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O positivismo é uma escola filosófica que sustenta que todo conhecimento genuíno é
verdadeiro por definição ou positivo – ou seja, fatos a posteriores a derivados pela razão e pela
lógica da experiência sensorial. Outras formas de conhecimento, como intuição, introspeção
ou fé religiosa, são rejeitadas ou consideradas sem sentido
Para Comte, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como
desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e
do nascimento da sociedade industrial, processos que tiveram como grande marco a
Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores
completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora
incorporando-as em uma filosofia da história).
A ideia-chave do positivismo comtiano é a Lei dos três estados, de acordo com a qual o
entendimento humano passou e passa por três estágios em suas conceções, isto é, na forma
de conceber as suas ideias e a realidade:
1. Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os
"deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde
vamos?"; além disso, busca-se o absoluto;
2. Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar
dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o
Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de
onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto. É a busca da razão e
destino das coisas.
3. Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o
"como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações
constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e
busca-se apenas pelo observável e concreto.
Características do positivismo
Doutrina política: a disciplina, o rigor e a ordem social eram requisitos políticos para a garantia
do avanço social na visão de Comte. Somente com ações voltadas para o desenvolvimento de
uma disciplina pessoal e coletiva, cultivada juntamente com o aprendizado das ciências e com
o trabalho sociológico, a política poderia render um estágio de progresso capaz de levar a
humanidade ao seu ápice.
«[A] felicidade que constitui o padrão utilitarista do que está correto na conduta não é a
própria felicidade do agente, mas a de todos os envolvidos - algo que os críticos do utilitarismo
raramente fazem a justiça de reconhecer. O utilitarismo exige que o agente seja tão
estritamente imparcial entre a sua própria felicidade e a dos outros como um espetador
desinteressado e benevolente.» Desta forma, Mill responde à acusação de que a ética
utilitarista é uma ética egoísta, focada apenas no interesse pessoal e na promoção daquilo que
é mais útil para o próprio agente. Com esta salvaguarda, Mill rebate facilmente essa crítica
afirmando que, uma vez que distorce e ridiculariza a doutrina utilitarista, esta crítica não passa
de uma falácia do espantalho (ou boneco de palha).
“Por felicidade, entendemos o prazer, e a ausência de dor; por infelicidade, a dor, e a privação
de prazer.”
Mill argumenta que quem quer que tenha a experiência quer de prazeres
intelectuais/espirituais, quer de prazeres corporais não trocaria a oportunidade de fruir dos
primeiros por nenhuma quantidade imaginável dos segundos. Ora, isso indica que os prazeres
intelectuais/espirituais são qualitativamente superiores aos prazeres corporais e, por
conseguinte, devemos dar-lhes preferência, recusando-nos a trocá-los por uma quantidade
idêntica, ou mesmo maior, de prazeres corporais. Mill defende-se deste modo da acusação de
que, uma vez que defende que a vida humana não tem um fim mais elevado do que o prazer, o
utilitarismo ê *uma doutrina digna apenas de porcos- Para Mill, este tipo de acusação não
afeta tanto o utilitarismo quanto os seus críticos, pois são estes (e não a sua doutrina) que
parecem estar a pressupor que os seres humanos são incapazes de sentir prazeres além
daqueles que os porcos sentem.
De acordo com o que foi dito até agora, podemos concluir que para determinar se uma ação é
correta ou errada, tudo o que temos de fazer é pensar como é que ela afeta cada um dos
indivíduos envolvidos, ponderando imparcialmente os benefícios e os prejuízos que a sua
realização trará a todos os indivíduos afetados pela mesma. Ora, isto significa que. de acordo
com o utilitarismo, em qualquer situação, a ação correta é aquela que, comparada com todas
as alternativas, tem as melhores consequências, ou seja, aquela que gera o melhor estado de
coisas possível, independentemente das intenções e motivações do agente.
Diz-se que uma teoria moral e consequencialista quando esta estabelece que o estatuto moral
dos atos depende exclusivamente das suas consequências.
Uma teoria é agregacionista se, e só se, considera que um determinado estado de coisas é
melhor do que outro, no caso de ter um maior total de bem, independentemente da forma
como este se encontra distribuído.
