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Índice

Introdução.............................................................................................................................................3
Geografia Linguística de Moçambique..................................................................................................4
Padronização ortográfica das linguas Moçambicanas...........................................................................8
Percurso histórico do uso das linguas moçambicanas em diversos contextos......................................9
Considerações finais............................................................................................................................11
Referências Bibliográficas....................................................................................................................12
Introdução
Neste trabalho abordar – se- à sobre a questão geográfica das linguas moçambicanas tendo
em conta a classificação das linguas bantu dada por Guthrie (1967) e atualização feita Maho
(2004). Este trabalho tem como intuito fazer perceber os leitores de que forma estão
distribuídas as linguas moçambicanas, quantas sãos e quantas estão padronizadas
ortograficamente e de que forma contribui para nossa sociedade para além de servirem de
identidade cultural.
Geografia Linguística de Moçambique
Geograficamente, moçambique situa – se na africa sub- hariana. Esta região é caracterizada
pela existência de várias linguas e na sua maioria Bantu, o que faz com que Moçambique seja
um pais com diversidade étnica, linguística e cultural. (Ngunga,2000).

De acordo com Sitoe et al (1995), referem que a existência de três extratos linguísticos
diferenciados pela sua origem, o que quer dizer que no território nacional há nomeadamente,
as linguas bantu, a língua portuguesa que nos foi trazida pelo colono, para alem destas duas
temos as linguas de origem indiana e a paquistanesa. Assim sendo, dentre estas linguas os
autores consideram as linguas asiáticas, linguas de uso em contexto específico.

Seguindo o censo populacional d1980, a distribuição dos falantes das linguas moçambicanas
eram:

i) Cerca de 24.4% da população moçambicana declarava que tinha conhecimento da


língua portuguesa e que dessa população apenas 1.2% a tinha como língua
materna.
ii) Cerca de 75.6% da população moçambicana dizia que so falava as linguas bantu e
não português;
Estas percentagens, em 1997 foram se alterando para 39%, e a população que sabe falar o
português, e 6.5%, a percentagem da população que fala a língua como sua língua materna.

De acordo com Ngunga e Bavo (2014), através de dados de recenseamento geral de 2007,
indicam que que as linguas africanas do grupo bantu continuam a constituir o principal
substracto linguístico do pais porquanto eles são as linguas maternas de mais de 0% de
moçambicanos de cinco anos de idade e mais. E os mesmos dados indicaram que cerca de
vente milhões de macambicanos.8.9% falam português como língua materna e 0,23% falam
linguas estrangeiras.

De acordo com Firmino (2002) refere eu uma das antigas classificações das lingas bantu que
ajudam na distribuição geográfica das linguas moçambicanas é a proposta dada por Guthrie
(1967).

A classificação dada por Guthrie, que já apresenta uma versão actualizada por (Mho 2009),
onde as linguas bantu em Moçambique estão distribuídas em quatro zonas diferentes, e são as
seguintes: Zona G, P, N e S. de norte a sul de moçambique. Onde estas zonas estão
distribuídas e organizadas em grupo. (Ngunga, 2014).

1. Zona G:
G40: Swahili
G42 Kimwani
2. Zona P:
P20: Yao
i. P21 Ciyao
ii. P23 Shimkonde

ii. P25 Mabiha/Mavia

P30: Makhuwa

i. P31 Emakhuwa

ii.P32 Elomwe

iii. P33 Ngulo


iv.P34 Echuwabo

3. Zona N:
N30: Nyanja-Sena
i. N31a Cinyanja
ii. N31b Cicewa
iii. N31c Cimang’anja
N40: Cisena
i. N41 Nsenga
ii. N42 Kunda
iii. N43 Nyungwe
iv. N44 Sena
v. N45 Ruwe
vi. N46 Podzo
4. Zona S:
S10: Shona
i. S11 Korekore
ii. S12 Zezuro
iii. S13a Manyika
iv. S13b Tewe
v. S14 Ndau)
S50: Tswa -Ronga

i. S51 Tswa

ii. S52 Gwamba

iii. S53 Tsonga

iv. S54 Rhonga

v.

