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Marize Schons
Na sua obra mais clássica, Ensaio Sobre a Liberdade, Stuart Mill aborda
sobre a complexa interação entre o indivíduo e a sociedade. Considerando a
liberdade um princípio ético superior e fundamental, conclui que a intervenção
do poder sobre a liberdade individual só é legítima quando disposta a prevenir
ou impedir dano a outrem (Macedo, 1995).
John Locke (1689), por sua vez, convivendo com os intensos conflitos
provocados pela Reforma Protestante na Inglaterra, estabelece a tolerância
religiosa como um instrumento para garantir a liberdade. A proposta a favor da
tolerância consiste em um modelo de organização onde é possível distinguir
aquilo que diz respeito à esfera pública da vida do indivíduo em sociedade – e
que por isso diz respeito à lei, à coerção e ao Estado – e aquilo que diz
respeito à esfera privada da vida do indivíduo – que por sua vez corresponde
ao voluntarismo da fé e a vida religiosa.
Seguidor de Locke, Hume critica o jusnaturalismo do seu tempo,
afirmando que as regras de justiça não são inatas à condição humana
(Castilho, 2019, pág. 120), mas pelo contrário, a justiça se trata de um
conhecimento adquirido pela experiência sensível do homem racional.
É por esse motivo que Stuart Mill propõe uma reforma do utilitarismo
clássico ao estabelecer uma nova concepção qualitativa (e não mais
quantitativa) da busca por felicidade.
Apesar de Stuart Mill concordar com Bentham quanto ao princípio de
utilidade na explicação das motivações humanas, seu projeto reformador e
humanista considera a liberdade como o princípio fundamental para guiar o
direito.
Por esse motivo, a sanção precisa ser justificada para se impor sobre a
conduta individual, tendo em vista que o indivíduo passa a ser soberano no seu
domínio privado (Morrison, 2006, pág. 240). A liberdade é necessária inclusive
por permitir o progresso social e a criatividade humana, dimensões limitadas
em uma sociedade baseada na vigilância e no controle totalitário.
Considerações Finais
Bibliografia
MILL, Stuart. Sobre Liberdade e a Sujeição das Mulheres. Cia das Letras: São
Paulo, 2017.