Você está na página 1de 1
ELACIONAR | Critica iy 13 C Na literatura, observa-se, frequentemente, um didlogo entre o texto, a sociedade ea cultura da época de producio da obra, que permite expor situagdes ou comportamentos 0 considerados negativos, A critica social evidencia a estreita relagao entre o texto literario iy ‘eas suas intengdes, por um lado, e a época de criagao (ou a época recriada) e 0 contexto D social, politico, moral e cultural, mobilizado direta ou indiretamente pela obra, por outro. rr A ctitica pode associar-se, ainda, & ironia ou a satira (através da qual se ridiculariza, a situagao visada) ou mesmo a metéfora ou & alegoria. De uma forma global, a aborda- R gem critica da realidade numa dada obra/texto visa nao s6 a dentincia como também a mudanga social — procura-se, muitas vezes, corrigir a agdo da sociedade, pelo que a obra se investe de uma funcao pedagogica e edificante, Poesia trovadoresca: cantigas de escarnio e maldizer Estas composigdes abordam satricamente uma grande variedade de temas e de situagdes individuais e coletivas, efetindo sobretudo a vida quotidiana da corte eo seu ambiente socal, paltco, moral e cultural Entre elas, encantramos acrtica a aspetos coma: +o amor cortés': a paréala das cantigas de amor denuncia a convencionalidade dos sentimentos ‘805 tracos estereotipados da “senhar: + 05 costumes: satira de aspetos relacionados com a realidad social da 6poca: decadncia da nobreza* confitos entre ojagral eo trovador, relacionados sobretudo com a falta de dotes posticos ou artsticos® ‘do jogral, cu a pelintrice de alguma fidalguia*; + factos politicos e militares ov aspetos relacionados com a moralidade au com agentes religiosos (trades, treias,.), entre multos outros temas. Farsa de Inés Pereira, de Gil Vicente ‘Tendo como pano de fundo a sociedad do séc. XVI, acti assenta sobretudo em personagens-tipo que representam classes socials, profissionals ou mesmo mentalidades. ExpOem-se, com um intuito satiric, diferentes teras que colocam em evidéncia uma certa crise de valores caracterstica da época: + odesejo de ascensio sociale sitira & conceco do casamento como forma de emancipa¢io’- Inés Pereira, uma moea solterae sonhadora, ambiciona um casamento que lhe assegure a ascensao social ‘eacontacto com um ambiente de cultura cortés; a pelintrice disfarcada de fidalgua (se vs. parecer): o Escudero, representante ce uma peauena nobreza decadente que nao pretende abdicar de uma determinada aparénca socal exibe um discurso galante, por entre mentras que dssimulam a sua condi¢do social misersvel; + omaterialismo’: adendncia da vaorizagdo excessiva do dinheio & associada aos casamventeiras, ‘alcovitera Lianor Vaz e os judeus, que encaram o casamento coma uma encomenda que implicara ‘uma compensagdo material em troca dos seus servcas, que ndo serdo necessariamente honestos; + a subversdo dos valores morals": as situagbes associadas aos membros do clerona Fasa evidenciam ‘adissolueao de costumes e aimoralidade clerical. ‘0s Lusacas, de Luis de Camdes © plano das reflexes do poeta esti marcado por consderagdesdticasecrticaselacionadascoma |» paca daescita Nestes momentos, vor do poeta ergue-se para denunciar eapontarvcosedesvios que afastam apitria eos portugueses do caminna da gla, o que olevaa dena crtcaseconselhos aos seus contemporineos.NesteAmbito,destacam-se as crtica relacionadas com + odesprezo pela cultura e pela literatura + a corrupgao pelo dinheiro!*:as suas conseauéncias negatvas fcam evidentes em atitudes de tana, ‘e traicgo au de mentirae imolcam todas as classes sociasnclisiv oprbpra clr. 346

Você também pode gostar