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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DO KILAMBA

ISPPKILAMBA

Língua Portuguesa

LÍNGUAS ANGOLANAS DE ORIGEM BANTU

Grupo n:02

Curso: Psicologia

Sala:13

Turno: Manhã

Turma: A Docente

______________________________
Mateus Halaiwa

LUANDA 2023
INTEGRANTES

1. Domingos António
2. Cristina Vermelha
3. Josefa dos Santos
4. Delfina dos Santos
5. Ermelinda Fernando
6. Cardoso Manuel
7. Vivalda Panzo
8. Alfredo Cristóvão
9. Maria Cassumbata
10.Velakesa Pedro
11.João Dulo
Índice
INTRODUÇÃO................................................................................................................................1
LÍNGUAS DE ANGOLA DE ORIGEM BANTU.........................................................................2
LISTA DAS LINGUAS ANGOLANAS DE ORIGEM BANTU...................................................7
KIMBUNDU.....................................................................................................................................7
KIKONGO........................................................................................................................................7
HERERÓ..........................................................................................................................................8
CHOKWE.........................................................................................................................................8
OSHIKWANYAMA........................................................................................................................8
SAMA................................................................................................................................................8
IBINDA.............................................................................................................................................8
LUNDA.............................................................................................................................................9
KWADI.............................................................................................................................................9
KHWE...............................................................................................................................................9
LINGALA.........................................................................................................................................9
NDONGA........................................................................................................................................10
CONCLUSÃO................................................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................12
INTRODUÇÃO
No presente trabalho abordaremos de questões relacionadas as línguas Angolanas de
origem bantu, que é um tronco linguístico, ou seja, é uma língua que deu origem a diversas
outras línguas africanas. Saber quais são essas línguas, as regiões onde mais atuam entre
outros serão o foco do desenrolar deste trabalho.

Umn6

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LÍNGUAS DE ANGOLA DE ORIGEM BANTU

 A distribuição estatística das línguas angolas está sendo um dos alvos do primeiro Censo

geral, realizado em 2014. As línguas angolanas são faladas por diferentes grupos

etnolinguísticos distribuídos geograficamente pelo país. A classificação e distribuição das

línguas em Angola segue modelos de distribuição étnica no país. A título de

exemplificação, Kajibanga (2003) propõe, a partir de uma perspectiva endógena, a

existência de três “espaços socioculturais” que não se restringem aos limites territoriais e

políticos:

 khoisan ou hotentote-bochimane

 vátwa ou prá-bantu

 bantu

Os espaços socioculturais khoisan incluem os kede, nkung, bochimanes e kazama; os vátwa

agregam os cuissis e cuepes; e os bantu incluem os seguintes agrupamentos: ovibundu

(umbundu), ambundu (kimbundu), bakongo (kikongo), lunda-tucôkwe (ucokwe), ngangela,

ovambo, nyaneka, nkumbi, helelo, axindonga e luba.

Tais classificações contam com o aspecto linguístico como critério de agrupamento étnico e

cultural. Contudo, mesmo este critério não é uniforme e homogêneo, pois se apoia em um

conceito estrutural de língua que por vezes não considera as práticas comunicativas entre os

sujeitos.

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Para uma classificação das línguas de Angola, são apresentadas a seguir duas abordagens

vinculadas entre si.

Daniel Sassuco, coordenador e professor do Departamento de Línguas Angolanas da

Universidade Agostinho Neto, propõe que a situação etnolinguística de angola pode ser

resumida da seguinte maneira: a língua umbundo é falada pelo povo ovimbundu; a língua

kimbundu é falada pelo povo ambundu; o grupo bakonko fala a língua kikongo; os tucokwe

falam cokwe; e a língua kwanyama é falada pelo grupo vakwanyama. Esta última língua é

falada da região do cunene. O grupo vangangela fala a língua ngangela. Os mapas abaixo

ilustram esquematicamente a distribuição geográfica de tais línguas.

