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em Serviço Social
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Indaial – 2013
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
362.850981
P615e Pieritz, Vera Lúcia Hoffmann
Ética profissional em serviço social/ Vera Lúcia Hoffmann Pieritz.
Indaial : Uniasselvi, 2013.
227 p. : il
ISBN 978-85-7830-817-9
I. Ética profissional.
1.Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que
está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso
material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
OS SENTIDOS DA ÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico, será realizada uma discussão acerca dos
sentidos da ética, perpassando por uma reflexão a respeito da problemática da
moralidade e ética, desvelando o significado e a formação do sujeito ético-moral
e seus fundamentos éticos.
3
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Então, a questão da ética e da moral está além dos seus conceitos preeminentes,
já que é um conceito vivo, moldando-se no nosso comportamento diário que permuta
o conceito para a prática das relações humanas e sociais, pois, na visão de Tomelin e
Tomelin (2002, p. 89) “a ética é uma das áreas da filosofia que investiga sobre o agir
humano na convivência com os outros [...]” e, assim, nosso comportamento ético e
moral são objetos do estudo da própria filosofia, que busca investigar a racionalidade
do comportamento humano perante a sociedade e procura compreender os princípios
fundamentais dos seres humanos que permeiam a nossa vida cotidiana.
4
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
Segundo Solomon (2006, p. 12), “estudar ética não é escolher entre o bem
e o mal, mas é se sentir confortável diante da complexidade moral”, buscando
aprofundar o conhecimento acerca do nosso agir perante a sociedade em que
vivemos, faz-se necessário realizar um estudo das nossas atitudes éticas e morais,
para, assim, podermos refletir e entender essas questões balizares das nossas
atitudes e comportamentos.
5
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
DICAS
Segundo Leyser (2018, p. 4), “o importante é lembrar aqui que moral, ética,
imoral e antiético significam, essencialmente, o bom, o certo, o mau e o errado,
com frequência dependendo se alguém está se referindo às próprias pessoas ou
as suas ações”.
6
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
E
IMPORTANT
Contudo, como saber o que é certo e errado? Se estamos fazemos o bem ou o mal?
FONTE: <https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/428683-escolha-moral-etica-nos-negocios-e-
tentacao>. Acesso em: 24 nov. 2020.
CARACTERÍSTICAS
QUESTÃO
ESPECÍFICAS COMUNS
• O que há de
• A moral se caracteriza pelos PRO-
comum entre elas
MORAL BLEMAS DA VIDA COTIDIANA.
é fazer o homem
• A moral faz pensar as
pensar sobre a
CONSEQUÊNCIAS GRUPAIS,
RESPONSABILI-
adverte para normas culturalmente
DADE das
formuladas ou pode estar
consequências de
fundamentado num princípio ético.
suas ações.
7
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Nesse sentido, tanto a ética como os princípios morais nos devem auxiliar na
reflexão sobre a responsabilidade das consequências advindas de nossas ações perante
o meio familiar e social a que vivemos e convivemos, norteando as nossas decisões de
fazermos o que é certo ou errado, o que faz bem ou mal para nós e para o outro.
8
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
NTE
INTERESSA
9
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
FONTE: <https://definicao.net/wp-content/uploads/2019/05/diversidade-cultural-1.jpg>.
Acesso em: 4 nov. 2020.
DICAS
Agora que você já compreendeu que cada grupo social possui uma
composição diferente de costumes e valores éticos e morais, e que ele foi construído
historicamente pelos integrantes do seu provo, resta compreender o significado
intrínseco da ética.
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TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
Vejamos!
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
De tal modo, que “o valor de ética está naquilo que ela explica – o fato
real daquilo que foi ou é –, e não no fato de recomendar uma ação ou uma atitude
moral” (PIERITZ, 2013, p. 7), pois, a ética está posta para nos explicar o nosso agir
junto à comunidade e grupo social em que vivemos e convivemos.
Ética é a ciência da conduta humana, segundo o bem e o mal, com
vistas à felicidade. É a ciência que estuda a vida do ser humano, sob o
ponto de vista da qualidade da sua conduta. Disto precisamente trata
a Ética, da boa e da má conduta e da correlação entre boa conduta e
felicidade, na interioridade do ser humano. A Ética não é uma ciência
teórica ou especulativa, mas uma ciência prática, no sentido de que
se preocupa com a ação, com o ato humano (ALONSO; LÓPEZ;
CASTRUCCI, 2006, p. 3).
Outro fator que não podemos esquecer, segundo Pieritz (2013, p. 7), “é a
questão de julgar o comportamento dos outros grupos sociais, pois a realidade
cotidiana destes foi formada por outro conjunto de normas e princípios morais,
diferente dos nossos. Mesmo que em alguns aspectos esses princípios se pareçam
com os nossos”.
Após, estas breves reflexões sobre a ética, vale ressaltar que se pode definir
a ética sobre três vertentes, expostas no Quadro 4, vejamos!
12
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
E
IMPORTANT
No que tange aos ideais éticos, principalmente a investigação dos seus fun-
damentos, da sua essência, devemos compreender que a ética está além das normas
socialmente constituídas, pois existem muitos elementos norteadores do compor-
tamento humano, podemos apresentar na Figura 3 algumas de suas características
balizares, para assim elucidar o que compõe o conceito holístico da ética.
13
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
FONTE: A autora
E
IMPORTANT
A ética vai além das normativas impostas, pois leva em consideração a construção
histórica do comportamento humano em sociedade, sua conduta, hábitos e costumes.
Será?
Vejamos:
14
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
De tal modo, são as nossas escolhas que refletem a nossa conduta, do certo
e errado, do bem e do mal, do ético ou do antiético.
ÉTICA E MORAL
Sandro Denis
15
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
16
TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
privilégio de poucos indivíduos. Também diz que na prática ética, nós somos
o que fazemos, ou seja, o homem é moldado à medida que faz escolhas éticas e
sofre as influências dessas escolhas.
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais, era
necessário nos submetermos ao dever. Essa ideia é herdada da Idade Média na
qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o
bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizan-
do, assim, a ideia de dever. Kant afirma que se nos deixarmos levar por nossos
impulsos, apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natu-
reza nos conduz pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas
como instrumentos para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo.
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TÓPICO 1 — OS SENTIDOS DA ÉTICA
O homem é visto como sujeito histórico-social, e como tal, sua ação não
pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente
um dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa
e contribui para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre
os homens. Na ética pragmática, o homem é politicamente ético, – “todos os
aspectos da condição humana têm alguma relação com a política” – há uma
corresponsabilidade em prol de uma finalidade social: a igualdade e a justiça
entre os homens.
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
20
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A moral e a ética estão presentes na nossa vida cotidiana o tempo todo, pois
nossas decisões diárias estão repletas de valores morais e éticos.
• A questão da ética e da moral está além dos seus conceitos postos, já que é um
conceito vivo, moldando-se no nosso comportamento diário que permuta o
conceito para a prática das relações humanas e sociais.
• Esses valores éticos e morais são concebidos de acordo com a visão de mundo
de cada um, dentro do seu contexto social, pois cada um de nós possui uma
visão do que é o bem e o mal, do que é certo e errado.
• A ética e a moral são a base norteadora das nossas relações humanas e sociais,
pois é mediante esses princípios que agimos no meio social em que vivemos
e convivemos com o outro.
21
• Tanto a ética como os princípios morais nos devem auxiliar na reflexão sobre
a responsabilidade das consequências advindas de nossas ações perante o
meio familiar e social em que vivemos e convivemos.
• A ética está posta para explicar o nosso agir junto à comunidade e grupo
social em que vivemos e convivemos.
• A ética é considerada uma ciência que estuda a conduta humana, suas normas
e comportamentos reais, para proporcionar a melhoria da qualidade de vida
dos seres humanos.
22
AUTOATIVIDADE
2 A ética é um dos grandes valores que as pessoas têm e, por isso, vemos,
na atualidade, uma população desacreditada em diversas áreas como as
políticas, bancárias, entre outras que, historicamente, trazem condições
conflitantes com os bons costumes e diretrizes éticas das pessoas. Com
base no exposto, analise as sentenças a seguir:
23
24
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
FONTE: <https://gestaodesegurancaprivada.com.br/etica-moral-e-cidadania-o-que-sao/>.
Acesso em: 4 nov. 2020.