S60: Chopi

i. S61 Chopi

ii. S62 Tong


com estes dados acima, Firmino acrescenta que Guthrie baseou a sua classificação nas
propriedades comuns e na contiguidade geográficas das linguas, ou seja, a distribuição destas
linguas teve em conta a proximidade do território dos falantes, uma vez que dentre estas
linguas há linguas que são mutuamente inteligíveis, então a distribuição destas teve em conta
este critério, inserção de um grupo de língua numa zona onde os falantes se compreendem.
Ngunga (2014).

Este autor acrescenta que está classificação, foi sofrendo alterações ou melhorada por ouros
autores, que estes a partir da reflexão dada pela por Guthrie usam certos critérios para melhor
classificarem as linguas bantu.

De acordo com Ngunga, faz menção acerca do censo de 1980, onde identificou – se cerca de
23% linguas moçambicanas que eram consideradas maternas, a saber:

Línguas % de falantes nativos


Emakhua 27.7
Xitsonga 12.2
Cisena 9.3
Elomwe 7.8
Cishona 6.5
Citshwa 5.9
Echuwabo 5.7
Shironga 3.6
mareje 3.4
Cinyanja 3.3
Cicopi 2.8
Cinyungwe 2.2
Shimakonde 1.9
Gitonga 1.9
Ciyao 1.6
Swahil -
kimwani -
Ngulo -
Koti -
Kunda -
Nsenga -
Zulo -
Swazi -
Phimbi -

Pelos dados acima, há que notar que nem todas as linguas aparecem na classificação feita por
Guthrie, mas tambem há que notar que de acordo com a sua classificação, as linguas com
maior percentagem de falantes nativos são considerados por grupos linguísticos. (Ngunga,
2014, pp, 284)

Padronização ortográfica das linguas Moçambicanas


Estas linguas, através do II seminário feita sobre a padronização da ortografia das ínguas
Moçambicanas, em 1999. Foi padronizada ortograficamente 17 linguas moçambicanas,
dentre elas destacam – se as seguintes: Kimwani, Shimakonde, Ciyao, Emakhuwa,
Echuwabo, Cinyanja, Cisena, Cibalke, Cimanyika, Cindau, Ciutee, Gitonga, Cicopi, Citshwa,
Xichangana e Xirhonga.

Ngunga (2014), afrima que esta padronização foi um dos impulsos para adopção e uso destas
linguas nos outros sectores, pois estas linguas não iam ser usadas devido a questões
relacionadas a sua escrita e tambem por alguns motivos extras fora a escrita.

Portanto há um estudo feito em 2007 com intuito de fazer uma comparação entre uns dados
obtidos através NELIMO e outros obtidos site da responsabilidade da Sociedade
Internacional de linguística SL, estes dois estudos apresentam um conjunto de linguas a que
normalmente era conhecida.

Segundo este autor, para que esse estudo fosse realizado, o site www,tndimi,dk, teve que se
basear nos dados obtidos da Nelimo, do I e II Seminário sobre a questão da padronização
ortográfica das linguas em Moçambique realizada em 1988 e 1999. Neste estudo feito,
apresentou – se os seguintes dados:

a) Embora se afirma a existência de 47 linguas do II censo populacional, o Nelimo


apresenta 40 linguas enquanto que o do Ethnolgue apresenta 37.
b) O universo de falantes usado para um e outro caso não é o mesmo;
c) As linguas moçambicanas identificadas não são exatamente as mesmas num e noutro
estudo;
d) Existem linguas identificadas sobre as quais não se apresenta nenhuma percentagem
utente.

Com esses dados, afirma Ngunga que há inúmeras razoes que são identificadas que
dificultam a identificação das linguas bantu, a saber:

 O estatuto baixo de pesquisa sobre as linguas moçambicanas,


 A dificuldade em distinguir entre língua e dialeto;
 O facto de uma linga poder ter vários nomes.