O facto de algo ser desejado não prova que deve ser desejado, mas sim que pode ser
desejado (num sentido descritivo). Contudo, Mill pretende estabelecer que a felicidade de
A falácia da composição consiste em atribuir ao todo características que apenas podem ser
legitimamente atribuídas a cada uma das suas partes. Por exemplo, considerar que do facto de
que cada um dos alunos da turma ser pessoa se segue que a turma é uma pessoa é incorrer na
falácia da composição. Alegadamente, Mill incorre nessa falácia ao considerar que o facto de a
felicidade de cada pessoa ser, por si mesma, desejável para cada uma delas é uma condição
suficiente para que a felicidade geral seja, por si mesma, desejável para o agregado das
pessoas.
Se o hedonismo fosse verdadeiro, estaríamos apenas interessados em obter o maior saldo
possível de experiências aprazíveis. Se estivéssemos apenas interessados em obter o maior
saldo possível de experiências aprazíveis, aceitaríamos ligar-nos a uma maquina que
subjetivamente nos desse o maior saldo possível de experiências aprazíveis. Não estamos
dispostos a ligar-nos a uma máquina como essa. Logo, não estamos apenas interessados em
obter o maior saldo possível de experiências aprazíveis. Logo, o hedonismo é falso.
À escala individual faz sentido tomarmos decisões com base num balanço entre perdas e
ganhos, ou seja, pode justificar-se fazer um determinado sacrifício pessoal, se isso nos permitir
obter uma maior satisfação global das nossas preferências. Mas isso só acontece porque a
pessoa que faz o sacrifício e a pessoa que recebe o benefício são uma e a mesma. Contudo, o
mesmo não se verifica se estivermos apenas a considerar o maior total de bem-estar da
sociedade como um todo, sem ter em conta a forma como este se encontra distribuído.
Uma das críticas mais frequentes ao utilitarismo consiste na acusação de que, uma vez que
esta teoria estabelece que o estatuto moral dos atos depende apenas das consequências, não
há limites aquilo que é permitido.
Uma das críticas que se faz ao utilitarismo é que esse pensamento poderia nos levar a
considerar que os interesses de grupos minoritários podem ser facilmente sacrificados em prol
dos da maioria, o que é bem problemático.
Por fim, o utilitarismo também tem vindo a ser condenado por ser demasiado exigente isto
acontece porque esta teoria considera que é sempre errado fazer algo que não contribua para
a felicidade geral no maior grau possível, ou seja, nunca é aceitável fazer menos do que
maximizar a felicidade geral por maiores que sejam os sacrifícios pessoais que isso implique.
O utilitarismo de Bentham
Um dos antecessores de J.S. Mill, chamado Jeremy Bentham, defendia uma versão puramente
quantitativa de hedonismo. De acordo com esta perspetiva, para calcular a felicidade, ou bem-
estar, causada por uma dada ação temos de ver como ela afeta cada um dos indivíduos
envolvidos, subtraindo a quantidade de dor à quantidade de prazer que ela provoca. Essas
quantidades de dor e de prazer, por sua vez, seriam calculadas exclusivamente com base na
sua intensidade e na sua duração Bentham diria, por exemplo, que uma dolorosa visita ao
dentista poderia ainda assim revelar-se a coisa certa a fazer, desde que a dor intensa, mas de
curta duração, provocada por essa experiência fosse suplantada por um bem-estar futuro
bastante prolongado no tempo.
Mill estaria apenas parcialmente de acordo com o seu antecessor. Na sua opinião, além da
quantidade de prazeres era fundamental ter em conta a sua qualidade. Isto significa que,
contrariamente ao seu antecessor, Mill defendeu uma versão qualitativa de hedonismo.
Segundo Mill, existem prazeres qualitativamente superiores a outros, ou seja, há prazeres
intrinsecamente melhores do que outros.
DILEMA DO BONDE
Vejamos um exemplo do pensamento utilitarista: imagine um bonde desgovernado que está
indo em direção a cinco pessoas presas nos trilhos.
Se você pudesse mudar a direção do bonde para uma rota onde o bonde mataria apenas uma
pessoa, que decisão tomaria?
A questão em que reside a dificuldade, para muitos, é que deixar o bonde percorrer seu curso
normal e matar as cinco pessoas implica não tomar parte no acontecido, ou seja, implica
deixar o curso natural das coisas acontecer. Acionar a alavanca que faz o bonde mudar de
direção, entretanto, seria tornar-se responsável pela morte daquele um indivíduo.