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, agora que já compreendes os diversos sentidos
conceituais da ética, suas principais características e fundamentos, sua
problemática junto às questões da moral e a formação do sujeito ético-moral,
chegou o momento para desvelar e compreender as nuances relativas à ética e à
moral na vida cotidiana do ser humano em sociedade.
Vamos relembrar!
25
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
FONTE: A autora
FONTE: <http://meon.com.br/files/media/originals/maos_unidas_representando_os_valores_
morais.jpg>. Acesso em: 4 nov. 2020.
26
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
Vejamos, no Quadro 5, o que Cunha (2011) nos expõe sobre o que é a ética
e a moral:
QUADRO 5 – O QUE É A ÉTICA E MORAL
27
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
28
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
FONTE: A autora
NTE
INTERESSA
FIGURA 7 – ÉTICA
30
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
31
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
FONTE: A autora
• Na moral: uma pessoa imoral, ou seja, um indivíduo que não segue as regras
de conduta socialmente constituídas pelo coletivo social, pelo seu livre
arbítrio. É fazer, ser oposto ou querer o contrário das normas. São avessas a
qualquer código de conduta, por consciência de querer contrariá-la.
o Aqui a palavra-chave é a atitude consciente.
Por fim, agora que aprofundamos nosso conhecimento acerca dos dois
lados desta moeda ética-moral, é importante sedimentarmos esses conhecimentos
adquiridos numa síntese conceitual.
Assim, segue o quadro síntese para a sua reflexão final das concepções e
diferenças da ética e moral.
33
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
FONTE: A autora
3 A ESSÊNCIA DA MORAL
Aqui realizaremos um debate entorno da essência da moral, mas com
embasamentos éticos para a vida cotidiana das pessoas que vivem em sociedade,
procurando desvelar o cerne e coração dessa questão da moral do ser humano.
34
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
Vejamos!
35
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
• sentimentos;
• escolhas;
• desejos;
• atitudes;
• posicionamentos diante da realidade;
• juízo de valor;
• senso moral;
• consciência moral.
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TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
Vejamos!
José Paulo Netto coloca-nos que Agnes Heller menciona que “valor é tudo
aquilo que contribui para explicar e para enriquecer o ser genérico do homem,
entendendo como ser genérico um conjunto de atributos que constituiriam a
essência humana” (PAULO NETTO,1999 apud BONETTI et al., 2010, p. 22-23).
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
• Universal.
UNIVERSALIDADE • O todo.
• Fazer parte de um determinado grupo.
LIBERDADE • Livre-arbítrio.
FONTE: Adaptado de Paulo Netto (1999 apud BONETTI et al., 2010, p. 23)
E
IMPORTANT
38
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
39
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Lembre-se que nós seres humanos vivemos num mundo real, palpável,
pulsante e em constantes transformações, e que constantemente estamos
estabelecendo novas e diversas relações com a própria natureza, este contato
propicia sua própria transformação, modificando-a de acordo com suas
necessidades reais de sobrevivência.
40
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
41
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Conjunto de AVALIAÇÕES de
conduta que nos levam a tomar
Conjunto de SENTIMENTOS de
decisões por nós mesmos, a agir em
indignação, de administração ou de
conformidade com elas e a responder
responsabilidade por nossa conduta
por elas.
ou de outros.
CAPACIDADE DE DECIDIR o
MANEIRA como avaliamos a conduta
que fazer, de justificar as razões
e a ação de outras pessoas.
de nossas decisões e de assumir as
consequências delas.
Embora os conteúdos dos valores variem, podemos notar que estão se referindo
a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o bem.
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TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
Assim, tudo depende da consciência que o ser humano tem dos seus
próprios atos e ações perante o meio em que vive e convive, e que eles são
constituídos historicamente pela sua socialização junto a outras pessoas que estão
ao seu entorno.
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
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TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
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TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
NOTA
Segundo Carvalho (2011, p. 1), esse segundo estágio denota que o ser
humano “age pelo próprio interesse (individualismo), [pois] a obediência consiste
em fazer só aquilo que lhe interessa e até na relação com os outros não é movido
por respeito ou por lealdade, mas pelo interesse de ‘uma mão lava a outra’, uma
troca de favores”.
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
E
IMPORTANT
Segundo Aveline (2019, p. 1, grifos nossos), “os dois estágios iniciais da moralidade
humana são chamados de ‘pré-convencionais’, porque neles não há um código de conduta.
As ações são vistas de modo mais ou menos isolados. Predomina o casuísmo”.
48
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
De tal modo que nossa atitude em relação às ações humanas deva estar
pautada nas normativas socialmente constituídas, e que nos orientam se podemos
ser considerados bons ou maus seres humanos, e se assim agradamos e somos
aprovados socialmente.
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
E
IMPORTANT
De acordo com Aveline (2019, p. 1, grifos nossos), “As etapas três e quatro são
chamadas de ‘convencionais’, porque nelas o indivíduo é sinceramente leal às normas e
às orientações coletivas”.
Que bom que você compreendeu essa questão! Pois, isso é fundamental
para compreender este estágio, como o sexto também.
51
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
• Será que podemos ir além do contrato social instituído, tendo uma visão
ampliada de sua eficácia e propor aprimoramento, quando necessário?
• Como podemos exercer nossa cidadania para proteger o bem-estar coletivo?
NTE
INTERESSA
Exemplos desse nível de moral (assim como do sexto nível) são Mahatma
Gandhi, na Índia, Martin Luther King, nos Estados Unidos e, no Brasil, Chico Mendes, o
defensor da Floresta Amazônica. Os três líderes sociais deram um exemplo de altruísmo
e foram assassinados precisamente por defenderem ideais nobres e uma ética superior,
contrariando as estruturas da ignorância organizada. Na quinta etapa, busca-se um contrato
social eficiente e justo para todos (AVELINE 2019, p. 1).
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TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
• Qual o caminho que podemos trilhar para zelar os princípios éticos universais?
• Com podemos aprimorar os preceitos éticos e morais, para ir além do
socialmente posto?
Alves (2017, p. 1) coloca-nos que “os princípios de justiça e ética são parte da
consciência, sendo questões de escolhas individuais dentro de princípios axiológicos
universais, mesmo que contra as leis e regras socialmente estabelecidas”. Vale
lembrar que “a pessoa desenvolve um padrão moral baseado nos direitos humanos
universais. Quando confrontado com um conflito entre a lei e a consciência, a
pessoa seguirá a consciência, ainda que essa decisão envolva risco pessoal, e tem a
capacidade de ver-se no lugar do outro” (CARVALHO, 2011, p. 1).
Assim, somos incitados a zelar por esta consciência dos princípios éticos
e de justiça universais que refletem as nossas condutas na sociedade em que
estamos inseridos.
53
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
E
IMPORTANT
Prezado acadêmico, para Kohlberg (1981) “nem todos progrediam por esses
estágios. Somente uns poucos (citou Gandhi, Thoureau e Martin Luther King) chegam ao
Estágio 6, mas todos em potencial podem alcançar esses estágios, que progridem conforme
a idade” (ALVES, 2017, p. 1). De acordo com Carvalho (2011, p. 1):
54
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
55
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
ÉTICA E MORAL
UMA REFLEXÃO SOBRE A ÉTICA E OS PADRÕES DE MORALIDADE
OCIDENTAL
Israel Alexandria
56
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
2 A MORAL ARISTOCRÁTICA
A moral aristocrática visa fazer com que o indivíduo se aproxime, cada vez
mais, de um homem ideal e transcendente. Nesse sentido, são morais aristocráticas
a moral judaica, baseada no modelo de homem de fé (Abraão), a moral cristã, no
amor ao próximo (Jesus), a moral platônica, no ascetismo (filósofo-rei), a moral
budista, na eliminação dos desejos (Buda).
Na maioria das vezes, esses modelos ideais são apenas descrições sem
referências a nomes de personagens históricos. A moral aristocrática propõe que
cada indivíduo seja dotado das virtudes adequadas (a palavra virtude vem de
virtu, que significa força) para imitar o modelo ou um ideal de vida proposto. A
felicidade plena é obtida quando o indivíduo realiza o ideal proposto. Quanto
mais virtuoso for o indivíduo, maior o seu grau de felicidade.
57
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Aristóteles (384-322 a.C.) definia o homem ideal como aquele que consegue
pôr em prática tanto a sua animalidade natural como a sua sociabilidade natural,
pois o homem é um animal social por natureza. "Mesmo quando não precisam
da ajuda dos outros, os homens continuam desejando viver em sociedade"
(ARISTÓTELES, s.d., s.p.). Reprimir a animalidade ou a sociabilidade distancia o
homem da felicidade. Para encontrar um termo médio entre essas duas naturezas,
o homem vale-se da razão.
