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A ÉTICA UTILITARISTA E SUAS IMPLICAÇÕES NA FILOSOFIA POLÍTICA DE


JOHN STUART MILL.
Nicole Prado Bezerra1

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo apresentar o desenvolvimento da ética utilitarista


e seu diálogo com o pensamento político liberal de John Stuart Mill. Num primeiro
momento, veremos uma das primeiras filosofias éticas do bem-estar com os gregos,
mas especificamente em Epicuro. Em seguida, um breve contexto histórico será
apresentado para situar o leitor, sendo possível uma melhor compreensão da
construção e dos desdobramentos desta corrente filosófica. Sob esses aspectos
políticos e éticos, a conclusão dos estudos aqui levantados mostrará que as
interações que os indivíduos tem com os outros são cruciais para o estabelecimento
da sua identidade e atuação voluntária e consciente na sociedade.

Palavras-chave: Utilitarismo; Felicidade; Liberdade; Stuart Mill.

ABSTRACT

The aim of this article is to present the development of utilitarian ethics and its dialog
with the liberal political thought of John Stuart Mill. Firstly, we will discuss one of the
first ethical philosophies of well-being with the Greeks, specifically Epicurus. Next, a
brief historical context will be presented to situate the reader, enabling a better
understanding of the philosophical current. Under these political and ethical aspects,
the conclusion of the studies presented here will show that the interactions that
individuals have with others are crucial for establishing their identity and voluntary and
conscious action in society.

Keywords: Utilitarianism; Happiness; Liberty; Stuart Mill.

1 Acadêmica do Curso de Graduação em Filosofia, na Universidade Federal do Maranhão.


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1. INTRODUÇÃO

Para que uma sociedade viva em harmonia... A busca pela felicidade é a única
coisa que importa? Da antiguidade clássica à contemporaneidade, as discussões em
torno da finalidade de um princípio moral sempre foram persistentes; e é com Jeremy
Bentham e John Stuart Mill que essas abordagens ganham notoriedade na ética
contemporânea. A ética utilitarista, desenvolvida entre os séculos XVIII e XIX, é uma
doutrina que, ao mesmo tempo que se aproxima da filosofia epicurista ao tratar da
busca pela felicidade, difere-se desta quando considera não somente a satisfação
individual, mas leva em conta também o prazer do outro.

Em um contexto de várias revoluções (científicas, sociais e econômicas) as


transformações resultantes desse processo provocaram um abalo também no ethos
da sociedade européia. A moral não se limitava mais em agradar a Deus, nem em se
apoiar em regras pressupostas. A ênfase era a razão, e os filósofos sentiam que
precisavam de um novo conceito de moral. Jeremy Bentham aparece, nesse contexto,
apresentando o utilitarismo como uma doutrina moral; defendendo a existência de
uma só forma de prazer que se diferencia pela proporção. Determina que o princípio
da utilidade ou da “maior felicidade” é fundamental para a moralidade social e “os
sistemas que tentam questionar este princípio são meras palavras e não uma atitude
razoável, capricho e não razão, obscuridade e não luz" (BENTHAM, 1974, p.9).

Para defender o utilitarismo das críticas que estavam surgindo devido as


afirmações de Jeremy Bentham, John Stuart Mill desenvolveu de forma crítica o
utilitarismo de seu padrinho, defendendo que este deve ser avaliado não quantitativamente
(como propunha Bentham) mas qualitativamente. Mill demonstra as diferenças qualitativas
do prazer como uma disposição universal dos humanos e acredita que as ações devem
ser julgadas como certas ou erradas apenas pelos seus resultados. Ações
boas/corretas são aquelas que trazem os melhores resultados, só o que interessa
para um utilitarista são as consequências produzidas por cada comportamento. E por
isso Mill argumenta que o prazer baseado na utilidade é uma medida do bem e do mal e
deve ser o prazer da sociedade como um todo. Uma regra social que permite às pessoas
resolver diferenças e viver em harmonia quando os interesses dos indivíduos e da
sociedade como um todo entram em conflito, e pode ser colocado em prática como um
modelo moral.
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Para que isso ocorra, a liberdade de expressão pode ser fundamental quando opera
de forma complementar com o princípio da utilidade; nessa perspectiva, a total liberdade
sobre si mesmo (contanto que não cause dano aos outros) é a chave para que, na
construção de sua individualidade, um sujeito contribua para o estabelecimento de um
critério moral:

