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RESUMO
O presente ensaio acadêmico tem como principal objetivo trazer questões sobre
como a teoria ética utilitarista terá relação com a teoria política liberal, ao ponto de
que ambos os conceitos trabalham com o bem-estar geral. Para tanto, partiu-se de
uma contextualização das teorias mencionadas trabalhadas por Stuart Mill, com o
intuito de que seja feita a análise e crítica de ambos os conceitos, demonstrando
como ambas se completam e proporcionam o mesmo efeito.
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que Stuart Mill irá trabalhar com o utilitarismo e seu intuito será então
proporcionar uma teoria que revele qual será o tipo de ação que proporciona
felicidade e prazer para todos. Por felicidade, Stuart Mill caracteriza como algo que
proporcione prazer e ausência de dor, já a infelicidade será a dor e a privação de
prazer.
Assim, no decorrer do seu livro, o mesmo caracteriza toda a sua teoria como
uma forma que, inevitavelmente, todos viveriam bem, pois os indivíduos seguiriam
com uma ética e moral e o papel do Estado será elaborar leis e estruturas sociais
que devem seguir com o interesse da felicidade coletiva, assim a educação e a
discussão pública que provém do Estado, deva seguir com a doutrina utilitarista, pois
somente assim o indivíduo terá em seu caráter o intuito de proporcionar o bem geral;
Stuart Mill fez parte não só do utilitarismo, mas também do liberalismo
clássico, ou seja, um conjunto de pensadores e vertentes de pensamento que se
destinavam a discutir a respeito da formação e das funções do Estado, da garantia
das liberdades individuais e assim como da participação política dos cidadãos.
Ademais, diferente do jusnaturalistas que acreditavam na existência de leis
imutáveis e atemporais que garantissem determinados direitos como a vida e a
propriedade os indivíduos, Stuart Mill fez parte do chamado movimento utilitarista,
dessa forma, Mill não acreditava que uma ação ética ou uma ação correta fosse
aquela que estivesse de acordo com os direitos naturais, mas sim aquelas que
levassem a maior felicidade ao maior número de pessoas possível.
3. PROBLEMÁTICA
Stuart Mill acreditava também que a felicidade é subjetiva e por isso cabe ao
indivíduo saber o que é melhor para si próprio e assim saber como deve reger a sua
própria vida, assim sendo, entra-se no conceito de soberania do indivíduo; por conta
da complexidade e da subjetividade da felicidade humana haverá um campo de
garantias e liberdades do indivíduo que nem o Estado e nem a sociedade deve
ultrapassar, ou seja, nem o Estado e nem a sociedade pode dizer para o indivíduo o
que ele deve fazer com a sua mente e com o seu corpo. Entre essas garantias e
liberdades, Stuart Mill deu foco em sua obra sobre a liberdade de expressão, pois
segundo o autor, deve-se garantir a liberdade de expressão das pessoas, visto que
os indivíduos são falíveis e a troca de conhecimento pode levar ao desenvolvimento
individual de cada um, assim como, mesmo que em determinado assunto o indivíduo
saiba que sua esteja certa e a do outro errada, este indivíduo deve permitir que o
outro fale, porque ele ainda pode conter algumas rachaduras em sua resposta e
aproveitar alguma coisa na resposta dos outros, e por último é que o indivíduo deve
permitir a liberdade de expressão justamente pra evitar que determinadas ideias se
tornem dogmas.
Mesmo que Mill defenda as liberdades individuais das pessoas, ele ainda
acredita que existe um limite para essas liberdade e é para isso que ele formula o
princípio do dano, esse princípio diz que o indivíduo deve usufruir de suas liberdades
até o momento em que este gere externalidades negativas as outras pessoas, ou
melhor, prejudique outras pessoas; será neste momento que Mill vai pegar as
aproveitar das ideias do teórico liberal francês Alexis de Tocqueville, que é a
questão da tirania da maioria, ou seja, ambos criticavam a tendência extremamente
igualitária de algumas sociedades, pois isso poderia levar a que muitas pessoas com
a mesma opinião suprimissem opinião de quem pensasse diferente e isso poderia
fazer com que muitas pessoas com a mesma opinião suprimissem a opinião da
minoria e por esse motivo Mill defendia a democracia representativa, pois está teria
a capacidade e a necessidade de representação dos diversos segmentos da
sociedade, para que todos sejam ouvidos garantindo a diversidade de opiniões
porque isso com a antagonismo de opiniões a sociedade iria se desenvolver.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, entende-se que para Stuart Mill, o ato de sufocar a liberdade do
indivíduo e sufocar o antagonismo de opiniões, consequentemente, acaba
sufocando a sociedade e ao voltarmos a considerar a relação do liberalismo com o
utilitarismo, compreende-se que a liberdade do indivíduo será então classificada
como sua felicidade, ou seja, segundo Stuart Mill, o indivíduo possuindo liberdade de
consciência, liberdade de gostos e objetivos e liberdade de um grupo de indivíduos e
todos podem obtê-las sem prejudicar a liberdade do outro, pois segundo a teoria
utilitarista, a conduta deste indivíduo pode ser punida ao ponto que prejudique a
felicidade/liberdade e este que prejudicou o outro passará pela justiça, pois a justiça
será um sistema que demonstra quais as condutas se devem ou não realizar, em
outras palavras, leis constituídas a partir da moralidade construída pela sociedade
com o intuito final de defender o bem geral da sociedade, seus interesses e sua
segurança.
REFERÊNCIAS