58
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção
de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-
na a ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se
mantenha nos limites impostos pela natureza.
3 A MORAL UTILITARISTA
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UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
seria que as coisas não ocorressem da forma como a história demonstrara. Não
obstante, a tradição nos legou o termo maquiavélico como designativo de um
modelo que se firmou como um dos marcantes exemplos de moral utilitarista: a
que visa um maior número de dias no poder.
60
TÓPICO 2 — A ÉTICA, VALORES, PRINCÍPIOS E A MORAL NA VIDA COTIDIANA
4 A MORAL KANTIANA
61
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
62
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
63
• Uma pessoa amoral, é um indivíduo que não possui ou é deficiente na forma
que conduz seus atos perante a sociedade que vive e convive, pele simples
fato de lhe faltar a compreensão de como agir perante os regramentos
impostos. Possuindo, assim, insuficiência ou carência na sua forma de agir,
na sua atitude e conduta, na sua aplicação da norma, pois não a compreende.
• Uma pessoa antiética, é um indivíduo que possui argumentos no sentido
contrário da consciência coletiva do que é certo e errado, do que é fazer o
bem ou o mal. Demostrando estar em oposição aos atos e costumes gerais da
sociedade em que está inserido, como também é avesso ao estudo dos juízos
de valores constituído historicamente.
• Uma pessoa imoral, é um indivíduo que não segue as regras de conduta
socialmente constituídas pelo coletivo social, pelo seu livre arbítrio. É fazer,
ser oposto ou querer o contrário das normas. São avessas a qualquer código
de conduta, por consciência de querer contrariá-la.
• Fizemos uma breve discussão da gênese da consciência e do senso moral,
discutindo a questão da necessidade deles no desenvolvimento humano em
sociedade.
• Estudamos a questão da classificação dos estágios da consciência ética e do
julgamento moral dos seres humanos, desvelando e buscando compreender
as etapas e níveis da evolução humana.
• A base dos seis estágios da consciência ética e do julgamento moral dos
seres humanos se encontra na sua fase do desenvolvimento intelectual,
para possibilitar o discernimento e compreensão dos fatos e das coisas,
possibilitando seu empoderamento do intelecto e tomadas de decisão, do que
é certo ou errado, do que é fazer o bem, ou o mal.
• Os seis estágios da consciência ética e moral que foram propostos por Kohlberg
(1981), são:
o Primeiro estágio: medo, punição e obediência: denominado como a fase do
medo, punição e obediência, que está norteada por orientações de obediência,
para, assim, evitar a punição, demostrando que o medo de não obedecer ao
socialmente posto, gera temor do castigo que possa ter, e assim segue com
um comportamento de obediência, pois tem medo de ser descoberto que
possa ter feito algo considerado errado pela sociedade que vive e convive.
o Segundo estágio: recompensa: denominado como a fase da recompensa,
estão pautadas no prazer individual, desprovida de malícia, e na transação
ou negociação de barganha para conseguir o que deseja. Ações única e
exclusivamente para satisfação pessoal. O objetivo desse comportamento é a
reciprocidade restrita em obter uma recompensa.
o Terceiro estágio: aprovação social: denominado como a fase da aprovação
social, demostrando que nas relações interpessoais, buscar ser considerado
uma boa pessoa é um bom negócio, para ter um convívio social pleno e
ser aprovado socialmente. Aqui, procuramos nos orientar pelos valores
64
socialmente constituídos, buscando mantê-los íntegros, conforme as
normativas, regras e legislações vigentes, mas sempre no intuito de agradar
o grupo social a que fazemos parte, não pelo simples fato de seguir as
normas. As ações que agradam o coletivo são consideradas boas, e que o
caráter humano é reconhecido por estes atos compartilhados e positivados
nas relações interpessoais.
o Quarto estágio: manutenção da ordem social: denominado como a fase da
manutenção da ordem social, pois, nesta etapa, o nosso comportamento
social é orientado pelas normas, leis, regras e ordem social. Procura manter os
valores e princípios socialmente constituídos. Aqui, é a manutenção das leis
e normas e o respeito às lideranças que propiciam a promoção do bem-estar
social da população, pois, o importante, aqui, sempre será o cumprimento
da lei e da ordem, cumprindo nossos deveres e obrigações com a sociedade
em que fazemos parte, além de respeitar os processos decisórios de nossos
gestores, pois assim proporcionaremos a promoção do bem-estar social.
o Quinto estágio: proteção do bem-estar coletivo: denominado como a fase
da proteção do bem-estar coletivo, demonstrando que é possível realizar
a mudança normativa, desde que devidamente justificada e legal, quem
está nesta fase, consegue enxergar além das normativas postas, pois
procuram aprimorar o contrato social posto. Aqui, neste estágio, as pessoas
se orientam pela melhoria constante do contrato social e suas normativas
institucionalizadas, procurando o exercício do respeito aos direitos civis,
sociais e individuais, no intuito de protegê-las e verificarem sua eficácia, para
angariar a promoção do bem-estar do coletivo social. As pessoas procuram
ir além do socialmente posto, para poder contribuir a melhoria da qualidade
de vida dos cidadãos, pois entendem que somos todos diferentes.
o Sexto estágio: zelo pelos princípios éticos universais: denominado como
a fase do zelo pelos princípios éticos universais, cujas pessoas se orientam
pelos princípios éticos universais, a qual procuram zelar por esses valores
éticos-morais ao longo da história da humanidade, pois se lembra que a
ética reflete os hábitos e costumes gerais de uma sociedade, suas normativas
e convenções, que fora institucionalizada pelo coletivo social, a moral é a
forma que conduzimos nossos atos perante o outro, ou seja, é a conduta em
si. Assim, somos incitados a zelar por esta consciência dos princípios éticos
e de justiça universais que refletem as nossas condutas na sociedade em que
estamos inseridos.
65
AUTOATIVIDADE
I- Ética
II- Moral.
I - Aético.
II - Amoral.
III - Antiético.
IV - Imoral.
( ) Ausência de ética.
( ) Contrário a ética.
( ) Contrário a moral.
( ) Ausência de moral.
66
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) IV – I – III – II.
b) ( ) II – I – III – IV.
c) ( ) I – III – IV – II.
d) ( ) III – II – I – I V.
67
68
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
FONTE: <http://arquidiocesebh.org.br/noticias/etica-entre-o-conhecimento-e-a-acao/amp/>.
Acesso em: 5 nov. 2020.
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico, realizaremos uma reflexão dos dilemas
éticos que vivemos no nosso cotidiano da vida pessoal e profissional, discutindo
a questão da ética na atualidade, perpassando por algumas questões polêmicas
sobre a ética na contemporaneidade, além de fazer algumas reflexões sobre a
ética, a liberdade e o compliance.
Cecília Meireles
69
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Sob este bem comum, na visão de Valls (2003), estamos saindo das
concepções universais, do todo, para um comportamento individualizado,
privado, centralizando nossas ações aos fatos particulares de nossa vida em
sociedade e não somente no contexto ético-moral universal.
Denotando, assim, que o ser humano está muito mais preocupado com
seus direitos e deveres individuais, deixando, muitas vezes, o coletivo de lado,
lembre-se de que os princípios éticos-morais foram constituídos pelo coletivo
social a que pertencemos. Assim, o nosso agir individual continua pautado nessas
normativas sociais universais.
Agora, questionamos:
• compliance;
• as formas de reprodução humana, como a reprodução assistida;
• o aborto;
• a inteligência artificial;
70
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
• a clonagem;
• a corrupção, sonegação;
• a transfusão de sangue nos pacientes de certas religiões;
• o suicídio assistido – eutanásia;
• os alimentos transgênicos, que são geneticamente modificados.
• ter filhos apenas como um meio de ganhar alguma coisa;
• filho órfão já na concepção, por intermédio da reprodução humana além da
vida de um dos pais, a fertilização in vitro;
• a substituição do ser humano pela tecnologia;
• cirurgia robótica;
• terapias alternativas;
• a histerectomia.
UNI
Esta atividade é para você poder refletir sobre eles com seus colegas no próximo encontro!
71
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Vale ressaltar que, nos dilemas das escolhas éticas-morais, perpassam três
questões fundamentais, que são os dilemas dos valores, destinatários e meios.