A única parte da conduta de qualquer pessoa pela qual ela responde


perante a sociedade, é a que diz respeito aos outros. Na parte da sua
conduta que apenas diz respeito a si, a sua independência é, por
direito, absoluta. Sobre si, sobre o seu próprio corpo e sua própria
mente, o indivíduo é soberano. (MILL, 2011, p.24)

Assim, este artigo trata da ética e da filosofia política de Mill: Do utilitarismo através da
discussão de que a felicidade individual e o desenvolvimento e bem estar da sociedade
são conciliáveis: argumentos que partem da insatisfação de Mill com o Estado, e que
conduz suas críticas ao mesmo. Além de levantar algumas reflexões críticas sobre o
pensamento do autor, tendo como base as obras “O utilitarismo” e “Sobre a Liberdade”.
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2. O FIM ÚLTIMO DA ÉTICA: DE EPICURO A JEREMY BENTHAM

As filosofias que apontam a busca do prazer e a distância da dor como um


impulso que deveria guiar o comportamento humano tem um longo percurso. Entre os
principais filósofos que colocaram o prazer como sendo um fator determinante de
valores, encontra-se Epicuro (341 a.C.-271 a.C.), que defende a necessidade de
orientar os próprios desejos, na tentativa de alcançar um estado de equilíbrio autêntico
(que os gregos chamavam de “eudaimonia" e que hoje, por exemplo, chamamos de
felicidade).

A teoria ética de Epicuro acredita que a felicidade é o propósito da vida e o bem


fundamental mais elevado. Porém, é importante ressaltar que esses prazeres não são
iguais, mas diferenciam-se. É preciso restringir os desejos, avaliar e escolher com
moderação coisas que proporcionam a felicidade e que afastam a dor para alcançar
a tranquilidade. Acreditava que o tipo de felicidade obtida pela satisfação de certos
desejos não é o propósito da vida, porque esse tipo de prazer é seguido pelo tédio, o
que faz com que o homem se desvie do seu verdadeiro propósito, que é a ausência
de dor.

Epicuro enfatizou que para considerarmos que uma ação seja agradável,
devemos considerar primeiramente os seus efeitos. Ao buscar a felicidade de curto
prazo, também deve-se considerar se é possível obter uma felicidade maior, mais
permanente e mais intensa. Pode-se encontrar essas observações em sua máxima:
“O limite da amplitude dos prazeres é a supressão de tudo que provoca dor. Onde
estiver o prazer e durante o tempo em que ele ali permanecer, não haverá lugar para
a dor corporal ou o sofrimento mental, juntos ou separados” (EPICURO, 2010, p.16).

A partir da transição da idade média para a idade moderna (marcada pelo


renascimento), as novas ideias sobre o mundo e o homem advindas desse contexto
buscaram restaurar os princípios culturais e morais específicos da antiga civilização
grega; e é nesse momento que pode-se encontrar em alguns autores humanistas essa
tentativa de retomar as discussões sobre a busca pelo prazer. Filósofos como Erasmo
de Roterdão (1466-1536) tentaram argumentar que a busca por esse prazer poderia
ser compatível com a vontade de Deus de ver as pessoas felizes. Em sua obra “Elogio
da Loucura” ele ressalta essa questão quando argumenta que buscar viver para Deus
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e como Cristo viveu é o que permite às pessoas entenderem-se, trabalhar sobre si


mesmas e desenvolver suas virtudes:

E assim é que o homem ficará fora de si e não será feliz senão quando, não se
achando mais em si mesmo, receber uma inexprimível felicidade daquele
supremo Bem que tudo atrai a si. Mas, como essa felicidade só pode ser
destruída pela união da alma com o corpo, e sendo a vida dos santos na terra
uma contínua meditação e uma sombra das alegrias inegáveis do paraíso,
resulta que principais a gozar antecipadamente, neste mundo, a recompensa
que lhes é prometida. É bem verdade que, em confronto com a felicidade
eterna, não passa de uma gota de uma sombra a que experimentam os devotos
nesta terra. (ERASMO, 2013, p. 250)