Percurso histórico do uso das linguas moçambicanas em diversos


contextos

O percurso histórico do uso dessas linguas foi se alastrando e passou a ganhar espaço na
educação, comunicação social e na religação assim como na política Ngunga (2014)

As linguas bantu na educação

Houve necessidade de uso dessas lingas na educação como meio de ensino, e esta tipo de
ensino ganha lugar em 1990, quando foi experimentada no ensino básico ao primeiro grau o
ensino bilingue. Onde por volta de 1993 e 19977 em Tete foi usada o Chinyanja/português.
Em gaza Xichanga/português (INDE/MINED,2003)

Segundo Ngunga estas linguas foras escolhidos por serem de natureza nacional e já possuem
uma padronização ortográfica. Acrescenta que esta modalidade de ensino é usada em 75
escolas do nosso território e ministrada por 16 linguas que são as seguintes:

 Província de Maputo: Xirhonga


 Província de Gaza: Xichanga e Cicopi
 Província de Inhambane: Citshwa e Gitonga
 Província de tete: Nyanja , Nyungue e Sena.
 Província de Sofala: Ndau, Sena
 Província de Manica: ndau. Tewe
 Província de Zambézia: Elomwe e Echuwaabo
 Província de Nampula: Emakhuwa e Kimwani
 Província de Niassa: Ciyao e Cinyanja
 Província de Cabo delgado: Emakhuwaa, Kimwani, Shimakonde.

A justificativa que se coloca no uso destas linguas na educação é por questões de natureza
linguística e pedagógica e identidade cultural assim como de diretos humanos. Ngunga (2014,
pp, 287)

Comunicação social

Para alem destas linguas serem usadas na educação, estas são usadas na comunicação social.
O que quer dizer eu num pais que apresenta diversidade linguística, os meios de comunicação
social desempenham um papel preponderante, pois levam ao conhecimento de todos cidadãos
cuja apresentam estas variações, as diferentes dimensões geográficas, culturais, políticas e
económicas diferentes. Ngunga (2000).

Na política

De acordo com Ngunga, estas lingas são usadas no discurso político e nas campanhas
eleitorais.

Na religião

A sociedade moçambicana sempre fez o uso dessas linguas na religião desde o colonialismo,
mas deste já com a padronização ortográfica, houve a tradução das Bíblias e, catequicismos e
também usada para ministrar cultos. (gunga, 2014).
Considerações finais
Em síntese: há que considerar que a África antes da invasão do colono já apresentava
diversidade linguística e era dessas linguas que os falantes nativos usavam, na política, nas
suas crenças e também na comunicação social. E mesmo apos a independência, quando
adopta – se o português como oficial, estas linguas eram de estrema importância na
comunicação de inúmeros moçambicanos. Para além disso a que considerar o estudo feito por
Guthrie, pois, hoje, particularmente no caso de Moçambique, conseguimos entender de que
forma estão distribuídas as linguas geograficamente o território moçambicano.

Portanto a questão da diversidade linguística neste território não se deve deixar morrer, uma
vez que estas linguas, constituem riqueza, identidade nacional e também preservação cultural.
Com a padronização ortográfica destas linguas no território, podia tambem discutir – se a
questão da padronização ou oficialização de uma língua ou duas como língua de identidade e
unidade nacional, embora que vai pensando a questão de desvalorização de outras caso haja
escolha de uma língua autóctones como oficial.

Há que se concluir que o este território tem 45 linguas, dentre os quais umas com as outras
são mutuamente inteligíveis, e entre elas estão distribuídas em grupo em suas respectivas
zonas. O que ajuda aos falantes se compreenderem no acto de comunicar, para alem deste
número de linguas, temos 19 linguas padronizadas ortograficamente e que pode nos permitir
para adopção das mesmas para o ensino bilingue.

Língua é cultura e a cultura é identidade e identidade deve ser preservada.

Referências Bibliográficas
 Ngunga. A. (2014). Introdução à linguística Bantu: 2ªedicao, Maputo, Imprensa
Universitária.
 Ngunga. A & Faquir. O (2012): padronização da ortografia de linguas
Moçambicanas: geografia linguística de moçambique, 1ªedicao, Maputo.

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