Segundo Nzau (2011), a realidade linguística de Angola inclui grupos linguísticos bantu e

não bantu, entre os quais:

 khoisan, que inclui as línguas kankala e vakankala. Variantes dessas línguas são as

seguintes: kankala, hotentote, kazama, kasekele e kwankala.

 bátua, que inclui as línguas kwisi e kwepe.

A matriz linguística bantu é predominante em Angola. Estatísticas gerais revelam que em

África existem mais de 600 línguas bantu faladas contemporaneamente. Em Angola, elas se

distribuem por três zonas (Nzau, 2011):

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 No norte e nordeste do país são faladas as línguas kimbundu (da etnia mbundu) e

kikongo (da etnia bacongo). Em termos históricos, o kicongo foi a língua do antigo

reino do Congo e o kimbundu do reino do Ndongo.

 No leste do país, a língua cokwe é falada pelos lunda-cokwe, e a língua ngangela é

falada pelos ovingangela.

 No centro-sul estão localizados uma série de grupos etnolinguísticos, entre os quais:

ovimbundu, “ocindonga”, owambo, nyaneka-humbe, ovingangela e herero. Na parte

sul o umbundu é a língua mais falada, seguida pelas línguas nhaneca, herero,

kwanyama e cindonga.

A distribuição geográfica e étnica das línguas, contudo, deve ser vista de forma mais

complexa e menos estática. Por exemplo, algumas línguas destas sofreram processo de

dialetização, como o kikongo que originou as variedades linguísticas fyote/ibinda, faladas

em Cabinda (Nzau, 2011). Além disso, o mapa etnolinguístico apresenta um panorama

geral e ilustrativo, devendo ser considerado comparativamente em relação aos usos

linguísticos locais. Tais usos compreendem realidades muitas vezes multilíngues e de

misturas e cruzamentos linguísticos, especialmente em regiões fronteiriças.

Tal cartografia linguística também não capta a fluidez e complexidade dos grupos

transumantes, como é o caso dos pastores da região do sul de Angola, os Kuvale, que

circulam pelo deserto do Namibe, localizado no sudoeste de Angola. A transumância,

embora fluida e móvel, não impede, contudo, que os Kuvale conservem uma certa

homogeneidade linguística como fruto da forte coesão cultural do grupo. Sobre as

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características linguísticas dos Kuvale, Ruy Duarte de Carvalho (2000) teceu comentários

riquíssimos que serão retomados a título de ilustração:

“Para a tradição local, nomeadamente a partir de informantes Kuvale, não há dúvidas: todas

essas populações, embora pratiquem hoje línguas bantas, umbundo, olukuvale esta última

pertencendo ao grupo tybelo, das que praticam todos os grupos herero de que os Kuvale

também fazem parte provém do Norte e falavam, antes, línguas de estalo da família das que

usam ainda hoje os descendentes dos Khoi-Khoi e dos San de antigamente. Seriam assim as

populações que a literatura refere como pré-bantos, chegadas aqui muito antes de quaisquer

povos bantos, como os Kuvale. Da sua língua original pouco se sabe. Tê-la-iam perdido e

adoptado sucessivamente, e ao longo dos séculos, primeiro as das populações aborígenes,

San, os tais Bosquímanos e depois as dos Bantos, quando estes passaram a dominar.

Mas estas populações, que poderão estar na origem dos Dombe, dos Kwando e dos Kuroka

de hoje, aparecem, nos testemunhos, explicitamente diferenciadas de outras igualmente

negras mas também “não-bantas”,  já presentes no litoral quando as primeiras desceram das

regiões de Benguela. Esses seriam os Vakwambundo de ontem e os Kwisi de hoje, povos

Twa, e tem em conta que povos também referidos com Twa são assinalados na intricada e

explosiva configuração étnica da região dos Grandes Lagos, no Rwanda e no Burundi da

inquietante atualidade africana.” (Carvalho, 2000, p. 64)

  

Paralelamente às línguas angolanas, é preciso considerar o percurso histórico – colonial e

pós-independência – da língua portuguesa em Angola. Atualmente, ela tornou-se

majoritária, sendo que o número de falantes de português como língua materna tem
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crescido sistematicamente, fruto da política linguística de oficialização do português.