Vejamos!
Fonte https://www.cubatel.com/blog/actualidad/cuando-llegara-el-nuevo-codigo-de-familia-
-a-cuba/
FONTE: Adaptado de Valls (2003, p. 71)
73
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
DICAS
No entanto, procure debater esse assunto à luz dos princípios éticos e morais já estudados.
74
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
Pieritz (2013, p. 51) expõe que nesse contexto se faz “necessário algumas
reformas políticas e éticas, no que tange às regras de conduta referente ao
modo de aquisição da propriedade e do trabalho. Essa reforma deve partir da
reformulação dos nossos princípios morais e éticos e através da vontade política
de nossos governantes”.
DICAS
Contudo, procure debater esse assunto à luz dos princípios éticos e morais já estudados.
75
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Valls (2003, p. 75) complementa expondo que “os Estados que existem de
fato são a instância do interesse comum universal, acima das classes e dos interesses
egoístas privados e de pequenos grupos. [...] Em outras palavras, o Estado real
resolve o problema das classes, ou serve a um dos lados, na luta de classes?”.
A ÁGUIA E A GALINHA
Sentiu muita pena da jovem águia. Por misericórdia, quase quis sacrificá-
la. Até encontrava razões para isso, visto que matam muitos animais pequenos,
especialmente macacos, preguiças, lebres e patos. Sabia que, na Austrália, as
águias são mortas às centenas por serem prejudiciais aos cangurus e outros
animais pequenos.
76
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
Certo dia, um casal de águias passou por ali. Deu voos rasantes. Ao
perceber as águias no céu, a águia-galinha espalmava as asas e sacudia a cauda.
Seu coração de águia voltava a pulsar aos poucos.
— Águia, nunca deixará de ser águia, estenda suas asas e voe. Vendo
as galinhas, a águia deixou-se cair pesadamente. Fizeram nova tentativa, no
terraço de sua casa, mas não funcionou.
FONTE: BOFF, L. A águia e a galinha. In: TOMELIN, J. F.; TOMELIN, K. N. Do mito para a razão:
uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p.129-130.
77
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Caro acadêmico, faça como a águia, abra suas asas e voe para o alto! Tenha
seu livre-arbítrio em suas escolhas! Compreendendo seus princípios éticos-
morais para ter um comportamento socialmente condizente com os preceitos
preestabelecidos.
O que é a liberdade?
Luísa Guimarães
Todos procuramos a liberdade, sendo que a falta desta apresenta uma das mais
temíveis ameaças. Será que somos realmente livres?
Este é um tema que, mesmo podendo não parecer, é bastante complexo, até para
alguns filósofos. Ninguém aparenta ter a capacidade para responder à “simples” questão:
O que é a liberdade? uma pergunta intrigante que revela a complexidade de toda uma
realidade com a qual não estamos habituados a conviver. Quando fazemos este tipo de
questões a nós próprios, apercebemo-nos de que talvez não prestemos a devida atenção
à maioria dos assuntos que nos rodeiam, dos mais simples aos mais labirínticos e, por
vezes, desprezamo-los quando, na verdade, podem ser dos mais importantes.
A liberdade está intimamente relacionada com a Ética uma vez que, agindo
livremente, nós devemos ser responsabilizados pelos nossos atos e por isso devemos
comportarmo-nos, em sociedade, da melhor forma para que ninguém seja prejudicado.
Este é um assunto que deve ser discutido por todos nós para que possamos ter
um contacto mais cuidado e atento com as diferentes realidades que dão vida ao nosso
mundo e para que possamos entender o outro e agir da melhor forma.
FONTE: <https://osraciociniosdeninguem.blogspot.com/2019/04/o-que-e-liberdade_22.html>.
Acesso em: 25 jun. 2020.
QUADRO 16 – LIBERDADE
79
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Boa leitura!
Liberdade e ética
80
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
81
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Segundo Pieritz (2013, p. 54), “não sabemos se choverá amanhã ou fará sol,
não sabemos realmente o que pode acontecer no dia seguinte e nem o caminho
que vamos tomar daqui para frente”.
Vale ressaltar que toda escolha que fazemos determinará a nossa própria
existência junto ao grupo social que fazemos parte.
82
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Boa Leitura!
Compliance é um termo que tem tido grande repercussão nos últimos anos,
principalmente pelos fatos que têm ocorrido nos meios políticos e com as suas
relações com as empresas. O termo Compliance possui a sua origem do inglês do
verbo to comply, que conforme o Dicionário Collins define, é agir conforme ou
de acordo com uma regra definida, uma norma interna, um comando ou uma
instrução passada.
Conforme destacado por Ribeiro e Diniz (2015, p. 87), compliance tem como
o âmbito o foco empresarial e é uma expressão que se volta para as “ferramentas
de concretização da missão, da visão e dos valores de uma empresa”. As autoras
ainda complementam que “Não se pode confundir o Compliance com o mero
cumprimento de regras formais e informais, sendo o seu alcance bem mais amplo”.
83
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
84
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
• Termos de Confidencialidade.
• Termos de Aceitação e Uso.
• Políticas de Responsabilidade Social e Ambiental etc.
85
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
Como você pôde ver no Quadro 1, são muitos os marcos legais nos quais
uma organização precisa se aprofundar para desenvolver o setor de Compliance, e
esse quadro só traz uma amostra para o seu conhecimento ao iniciar a trabalhar,
se esse for o seu caso.
86
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DA ÉTICA NA ATUALIDADE
87
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O ser humano está muito mais preocupado com seus direitos e deveres
individuais, deixando, muitas vezes, o coletivo de lado, mas lembre-se de
que os princípios éticos-morais foram constituídos pelo coletivo social a
que pertencemos e assim, o nosso agir individual continua pautado nessas
normativas sociais universais.
88
compromisso de pagar uma conta, uma dívida ou, com este mesmo recurso,
colaborar com a melhoria de qualidade de vida de uma família em situação
de vulnerabilidade social. Deixando assim de cumprir com um compromisso
pessoal para amparar o outro.
CHAMADA
89
AUTOATIVIDADE
90
REFERÊNCIAS
ALONSO, F.; LOPEZ, F. G.; CASTRUCCI, P. L. Curso de ética em administração.
São Paulo: Atlas, 2006.
BONETTI, D. A. et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 11. ed.
São Paulo: Cortez, 2010.
CUNHA, S. S. Dicionário Compacto de Direito. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
FREUD, S. No ensaio The Question of Lay Analysis. In: FREUD, S. (Org.). The
Question of Lay-Analysis: an Introduction to Psycho-Analysis 1947. London:
Imago Publishing Co, 2005. Disponível em: http://www.yorku.ca/dcarveth/
LayAnalysis.pdf. Acesso em: 18 nov. 2020.
91
GUIMARÃES, D. T. Dicionário Técnico Jurídico. 19. ed. São Paulo: Rideel, 2016.
92
UNIDADE 2
A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS
DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO
ASSISTENTE SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades
propostas.
93
94
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Com a própria evolução histórica da humanidade, pode-se dizer que,
hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando que
o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços da vida
social do mesmo. Pautando-se neste comportamento que vem se transformando
constantemente, encontramos muitos desafios no exercício profissional do
Assistente Social.
95
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
AUTOATIVIDADE
96
TÓPICO 1 | UNIDADE 2
TUROS
ESTUDOS FU
Você verá, no Tópico 3, A Relação entre Trabalho, Ser Social e Ética, uma reflexão
mais profunda referente à ética no trabalho.
97
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
[...] a ética profissional tem a ver com a imagem que a profissão quer que
seja reconhecida pela sociedade. [...] Em outras palavras, a profissão
constrói, historicamente, uma identidade e adquire uma legitimidade
social tanto a partir da explicação da função social da profissão quanto
dos contornos éticos que assume o trabalho profissional. Esse processo
é atravessado por contradições e tensões que envolvem disputas
políticas e ideológicas na sociedade. Não esqueçamos que o nosso
exercício profissional realiza-se numa sociedade capitalista, logo, há
demandas diferenciadas ou entendimentos diversos do que seja a
função social da profissão, no que concerne aos interesses das classes
em relação. Desse modo, há vários projetos societários em confronto
e o posicionamento da categoria, ao qual nos referimos, expressando
exatamente a opção por um determinado projeto social.
98
TÓPICO 1 | UNIDADE 2
AUTOATIVIDADE
Tudo isto nos leva a fazer a seguinte indagação: Será que quando estou
exercendo minhas atividades laborais, estou reforçando diretamente um projeto
ético de sociedade? Reflita esta questão em um dos encontros presenciais.
