Você está na página 1de 9

ILUMINISMO

Trabalho realizado por: Karinne Santos Nº11 e Maria Mafalda Costa Nº16
11ºF
No âmbito da disciplina de: História A pela docente Maria Piedade
Patinha

Ano letivo 2022/2023

INTRODUÇÃO
Neste trabalho vamos analisar a filosofia iluminista. Vamos começar por contextualizar o
tema, logo, explicar como, porquê e quais foram os fatores que motivaram este movimento.
De seguida, vamos explicar o que é este movimento e onde surgiu, mas principalmente o que
este defende fazendo uma analogia aos seus principais valores e princípios. Vamos, também,
abordar um filósofo iluminista em específico – Luís António Verney, fazer uma breve biografia
do mesmo e explicar as ideias iluministas que defende. O Iluminismo espalhou-se por toda a
Europa através de meios de difusão que iremos abordar. Também vamos, numa fase posterior,
explicar a importância e a originalidade que este movimento teve no séc. XVIII e como e onde
é que este influenciou o séc. XXI. Por último, vamos abordar os acontecimentos para que o
Iluminismo contribuiu.
Para concluir, vamos fazer um breve apanhado das ideias mais importantes para vos ajudar
a compreender melhor o que foi o Iluminismo.
A metodologia deste trabalho teve como base a pesquisa de diferentes sites da internet e
de dois manuais da disciplina de História A.

 CONTEXTO - Como e porque é que este movimento surgiu?


Na idade moderna mais precisamente nos séculos XVII e XVIII, houve progressos no
conhecimento associados ao legado deixado pelo Renascimento, Humanismo e
Descobrimentos portugueses. Estes progressos foram necessários para que houvesse uma
modernidade europeia (principalmente) a nível da ciência, pois esta era caracterizada pela
incerteza, confusão e fragilidade, porque os conhecimentos que a ciência continha eram falsos
e infundados. Para isto ser resolvido foi preciso que os conhecimentos dos antigos, a tradição e
o saber livresco fosse questionado, de maneira a abrir caminhos para conseguir encontrar
fundamentos seguros para o conhecimento, para que este fundamentasse a ciência moderna,
estas maneiras passaram principalmente pela observação direta e pelo experiencialismo.
Para estes novos conhecimentos serem encontrados e se implantar uma ciência moderna,
foi preciso que houvesse um interesse por parte da sociedade, mas principalmente das elites
(por serem mais ricas e conseguirem investir mais e melhor) no desenvolvimento científico e
posteriormente na arte, o que fomentava o mecenato da época.
Como dito anteriormente o conhecimento começou a basear-se na observação e na
experimentação (método experimental), o que contribuiu para a afirmação do racionalismo,
isto é, a principal fonte de aquisição e justificação do conhecimento era a razão. Tanto o
método experimental como a adoção do racionalismo conduziram à “revolução científica”,
esta foi marcada por grandes personalidades, como Galileu Galilei que comprovou a teoria
heliocêntrica de Copérnico, Francis Bacon que definiu princípios do método experimental,
René Descartes estabeleceu um método cartesiano com base na dúvida metódica e Isaac
newton que desenvolveu novas teorias sobre a gravitação e movimentos dos corpos. Para
além destes grandes protagonistas ainda existiram grandes inovações e instrumentos como: o
microscópio, a luneta astronómica, o termómetro, o barómetro e o telescópio. Os meios que
serviram para difundir e ampliar os novos conhecimentos foram: as academias que tinham
membros que divulgavam e debatiam os conhecimentos e descobertas nas diferentes áreas
das ciências, das artes e das letras; os gabinetes de curiosidade, isto é, laboratórios de
pequenas dimensões, com instrumentos que serviam para demonstrar os fenómenos e
descobertas realizadas; e ainda as expedições científicas que contribuíram para a descoberta
de novos povos e culturas e de novas espécies da fauna e flora.

 O que é? / Onde surge? / O que defende?


