Você está na página 1de 5

Avaliação Formativa - FILOSOFIA

Ano Letivo: 2022/23 Ano de Escolaridade: 11º D


PROFESSOR: João Bairrada Data: 28 / 10/ 2022
E

VERSÃO 1 Q

Para cada um dos itens, de 1 a 10, SELECIONA a alternativa CORRETA. 1

1. Saber escrever com as duas mãos constitui um conhecimento P

A. proposicional.
B. prático.
C. por contacto.
D. argumentativo.
1. Uma crença verdadeira pode, sob certas condições, constituir conhecimento.

2. O conhecimento é sempre uma crença partilhada, considerando que implica um sujeito e um objeto.
3. Uma crença falsa pode, sob certas condições, justificar um conhecimento.
4. Apenas crenças verdadeiras podem ser justificadas.

2. Considera os seguintes enunciados relativos à definição tradicional de conhecimento.


Deve afirmar-se que
A. 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
B. 4 é correto; 1, 2 e 3 são incorretos.
C. 1 é correto; 2, 3 e 4 são incorretos.
D. 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos.

3. De acordo com a definição tradicional de conhecimento,


A. a crença é condição suficiente do conhecimento.
B. uma crença falsa pode ser conhecimento.
C. a justificação é condição necessária do conhecimento.
D. a opinião é condição necessária e suficiente do conhecimento.

4. Em termos gerais, o ceticismo radical pode ser caracterizado como a perspetiva segundo a qual
A. é impossível ter a certeza seja do que for.
B. todas as nossas crenças são falsas.
C. somos enganados pelos sentidos.
D. o conhecimento não precisa de justificação.

5. Sabemos que 4+3=7. Este conhecimento é


A. a posteriori.
B. a priori.
C. empírico.
D. experimental.

T
6. Diz-se que uma proposição é conhecida a posteriori se é conhecida
A. apenas por recurso à experiência.
B. por todas as pessoas.
C. apenas pelos empiristas.
D. apenas por recurso ao pensamento.

7. Considera os casos seguintes.


1. A Beatriz sabe que as laranjas contêm ácido cítrico, porque leu isso num livro de ciências.
2. Embora seja incapaz de o descrever, o Joaquim conhece o sabor das nêsperas, porque as provou.

A. Ambos os casos referem conhecimento a posteriori.


B. Ambos os casos referem conhecimento a priori.
C. O caso 1 refere conhecimento a priori e o caso 2 refere conhecimento a posteriori.
D. O caso 1 refere conhecimento a posteriori e o caso 2 refere conhecimento a priori.

8. Os racionalistas defendem que


A. os sentidos são a única fonte do conhecimento universal e necessário.
B. o conhecimento se fundamenta a posteriori.
C. não há conhecimento a priori.
D. a razão é a única fonte do conhecimento universal e necessário.

9. Todos os empiristas afirmam que


A. existem ideias inatas.
B. o conhecimento verdadeiro deriva da razão.
C. a metafísica é uma ciência.
D. não existem ideias anteriores à experiência.
10. Segundo o fundacionalismo, as crenças básicas
A. são justificáveis por outras crenças.
B. são infalíveis, incorrigíveis e indubitáveis.
C. não são autoevidentes.
D. não se justificam a si mesmas.

11. Considera o texto seguinte.

«Para sabermos alguma coisa, não basta adivinharmos, mesmo que acertemos, por maior que seja a
confiança que depositemos no nosso palpite. Então, além da crença verdadeira, que mais é necessário
para termos conhecimento? Não será ter provas? Isto é, para termos conhecimento, não será necessário
estarmos ligados à verdade daquilo em que acreditamos por razões ou provas que temos para acreditar? E
essas razões ou provas não terão de ser adequadas para justificarem a nossa crença?»
Daniel Kolak e Raymond Martin, Sabedoria sem Respostas: Uma Breve lntrodução à Filosofia, Lisboa, Temas & Debates, 2004, p. 51 (adaptado).

11.1 Qual é a definição de conhecimento discutida no texto?


R: No texto é discutida a definição tradicional de conhecimento, ou seja, do conhecimento como
crença verdadeira justificada.
11.2 «Então, além da crença verdadeira, que mais é necessário para termos
conhecimento?», pergunta o autor. Responde a esta pergunta, apoiando a resposta em
um ou mais exemplos.

R: Ser uma crença verdadeira é uma condição necessária para haver conhecimento, mas
não é suficiente. As nossas crenças, para além de verdadeiras têm de ser justificadas,
ou seja, tem de haver boas razões para acreditar nessas verdades. Estas três condições,
em conjunto, são as condições necessárias e suficientes para ter conhecimento de
acordo com a definição tradicional de conhecimento.
12. Distingue os dois tipos de conhecimento: por contacto e conhecimento proposicional.
R: O conhecimento por contacto é um conhecimento adquirido por contacto direto com coisas,
objetos e estados mentais. O conhecimento proposicional é um tipo de conhecimento de
proposições verdadeiras ou de pensamentos verdadeiros. É um conhecimento factual.

13. Explicita a crítica de Gettier à definição tradicional de conhecimento, apresentando um


exemplo ilustrativo.