O que deve ficar bem claro aqui é que o objeto da prática profissional se dá
no dia a dia de nossa sociedade, ou seja, são nos diversos modos comportamentais
dos homens que se formam as questões sociais, ou seja, o objeto da práxis
profissional do Assistente Social.
99
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
100
TÓPICO 1 | UNIDADE 2
Nos dois casos, de acordo com Brites e Sales (2000, p. 69) “a sociedade é o
outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com poder
total ou nenhum poder sobre nós.”
101
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR 1
ÉTICA NO COTIDIANO
A.Augusta Soares
Ser ético, ter postura ética, é fazer algo que te beneficie e, no mínimo, não
prejudique o “outro”, ou o meio social em que convive.
102
TÓPICO 1 | UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E PROFISSIONALISMO
O Conceito que está na nossa esfera de atuação e que pode ser exercitado
24 horas por dia é entender Ética como “o bem comum”.
103
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
● Legislar em causa própria, por ter acesso a dados de salário da empresa, por
conta da função.
● Avançar o limite saudável entre relação “amistosa” com o cliente para uma
relação próxima e privada.
104
TÓPICO 1 | UNIDADE 2
● Não colaborar com uma ideia ou projeto, por “não gostar” do dono da ideia.
● Ficar passivo e/ou concordar com críticas feitas a colegas e/ou a procedimentos
da empresa.
● Utilizar mala direta da empresa e/ou dados do negócio, para fins particulares.
É bom?
É verdade?
É justo?
FONTE: D’ELIA, Maria Elizabete Silva. Ética e profissionalismo. Disponível em: <www.betedelia.
com.br>. Acesso em: 25 fev. 2009.
105
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
DICAS
● Artigo: Questão Social: Objeto do Serviço Social? De Ednéia Maria Machado. Disponível
em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v2n1_quest.htm>.
106
RESUMO DO TÓPICO 1
Abordamos, neste tópico, as questões fundamentais da ética, no
que tange ao exercício profissional do Assistente Social. Assim, tratamos os
seguintes assuntos:
Hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando
que o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços
da vida social do mesmo, ao longo de sua história.
Compreendemos que “fazer o bem” pode ser considerado uma virtude social.
Todos os nossos atos, que permeiam nosso comportamento social, são frutos
diretos e indiretos de uma consciência social e, esta, por sua vez, constituída
sobre os valores, princípios e hábitos morais do povo que a compõe.
107
A ética proporciona maior visibilidade no esclarecimento da direção social e,
em consequência, da qualificação da prática profissional de uma determinada
sociedade, ou seja, por meio da ética, existe todo um posicionamento social
que forma e determina seus valores, hábitos e princípios e estes, por sua vez,
compõem as normas e diretrizes profissionais do homem.
A vida cotidiana dos seres humanos denota certa alienação dos mesmos ao
sistema societal que estão inseridos, pois, muitas vezes, os seres humanos não
se dão conta que são eles que produzem as riquezas de sua sociedade, por meio
de suas atividades laborativas.
108
AUTOATIVIDADE
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, trabalhar-se-á como se processa o espaço da ética na relação
indivíduo versus sociedade, no qual perpassaremos por alguns aspectos históricos
da construção ética-moral da sociedade. Assim, segundo Barroco (2008b, p. 19):
111
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
FONTE: A autora
112
TÓPICO 2 | UNIDADE 2
113
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR 1
Adotado por Pólipo, Édipo, já adulto, resolve consultar o oráculo sobre sua
origem. O oráculo repete a previsão anterior: Édipo mataria o pai e se casaria com
a mãe. Édipo foge de Pólipo para que não se cumprisse o destino. No caminho
para Tebas, encontra Laio e, numa briga, mata o rei e sua comitiva. Em seguida,
encontra a esfinge, que lhe propõe o enigma que nenhum homem conseguira
responder até então: “Qual é o ser que anda de manhã com quatro patas, no meio
do dia com duas e à noite com três e que, contrariamente à lei mais geral, é mais
fraco quando tem mais pernas?”. Édipo responde: “É o homem que engatinha
quando criança, quando adulto usa suas duas pernas e quando velho usa uma
bengala”. Diante disso, a esfinge morre e os tebanos reconhecem Édipo como rei,
oferecendo-lhe a viúva de Laio como esposa.
Assim, Édipo não teve êxito em suas sucessivas tentativas de fugir do seu
destino. Determinado pelos deuses, o destino não pode ser transformado pelos
homens, como bem mostra Sófocles. Porém, é parte da natureza humana, dizem
também os mitos, questionar o poder dos deuses; por isso, mesmo que a palavra
divina seja revelada através do oráculo, os humanos sempre buscam um desvio
desse caminho “predestinado”.
Mais adiante, veremos como tudo isso tem a ver com a concepção ética
dos gregos, herança fundamental da civilização ocidental.
114
TÓPICO 2 | UNIDADE 2
FONTE: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética: fundamentos sócio-históricos. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2008. p. 47-48.
Então leia com atenção esta leitura complementar 2, pois ela propiciará
um panorama geral desta ética universal.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
INTRODUÇÃO
115
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
ditadura por uma realidade social igualitária e chegaremos até o Brasil dos anos
90 abordando verdadeiros exemplos de cidadania expressa na mobilização da
sociedade por uma política Ética.
A ÉTICA como "[...] reflexão científica, filosófica e até teológica [...]"³ , vem
sendo estudada desde a antiguidade pelos mais renomados filósofos. Sócrates,
consagrado "fundador da moral"4, destacou-se nesta área da filosofia por buscar
em suas indagações, a convicção pessoal dos transeuntes para obter uma melhor
compreensão da justiça. Sócrates acreditava nas leis, mas como pensador capaz de
pôr em prova o próprio subjetivo, às questionava, gerando um descontentamento
aos conservadores gregos da época. A condenação de Sócrates a beber veneno
ainda é um questionamento, cuja resposta possa estar nas entrelinhas dos
argumentos conservadores do poder: "[...] as leis existiam para serem obedecidas
e não para serem justificadas."5
"[...] se o dever parece ser uma imposição e uma obrigação externa, imposta
116
TÓPICO 2 | UNIDADE 2
por Deus aos humanos, é porque nossa bondade foi pervertida pela sociedade
quando criou a propriedade privada e os interesses privados [...]".6
117
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
Hoje, à beira do século XXI, ainda nos deparamos com situações que fogem
aos anseios de uma Ética universal, onde pessoas injustiçadas perdem a vida,
morrem de fome, passam as piores necessidades e situações de constrangimento
por serem negras ou pobres. Instituições como a família, Igreja e organizações
culturais ainda cultivam no seio de suas atividades valores representativos de uma
Ética padrão e de valores condizentes com a noção humanitária de vida, porém por
outro lado, sentimos na pele ações de uma minoria que infringe as normas legais
e ultrapassam as barreiras do Ético na ânsia de adquirir ou conservar seu poder.
Em apoio e como cúmplice deste processo de decadência moral, encontramos os
meios de comunicação de massa. Com enorme força de poder de conscientização,
eles funcionam de maneira a levar aos lares da sociedade, as situações mais
ilusórias e pervertidas do social, fazendo com que seu público caia no abismo
do amoral. Lamentavelmente, a televisão como meio de comunicação que atinge
em maior proporção a população em todas as camadas, desponta na frente como
meio que mais distorce a realidade e infiltra na população a ideologia dominante,
quando ao invés disso, poderia utilizar tal poder no sentido de esclarecer, educar
e conscientizar a população, almejando uma sociedade igualitária onde o branco,
o negro, o rico e o pobre tenham direitos iguais.
118
TÓPICO 2 | UNIDADE 2
BIBLIOGRAFIA
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética, Coleção primeiros passos, 3. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1989.
SOUZA, Herbert de & RODRIGUES, Carla. Ética e cidadania. Coleção polêmica,
4. ed. Moderna, 1994.
RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência. Coleção questões da nossa época.
V.16. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia in filosofia moral. São Paulo: Ática, 1994.
FONTE: MESQUITA, José Carlos S. de. Ética e sociedade: em busca de uma ética universal.
Disponível em: <http://www.doutrina.linear.nom.br/cientifico/Filosofia/%C9TICA%20E%20SO-
CIEDADE.htm>.