Com esta busca pelo conhecimento e pelo aperfeiçoamento da condição humana, surgiu
entre os séculos XVII e XVIII, um movimento cultural e intelectual, ao qual foi dado o nome de
Iluminismo. Este movimento defendia principalmente o racionalismo, isto é, o uso da razão
como motor do progresso, do conhecimento e da felicidade do individuo que abominava
completamente a autoridade absoluta e a opressão, usando o argumento de que a razão de
cada indivíduo devia ser livre (liberdade – direito natural). Para isso os cientistas, os filósofos e
intelectuais abandonaram o pensamento dogmático assente em ideias feitas e na tradição
rejeitando completamente a ignorância e o obscurantismo, para ir atrás do conhecimento.
Analisando agora a designação da palavra Iluminismo, sabemos que este surgiu na Europa,
logo tinha diferentes designações de país para país, porém em Portugal usava-se o termo
“Iluminismo”, este termo tem na sua raiz a palavra “luz”, que metaforicamente faz uma
associação à razão que iluminava a sociedade, esta luz é vista como um símbolo de
conhecimento, de clareza e de razão e por esse motivo o século XVIII ficou conhecido como
“Século das Luzes” ou “Idade da Razão”.
Este século foi marcado por grandes iluministas (homens das luzes que fizeram uso da
razão), estes consideraram a idade média como um período de trevas marcado sobretudo pela
opressão e por esse motivo fazendo uso da razão os filósofos iluministas tiveram o objetivo de
passar das “trevas” para a “luz”, lutando contra a ignorância, a tradição e a intolerância para
que os indivíduos conseguissem encontrar felicidade e liberdade, pois de acordo com o
Iluminismo isto era entendido como um direito natural. Para que este progresso pudesse
acontecer a filosofia das luzes defendeu um conjunto de princípios:
Valor ou apologia da razão – neste princípio os iluministas defendiam que os seres humanos
eram dotados de razão, isto é, seguindo o racionalismo e fazendo o bom uso da razão
conseguiríamos chegar à verdade; só com o uso da razão é que conseguiríamos chegar ou
atingir a felicidade e compreender melhor o mundo; e também só com a razão é que os seres
humanos se conseguiriam libertar da submissão e tradição religiosa e política;
Apologia ou defesa do progresso – para os pensadores iluministas o progresso era o grande
objetivo do Homem, pois apenas com este seria possível haver sociedades justas e tolerantes,
este também era fundamental para que as ideias de liberdade e igualdade se manifestassem
ainda mais, garantindo assim um desenvolvimento de várias áreas do conhecimento e para
além disso o progresso ainda permitia e era um meio para alcançar a felicidade;
Valor do individuo – este era um dos princípios fundamentais para o iluminismo pois tinha por
base o individualismo, isto é, o indivíduo e os seus interesses deviam sempre prevalecer, um
desses interesses passava pelo indivíduo ser naturalmente livre, o que põe em causa a
sociedade do Antigo Regime assente nos privilégios e na desigualdade. Os iluministas ainda
criticaram as práticas violentas e as limitações das liberdades dos indivíduos, condenando
assim a tortura e a escravização dos seres humanos, pois eram práticas que iam contra a
felicidade e dignidade humana.
Estes princípios e valores tinham como base o progresso para a construção de uma
sociedade assente no conhecimento, na liberdade e na felicidade do indivíduo e, por esse
motivo, era preciso que certas ideias fossem institucionalizadas e defendidas, como as que
podemos ver abaixo:
Defesa do direito natural – o naturalismo foi um princípio fundamental no qual os iluministas
se centraram, pois apenas conseguiam construir sociedades organizadas e governadas se
respeitassem os direitos naturais. Estes direitos naturais assentavam na liberdade, igualdade,
fraternidade e propriedade e nenhuma ordem jurídica os podia pôr em causa, por esse motivo
a sociedade do antigo regime foi diversas vezes criticada e questionada, pois para os
iluministas é considerado antinatural, os direitos de privilégio e igualdade estarem ligados ao
nascimento, por esse motivo podemos considerar que os iluministas eram contra a sociedade
e o poder absoluto;
Defesa do contrato social – podemos começar por dizer que os iluministas defendem que
todos os indivíduos iluminados pela razão estão habilitados a escolher os seus governantes,
isto é, os iluministas não admitiam a monarquia e o poder absolutista, porém admitiam a
figura de um monarca, desde que este fosse um representante e não um opressor, para que
isto aconteça este monarca era responsabilizado perante a nação, esta responsabilização é
instituída no contrato social, este contrato é preconizado principalmente por Locke e Rousseau
e reconhecem a igualdade entre os homens e os condicionalismos dos monarcas pela livre
vontade da população, pela obrigação em garantir a paz e pela segurança e liberdade dos
súbditos. Este contrato social dará origem às constituições que irão formar as monarquias
constitucionais;
Defesa da separação dos poderes – isto é, o reparte ou divisão dos poderes: legislativo,
executivo e judicial, para que fossem independentes entre si. Montesquieu foi o filósofo que
mais teorizou este pensamento político, pois considerava que a liberdade dependia da
distribuição dos poderes por diferentes órgãos. Por esse motivo recusava de todas as formas o
poder absoluto. O poder legislativo devia ser exercido por uma câmara eleita pelo povo, o
poder executivo devia ser exercido pelo chefe de estado e os seus ministros ou no caso de uma
monarquia pelo rei e o poder judicial devia ser exercido por tribunais independentes.

