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CURSOS PROFISSIONAIS 2020/2021

PORTUGUÊS – TESTE DE AVALIAÇÃO (Recuperação)


Módulo 2 – Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente
Nome: ___________________________________________________________ Nº: _____
Curso: _________________________________________________Data: __________________
A Professora: _____________________________ Classificação: ________________________
Entregue em ___/___/__________ Assinatura do Aluno: ____________________________

GRUPO I – Educação Literária

1. Tendo em consideração o estudo feito da Farsa de Inês Pereira, responda aos itens que se
seguem:

1.1.  Associa cada uma das afirmações que se seguem a uma das personagens da obra.
      Representante dos fidalgos pelintras e pobretanas,
1. mas que se apresenta com atributos de homem de         A. Mãe
corte.
      Homem rude, simples, disposto a satisfazer todos os
2.         B. Brás da Mata
caprichos de Inês.
      Mulher do povo, sensata, que aconselha Inês, mas,
3. abdicando a sua autoridade, deixa-a fazer as suas         C. Pero Marques
próprias escolhas.
      Mulher do povo que desempenha uma função vulgar
4. na época: a de arranjar marido para as raparigas         D. Lianor Vaz
casadoiras.
Personagens estereotipadas, interesseiras e astutas, que
5.         E. Judeus
desempenham a função de mediadores entre o Escudeiro e Inês.
Personagem que simboliza a liberdade conquistada por Inês com o
6.         F. Ermitão
seu casamento com Pero Marques.
Personagem secundária que ajuda a caracterizar o Escudeiro e
7.         G. Moço
provoca o cómico na peça.

1._____ 2. ______ 3._______ 4.______ 5._______ 6._______ 7._______

1.2. Associa cada uma das afirmações a uma situação da obra.

      Crítica aos escudeiros fanfarrões, hipócritas e


____       1. Casamento de Inês com Brás da Mata.
cobardes.
      ____ Sátira ao caráter adúltero de Inês.       2. Diálogo entre Lianor Vaz e a mãe.
      ____ Caráter sonhador de Inês.       3. Diálogo inicial entre Inês e a mãe.
      Crítica ao clero por não cumprir o voto de
____       4. Encontro de Inês com o Ermitão.
castidade.
      Reflexão sobre a vida das jovens Recusa de Inês de casar com Pero
____       5.
quinhentistas e a submissão à figura materna. Marques e busca por um homem cortês.

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2. Leia o excerto seguinte.

Vai Lianor Vaz por Pero Marques, e fica Pero Há homem empacho, má ora,5
Inês Pereira só, dizendo: quant’a dizer abraçar…
15 Depois que a eu usar
1
Andar ! Pero Marques seja. entonces poderá ser.
Quero tomar por esposo Inês (Nã o lhe quero mais saber,
quem se tenha por ditoso já me quero contentar...)
de cada vez que me veja.
5 Por usar de siso mero,2 Lia. Ora dai-me essa mã o cá .
asno que me leve quero, 20 Sabeis as palavras, si?
e nã o cavalo folã o3. Pero Ensinaram-mas a mi,
Antes lebre que leã o, perém esquecem-me já ...
antes lavrador que Nero4. Lia. Ora dizei como digo.
[…]
Vem Lianor Vaz com Pero Marques e diz Pero Soma, vó s casais comigo,
Lianor Vaz:
25 e eu com vosco, pardelhas6!
10 Lia. No mais cerimó nias agora; Nã o compre aqui mais falar.
abraçai Inês Pereira E quando vos eu negar
por mulher e por parceira. que me cortem as orelhas.
Lia. Vou-me, ficai-vos embora.

Gil Vicente, “Farsa de Inês Pereira”, in António José Saraiva (apresentação e leitura),
Teatro de Gil Vicente, ed. revista, Lisboa, Dinalivro, 1988, pp. 198-199.
____________
1
adiante!; 2 para proceder com todo o juízo; 3 fogoso; 4 imperador romano que supostamente incendiou Roma; 5
sente-se um homem
atrapalhado, que diabo!; 6 (o mesmo que pardeos) interjeição “por Deus!”.

2.1. Indique dois aspetos que levam Inês Pereira a aceitar casar com Pero Marques,
fundamentando a sua resposta com citações textuais pertinentes.
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2.2. Esclareça o sentido dos versos 8 e 9.


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2.3. Baseando-se nas falas de Pero Marques, apresente três características da
personagem que permitam associá-la ao “asno” referido no verso 6.
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GRUPO II – Leitura e Gramática