DICAS
119
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, trabalhou-se como se processa o espaço da ética na
relação indivíduo versus sociedade, abordando alguns aspectos históricos da
construção ético-moral dos homens em sociedade. Demonstrando que:
Esta constituição advém da história de cada ser humano que vive em sociedade.
Épor meio de nossas atividades humanas que nos constituímos como homens,
perpetuando-nos historicamente.
A autonomia dos homens denota que o ser humano é um ser livre e tem o
poder de escolha.
121
122
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, prezado(a) acadêmico(a), iremos desvendar as questões do
mundo do trabalho, e como o homem, enquanto um ser social se comporta e se
desenvolve como ser social por intermédio do trabalho, além de verificarmos como
a ética está envolvida neste processo.
2 O QUE É TRABALHO?
Pode-se compreender que é por meio do trabalho dos homens que a
sociedade se forma, se organiza tanto política, econômica e socialmente. É o
trabalho que estrutura as nossas relações sociais. O trabalho se torna fundamental
para o desenvolvimento dos princípios ético-morais de uma sociedade, pois é ele
que medeia todas as nossas relações. Em outras palavras, o trabalho é a mola
propulsora da vida em comunidade.
E
IMPORTANT
Lembra da história do LOLO BARNABÉ, de Eva Furnari, que você leu na Unidade
1 deste Caderno? O mesmo demonstra claramente esta transformação da natureza. Então,
aproveite para rever a história. (FURNARI, Eva. Lolo Barnabé. São Paulo: Moderna, 2000).
3 A ÉTICA DO TRABALHO
Com a evolução humana e, em consequência, com a evolução da própria
sociedade, observamos que, por intermédio do trabalho, começou a surgir uma
nova concepção de classe social, denominada burguesia, a qual desenvolve novos
hábitos, princípios e valores morais perante a sociedade, mediando, diretamente,
as relações sociais entre todos os seres humanos.
124
TÓPICO 3 | UNIDADE 2
E
IMPORTANT
125
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
Entretanto, será que, por natureza, os homens são realmente iguais entre
si?
NOTA
Finalizando, podemos entender que esta teoria liberal, por sua vez,
formula e regula suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na
qual estas leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de
compra e venda.
126
TÓPICO 3 | UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR 1
Silvio Gallo
FONTE: GALLO, Silvio (coord.) Ética e cidadania: caminhos da filosofia. Campinas: Papirus, 1999. p.
49.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
Amou daquela vez como se fosse a última Tijolo com tijolo num desenho
Beijou sua mulher como se fosse a última lógico
E cada filho seu como se fosse o único Seus olhos embotados de cimento
E atravessou a rua com seu passo tímido e tráfego
Subiu a construção como se fosse máquina Sentou pra descansar como se
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas fosse um príncipe
Tijolo com tijolo num desenho mágico Comeu feijão com arroz como se
Seus olhos embotados de cimento e fosse o máximo
lágrima Bebeu e soluçou como se fosse
Sentou pra descansar como se fosse sábado máquina
Comeu feijão com arroz como se fosse um Dançou e gargalhou como se fosse
príncipe o próximo
Bebeu e soluçou como se fosse um E tropeçou no céu como se ouvisse
náufrago música
Dançou e gargalhou como se ouvisse E flutuou no ar como se fosse
música sábado
128
TÓPICO 3 | UNIDADE 2
DICAS
129
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
130
RESUMO DO TÓPICO 3
Em se tratando da relação entre trabalho, ser social e ética, demonstramos
que:
É por meio do trabalho dos homens que a nossa sociedade se forma, se organiza
tanto política, econômica e socialmente.
Quando o homem transforma a natureza por meio do trabalho, ele próprio está
se transformando.
Por meio do trabalho, os homens constituem seus laços sociais, pois começam a
pertencer a um determinado grupo social, isto acontece de acordo com o poder
aquisitivo, status que o trabalhador obtém por meio de seu trabalho.
131
Por meio do comportamento humano nas relações do trabalho e seu papel em
sociedade, desenvolve-se a ética do trabalho.
Podemos entender, então, que a teoria liberal, por sua vez, formula e regula
suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na qual estas
leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de compra e
venda.
132
AUTOATIVIDADE
Isto mostra, além do mais, que estais consciente do que possuis; fará
com que pareças um homem tão cuidadoso quanto honesto e isto ainda
aumentará mais o teu crédito.
Você pode perceber que o texto manifesta valores que o autor atribui
ao trabalho. Após essa constatação, responda:
b) Até que ponto esses valores são compatíveis com aqueles propostos pela
ética da modernidade (ética do trabalho)?
133
134
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Verificamos que o homem possui uma necessidade de interagir com os
outros homens em sociedade, pois, por meio do trabalho, o homem produz e
reproduz sua vida na sociedade em que está inserida. Só assim, os seres humanos
desenvolvem sua cultura, hábitos e costumes, além de seu poder de valorar seu
próprio comportamento, decidindo o que é certo ou errado, bom ou mau nas
relações dentro da comunidade de vivência. Desta relação advém as questões
sociais, objeto da prática profissional do Assistente Social, que é regulada por
meio de seu projeto ético-político.
TUROS
ESTUDOS FU
135
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
136
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
FONTE: A autora
• a pobreza;
• o trabalho escravo;
• o trabalho infantil;
• o trabalho informal;
Trabalho
• o desemprego;
• a doença ocupacional;
• a inadimplência;
• entre outros.
• brigas conjugais;
• violência doméstica;
• delinquência juvenil;
• pedofilia;
Família
• estupro;
• divórcio;
• discórdias familiares;
• entre outros.
137
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
• favelas;
• moradores de ruas;
Habitação • movimento dos Sem-Terra (MST);
• reforma agrária;
• entre outros.
• saúde pública;
• alimento;
• fome;
• desnutrição;
• a falta de leitos em hospitais;
Saúde • drogas;
• alcoolismo;
• mortalidade infantil;
• entre outros.
• violência;
• a delinquência juvenil;
Segurança
• criminalidade;
• entre outros.
• a baixa escolarização;
Educação • analfabetismo;
• entre outros.
• a ineficiência da justiça;
Justiça • questão da igualdade de direitos e deveres;
• entre outros.
• analfabetismo político;
• política do Idoso;
Política • política da infância e juventude;
• política da assistência social;
• entre outros.
FONTE: A autora
138
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
DICAS
Como leitura complementar deste tópico, sugiro que você leia o texto intitulado
“A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social”, de José Paulo Netto. Você pode
encontrar este texto no seguinte site: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/
texto2-1.pdf>.
139
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
DICAS
Para aprofundarmos o nosso estudo sobre tudo o que vimos nesse tópico,
sugiro que você leia o seguinte texto:
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. A Questão Social no Brasil. Disponível em: <http://
www.hottopos.com/vdletras3/vitoria.htm>. Acesso em: 27 mar. 2009.
E os seguintes livros:
BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética SÁ, Antônio Lopes de. Ética
e serviço social: fundamentos Profissional. 4. ed.. São Paulo: Atlas,
ontológicos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
2008.
140
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
141
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
Por outro lado, o assistente social necessita ter uma prática sustentada por
uma teoria calcada em certeza, coerências, compromissos e princípios éticos, para
que no cotidiano a prática profissional não se torne um mero “fazer por fazer”,
distanciando assim de uma prática com compromisso ético-político-social.
142
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
Também essa defesa é apresentada por Guerra (2000) que destaca que o
aparecimento do Serviço Social como profissão surge com o agravamento das
expressões da questão social. “O Serviço Social, sendo um trabalho, e como tal
de natureza não liberal, tem nas questões sociais a base de sustentação da sua
profissionalidade e sua intervenção se realiza pela mediação organizacional
de instituições públicas, privadas ou entidades de cunho filantrópico.”
(GUERRA, p. 18).
143
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
O Serviço Social compreendido como uma profissão que tem uma função
social, inserida na divisão social do trabalho, de caráter sociopolítico, interventivo
e crítico, é imprescindível conhecer, discutir sobre qual objeto se debruça, ou seja,
qual o objeto de trabalho a profissão nos dias de hoje?
Tal discussão, ainda presente nos dias de hoje, é compreendido por alguns
autores de formas distintas, o que enriquece a teoria do Serviço Social frente a
discussões de seu objeto.
