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UNIVERSIDADE EDUARADO MONDLANE

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Línguas

Curso: Ensino de português

Período laboral

Disciplina: Linguística Descritiva das Línguas Bantu II

Recensão Crítica da morfologia dos verbos das línguas bantu

Discentes:

Cacilda Mungoi

Custodio Cossa

Francisco Dos Santos Miguel

Isabel Macamo

Joaquina Cornélio Ntanganedya

Lúcia Bartolomeu

Sheila Banze

Docente: Dr.Vasco Magona


Recensão crítica da morfologia dos “verbos nas línguas bantu” dos autores: Armindo
Ngunga, David Langa e Geraldo Macalane.

Referencia bibliográfica

Ngunga. A 2014; introdução à linguística bantu: morfologia verba, 2ªedicao, Maputo

Macalane, G. 2013. Morfologia do verbo em changana

Macalane. G (2013) a variação paramétrica das interrogativas parciais em Cinyanja, Maputo.

Resumo: Morfologia verbal das línguas bantu, são capítulos publicados nas obras: a variação
paramétrica das interrogativas parciais em cinyanja escrito por Geraldo Macalane, morfologia
do verbo em changana da autoria de David Langa e na Introdução à Linguística Bantu escrito
pelo Ngunga, estes autores são investigares na área da linguística e tendo áreas de interesses
diferentes, como no caso de Armindo Ngunga é um autor e professor catedrático de
linguística e actualmente director do centro e estudos africanos, Davide Langa tem interesse
de investigação na área de linguística teórica e tambem descritiva assim como tambem
colabora na elaboração de material para ensino bilingue na universidade Eduardo Mondlane e
o autor Geraldo Macalene é membro das associações da linguística da SADC e mestre em
linguística descritiva do português pela universidade porto. Estes autores são investigadores e
doutorados em linguística descritiva teórica. Escreveram um dos seus capítulos sobre a
morfologia teórica com o objectivo de ilustrar a morfologia de verbos em línguas bantu tendo
enfoque a questão da estrutura, raiz, tema, radical a marca do tempo e a sua respectiva flexão,
o que vai permitir aos falantes e aprendizes como se podem flexionar os verbos e como
identificar a marca do sujeito, de tempo e a sua respectiva raiz.

Palavras – chave: linguas bantu; morfologia verbal das línguas bantu; estrutura do verbo.

Abstract: Verbal morphology of the Bantu languages, are chapters published in the works
the parametric variation of the partial interrogatives in cinyanja written by Geraldo Macalane,
morphology of the verb in changana by David Langa and in the Introduction to Bantu
Linguistics written by Ngunga, these authors are investigating in the area of linguistics and
having different areas of interest, as in the case of Armindo Ngunga is an author and teacher
dr. addr acateatic of linguistics and currently director of the Center and African Studies,
Davide Langa has an interest in research in the area of theoretical and descriptive linguistics
as well as collaborating in the preparation of material for bilingual teaching at Eduardo
Mondlane University and the author Geraldo Macalene is a member of the linguistics
associations of SADC and master in descriptive linguistics of Portuguese by the port
university. These authors are researchers and doctorates in theoretical descriptive linguistics.
They wrote one of their chapters on theoretical morphology with the aim of illustrating the
morphology of verbs in Bantu languages focusing on the question of structure, root, theme,
radical the mark of time and its respective flexion, which will allow speakers and apprentices
how they can flex verbs and how to identify the brand of the subject, time and its root.

Kay-words: bantu languages; verbal morphology of bantu languages; structure of the verb.

As obras abordadas pelos autores explicam de forma precisa a morfologia verbal das
línguas Bantu. De acordo com Ngunga define verbo como palavras variáveis que servem para
fazer afirmações, relatar factos, acções, descrever estados, seres e situações. Desta feita, o
autor afirma que existem diversas estruturas de verbos, porém ilustra a estrutura viável do seu
ponto de vista dentre os quais apresenta as siglas corresponde a sua estrutura, onde temos a
Tema F: Tema flexionado; Tema D: Tema derivado; MS: Marca de Sujeito; PS: pós-sujeito;
PI: Pré-inicial: MO: Marca de Objetos; Exts: Extensões (Verbais); VF: Vogal Final, também
conhecida como vogal terminal VT. Ngunga propôs essa estrutura inspirando-se no
Meeussem (1967).

