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Microavaliação – Farsa de Inês Pereira

Grupo 1 - Parte A

1. Para completar cada um dos itens 1.1 a 1.5, selecione a opção correta.
1.1 Gil Vicente serviu-se da sátira para
A. criticar unicamente a atuação da corte portuguesa.
B. satirizar vários comportamentos humanos.
C. ridicularizar exclusivamente a atuação da Igreja.
D. denunciar as ideias da burguesia medieval.
1.2 A temática da obra vicentina incide, sobretudo,
A. nas desigualdades de género.
B. nos costumes dos mais pobres.
C. em questões sociais transversais.
D. nos hábitos culturais do povo.
1.3 A Farsa de Inês Pereira não aborda a temática
A. da duplicidade de caráter.
B. do adultério.
C. da devassidão do clero.
D. da critica ao celibato.
1.4 A dissolução dos costumes na Idade Média está representada
A. na atuação do clero, da nobreza e da burguesia.
B. nas artimanhas e ações usadas para obter benefícios.
C. nos espaços selecionados para o desenrolar da ação.
D. no comportamento adotado pelas alcoviteiras.
1.5 A Farsa de Inês Pereira
A. está dividida em atos e cenas.
B. tem três atos e várias cenas.
C. não apresenta a organização tradicional do texto dramático.
D. obedece à estrutura do texto dramático.

2. Associe os segmentos da coluna A às personagens (coluna B) a que se referem.


A B
Nº Características Personagens
a) Preguiçosa, sonhadora, ansiosa por casar. 1. Ermitão
b) Experiente, alcoviteira, astuta, determinada. 2. Judeus casamenteiros
c) Inculto, rico, ignorante, ingénuo, respeitador. 3. Escudeiro
d) Fanfarrão, mentiroso, interesseiro, autoritário, cruel. 4. Moço
e) Miserável, pobre, irónico, denunciante. 5. Pero Marques
f) Persuasivos, astutos, aproveitadores. 6. Lianor Vaz
g) Falso, dissimulado, aproveitador. 7. Mãe
h) Conselheira, experiente, preocupada, generosa. 8. Inês Pereira
Grupo 2 - Parte B

Leia o excerto e as questões apresentadas e, de acordo com os passos dados no exemplo anterior,
responda de forma completa e correta.

Aqui entram os Judeus casamenteiros, Mãe Eu não sei quem t’aconselha...


chamados um, Latão, e outro, Vidal e diz Inês Enfim, que novas trazeis?
Latão: Vid. O marido que quereis,
35 de viola e dessa sorte,
Lat. Ou de cá! não no há senão na corte
5 Inês Quem está lá? que cá não no achareis.
Vid. Nome del Deu, aqui somos!
Lat. Não sabeis quão longe fomos! Falámos a Badajoz2,
Vid. Corremos a iramá. músico, discreto, solteiro.
Este e eu. 40 Este fora o verdadeiro,
[…] mas soltou-se-nos da noz3.
10 Vid. Vós, amor, quereis marido mui Fomos a Vilhacastim4
discreto, e de viola? e falou-nos em latim:
Lat. Esta moça não é tola, – «Vinde cá daqui a ũa hora,
Que quer casar per sentido… 45 E trazei-me essa senhora».
Vid. Judeu, queres-me leixar? Inês Tudo é nada enfim!
15 Lat. Leixo, não quero falar Vid. Esperai, aguardai ora!
Vid. Buscamo-lo... Soubemos dum escudeiro
Lat. Demo foi logo! de feição d’atafoneiro5
Crede que o vosso rogo 50 que virá logo essora,
Vencerá o Tejo e o mar. que fala... e com’ ora fala!
20 Eu cuido que falo e calo... Estrugirá esta sala
Calo eu agora ou não? E tange... e com’ ora tange!
Ou falo se vem à mão? Alcança quanto abrange,
Não digas que não te falo. 55 E se preza bem da gala6.
Inês Jesu! Guarde-me ora Deos!
25 Não falará um de vós? António José Saraiva (apresentação e leitura),
Teatro de Gil Vicente, Lisboa, Dinalivro,
Já queria saber isso...
ed. revista, 1988.
Mãe Que siso, Inês, que siso
tens debaixo desses véus...
Inês Diz o exemplo da velha1:
30 «O que não haveis de comer
leixai-o a outrem mexer».

1 diz o ditado.
2 há um músico João Badajoz na corte de João III.
3 escapou-se-nos da mão.

4 músico espanhol ao serviço da corte portuguesa.

5 que anda sempre ocupado.

6 E se preza de ser um cavalheiro.

1. Justifique a intervenção das duas novas personagens.


2. Explicite a última fala de Inês.
3. Caracterize o novo pretendente de Inês, considerando as intervenções dos dois judeus.
Soluções

Grupo 1 - Parte A

1. 1.
2. 1.1. B
3. 1.2. C
4. 1.3. D
5. 1.4. A
6. 1.5. C
7. 2.
8. a) 8; b) 6; c) 5; d) 3; e) 4; f) 2; g) 1; h) 7.

Grupo 2 - Parte B

1. As duas novas personagens são os judeus Latão e Vidal e


surgem em consequência de Inês ter recusado o primeiro
pretendente, Pero Marques, e de os ter incumbido da
missão de lhe arranjarem um noivo que correspondesse
ao homem por ela idealizado. Este poderia ser pobre,
mas devia ser culto, bem-falante e tangedor de viola. Os
judeus, depois de longa procura, chegam a casa de Inês,
convictos de terem encontrado o seu segundo candidato
a marido.
2. A última intervenção de Inês, que encerra uma antítese,
dá conta da sua insatisfação relativamente às justifica-
ções avançadas pelos judeus. Com efeito, depois da ex-
plicação que dão quanto às diligências encetadas para
encontrarem o pretendente idealizado, esta conclui que,
depois de tantas iniciativas, afinal nada tinham de con-
creto, o que lhe provoca desânimo e insatisfação.
3. Quando Inês começa a desesperar pelo facto de os ju-
deus nada terem para lhe apresentar, os casamenteiros
informam-na que tiveram conhecimento de um escu-
deiro que, apesar de ser muito ocupado, se prontificara
a ver Inês. Apresentam-no como sendo um ótimo co-
municador, um excelente cavalheiro e um músico de
excelência, tal como se depreende pelas suas afirma-
ções: “Soubemos dum escudeiro/de feição d’atafoneiro/
[…]/que fala… e com’ora fala!/[…]/E tange… e com’ ora
tange!” (ll. 48-53).

Cotações
Grupo I – Parte A – 80 pontos

1. (40 pontos – 5 x 8)
2. (40 pontos – 8 x 5)

Grupo II – Parte B – 120 pontos

1. 40 pontos [C+ED = 30 + CL = 10]


2. 40 pontos [C+ED = 30 + CL = 10]
3. 40 pontos [C+ED = 30 + CL = 10]

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