144
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
145
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
147
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
Nessa direção, o autor Reinaldo Nobre Pontes (1995, p. 16) destaca, para a
ação profissional se manter dentro do estatuto de profissional idade, tem que compor
o suporte de um corpo de conhecimento científico, expresso na seguinte matriz:
148
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
Não pode existir nem na natureza, nem na sociedade nenhum objeto que
neste sentido [...] não seja mediato, não seja resultado de mediações. Deste ponto
de vista, a mediação é uma categoria objetiva, ontológica, que tem que estar
presente em qualquer realidade, independente do sujeito (1979).
149
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
V- CONSIDERAÇÕES FINAIS
150
TÓPICO 4 | UNIDADE 2
As demandas que o Serviço Social tem foco a atender são diversas, portanto
todas emergidas do sistema capitalista, onde a divisão de classe tem sido cada
vez mais fortalecida e diferenciada. Assim o profissional tem várias dimensões
para atender as necessidades que esse sujeito, grupos, comunidades, enfim esse
público requer, como a organização em grupos para o acesso e defesa dos direitos
civis, sociais e políticos; a melhoria das condições de vida da comunidade; a
ampliação de espaços democráticos e participativos, dentre outros.
BIBLIOGRAFIA
151
UNIDADE 2 | UNIDADE 2
NETO, José P. Ditadura e serviço social: uma analise do Serviço Social no Brasil
pós 64, 12. ed., São Paulo, Cortez, 2008.
PONTES, Reinaldo Vieira, Mediação e Serviço Social, São Paulo, Cortez Editora;
Belém, Pa: Universidade da Amazônia, 1995, p. 17.
FONTE: ALMEIDA, Andreia Cristina da Silva. O debate sobre o objeto do serviço social: reflexão
sobre a atuação do serviço social frente à questão social. Disponível em: <http://intertemas.
unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2167/2347>. Acesso em: 20 set. 2011.
152
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico trabalhamos as questões éticas do profissional do Serviço
Social e seu projeto ético-político. Para tanto, abordamos os seguintes assuntos:
● É por meio do trabalho que o homem produz e reproduz sua vida na sociedade
em que está inserido.
153
● A questão social sempre foi a mesma desde os tempos mais remotos da
humanidade, independentemente da classe social.
154
AUTOATIVIDADE
● Reflita
e debata no grande grupo, a partir de sua própria experiência, sobre
as suas escolhas e projetos individuais, além de expor o que você espera da
sociedade em que vive.
155
156
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades
propostas.
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Conduta Profissional do Assistente deverá ser regida por seu Código
de Ética, especialmente, pelos seguintes princípios e valores:
FONTE: A autora
159
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
Princípios Fundamentais
do Código de Ética do
Assistente Social
Projeto Profissional
Cidadania
Movimentos Sociais
Democracia
Qualidade dos serviços
prestados
Equidade e Justiça Social
Indiscriminação
FONTE: A autora
2.1 LIBERDADE
160
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
E
IMPORTANT
“LIBERDADE, essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém
que explique, e ninguém que a entenda.” (Cecília Meireles)
Você, por muitas vezes, deve ter se sentido preso, sem liberdade para
sair de casa ou fazer o que quer. Ou que, muitas vezes, ao ser livre para
querer, acabam-se querendo o que os outros querem que se queira.
[...] A liberdade sempre foi uma questão fundamental na história da
humanidade. Todos nós queremos ser livres. Através da história,
percebemos que muitas pessoas tiveram que pagar um preço alto
pela sua liberdade. Muitos queimados em fogueiras, outros presos,
perseguidos e torturados. Todos necessitam de liberdade. Até os
animais. Você já reparou como o cachorro fica feliz quando o soltamos
para correr?
161
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
162
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
DICAS
Como sugestão, entre no site da ONU/Brasil – Nações Unidas no Brasil, seu link
é: <http://www.onu-brasil.org.br> , e procure mais informações referente a este assunto.
163
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove o contrário.
FONTE: DHNET. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.
dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
2.3 CIDADANIA
FIGURA 10 – CIDADANIA
164
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
165
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
2.4 DEMOCRACIA
FIGURA 11 – DEMOCRACIA
166
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
FIGURA 12 – EQUIDADE
Podemos dizer que a equidade nada mais é do que fazer justiça com
imparcialidade, pois todos os seres humanos possuem direitos e deveres perante
a sociedade em que vivem. Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de
princípios morais, que acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
E
IMPORTANT
Contudo, devemos tomar cuidado, pois muita gente pensa que equidade
é sinônimo de igualdade, mas não é bem assim, pois a equidade é vista por dois
prismas:
167
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
E
IMPORTANT
Devemos olhar o outro, por meio dos olhos dele e não por meio dos
nossos olhos, ou seja, devem-se compreender as diferenças do outro, ver como
ele realmente é, qual são seus princípios e valores morais. Nunca devemos ver o
outro a partir de nossa visão de mundo, de nossos valores morais, pois, assim,
acabamos prejulgando-o.
2.7 PLURALISMO
FIGURA 14 – PLURALISMO
169
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
E
IMPORTANT
170
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
TUROS
ESTUDOS FU
DICAS
171
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
DICAS
172
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
2.11 INDISCRIMINAÇÃO
FIGURA 18 – INDISCRIMINAÇÃO
173
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
NOTA
DICAS
BONETTI, Dilséia Adeodata et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 11ª Edição.
São Paulo: Cortez, 2010.
174
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
LEITURA COMPLEMENTAR
ÉTICA PROFISSIONAL
Necessário se faz lembrar que, quem não tem ética pessoal, não terá
ética profissional.
os costumes;
a condução da vida;
as regras de comportamento.
É justificada pela Moral enquanto esta estabelece regras que são assumidas
pela pessoa, como uma forma de garantir o bem viver, um agir segundo o bem,
remetendo estas regras ao agir humano, aos comportamentos cotidianos, às
escolhas existenciais [...]
A Ética não estabelece regras, mas propõe uma reflexão sobre a ação
humana, sobre sua retidão frente à ordem moral.
175
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
com o cliente/usuário;
com o público;
com seus colegas;
com sua corporação;
com os demais profissionais. (DURAND, p. 85).
4. O que devo fazer e como fazer? Planejo, organizo, sistematizo, avalio minhas
ações? Que resultados produzo? Em benefício de quem?
Só se acomoda e se arrisca a virar fóssil aquele que não tem amor por si
mesmo e pelo próximo.
178
TÓPICO 1 | UNIDADE 3
Lembro aqui a passagem de Lucas, que em seu Capítulo 16, traz a palavra
de Jesus:
“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é
injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes.” (BRASIL, 16:10).
FONTE: FRANKE, Edite Jendreick. Ética Palestra proferida na III Jornada de Estágio do Curso de
Serviço Social da UEPG (PR), Ponta Grossa, 25 set. 2007. Disponível em: <http://www.uepg.br/
uepg_departamentos/deservi/pdf/TEXTOS%20PARA%20REFLEXAO%2002.pdf>. Acesso em: 26
mar. 2009.
179
RESUMO DO TÓPICO 1
Liberdade:
● Observamos que todo homem pode fazer suas escolhas de forma livre e
consciente.
● Vimos que os profissionais do serviço social tomam como uma de suas bases
fundamentais, para a práxis profissional, a LIBERDADE.
Direitos Humanos:
180
Cidadania:
Democracia:
● Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de princípios morais, que
acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
181
Respeito à Diversidade:
● Devemos olhar o outro por meio dos olhos dele e não por meio dos nossos
olhos.
Pluralismo:
Projeto Profissional:
182
Movimentos Sociais:
Indiscriminação:
183
AUTOATIVIDADE
184
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 2
187
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
188
TÓPICO 2 | UNIDADE 3
189
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão e seu
Regulamento;
DICAS
190
RESUMO DO TÓPICO 2
Observamos que o Código de Ética do Assistente Social prediz como se
devem processar, eticamente, as relações diretas com usuários, principalmente
no que se refere aos direitos e deveres gerais do Assistente Social. Portanto,
neste tópico abordamos que:
O Assistente Social poderá exercer sua atividade profissional de forma ética e livre.
O Assistente Social deve realizar sua prática profissional com eficiência, eficácia
e responsabilidade.
Todo Assistente Social deve se abster da prática profissional que seja contra os
princípios fundamentais de sua conduta profissional.
O Assistente Social possui algumas atribuições que não podem ser exercidas,
como:
não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão
e seu Regulamento;
Escreva o que você compreendeu a respeito dos direitos e deveres gerais dos
Assistentes Sociais.
192
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, somente apresentaremos, na íntegra, o Código de Ética do
Assistente Social.
