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Trabalho Individual de História A

A FILOSOFIA DAS LUZES

Bruna Fontaine Coelho


N.°5, 11.°H

Matosinhos
janeiro 2022

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Trabalho Individual de História A

Índice:

Introdução 2
1-Antecedentes históricos 3
2-Origem e princípios 4
2.1-Apologia da razão e do progresso 4
2.2-Direito natural e o valor do indivíduo 5
2.3-A defesa do contrato social e divisão do poder 6
3-Principais figuras e meios de propagação 7
4-Iluminismo em Portugal 8
Conclusão 9
Bibliografia /Sitografia 10

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Trabalho Individual de História A

Introdução

Este trabalho tem como principal objetivo compreender as mudanças na Europa que levaram ao
surgimento das ideias iluministas e as suas características, através do estudo global da Filosofia das Luzes,
passando também pelo caso portugues.
Assim, para estudarmos esta filosofia “iluminada”, foi necessário numa primeira parte tecer
conhecimentos gerais sobre os antecedentes históricos desta vertente intelectual, para depois estudarmos
passo a passo o seu surgimento. Foi importante também referir todas as características políticas, económicas
e sociais do Antigo Regime para entender a oposição de ideias que o Iluminismo vem trazer.
Para além disso explicaremos em que meios surgiu, referindo as mudanças que contribuíram para
uma nova mentalidade e forma de pensar, determinantes na construção da modernidade europeia.
Mencionarei também as transformações decorrentes desta filosofia e os seus princípios dos quais nos
debruçaremos na apologia da razão e progresso, o direito natural e o valor do indivíduo e a defesa do
contrato social e da divisão dos poderes . Verificamos a busca pelo desenvolvimento da humanidade e do seu
intelecto, bem como quebrar os dogmas restringiam as liberdades inerentes ao Homem e a intolerância.
Posteriormente farei referência aos principais nomes do Iluminismo, mas me debruçarei
principalmente nos meios de difusão desta filosofia. Depois destacarei o caso portugues, verificando os ideias
iluministas durante o reinado de D.José I com a ascensão do Marquês de Pombal.
Por fim concluírem sobre todos os assuntos mencionados, em relação ao grande tema que é a
Filosofia das Luzes, relembrando sucintamente os temas abordados ao longo do trabalho.

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1-Antecedentes históricos
A Filosofia das Luzes é oponente das crenças e características da época em que surge, chamada
normalmente de Antigo Regime. Precisamos então falar primeiro deste período anterior ao “despertar”
iluminista para compreender em que meio surge este novo modo de pensar.
A sociedade do Antigo Regime, período este que de forma abrupta corresponde a época moderna,
era uma sociedade hierarquizada e estratificada, onde todos tinham a sua função e trabalhavam em conjunto
para harmonia do estado, economicamente predominavam as ideias mercantilistas, que defendiam a forte
intervenção do governo na economia.
Acreditava-se que todas as diferenças sociais eram mais que necessárias, mas indispensáveis para
este funcionamento harmónico e desenvolvimento social de cada reino. A sociedade era dividida em ordens,
sendo estas clero, nobreza e terceiro estado, todos divididos no seu interior e todos deviam obedecer ao rei.
Os privilegiados clero e nobreza eram classes de prestígio singular, não tendo assim de pagar impostos e
recebiam outras certas regalias. O terceiro estado era o menos uniforme e apresentando desde dos
burgueses e comerciantes enriquecidos até aos mendigos e indigentes, era a única ordem que não reunia
privilégio algum e “carregava nas costas” a manutenção económica dos outros estratos através do pagamento
de altos impostos.
Sendo a modalidade entre classes restrita e as formalidades de tratamento implementadas por lei,
era impensável pela maioria uma sociedade que não se baseasse na diferença e na centralização do poder,
por isso durante o Antigo Regime falamos, principalmente, a nível político do absolutismo régio de origem
divina. O monarca surgiu neste período como personificação do próprio Deus, este retém em si uma maior
sabedoria e conhecimento pelo que assim contestar o poder régio e tudo que a ele agrega seria mais que um
crime, mas pecado visto que seria questionar o poder de Deus. É fácil entender a submissão presente na
altura ao poder real, onde se concentravam o poder legislativo, executivo e judicial. Este entrave à liberdade e
a falta de expressão é a porta de entrada para a infelicidade do povo e surgimento de ideias inovadoras e
novos métodos de raciocínio que a acompanham na época posterior, onde encaixa a Filosofia das Luzes.
Até então a nível do conhecimento temos como pilares as formas de pensar tradicionais com base no
saber académico na escolástica e na autoridade dos autores Antigos. Antes do iluminismo o conhecimento
era construído com base no teocentrismo, onde Deus é o centro de tudo. Só com as Luzes se iniciaram as
produções científicas baseadas em pensamento crítico e métodos mais sistemáticos.
Os iluministas viam a época anterior à sua como um período de escuridão, marcado pela superstição,
pela ausência de espírito crítico, pela intolerância, pela injustiça e por dogmas (mencionados anteriormente)
que formavam um bloqueio ao desenvolvimento da humanidade.
As duas grandes vertentes do conhecimento pouco anteriores ao Iluminismo, e que foram as suas
grandes bases, foram foram o Racionalismo, que defendia a aproximação de um modelo racional (e não mais
religioso) para explicar o funcionamento da natureza, e o Humanismo, que defendia a dignidade humana
como princípio inviolável. Ambos conjugados concretizaram os pilares do que deveria ser a sociedade do
futuro, na visão iluminista, sendo preciso combater o fanatismo religioso, o absolutismo político e defender a
igualdade jurídica.