O autor afirma que a estrutura proposta pode enquadrar -se em qualquer língua bantu,
deixando claro que não é de caráter obrigatório que haja todos os constituintes da estrutura
em todas essas línguas, uma vez que uma pode não ter material para preencher em toda
estrutura. O autor no mesmo capitulo aborda a respeito da raiz, onde define a mesma como
um constituinte desprovido de afixos derivacionais ou flexionais, apenas contendo o
significado básico. Ajuntar a isto, clarifica que existem os seguintes tipos de raiz: a raiz
nominal, verbal e ideofonica, entre outras. Estes tipos de raízes por sua vez vão depender da
sua categoria gramatical a que pertence o seu núcleo. Para além disso, o autor afirma que a
raiz verbal é o objeto de estudo da morfologia verbal que a define como a parte da forma da
palavra que se mantém inalterado quando há exclusão de afixos flexionais ou derivacionais,
temos o caso do raiz em changana que se compreende: -famb-; de ir -lhamb-; de tomar banho
-lhek.; de rir Ngunga refere na sua obra a respeito do tema verbal tendo consigo o princípio
do termo tema que a define como a parte da palavra que exclui prefixos, mas inclui sufixos,
portanto a categoria gramatical da palavra é que vai definir o tipo de tema que pertence, se é
nominal, verbal, ideofonica. Assim sendo, o autor define tema verbal, como a parte do verbo
que insere para além da raiz, sufixos derivacionais e flexionais. Ajuntar a isto, o autor define
radical verbal, onde afirma que radical é o constituinte da palavra que contem significado
lexical, que inclui afixos de flexão assim como pode incluir afixos derivacionais. Ao que toca
os radicais não derivados, afirma que os radicais verbais podem ser divididos em dois grupos,
onde temos radicados não derivados e radicais derivados. Os radicais não derivados são
conhecidos também como raízes. Para além disso, o autor, aborda sobre afixos flexionais e
marca do sujeito, onde afirma que todos os pronomes e as marcas da 1ª e 2ª pessoa, podem
desempenhar a função de sintática de sujeito.

Para além de Ngunga, o autor Macalane afirma no seu capitulo da morfologia verbal
Cinyanja que nas línguas bantu a forma canônica do lexema verbal é ku-Rad-a, firmando-se
que essas alterações em certas línguas se deram devido a razões históricas. Como o caso do
Makhuwa-Lomwe que apresenta em geral o-Rad-a, enquanto em Zulu em Luganda, a sua
forma verbal é ku-Rad-a. Ku-dy-a, o-ly-a. Procurando o autor mostrar a relativa variação dos
prefixos verbais nas diferentes línguas. Assim, acrescenta Macalane a classificação do radical
quanto a composição tendo consigo as contribuições do Ngunga. Onde os radicais verbais
dividem- se em dois grupos, como já se tinha referido os radicais derivados e os não
derivados, sendo os não derivados as quais não estão adicionados quaisquer morfemas
derivacionais. Apresentando diferente estrutura. –C-, -CVC-, -CVCVC- ou ter estruturas mais
longas que essas. Portanto, Macalane ilustra isso na língua Cinyanja a partir dos seguintes
dados: no caso do radical do tipo “–C-“ segundo o autor tendo o caso do verbo “comer”, o
radical obedecendo a estrutura do tipo –C-, na língua Cinyanja o radical será –dy-, e o verbo
“morrer” na mesma língua designado “Kufa” tem como radical -f-. Também afirma que há
um tipo de radical –CVC- que compreende os seguintes radicais da língua Cinyanja: -fik- do
verbo “chegar” e –cez- verbo “conversar”. Entre outras estruturas segundo o autor. Este
autor, refere ainda sobre os afixos definindo-os como morfemas de ligação que se juntam a
um radical. Desta feita o autor firma que existem dois tipos de afixos, como se já tinha
mencionado, a saber: derivacionais e flexionais, acrescentando a diferença entre os dois tipos,
referindo que os primeiros exprimem tempo, aspecto, modalidades e mais, não afectando a
estrutura do predicado, diferente da última afectada. Logo, tendo implicações na informação
semântica dos verbos.

Macalane aborda ainda sobre a posição dos afixos no lexema verbal, onde afirma que
há afixos que ocorrem apenas antes dos radicais e outros que aparecem depois e outros que
ocorrem de forma descontínua e outros antes e depois do radical. O autor, também refere
sobre a marca de concordância do sujeito que afirma que segundo a regra geral das línguas
bantu, a frase afirmativa apresenta concordância do sujeito antes do radical.