 Luís António Verney – exemplo de um filósofo iluminista que


defendeu o movimento
Existiram diversos filósofos iluministas espalhados por toda a
Europa, na França os três filósofos que se destacaram mais foram
Voltaire, Rousseau e Diderot, um exemplo de um grande iluminista
na Alemanha foi Kant e na Inglaterra foi John Locke. Porém em
Portugal um dos que teve mais destaque foi Luís António Verney e
neste trabalho é o que vamos dar maior destaque. Verney nasceu
em Lisboa em 1713 e para além de ser um dos maiores filósofos
portugueses era também professor, escritor, teólogo e padre. Era
filho de um pai francês e de uma mãe portuguesa e
consequentemente teve uma educação à maneira francesa. Viveu
e estudou até aos 23 anos em Portugal, porém dirigiu-se para
Roma para estudar a cultura científica e foi aí que colheu os seus
primeiros pensamentos iluministas. Quando regressou a Portugal
dedicou-se a ensinar e a espalhar a filosofia das luzes ou a filosofia iluminista, porém devido à
incompreensão de Marquês de Pombal e dos seus compatriotas decidiu partir definitivamente
para Roma, onde acabou por falecer em 1792. Antes de falecer publicou anonimamente uma
das suas mais famosas obras, denominada - “O Verdadeiro Método de Estudar” em 1746,
porém não conseguiu publicar todos os volumes que pretendia. O verdadeiro objetivo de
Verney era começar um processo de reforma pedagógica com os princípios e valores
iluministas. Este filósofo criticava e abominava completamente o método do ensino tradicional
e o ensino baseado na igreja católica. As principais ideias que defendia era que o ensino devia
se basear no racionalismo, isto é, nas realidades concretas obtidas através da razão, da
observação e da experiência. Ainda defendia que a escolarização devia ser lecionada por
ambos os sexos, logo tanto homens como mulheres deviam se dedicar ao ensino e ainda que a
escolarização deveria ser proporcionada a todas as classes, outra ideia que era bastante
defendida por Verney era que o Estado devia se responsabilizar por todas as despesas da
educação e fomentar a mesma, isto é, o Estado devia estimular e proporcionar a educação a
todos.

 Meios de difusão do pensamento iluminista


As ideias iluministas difundiram-se em toda a Europa e posteriormente chegaram também
à América. Os meios de difusão mais utilizados pelos iluministas para divulgar os seus
pensamentos foram: as academias, onde se divulgavam e debatiam ideias; as bibliotecas e
gabinetes de curiosidade, onde se ia recolher conhecimento cientifico; nos salões e cafés, que
eram locais de convívio de vários filósofos iluministas onde se debatia as novas ideias; a língua
francesa também foi um meio de difusão, pois era usada correntemente entre os Homens do
Iluminismo e ainda a imprensa que publicava jornais e revistas cientificas com novas ideias
iluministas. A enciclopédia foi um meio muito importante para as novas ideias iluministas se
espalharem, pois era um livro que reunia todos os conhecimentos por ordem alfabética o que
facilitava a pesquisa.
 Explica a originalidade e importância que houve neste movimento
no séc. XVIII
Este movimento foi muito importante para o século XVIII, pois o período das “trevas”
transformou-se num período de “luz”, isto é, na idade média vivia-se um período marcado pela
tradição, ignorância, fanatismo e intolerância o que fazia com que práticas, como por exemplo
a tortura e a escravidão fossem banais. Fazendo com que o individuo e o mundo não
evoluíssem e por esse motivo estas tradições e estes conhecimentos começaram a ser
questionados e examinados. Deste modo, conseguimos notar a originalidade por parte dos
Homens da época, pois apenas existia um pensamento e ideias que eram impostas pela igreja
católica e por uma monarquia absoluta, logo não havia pensamentos alternativos até se
observar os primeiros defeitos da ciência, como por exemplo o fim do modelo geocêntrico,
que começou a causar instabilidade e dúvida. Por isso, podemos afirmar que o pensamento
iluminista foi muito importante para o desenvolvimento da ciência e do humanismo e que
houve originalidade por parte dos filósofos iluministas pois abandonaram o pensamento
dogmático e a tradição, rejeitando a ignorância e o obscurantismo.