Tal como Erasmo, Thomas Morus (1478-1535) também argumentou sobre a


filosofia hedonista em sua obra “Utopia" quando afirma que a nossa busca por prazer
e felicidade nos levam a agir moralmente. Aqui, alcançar a felicidade é aprender a
desfrutar de prazeres nobres, que enriquecem a alma e que foram concedidos por
Deus.

Já no século XVIII, David Hume publica “Uma Investigação Sobre os Princípios


da Moral". Na obra, o filósofo afirma que há duas formas de experienciar o mundo: por
meio “das impressões sensíveis que experimentamos em nosso cenário interior, e das
ideias que delas resultam" (Hume, 1995, p.10). Partindo desse ponto, Hume acredita
que o que motiva o comportamento moral são os sentimentos, e não a razão. Não
existe, aqui, o “Bem" ou o “Mal" em um ato em si, mas sim nos sentimentos que
surgem quando olhamos para esse; ou seja, o que faz com que algo seja considerado
“errado" ou “correto" são os sentimentos de aprovação ou negação de quem
experiencia, e tudo aquilo que proporciona prazer, pode, para o autor, ser considerado
virtude, e o que causa dor, é vício2. São essas discussões de Hume que contribuem
para que anos depois uma nova corrente filosófica surgisse no Reino Unido: o
utilitarismo.

Durante o iluminismo, a busca pelo conhecimento metodológico e racional foi o


que impulsionou o avanço científico, tecnológico, social, político-econômico, e
também ético. Figuras de destaque desse contexto, como Isaac Newton, Herschel,
Lavoisier (além de outros) trouxeram grandes contribuições na astronomia, mecânica
e química. Na Inglaterra, o advento das máquinas levou à uma nova forma de

2 HUME, 1995.
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produção, o que provocou uma reorganização social mundial. Com a revolução


Francesa, a Europa assistiu o fim dos antigos regimes políticos e a consolidação de
um novo Estado moderno. Muitas colônias da América Central, do Sul e do Norte
lutaram e conquistaram sua independência movidas por esse sentimento de
progresso. Os princípios religiosos que estabeleciam a ordem social foram
inevitavelmente derrubados pelas concepções geradas da época. Assim, a
necessidade de rever os valores éticos no “século das luzes” para substituir a antiga
ordem, também era de extrema importância. Jeremy Bentham, um filósofo inglês que
presenciou esses avanços, deixou sua contribuição ao propor um novo padrão ético
para substituir a religião.

O ser humano costuma desejar o que lhe proporciona prazer, e como animal que
faz parte de um grupo (a sociedade) ele deve buscar também a felicidade dos outros
na sua forma de agir. Dessa forma, uma pessoa que mata por prazer, por exemplo, é
imoral porque a maioria das pessoas abominam esse ato. Pode-se resumir na
máxima: “Maior felicidade possível para o maior número possível”. Influenciado por
autores que também possuíam uma perspectiva hedonista (como os citados nesse
artigo), em “Uma introdução aos princípios da moral e da legislação”, publicada no
ano de 1789, Jeremy Bentham expõe sua teoria utilitarista. Bentham definiu a
felicidade em “materiais e imateriais" (Bentham, 1974, p.26). Ele acreditava que a
natureza coloca as pessoas sob circunstâncias de prazer e de dor e, assim, determina
por um lado, o que é certo e o que é errado e, por outro, o comportamento humano.
Com base nesse fundamento, ele argumentou que a felicidade é boa e a dor é ruim
porque o comportamento das pessoas tende a beneficiar e evitar sofrimento.