R: De acordo com a definição tradicional, o conhecimento é crença verdadeira justificada. Edmund Gettier
contestou esta definição, apresentando contraexemplos que pretendem mostrar a possibilidade de termos
uma crença verdadeira justificada sem que tal crença seja conhecimento, ou seja, ainda que se verifiquem as
três condições que na definição tradicional eram consideradas necessárias (e conjuntamente suficientes)
para o conhecimento – crença, verdade e justificação –, o sujeito pode não possuir conhecimento. Um
contraexemplo poderia ser o de eu ter a crença verdadeira justificada acerca dos números do Euromilhões
premiados esta semana por ter acabado de ver na televisão a realização do sorteio. No entanto, embora
os números desta semana sejam realmente os que estou a ver, houve um erro na transmissão televisiva, que
afinal está a apresentar o sorteio ocorrido há três anos, no qual, por coincidência, os números foram
exatamente os mesmos.

14. Expõe os argumentos dos céticos radicais contra a possibilidade do conhecimento.


R: Os céticos radicais rejeitam haver justificações suficientes para mostrar a verdade das nossas crenças,
negando, assim, a possibilidade do conhecimento e defendendo a suspensão do juízo. Eles baseiam-se,
sobretudo, nos seguintes argumentos: a) os erros e as ilusões dos sentidos: relativamente ao mesmo objeto,
há sensações e perceções diferentes, e até incompatíveis; também os objetos, muitas vezes, desencadeiam
ilusões (os sentidos são frequentemente enganadores); b) a discordância e a divergência de opiniões a
respeito dos mais variados assuntos, o que mostra que nenhuma se encontra adequada e suficientemente
justificada, tornando impossível que nos decidamos por uma ou outra; c) a regressão infinita da justificação:
as nossas crenças são justificadas com base noutras crenças, numa cadeia de justificação até ao infinito, não
havendo nenhuma crença que se possa justificar a si mesma.

15. Caracteriza as crenças básicas na perspetiva dos fundacionalistas.


R: As crenças básicas, ou crenças fundacionais, são caracterizadas como infalíveis, ou seja, não podem estar
erradas, como incorrigíveis, ou seja, não podem ser refutadas, e como indubitáveis, ou seja, não podem ser
postas em dúvida. Elas suportam o sistema do saber, não necessitando de uma justificação fornecida por
outras crenças, porque se justificam a si mesmas, sendo autoevidentes. Tais crenças permitem evitar a
regressão infinita da justificação.
16. Considera o seguinte excerto

«Em termos mais gerais, a disputa entre o racionalismo e o empirismo foi considerada como a que
coloca em questão até que ponto dependemos da experiência no nosso esforço para obter
conhecimento do mundo externo.»
E

Peter Markie, in Standford Encyclopedia of Philosophy.Q Disponível em


https://plato.stanford.edu/entries/rationalism-empiricism/.
T

16.1. Explica, a partir desta afirmação, a disputa entre o racionalismo e o empirismo. P

R: De acordo com o racionalismo, a razão é a origem ou a fonte principal de conhecimento. Só através da


razão é que se pode encontrar um conhecimento seguro, apoiado em princípios evidentes e totalmente

independente da experiência sensível (ou seja, a priori). Por exemplo, o conhecimento de que 2 x 4 = 8 possui
essas características. Por conseguinte, para vários filósofos racionalistas, o modelo do conhecimento ou do
saber é-nos dado pela matemática. O conhecimento a priori tem um papel fundamental, proporcionando-nos
verdades substanciais, ou seja, verdades que dizem algo acerca do mundo. Este conhecimento é obtido
por intuição e pelo raciocínio, e a justificação que ele envolve não depende da nossa experiência do mundo.
Partindo dos princípios evidentes da razão, e seguindo um determinado método, será possível construir o
conhecimento relevante da realidade. Para alguns racionalistas há conhecimento inato.
Opondo-se ao racionalismo, o empirismo é uma teoria que considera que a experiência é a fonte principal
de conhecimento, negando a existência de ideias, conhecimentos e princípios inatos. Assim, todo o nosso

conhecimento do mundo tem de ser adquirido através da experiência e, previamente a ela, o


entendimento ou mente assemelha-se a uma página em branco. É, portanto, na experiência que o
conhecimento tem o seu fundamento e os seus limites. A negação, por parte dos empiristas, da existência
de conhecimentos inatos não implica, porém, a negação do conhecimento a priori; todavia, consideram
que essas verdades são desinteressantes e nada nos dizem acerca do mundo. Elas podem ser adquiridas
através da mera compreensão dos conceitos relevantes, não exigindo outro tipo de investigação do
mundo. Assim, segundo os empiristas, qualquer conhecimento substancial, ou acerca do mundo, tem de
ser adquirido através da experiência: só através da experiência podemos «obter conhecimento do mundo
externo».

P
Agrupamento de Escolas da Sertã

COTAÇÕES

Cada item de 1 a 10 tem a cotação de 7 pontos.

Total dos 10 itens de escolha múltipla...................................................................70 pontos

O item 11.1 tem a cotação de ………………………………………………………………………..… 15 pontos


O item 11.2 tem a cotação de …………………………….……………………………………..…….. 15 pontos

O item 12 tem a cotação de ………………………………………………………………….………….. 15 pontos


O item 13 tem a cotação de …………………………………………………………………………..…. 20 pontos
O item 14 tem a cotação de …………………………………………..………….......................... 25 pontos
O item 15 tem a cotação de ………………………………..……………………………...……………. 15 pontos
O item 16.1 tem a cotação de …………………………………………………………………….……… 25 pontos

TOTAL do TESTE ..................................................................................................... 200 pontos

AV_Form-400.01/09 Página 5 de 4

Você também pode gostar