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HISTÓRIA DA ÉTICA:

Éticas Contemporâneas

Prof. Dr. Marcos Rohling – IFC


O Utilitarismo Ético

O Consequencialismo Moral
O Utilitarismo Ético
• Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) são
dois dos mais notórios pensadores que assentaram as bases do
que se convencionou chamar de utilitarismo em ética.
• Até o século XX a maioria das teorias éticas poderia se colocada
sob duas tradições: consequencialismo e deontologia.
• O consequencialismo, em linhas gerais, propõe que nossas ações visem a
promoção do melhor estado de coisas possível, tanto podendo ser o
melhor para mim (em uma perspectiva perfeccionista individual, por
exemplo) quanto para a comunidade.
• Em suma, ele tanto pode ser individualista quanto altruísta. A
deontologia, por seu turno, é não consequencialista. Há, aqui,
uma primazia do justo/correto em relação ao bem (fim).
• Assim, deontologia prescreve o que deve ser feito, demandando que
respeitemos certas regras (como a lei moral, em Kant). A deontologia
tanto pode ter o foco nos deveres quanto nos direitos.
O Utilitarismo Ético: Bentham
• Fundador do utilitarismo, Jeremy Bentham (1748-1832) é o autor
de uma importante obra, Introdução aos Princípios da Moral e
da Legislação, de 1789.
• Para ele, o princípio fundamental do utilitarismo é: a máxima
felicidade possível para o maior número possível de pessoas.
• No domínio da moral, segundo entendia, os únicos fatos que contam são
o prazer e a dor.
• Alcançar o prazer e evitar a dor: aí estão os únicos motivos para as ações.
E é da máxima importância que não se cometam erros ao avaliar as
consequências agradáveis ou danosas de uma ação.
• O necessário é, em poucas palavras, uma aritmética moral em
grau de fazer com se realizem os cálculos justos.
• Além disso, cabe dizer que Bentham foi contrário ao imperialismo
(julgava total loucura as colônias) e defendeu os direitos dos animais.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► John Stuart Mill
(1806-1873), foi um
pensador britânico.
► Era filho do também
filósofo James Mill
(1773-1836) e afilhado de
Jeremy Bentham
(1748-1832)
► Dedicou-se a diferentes
campos da reflexão, desde
• Foi um ávido defensor do
a economia até a lógica.
direito das mulheres.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► A Ética de Mill é consequencialista, hedonista e teleológica.
► Isso significa que o critério último da moralidade de uma ação é a
sua utilidade e a sua consequência, isto é, a sua capacidade para
propiciar felicidade, prazer ou ausência de dor –
para o maior número de pessoas envolvidas.

► O pensador distingue entre a qualidade e a quantidade dos


prazeres.
► Neste particular, Mill não reduz a felicidade ao prazer sensorial ou
físico. Na verdade, considera superiores os prazeres que resultam
das atividades intelectuais.
► Além disso, a sua ética é consequencialista porque defende que o
valor moral de uma ação depende das suas consequências.
► É teleológica porque determina que toda e qualquer ação moral
tem uma finalidade, vale dizer, a felicidade.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► Da perspectiva do utilitarismo de Mill, a ação é avaliada pelas suas
consequência.
► Isso quer dizer que o motivo e a intenção não são decisivos
pois se referem ao caráter do agente moral e não à ação
praticada
► Assim, a motivação ou a intenção nada têm a ver com a
moralidade da ação.
► Para Mill, o agente moral deve agir de modo a que a sua ação resulte
na maior felicidade ou bem estar possível para o maior número de
pessoas por ela afetadas.
► Em outras palavras, uma ação moral é boa se ela é mais útil, ou seja,
se produzir mais felicidade total.
► Com efeito, se isso não for possível, deve-se, então, tentar
reduzir a infelicidade – consequente individual e
coletivamente.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► A utilidade é o que torna uma ação moralmente valiosa.
► O critério da moralidade de um ato é o princípio da
utilidade. Para o utilitarismo, não há ações
intrinsecamente boas.
► O que há é que as ações são moralmente corretas ou
incorretas conforme as consequências: se promovem
imparcialmente o bem estar, então são boas.
► Somente as consequências as tornam boas ou más. Dessa
perspectiva, não há deveres morais absolutos.
► Com efeito, como se disse, a ética de Mill é teleológica.
► Isto quer dizer que todas as atividades humanas têm um
objetivo último, são meios para uma finalidade, vale
dizer: a felicidade ou o bem estar.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► Por ser uma visão hedonista, o utilitarismo identifica a
felicidade com o prazer ou com o bem estar (que deve ser
otimizado).
► Importa dizer que o utilitarismo não se preocupa apenas com a
felicidade do indivíduo enquanto tal, mas também dos demais –
sem que a felicidade geral seja promovida às custas do agente
► A felicidade individual é tão importante quanto a dos
demais envolvidos: isto é, não há hierarquia de uma em
relação às outras “felicidades”.
► No entanto, para Mill, há prazeres superiores e prazeres
inferiores.
► Dessa feita, não se pode reduzir a felicidade a mera
satisfação dos prazeres físicos. Ao contrário, os prazeres
do espírito e os prazeres intelectuais são superiores.
A Ética Utilitarista: John Stuart Mill
► Por fim, cabe dizer que, nas decisões morais, os agentes
devem ser guiados pelo princípio de utilidade e não pelas
normas ou convenções socialmente estabelecidas.
► O propósito é a maximização do bem estar social
para o maior número de pessoas e menorização da
dor também para o maior número de pessoas.

► Críticas ao Utilitarismo de Mill


► O utilitarismo justifica a prática de ações imorais;
► A sua doutrina é excessivamente imparcial;
► O seu corpo teórico exige demasiadamente do
agente moral;
► Formula uma imagem ideal do agente moral.
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