Para o filósofo, é possível calcular a proporção de prazer e dor, e a partir disso


prever o comportamento humano. Bentham considerou esse cálculo uma maneira de
demonstrar as consequências de uma atitude como certa ou errada, o que caracteriza
seu utilitarismo como quantitativo, à medida que, para que algo seja moralmente
aceitável, a consequência de uma conduta depende do número de pessoas satisfeitas
com aquilo. Nessa perspectiva, as ações devem ser motivadas tendo em vista o
resultado. Se não roubar é algo bom e se não matar também é algo positivo, é porque
esses comportamentos são úteis. Por isso o utilitarismo é considerado
consequencialista porque são as consequências que proporcionam felicidade que
determinam essa moral.
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3. FELICIDADE E LIBERDADE EM JOHN STUART MILL

Em seus últimos anos de produção intelectual, Jeremy Bentham trabalhou com


muitas pessoas, incluindo John Stuart Mill que, com tão pouca idade, já possuía uma
formação intelectual ímpar. Nascido na Inglaterra do início do século XIX, Stuart Mill
presenciando os acontecimentos de sua época, apresentou suas teorias no campo
econômico, político e também ético. A forma rigorosa que seu pai, James Mill, amigo
e discípulo de Bentham, o educou e o influenciou, tornou Stuart Mill um sucessor na
defesa da corrente utilitarista.

Em “O utilitarismo", Mill afirma que “a felicidade é o único fim da ação humana, e


a sua promoção o teste para julgar toda a conduta humana” (MILL, 2005, p.79).
Contudo, o filósofo apresenta à discussão uma abordagem estreitamente ligada à de
Epicuro: sua noção de qualidade para a felicidade. Enquanto Jeremy Bentham vê no
resultado ético somente o número de indivíduos beneficiados por uma determinada
ação, Stuart Mill aponta que o que realmente importa para esse resultado é, na
verdade, a qualidade que essa ação vai gerar. O autor argumenta que há uma escala
de prazer superior (moral e intelectual “faculdades mentais") e uma inferior (os
“corporais") e, portanto, é necessário diferenciar felicidade (que só os prazeres
superiores podem proporcionar) de satisfação (fruto do prazer físico, momentâneo e
irrelevante); por isso os prazeres superiores são mais valiosos:

É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; é


melhor ser Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito. [...] Pode-se
perguntar se alguém que permaneceu igualmente sensível a ambas as
classes de prazeres alguma vez preferiu calma e informadamente os
inferiores; no entanto, foram muitos os que, em todas as épocas,
sucumbiram numa tentativa ineficaz de os combinar” (MILL, 2005,
p.51-52).

Porém, mesmo que para o filósofo esses prazeres baixos cause excesso e não
desenvolva as qualidades nobres (superiores) de um ser humano, isso é uma questão
de consciência individual, e essa individualidade é reconhecida e defendida dentro do
pensamento político liberal de Mill. Antes mesmo da publicação de “O utilitarismo"
(1861), Stuart Mill já havia defendido a liberdade individual como um fator fundamental
para o desenvolvimento social.
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Em “Sobre a liberdade” (1859), o autor discute a importância, seu valor e os


limites dessa liberdade dentro de uma sociedade: Primeiro, se uma pessoa exerce
sua liberdade (mesmo que isso faça mal à ela mesma) sem prejudicar ninguém, o
filósofo defende que ela tem o direito de fazer. Segundo, se essa pessoa age de forma
que prejudique os outros, então ela deve ser punida. Mill se coloca totalmente a favor
da liberdade individual de expressão e via o Estado e a sociedade (a opinião pública)
como formas de opressão à medida que agem para produzir opiniões consensuais e
universais sobre as coisas, uma tentativa de impor regras e costumes que limitam o
indivíduo; é o que ele chama de “tirania da maioria” (MILL, 2011, p.20). Nessa
perspectiva, o Estado e a sociedade só devem interferir quando as ações desse
indivíduo causar mal aos outros, por exemplo, beber até se embriagar não deve ser
motivo de julgamento e punição, mas beber e dirigir sim (pois isso pode ocasionar um
acidente).