Langa por sua vez, debruça sobre a morfologia dos verbos em Changana tendo
consigo o tempo verbal, onde refere que a pesar de vários estudos feitos sobre esta matéria,
ainda se verificam certas insatisfações ao que concerne a varias maneiras como o tempo varia
em diversas línguas no mundo, ajuntar a isto, apenas o passado e futuro são tempos
concretos, enquanto o presente é tido com intervalo de duração variável e indeterminado,
desta feita, o tempo gramatical pode ser definida como uma característica deítica,
nomeadamente no passado no presente e no futuro. Para Macalane, o tempo passado pode
ser substituído em vários graus de simetria, porem o autor apresenta a divisão do tempo
passado em quatro tempos, que é: 1 passado, 2 passados que o classifica como “Hoje” e
“antes de hoje”; 3 passados: segundo este autor classifica como “Hoje”, “Ontem” e “Antes de
ontem” e por último considera o 4 passados que inclui “agora”, “Hoje”, “Ontem” e “antes de
ontem”. Assim sendo autor refere também o sobre o tempo presente que a define como o
tempo em que o evento decorre. Segundo este autor este tempo pode ser usado para expressar
espectativas em relação aos eventos do futuro e também pode ser usado para referir a eventos
passados. Para além dos dois tempos referidos, o autor acrescenta o tempo futuro que se
refere a ocorrência de eventos depois do momento de enunciação, este tempo inclui os
seguintes subtipos, a saber: futuro imediato, futuro hodierno, futuro médio e futuro distante.
Este autor faz a divergência entre o tempo e o aspectos. Para além do tempo e aspectos o
autor refere sobre o modo, que é intimamente ligado a semântica e é definido como
categorias morfossemanticas ou sintáticas que indica as atitudes de iniciado pelos falantes.
Este autor não deixa de referir a questão da negação onde afirma que a morfologia dos verbos
em changa são estudados nas suas formas afirmativas e negativas.

Os textos abordados pelos autores a respeito da morfologia verbal das línguas bantu é
extremamente interessante, pois permite aos leitores compreender como se comporta a
estrutura dos verbos, para além disso, transmitem a informação de como pode ser visto a raiz
do verbo quando constituído de afixos, sendo eles derivacionais ou flexionais. É interessante
como os autores fazem a sua abordagem a respeito deste capítulo, pois para além de falar dos
verbos das línguas bantu de forma geral como no caso de Ngunga, abordam também a
morfologia verbal de forma particular que é a questão que os autores Langa e Macalane
procuram trazer especificado nos textos, no caso de morfologia verbal em Changana e em
Cinyanja.

No caso do texto de Ngunga é extremamente interessante como faz o seu estudo da


morfologia dos verbos, pois para quem faz a leitura da sua obra ajudaria bastante na
compreensão e na identificação da raiz verbal, tema verbal, radical verbal assim como na
compreensão da marca do tempo e da marca dos objectos assim como na compreensão de
como podem ser retirados os afixos flexionais e derivacionais, pois a partir destes se pode
identificar a raiz quando constituído de morfemas. Para além deste autor, é importante como
langa aborda a respeito do tempo na morfologia verbal, embora o seu conteúdo tenha muitas
citações, o autor ilustra as marcas de tempo tendo em conta a sua simetria, dando-nos a
conhecer 4 passados, ajuntar a isto, o autor também refere que existem apenas dois tempos
concretos que são o passado e o futuro. A questão dos modos, a marca de posição de objecto
assim como sujeito na morfologia de verbos em changana, porém não deixa claro que esses
tempos sejam vistos geralmente em todas as línguas bantu.

A análise feita por estes autores é notória, pois em parte também podem ajudar aos
leitores a saber fazer o uso da flexão e empregação dos verbos dependendo do contextos,
tendo em conta que no texto apresentado por Ngunga refere que em língua Nyanja haja a
presença de alguns verbos defectivos e até por verbos que torna-se impossível na
identificação da raiz devido a inserção de alguns morfemas que modificam o sentido da frase
e contribuindo de forma indireta na impossibilidade de identificar a raiz. Portanto a análise
deste autor ajuda bastante para os falantes desta língua assim como os que estão a aprender.

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