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Grupo I
PARTE A
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65 Inês Porém, não hei-de casar 70 Lia. Eu vos trago um bom marido,
senão com homem avisado12. rico, honrado, conhecido.
Ainda que pobre e pelado, Diz que em camisa vos quer13
seja discreto em falar, Inês Primeiro eu hei-de saber
que assi o tenho assentado. se é parvo, se sabido.
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira, in António José Saraiva (apresentação e leitura),
Teatro de Gil Vicente, ed. revista, Lisboa, Dinalivro, 1988, pp. 165-170.
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hoje dir-se-ia “lá estás tu…”; 2 sozinha, solteira; 3 “vejam que desgraça…” (ironia); 4 diligente; 5 pálida; 6 por ali; 7 interjeição “por
Deus”; 8 agarrou-me; 9 comprome da; 10 agrada; 11 arranjo de vida; 12 discreto; 13 Diz que em camisa vos quer: “diz que vos aceita
sem dote”.
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Jus fique a reação da Mãe, considerando os versos “Hui! naceo-te algum unheiro? / Ou cuidas
que é dia santo?” (vv. 7-8). (20 pontos)
2. Lianor Vaz, nos versos 40-41, coloca a hipótese de apresentar uma queixa ao Rei ou ao Cardeal.
2. 1 Enuncie os mo vos que originam essa intenção. (20 pontos)
3. Explicite as razões da visita da alcoviteira e a reação de Inês à sua proposta. (20 pontos)
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PARTE B
4. Iden fique o interlocutor da donzela, destacando a sua importância para a relação amorosa. (20
pontos)
5. Demonstre a evolução no estado de espírito do amigo, expondo as razões que a originam. (20
pontos)
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Grupo II
Leia o texto. Se necessário, consulte as notas. (50 pontos)
Catarina Lucas
Em consulta, alguém me disse: “não sei se queria casar, mas gostava que ele vesse querido
casar comigo”. É sobre isto que reflito num dos capítulos do meu mais recente livro “Vida a
Dois”. Parece que o casamento está em crise. Todos ouvimos múl plas referências ao
casamento como algo que “não faz sen do”, que “não muda nada”, que “um papel não
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acrescenta valor”, que “não é importante”, que “nunca foi um sonho” … poderíamos con nuar
com os exemplos… […] Mas, um olhar mais atento e perspicaz, misturado com alguma
sensibilidade e experiência, faz-nos entender que talvez as coisas não sejam “tanto assim” e
que este é ainda o sonho de muita gente. […]
Talvez o casamento seja hoje olhado como um sinal de fraqueza ou de dependência. Assumir
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que queremos casar pode colocar-nos num papel de fragilidade e até inferioridade. Não que
isto tenha algum fundo de verdade, mas parece ecoar no seio de uma sociedade que se quer
independente, que não precisa do outro, que rejeita veemente qualquer ideia que se
assemelhe a conservadorismo (nada mais conservador do que casar, diriam alguns).
Contudo, assis mos com alguma frequência a situações onde a mágoa pelo não casamento
15 parece ficar encoberta. Por alguma razão, parece que queremos esconder de nós mesmos esse
desejo mais ín mo do casamento, negando-o para nós e para os outros.
O “não quero casar” soa em muitos casos a um mecanismo de proteção e a uma estratégia
de manutenção do amor-próprio ou orgulho. Nada pior do que assumir que queremos casar e
ouvirmos do lado de lá algo como, “mas eu não quero casar”. Independentemente dos mo vos
20 da outra pessoa, esse “não quero casar” soará sempre a rejeição, a um “ele/a não quer casar
comigo”. […] Anos mais tarde, parecem começar a surgir as mágoas.
Por vezes, para compreendermos a evolução dos tempos e das sociedades é preciso dar
alguns passos atrás. Numa sociedade que se vangloria de ser independente, parecem con nuar
a emergir necessidades an gas. […]
25 A sociedade está em mudança, disso ninguém duvida. O homem já não procura uma mulher
que cuide dele, do mesmo modo que a mulher não procura um homem que garanta a
subsistência da família. Se quisermos colocar as coisas numa ó ca mais prá ca, as pessoas não
estabelecem relações por necessidades que outrora mo varam casamentos. Se re rarmos
estas mo vações, o foco incide sobre as necessidades emocionais.
h ps://visao.sapo.pt/(consultado em 28/02/2021).
Nas respostas aos itens de escolha múl pla, selecione a opção correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que iden fica a opção escolhida.
4. A u lização das aspas nas linhas 1-2 jus fica-se porque (5 pontos)
(A) se trata de uma frase em discurso indireto.
(B) a autora do texto pretende reforçar uma ideia.
(C) se reproduz ou faz uma citação.
(D) se trata de uma frase em discurso direto.
5. No segmento textual «que “não faz sen do”, que “não muda nada”, que “um papel não acrescenta
valor”, que “não é importante”, que “nunca foi um sonho”» (ll. 4-5), a vírgula separa uma
enumeração de orações subordinadas (5 pontos)
(A) substan vas comple vas.
(B) adje vas rela vas explica vas.
(C) adje vas rela vas restri vas.
(D) substan vas rela vas.
7. O referente do pronome “o” na forma verbal “negando-o para nós e para os outros“ (l. 16) é a
palavra (5 pontos)
(A) casamento.
(B) ín mo.
(C) desejo.
(D) esse.
Para responder aos itens de 8. a 10., apresente uma resposta para cada alínea a) e b).
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Grupo III
A figura da mãe, tal como é perspe vada em diversas obras da literatura portuguesa, tem
um papel determinante no que se refere à educação dos filhos.
Num texto exposi vo, entre 200 a 300 palavras, refira-se, exemplificando, ao papel da mãe
na educação das jovens, considerando o estudo da lírica trovadoresca e da obra vicen na “Farsa de
Inês Pereira”. (50 pontos)
FIM
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como
uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Desvalorização
Tipo de ocorrências
(pontos)
erro inequívoco de pontuação
erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra minúscula ou de
letra maiúscula e erro de translineação) 1
erro de morfologia
incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de uma obra
erro de sintaxe
impropriedade lexical 2
A repetição de um erro de ortografia na mesma resposta (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra
minúscula ou de letra maiúscula e erro de translineação) é contabilizada como uma única ocorrência. Se da
aplicação deste fator de desvalorização resultar uma classificação inferior a zero pontos, atribui-se zero pontos à
correção linguística.