Para Stuart Mill, a individualidade permite que as pessoas tenham a liberdade de


expor seu ponto de vista, e nessa interação de diferentes pensamentos, novas ideias
podem surgir ou uma afirmação que antes era vista como absoluta sobre algo pode
ser revista. Censurar uma opinião não leva ao progresso pois “esquece-se não apenas
os fundamentos da opinião, mas também bastante frequentemente o significado da
própria opinião” (MILL, 2011. P.44). No capítulo III de “Sobre a liberdade", Mill reforça
essa noção de individualidade como um fator fundamental para uma vida feliz. Ou
seja, é essa troca que permite que as pessoas estimulem umas as outras a alcançar
objetivos e prazeres superiores.

Mill defende e reforça a afirmação de Wilhelm Von Humboldt no livro quando fala
da importância da individualidade e da diversidade, e que a combinação das duas cria
originalidade, que ele acredita ser o impulso do desenvolvimento social3. Portanto,
mesmo dentro de uma perspectiva utilitarista, se o Estado não reconhecer a
diversidade individual e a restringir de alguma forma, isso resultará em entravar o
desenvolvimento da sociedade, reduzindo assim a utilidade e felicidade de toda a
sociedade. A diversidade individual é necessária para que a liberdade seja garantida,
e consequentemente a felicidade.

3 MILL, 2011.
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Segundo sua biografia, John Stuart Mill começou a trabalhar para jornais e revistas
quando tinha dezesseis anos. As ideias presentes em “Sobre a liberdade", escrita
muitos anos depois, podem ser vistas na discussão que ele faz ainda jovem ao falar
da imprensa, quando alerta sobre o perigo de futuras possíveis censuras. Na mesma
época, começou a trabalhar na Companhia Britânica das Índias Orientais até 1858,
quando a empresa foi abolida após a revolta dos cipaios. Ao mesmo tempo que Mill,
em suas obras, alega se opor a escravidão e a favor da liberdade feminina (Ideias
muito progressistas para sua época) ele não só justifica o domínio colonial da Índia
pela Companhia das Índias Orientais, para a qual trabalhou durante toda a sua vida,
mas também justifica o domínio imperialista da Rainha Vitória sob os povos que ele,
assim como qualquer outro inglês “civilizado” da elite, considera “bárbaro": “O
despotismo é uma forma legítima de governo quando se lida com bárbaros, desde que
o objetivo seja o seu desenvolvimento, e desde que os meios sejam justificados por
verdadeiramente alcançarem esse fim” (MILL, 2011, p.24).

Se sua ética determina que ações humanas são corretas de acordo com o grau
de utilidade que promove a felicidade e sua defesa rigorosa da liberdade individual
propõe o progresso, então o que poderia levar o autor a acreditar que as imposições
econômicas, culturais e religiosas por meio da força bélica traria felicidade a outros
povos? Se essa “liberdade" e essa “felicidade" não pode ser útil para um grupo
diferente do convencional (o inglês), então Mill se contradiz e não foge das limitações
de sua época.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das discussões levantadas, pôde-se observar que o utilitarismo baseia-se
na busca por felicidade não partindo de uma regra ideal ou intencional (como em
Platão ou Kant), mas numa regra prática (que parte da observação e da experiência).
Nossa conduta pode ajudar a promover a felicidade geral, e é apenas o indivíduo que
tem a palavra final em suas decisões; ele é a base para uma boa sociedade pois é no
exercício de sua liberdade e na construção de sua individualidade que este estando
feliz consigo mesmo e sem provocar mal aos outros, é que o bem estar social
prevalece, segundo essa perspectiva.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENTHAM, J. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação. São


Paulo: Abril, 1974. (Coleção Os Pensadores, v. XXXIV).
EPICURO. Máximas Principais. Trad. João Quartim de Moraes. São Paulo: Loyola,
2010.
ERASMO, D. Elogio Da Loucura. São Paulo: Saraiva, 2013. E-book.
HUME, D. Uma Investigação Sobre os Princípios da Moral. Trad. de José Oscar
de Almeida Marques. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1995.
MILL, John Stuart. Utilitarismo. Trad. e notas Pedro Galvão. (1° ed) – Porto: Porto
Editora, 2005.
MILL, John Stuart. Sobre a Liberdade. Trad. Pedro Madeira. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2011.

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