Leia o texto.
A libertação das mulheres começou antes de Abril

Este livro de ensaios de Helena Vasconcelos faz aquilo que um livro de ensaios deve fazer: provo-
ca vá rias conversas, vá rias discussõ es, vá rias celebraçõ es. Depois desta celebraçã o, convoco agora
um tema para discussã o. A autora diz que “a diferença entre as mulheres da minha geraçã o e as que
nasceram pó s-25 de Abril é abissal”. Ora, nã o tenho a menor dú vida em relaçã o aos efeitos de Abril
5 sobre a condiçã o feminina. Aliá s, quando surge a conversa das conquistas de Abril, a primeira coisa
que me vem à cabeça é a emancipaçã o feminina. Lá em casa, a minha mã e, ex-operá ria, ex-miss
e precursora do uso da minissaia, fazia questã o de deixar isso bem claro.
Como diz a autora de Humilhação e glória, “quando comparadas com as nossas «irmã s»
europeias”, as mulheres portuguesas podem sentir orgulho por terem “percorrido um caminho bem
10 á rduo num tempo mais curto”. Mas quando é que começou esse “caminho bem á rduo”? Depois
de 74? Nã o, não me parece. Esse caminho começou a ser traçado pelas mulheres mais novas da
geraçã o da minha mã e. La mia mamma é a mais nova, e sempre existiu um abismo geracional entre
ela e as irmã s. Aliá s, a minha tia mais velha é como se fosse a minha terceira avó . A caçula, a minha
mã e, era (e é) de outro planeta. E percebe-se porquê: saiu de casa cedo para trabalhar numa fá brica.
15 As minhas tias só saíram de casa para “ir servir” ou para casar. Foram educadas para serem seres
domésticos. Por oposiçã o, a minha mã e foi a primeira mulher urbana da família. Com o crescimento
brutal da economia registado nos anos 60 e com a consequente abertura à Europa, a sociedade
portuguesa mudou para sempre, porque as raparigas começaram a trabalhar em fá bricas e lojas.
Estas raparigas dos anos 60 e inícios dos 70 foram as grandes revolucionárias, porque desafiaram a
20 autoridade do pai e do marido. Nã o queriam casar para sair de casa, queriam trabalhar para casa-
rem em pé de igualdade com o maridinho.
Abril não iniciou o processo de emancipaçã o das mulheres portuguesas. O pó s-74 continuou-o
e, acima de tudo, deu-lhe forma jurídica. A sociedade portuguesa tem mais continuidades do que
aquelas que nó s, crentes na democracia, estamos dispostos a ver. E, quando recusamos ver essas
25 continuidades, acabamos por trair a geraçã o que começou a fazer a mudança. […]
http://expresso.sapo.pt/blogues/Opinio/HenriqueRaposo/ATempoeaDesmodo/
a-libertacao-das-mulheres-comecou-antes-de-abril=f785384 (consultado em junho de 2017, adaptado).

1. De acordo com a obra Humilhação e glória, as mulheres lusas têm a grande vantagem de
(A) terem conquistado a emancipaçã o antes das mulheres do resto da Europa.
(B) se terem emancipado em menos tempo do que as da restante Europa.
(C) terem tido o apoio dos homens ao longo do processo de emancipaçã o.

2. A independência feminina em Portugal

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(A) teve como principal agente a sua autonomia econó mico-laboral.
(B) deveu-se essencialmente ao 25 de Abril de 1974.
(C) implicou a submissã o da mulher no casamento.

4. O segmento sublinhado em “quando surge a conversa das conquistas de Abril, a primeira coisa que me
vem à cabeça é a emancipação feminina” (ll. 5-6) desempenha a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) sujeito simples.
(C) complemento indireto.

5. No contexto em que surge, o termo “precursora” (l. 7) pode ser substituído por
(A) opositora.
(B) adjuvante.
(C) pioneira.

6. Em “saiu de casa cedo para trabalhar numa fábrica” (l. 14), a oração sublinhada é subordinada
(A) adverbial final.
(B) substantiva completiva.
(C) adverbial consecutiva.

7. A oração sublinhada em “quando comparadas com as nossas «irmãs» europeias” (ll. 9-10) classifica-se como
subordinada
(A) substantiva completiva.
(B) adverbial temporal.
(C) advervial causal.

8. Indique o processo de formação do termo “ex-operária” (l. 6), selecionando a opção correta:
(A) derivaçã o por sufixaçã o.
(B) derivaçã o por prefixaçã o.
(C) derivaçã o por parassíntese.

9. Refira a classe de palavras do termo sublinhado em “as grandes revolucionárias” (l. 19):
(A) nome.
(B) adjetivo.
(C) advérbio.

10. Indique a relação semântica estabelecida entre as palavras “revolucionária”, “mudança”, “desafio” e
“emancipação”.
(A) Campo semâ ntico.
(B) Campo lexical.
(C) Hiperonímia-hiponímia.

11. Transcreva o referente do pronome pessoal sublinhado em “O pós-74 continuou-o” (l. 22).
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GRUPO III – Escrita

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Escreva um texto expositivo, de 130 a 180 palavras, sobre o papel da mulher na sociedade atual, tendo
em consideraçã o os vá rios domínios em que esta se emancipou.
Dê uma estrutura tripartida ao seu texto (introduçã o, desenvolvimento e conclusã o), apresentando uma linguagem
clara e o recurso a vocabulá rio adequado e diversificado.
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COTAÇÕ ES
Questã o GRUPO I GRUPO II GRUPO III Total
1.1 1.2 2.1 2.2 2.3 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
Cotação 21 15 20 20 18 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 200
40

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Bom Trabalho! A professora, Isabel Araújo

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