Contudo, é preciso considerar que a língua portuguesa falada em Angola sofreu influências

das línguas africanas, apresentando particularidades discursivas, pragmáticas, sintáticas,

lexicais, morfológicas, fonológicas e prosódicas, conforme descritas pela linguista Amélia

Mingas na obra Interferência do Kimbundu no português Falado em Lwanda (2000).

Tais especificidades têm motivado os linguistas de Angola a descreverem a norma do

português angolano, com vistas a legitimar o seu uso em documentos oficiais e o seu ensino

em escolas de Angola, priorizando os materiais didáticos angolanos em detrimento dos

portugueses ou brasileiros. Para maiores discussões sobre a construção da norma da língua

portuguesa.

 Ainda sobre os processos de legitimação do português angolano, é possível considerar o

papel da literatura angolana escrita em português, que mescla termos, expressões e sintaxe

de línguas angolanas. Trata-se de um híbrido linguístico que ratifica o papel estético e

político da língua na construção de uma literatura nacional. Muitos autores angolanos têm

incorporado em suas obras glossários de termos e expressões de línguas angolanas,

tornando a obra literária linguisticamente rica e híbrida. É o caso, por exemplo, da prosa de

Agostinho Neto, Luandino Vieira, Uanhenga Xitu, Ruy Duarte de Carvalho e Pepetela, para

mencionar apenas alguns autores.

Estudos comparados entre o português brasileiro e o português angolano têm sido feitos por

pesquisadores brasileiros e angolanos, com buscas de uma compreensão linguística e

histórica de formação da língua portuguesa a partir de seu contato com línguas africanas,
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especialmente línguas da família Bantu. Alguns trabalhos que comparam o português

angolano e o português brasileiro incluem: Angola e Brasil: vínculos linguísticos afro-

lusitanos, por John Lipski (2008); Variedades linguísticas em contato: português

angolano, português brasileiro e português moçambicano, por Margarida Petter (2008) e A

indeterminação do sujeito no português angolano: uma comparação com o português do

Brasil, por Eliana S. Teixeira (2011), dentre outros.

Lista das Linguas Angolanas de Origem Bantu

Kimbundu

É uma lingua africana, pertencente a familia da linguas bantu, é uma das mais faladas no País

de Angola. É uma das linguas nacionais de Angola e é falada no noroeste, incluindo a Capital

Luanda.

Kikongo

É uma lingua africana falada pelos povos de origem Kongo, os Bakongo, nas provincias de

Cabinda, do Uíge e do Zaire, no norte de Angola no Baixo-Congo, na Republica Democratica

do Congo e nas regiões limitrofes da Republica do Congo. O Kikongo tem diversos dialetos e é

a lingua falada no antigo Reino do Kongo.

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Hereró

É uma lingua de origem bantu , uma lingua pertencente a familia da lingua nigero-congolesa,

falada pelos povos Hererós na Namíbia e no Botsuana. Os povos Himba que são relacionados

com as pessoas de Herero falam um dialeto muito perto do idioma Hereró.

Chokwe

É um idioma africano e uma das línguas nacionais do País Angola tendo no Instituto de

Línguas Nacionais de Angola normas ortográficas para a sua melhor divulgação e utilização. É

falada pelos povos Lunda, Kioko e também é falada em parte do territorio de Zambiá e na

Republica Democratica do Congo.

Oshikwanyama

Também conhecida por Cuanhama, é uma lingua falada em Angola e na Namíbia. Os seus

falantes pertencem ao grupo étnico Kwanyana, um subgrupo do povo Ovambo.