• a profissão;
• o segredo profissional;
193
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
• as associações de classe;
• o trabalho em equipe;
• o segredo profissional;
• as medidas disciplinares.
UNI
Segundo Paiva et. al (APUD BONETTI ET AL, 2010, p. 159-160), “desde a primeira
formulação do nosso Código de ética Profissional, em 1947, até a reelaboração de 1975,
permaneceram vigentes as mesmas concepções filosóficas assentadas no neotomismo,
a partir das quais consagrávamos valores abstratos e metafísicos como “BEM COMUM”
e “PESSOA HUMANA”. E somente com a reformulação de 1986 essas concepções foram
superadas, com a explicitação de PRINCÍPIOS ÉTICOS HISTORICAMENTE SITUADOS:
foram negados conceitos abstratos e indicada a urgência de objetivar os sujeitos históricos
para apreender suas necessidades concretas.”
194
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
Sexta edição: também o código de ética foi revisto em 1992, pelos encontros
estaduais, além da 7ª CBAS, XII ENESS, XX Encontro nacional CFESS/CRESS.
Sétima edição: resolução CFESS N.º 273/93, de 13 março 1993, que Institui
o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais e dá outras providências,
promulgado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). Que primeiramente
apresenta os princípios fundamentais da profissão e depois:
UNI
195
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
196
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
Princípios Fundamentais
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,
opção sexual, idade e condição física.
197
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
198
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
199
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam sendo
exercidos por colega;
200
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
201
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
202
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
c) ser conveniente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código
e com erros técnicos praticados por Assistente Social e qualquer outro
profissional;
203
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia, quando a situação não se
caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional,
ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou
suspeição.
204
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
d) participar de instituição que, tendo por objeto o Serviço Social, não esteja
inscrita no Conselho Regional;
Das Penalidades
a) multa;
b) advertência reservada;
c) advertência pública;
205
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
Artigo 3º – alínea c
Artigo 4º – alíneas a, b, c, g, i, j
Artigo 5º – alíneas b, f
Artigo 6º – alíneas a, b, c
Artigo 8º – alíneas b, e
Artigo 9º – alíneas a, b, c
Artigo 11 – alíneas b, c, d
Artigo 13 – alínea b
Artigo 14
Artigo 16
Artigo 17
Parágrafo único do artigo 18
Artigo 19 – alínea b
Artigo 20 – alíneas a, b
206
TÓPICO 3 | UNIDADE 3
207
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
DICAS
208
RESUMO DO TÓPICO 3
O Código de Ética Profissional do Assistente Social está dividido nos
seguintes capítulos:
Introdução.
Princípios Fundamentais.
209
AUTOATIVIDADE
210
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos os diversos Conselhos de fiscalização do
Serviço Social.
211
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
212
TÓPICO 4 | UNIDADE 3
Comissão de Comunicação:
Busca criar mecanismos para engajar o CFESS na luta pela
democratização da comunicação no Brasil, em diálogo com outros
movimentos sociais, entidades e demais instâncias de trabalhadores/
as organizados/as, buscando assegurar o direito humano à
comunicação como um direito da categoria e da sociedade. Elabora
e coordena estratégias comunicativas que viabilizem e ampliem o
acesso à informação qualificada sobre as causas, pautas e lutas da
categoria, tais como campanhas e veiculação de notícias em rádios,
jornais, informativos, cartilhas, entre outros. Viabiliza edição de
livros, divulgação de eventos e assessoria de imprensa. Tem a
responsabilidade de colocar a voz dos assistentes sociais nos diversos
espaços públicos democráticos disponíveis (rádio, televisão, jornais,
revistas e entre outros). (BRASIL, 2009b, p. 1).
Comissão Administrativo-financeira:
213
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
UNI
214
TÓPICO 4 | UNIDADE 3
215
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
216
TÓPICO 4 | UNIDADE 3
LEITURA COMPLEMENTAR
O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter
aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei nº 3252 de 27 de agosto de
1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 994 de 15 de maio de 19621.
Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização
do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais
(CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).
Esse instrumento legal marca, assim, a criação do então CFAS e dos CRAS,
hoje denominados CFESS e CRESS2. Para efeito da constituição e da jurisdição
dos CRESS, o território nacional foi dividido inicialmente em 10 Regiões,
agregando em cada uma delas mais de um estado e/ ou território (exceto São
Paulo), que progressivamente se desmembraram e chegaram em 2008 a 25 CRESS
e 2 Seccionais de base estadual.
OProcessoderenovaçãodoCFESSedeseusinstrumentosnormativos:OCódigo
de Ética, a Lei de Regulamentação Profissional e a Política Nacional de Fiscalização.
A concepção conservadora que caracterizou a entidade nas primeiras décadas de sua
existência era também o reflexo da perspectiva vigente na profissão, que se orientava
por pressupostos acríticos e despolitizados face às relações econômico-sociais. A
concepção conservadora da profissão também estava presente nos Códigos de Ética
de 1965 e 1975: “Os pressupostos neotomistas e positivistas fundamentam os Códigos
de Ética Profissional, no Brasil, de 1948 a 1975” (Barroco, 2001, p. 95)3.
217
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
218
TÓPICO 4 | UNIDADE 3
Nacionais, onde se elabora a versão final do PL, apresentado desta vez, pelas
deputadas Benedita da Silva e Maria de Lourdes Abadia. O processo legislativo
foi longo em face da apresentação de um substitutivo o que retardou a aprovação
final. O Conjunto CFESS/ CRESS, no entanto, não se deixou abater tendo
acompanhado e discutido o substitutivo nos seus fóruns até a aprovação da Lei
nº 8.662 em 7 de junho de 1993.
219
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
220
TÓPICO 4 | UNIDADE 3
NOTAS
1
Esta data ficou instituída como o Dia do Assistente Social e passou a
ser comemorada anualmente pela categoria profissional com a organização de
eventos pelas suas entidades representativas.
2
Com a aprovação da lei nº 8.662/93, que revogou a nº 3.252/57, as
designações passaram a ser Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e
Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). No decorrer do texto utilizaremos
as novas designações.
3
O primeiro Código de Ética Profissional do Assistente Social foi elaborado
pela ABAS – Associação Brasileira de Assistentes Sociais, em 1948. A partir da
criação do CFAS, em 1962, um novo Código é aprovado em 1965, passando a ter
um caráter legal, assim como as reformulações posteriores em 1975, 1986 e 1993.
4
Resgate desse processo pode ser encontrado em ABRAMIDES, M. B. C.
& CABRAL, M. S.R. O novo sindicalismo e o serviço social. São Paulo, Cortez,
1995 e CFESS. “Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-
político do Conjunto CFESS-CRESS”. In: Serviço Social e Sociedade (50). São
Paulo, Cortez, 1996,
5
Para maior aprofundamento desse processo, consultar Relatório de
Deliberações do 26º. Encontro Nacional CFESS/CRESS (1997) e seus anexos.
REFERÊNCIAS
221
UNIDADE 3 | UNIDADE 3
FONTE: BRASIL. Conselho Federal do Serviço Social – CFESS. Brasília: CFESS, 2009b. Disponível
em: <http://www.cfess.org.br>. Acesso em: 16 mar. 2009.
222
RESUMO DO TÓPICO 4
223
AUTOATIVIDADE
224
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
______. Ética: fundamentos sócio-históricos. 6. ed.. São Paulo: Cortez, 2008b. v.4.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 27. ed.
Petrópolis: Vozes, 1997.
225
FRANKE, Edite Jendreick. Ética Palestra proferida na III Jornada de Estágio do
Curso de Serviço Social da UEPG (PR), Ponta Grossa, 25 set. 2007. Disponível em:
<http://www.uepg.br/uepg_departamentos/deservi/pdf/TEXTOS%20PARA%20
REFLEXAO%2002.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2009.
GONÇALVES, Maria H.B.; WYSE, Nely. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: Ed.
SENAC Nacional, 1997.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Editora
Hucitec, 1987.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 4. ed. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2004.
226
resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro
de 1948. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_
inter_universal.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
SÁ, Antonio Lopes de. Ética profissional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SENAC. DN. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: Ed. SENAC Nacional, 1997.
TELES, Vera da Silva. Questão social: afinal do que se trata? São Paulo em
Perspectiva, São Paulo, v. 10, n. 4, out.-dez,1996.
TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma
dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002.
VÁSQUEZ, Adolfo S. Ética. 26. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
227