral que valha universalmente.

3.3. Pensadores utilitaristas


 Condillac
Condillac apresenta uma Teoria do Valor fundada na utilidade, contrariamente aos
economistas clássicos que o fundavam no trabalho.

Condillac sugere que o valor das coisas advém da utilidade, o que torna um bem
escasso é a dificuldade em o produzir.

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Portanto como o nome indica, a grande contribuição da crítica Utilitarista foi
exatamente o fundar o valor na sua utilidade.

 Jeremy Bentham

Bentham sugeriu uma forma de quantificar a utilidade em 7 critérios: Intensidade,


Duração, Certeza, Proximidade, Fecundidade, Pureza, Extensão.

 Jean-Baptiste Say
Jean-Baptiste Say recusa-se a acreditar que a produção deva analisar-se como o
processo pelo qual o homem prepara o objeto para o consumo. Segundo Say a produção
realiza-se através do concurso de três elementos, a saber:
 Trabalho

 Capital

 Agentes Naturais (por "agentes naturais" entenda-se a terra, etc.

Tal como Adam Smith, considera o mercado essencial. Esta faceta é facilmente
verificada quando Say afirma que os salários, os lucros e as rendas são preços determinados
pelo jogo da oferta e da procura no mercado de fatores.
Say acredita, diferentemente de Smith, que não há distinção entre trabalho
produtivo e trabalho não produtivo. Adam Smith defendia que o trabalho produtivo era
aquele que era executado com vistas à fabricação de um objeto material, Say defende que
"todos aqueles que fornecem uma verdadeira utilidade em troca dos seus salários são
produtivos".

 David Hume
O utilitarismo em si possui o caráter teleológico herdado da filosofia Aristotélica que
consistia à felicidade o efeito da vida do homem. David Hume em inspeção aos juízos que
dispomos em nossos modos e dos demais conclui[5] que a grandeza do indivíduo está
inserido em atributos considerados úteis para ambos; a si próprio e aos que convivem com
ele.
O filósofo visualiza o útil como algo que impulsiona a um determinado fim, mas
também como algo que pode produzir júbilo. Esta perspectiva de Hume está associada a um
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sistema universal de moralidade, em razão de o indivíduo gozar do estar em meio social e de
notá-lo como algo bom aos homens. Um problema a respeito do utilitarismo em Hume é que
em algumas vezes pensa o útil como algo que leva à felicidade e em outras o caráter de
finalidade, como já citado a cima, teleológico. Essa ambivalência logo propõe dois eixos em
que o filósofo irá trabalhar o conceito do útil, logo, Hume faz uma associação entre prazer,
dor, e felicidade, mas nota à felicidade uma não necessidade de ser obrigatoriamente o alivio
do sofrimento e a obtenção do prazer.

3.4. Crítica
Segundo Judith Butler, o utilitarismo criou uma razão instrumental que nega a vida
daqueles que se interpõem nas necessidades desta filosofia.

 Lei da selva
Os ideólogos do utilitarismo são acusados de promover sem justificativa uma
sociedade superior ou de apoiar a “lei da selva” na economia. Para seus críticos, a ciência
econômica utilitarista reduz o indivíduo a um objeto racional autossuficiente (quando na
verdade os indivíduos são interdependentes com os demais e se esquece das ligações
sentimentais dos indivíduos entre si. Em sua defesa, os utilitaristas, entretanto, podem
indagar se tais críticas não seriam fruto de um profundo desconhecimento da filosofia
utilitarista, indevidamente associada a uma apologia do capitalismo selvagem.

 Incalculabilidade das consequências


Os que se opõem ao pensamento utilitarista veem diversos problemas no cálculo
utilitarista que mede a moralidade por suas consequências, a saber:

Incerteza – Para os críticos, as consequências exatas de um ato não são


determináveis até que ele aconteça de fato. Dentro desta visão, jamais teremos a certeza de
que as supostas consequências de um ato serão suas consequências reais. Assim, um ato
aparentemente inocente poderá então se mostrar imoral à vista de suas consequências reais,
assim como um ato supostamente malvado poderá se revelar moral.

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Infinitude – As consequências formam uma cadeia, como num efeito dominó – se o
ato A causa B, e se B causa C, então o ato A causa C indiretamente. Desta forma, avaliar as
consequências de um ato gera o problema da identificação das suas consequências.

 Desconsideração da violação de direitos


Críticos afirmam que o utilitarismo não reserva a devida consideração à violação de
direitos dos indivíduos, reduzindo-lhes a um estado derivado. Diversos casos providenciados
por críticos como contraexemplos à teoria utilitarista recaem nesta categoria. Por exemplo,
punir um homem inocente para interromper uma rebelião, salvando a vida de muitos.

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4. CONCLUSÃO

Partindo do que dissemos, podemos concluir que a justiça é um nome para certas
exigências morais que, consideradas colectivamente, ocupam um lugar mais elevado na
escala da utilidade (e, por isso, têm uma obrigatoriedade mais forte) do que quaisquer outras,
ainda que possam ocorrer casos particulares em que outro dever social são tão imponentes
que passam por cima das máximas gerais da justiça. Assim, pa1'asalvar uma vida pode não
só ser admissível, mas constituir mesmo um dever, roubar ou tirar à força a comida ou os
medicamentos necessários, ou raptar e forçar a trabalhar o único médico qualificado. Nesses
casos, como não chamamos justiça àquilo que não é uma virtude, dizemos geralmente, não
que a justiça tem de dar lugar a outro princípio moral, mas que, devido a esse outro princípio,
aquilo que é justo nos casos comuns não é justo neste caso particular.

Através desta útil acomodação da linguagem, mantemos a irrevogabilidade da justiça


e poupamo-nos à necessidade de sustentar que podem existir injustiças louváveis. Julgo que
as considerações já aduzidas resolvem a única verdadeira dificuldade da teoria utilitarista da
imoral. Foi sempre evidente que todos os casos de justiça são também casos de conveniência:
a diferença reside no sentimento peculiar que está ligado aos primeiros, mas não aos
segundos.

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5. BIBLIOGRAFIA

 BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos Princípios da Moral e da Legislação.

Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1979.Dias, Julio C. T. Perspectivas da

Psicologia da Religião. Revista Caminhand, 2017..

 GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.

Salgado, Ana Paula Alves. A religiosidade no cuidar de enfermagem. Monografia

Faculdade de Enfermagem da Universidade do Rio de Janeiro, 2006.

 MILL, J, S. Utilitarismm. Hackett Publishing Company, 2001.

 BRAGA, Helmut. Elementos fundamentais da filosofia do direito. Trad. Elisete

Antoniuk. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2002.

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