Sama

É uma lingua de origem bantu, também conhecida como Kissama. É uma lingua falada em

Angola, na costa a sul de Luanda e na região do Bengo.

Mbunda: é uma lingua africana de origem bantu, conhecida como Chimbunda, falada em

Angola e na Zâmbia. Em Angola é falada na província do Moxico e na região sudoeste.

Ibinda

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É a língua de origem bantu falada na província de Cabinda. O Ibinda assemelha-se às demais

línguas da mesma origem da região subsaariana da África, como o Kikongo, o Kimbundu, o

Lingala, o Zulu e outros. Os Cabindas fazem parte de uma só etnia (a etnia Bakongo) e mesmo

grupo etnolinguistico (Kikongo).

Lunda

Também conhecida como Chilunda, é uma lingua de origem bantu, é falada em Angola,

Zâmbia e Republica Democratica do Congo.

Kwadi

É uma lingua aparentemente extinto do País de Angola, já que não existem registos de ser

falado desde 1971. Era um idioma usado pela população do canto sudoeste desse país. Também

é conhecido por Bakoroka, Cuanhoca, Cuepe, Curoca, Koroka, Makoroko e Mucoroca. Tem

um dialecto que é o Zorotua (Vasorontu).

Khwe

É lingua Khoisan falado na região da Namíbia, Angola, África do Sul, Botsuana e em pequena

escala na região da Zâmbia. O Khwe é ensinado como segunda língua na Namíbia. Também é

conhecida por barakwena, barakwengo, khoe, kxoe, kxoedam, mbarakwena e xun.

Lingala

É uma lingua bantu, falada como idioma materno na região noroeste da República Democrática

do Congo e uma grande parte da República do Congo. Além disso, serve como língua franca

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em toda a extensão do território do primeiro país, e goza também de certa importância em

partes de Angola e da República Centro-Africana. .

Ndonga

É uma lingua bantu, falada em algumas áreas de Angola e da Namíbia. Combinado com o

muito parecido Kwanyama, forma o grupo linguístico conhecido por Oshiwambo.

Oshiwambo: é uma lingua da familia das linguas bantu e é uma das línguas nacionais de

Angola. Também é conhecida por Cuanhama, Humba, Kuanjama, Kwancama, Kwanjama,

Kwanyama, Ochikwanyama, Oshikuanjama, Oshikwanyama, Ovambo, Oxikuanyama. É falado

por grupos da etnia Ovambo no norte da Namíbia.

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CONCLUSÃO

Por fim, percebe-se que a realidade linguística de Angola é complexa e rica, envolvendo

atitudes políticas, acadêmicas, institucionais e locais de valorização das línguas africanas

em paralelo com a crescente expansão do uso da língua portuguesa. A construção de

escolas bilíngues e o uso de línguas angolanas na mídia de massa são exemplos de

promoção do multilinguismo em Angola. Políticas de defesa e valorização da diversidade

tornam-se possíveis quando são efetivamente sensíveis às práticas linguísticas locais de

uma sociedade multiétnica, multicultural e plurilíngue.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 FERNANDES, João; NTONDO, Zavoni. Angola: Povos e Línguas. Luanda: Editorial

Nzila, 2002.

 KAJIBANGA, Víctor. Sociedades étnicas e espaços socioculturais. Comunicação

apresentada no colóquio científico Angola, 25 anos de independência: Balanço e

perspectivas. Moscovo, Casa Editorial Lean, 2003.

 LIPSKI, John. Angola e Brasil: vínculos linguísticos afro-lusitanos. Veredas, 9, 2008:

83-98.

 NZAU, Domingos Gabriel Ndele. A Língua Portuguesa em Angola: Um Contributo

para o Estudo da sua Nacionalização. Tese de doutorado. Universidade da Beira

Interior, Departamento de Letras (2011). Disponível em

<http://www.adelinotorres.com/teses/Domigos_Ndele_Nzau.pdf>.

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