 Qual a influência do iluminismo no séc. XXI?


Nos dias de hoje ainda conseguimos perceber as influências que o iluminismo nos trouxe
em diversas áreas, mas principalmente na política, na ciência e na cultura. Alguns exemplos de
influências na política são o modelo de democracia que temos hoje, a limitação dos poderes
por parte da monarquia, a repartição dos três poderes e as lutas pelos direitos individuais. As
influências que teve nas ciências passam por os inúmeros instrumentos e inovações que
trouxeram progressos científicos, práticas e métodos de observação diferentes e ainda
descoberta de novas disciplinas e objetos de estudos. Relativamente à influência que teve na
cultura podemos afirmar que o iluminismo trouxe uma visão sobre a separação entre a religião
e a razão.

 Para que acontecimentos é que o iluminismo contribuiu?


O Iluminismo influenciou e/ou contribuiu para certos acontecimentos. Um desses
acontecimentos foi a Revolução Francesa (1789), a França estava assente num modelo político
denominado Antigo Regime onde o governo era extremamente absolutista e por esse motivo
todo o conhecimento era baseado na igreja católica, o Iluminismo trouxe a hipótese de este
conhecimento ser questionado e ser posto em causa e de princípios como o progresso, a razão
e o indivíduo serem valorizados. Esta revolução tornou-se histórica, pois grande parte da
população lutou contra uma estrutura social inadequada tendo como base os pensamentos
provenientes da Idade Média. A Revolução Americana (1776) também foi um acontecimento
influenciado pelo Iluminismo, o problema na América não era propriamente o seu modelo
político, mas sim por ser totalmente controlados pelos Britânicos. O que começou a suscitar
dúvidas, pois tendo em conta as ideologias iluministas a liberdade e felicidade do individuo
deveria ser um direito natural (o que estaria a ser desrespeitado, pois eles estavam a ser
controlados por outra nação, contra a vontade deles), por esse motivo os americanos
decidiram expulsar todos os ingleses do seu território, originando assim uma revolução. Outro
acontecimento foi a Inconfidência Mineira que aconteceu no Brasil, parecido ao que sucedeu
na América, os brasileiros também estavam a ser controlados por Portugal, principalmente os
mineiros e estes quiseram se desvincular de Portugal e lutar pelos seus direitos naturais.

CONCLUSÃO
Em suma, podemos afirmar que através deste trabalho conseguimos aprender que na
idade moderna, mais precisamente nos sécs. XVII e XVIII, começou a haver questionamentos à
cerca da ciência da época, pois os conhecimentos que esta continha eram falsos e infundados.
Por esse motivo, começaram a procurar através da observação e da experimentação novos
conhecimentos o que conduziu à “Revolução Científica”. Através desta busca surgiu um
movimento cultural e intelectual ao qual foi dado o nome de Iluminismo que defendia
principalmente o conhecimento baseado na razão e a felicidade e liberdade do indivíduo,
rejeitando completamente a autoridade absoluta e a opressão. Os principais valores que este
movimento fomentava era a razão, o progresso e o indivíduo e defendia principalmente o
direito natural, o contrato social e a separação dos poderes. Relativamente ao filosofo
português que apresentamos – Luís António Verney, podemos concluir que este contribuiu
bastante para o progresso cultural, científico e pedagógico em Portugal, graças aos
pensamentos iluministas que recolheu enquanto esteva fora do nosso país. Conseguimos
ainda perceber que os principais meios de difusão dos pensamentos iluministas foram: as
academias, as bibliotecas e gabinetes de curiosidade, os salões e cafés, a língua francesa, a
imprensa e a enciclopédia. Aprendemos que houve muita originalidade e importância neste
movimento, pois este transformou um período que era marcado pela tradição, ignorância,
fanatismo e intolerância num período de “luz” onde a liberdade e felicidade do indivíduo eram
importantíssimas. Por último, percebemos que este movimento tem bastante influência no
nosso século principalmente na política, na ciência e na cultura e que o Iluminismo contribuiu
para a Revolução Francesa e Americana e ainda para a Inconfidência Mineira.

BIBLIOGRAFIA
 Manual escolar – “Linhas da História” 11º ano História A – Parte 1; Escrito por:
Alexandra Fortes, Fátima Freitas Gomes e José Fortes.

 Manual de preparação para o exame final nacional – 12º ano História A; Escrito por:
António Antão.

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

 https://www.infopedia.pt/

 https://www.politize.com.br/

Você também pode gostar