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2-Origem e princípios
A Filosofia das Luzes surge na segunda metade do século XVII e estendeu-se até ao século XVIII.
Também conhecida como Iluminismo, tinha como símbolo a luz representado o conhecimento e a clareza de
espírito, e vem acordar o Homem da escuridão e ignorância anterior. Por isso o século XVIII ficou conhecido
como “Século das Luzes” ou a “Idade da Razão”. Neste sentido, este movimento intelectual aparece como um
processo de amadurecimento, usando as palavras de Immanuel Kant, “é a saída do homem da sua
menoridade”.
Esta nova visão do mundo fez o homem iluminista voltar a analisar, questionar e contestar verdades
absolutas que até então eram consideradas inquestionáveis e irrefutáveis. Desta forma foi possível
desenvolver várias áreas do conhecimento, mudando consequentemente a sociedade, a política e a
economia, construindo as bases da modernidade. O Iluminismo procurou desprender se da “escuridão”
anterior através da razão e da tolerância, valorizando o progresso humano e desenvolvimento das
capacidades do indivíduo e liberdade, condições necessárias para atingir a felicidade, o seu grande objetivo.

2.1-Apologia da razão e do progresso

Esta filosofia “iluminada” apresentava a razão como membro fundamental e principal, assim
mencionado anteriormente. Só através desta e da sua aplicação a todos os níveis, o Homem sairia das
“trevas” e chegaria à verdadeira essência das coisas identificando os erros promulgados pelas superstições e
pelos dogmas anteriores.
Sendo a razão a única maneira viável de chegar a verdade, acreditava-se que todos os homens eram
dotados da mesma e, em virtude disto, desde que fizessem o uso adequado das suas faculdades podiam
chegar à veracidade dos fatos.
Aliada à fé inabalável no progresso, a razão devia comandar o pensamento e as ações de todos, deste
modo a permitir o desenvolvimento do indivíduo, da sociedade, das ciências, das condições materiais de vida.
O uso da mesma, livre de preconceitos e outros constrangimentos, iria conduzir , para os iluministas, ao
aperfeiçoamento moral do Homem, das relações sociais e das formas de poder político, promovendo a
igualdade e a justiça. A razão seria então a luz que verdadeiramente guiaria a Humanidade, no processo
constante de melhoria das condições de vida ao longo das gerações futuras.
Como filosofia racionalista e optimista, o Iluminismo refletia o espírito da época, marcada pelo
crescimento económico, demográfico e científico-técnico. As novas ideias dos filósofos da altura provocaram
a derrocada do Antigo Regime. Ilustres como Galileu e Descartes mostraram a importância da observação e
da experimentação, da contestação da autoridade, da dúvida metódica, do racionalismo como fontes do
conhecimento.
A ideia base de progresso da Filosofia das Luzes ligava-se diretamente com o ideal de universalidade
humana através da união de raças, religiões e culturas. Por causa disto entre as elites intelectuais a ideia do
privilégio com origem no nascimento começou a ser posta de parte e o valor e liberdade individual
começaram a ser defendidos. Os filósofos das luzes opunham-se à intolerância e acreditavam que o estudo, o
saber e o desenvolvimento das capacidades individuais, soltos da tradição e dogmas antigos, revelariam o
verdadeiro mérito do indivíduo e aí é que o seu valor se deveria centrar.

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2.2-Direito natural e o valor do indivíduo

O Homem do século XVIII repensou o indivíduo colocando questões acerca da sua natureza, bondade
e maldade, defendendo a universalidade acima falada, em conjunto com o desejo de concretizar a felicidade
na Terra e tornar o mundo melhor, exaltando consequentemente o valor do ser humano. Por causa desta
nova visão do indivíduo os filósofos das Luzes apostaram na educação de forma a moldar o ser humano e
garantir o seu desenvolvimento moral e intelectual, e como resultado dispor de um lugar na sociedade.
Para além das novas teorias voltadas para educação, como a educação pela natureza, a educação das
mulheres como forma de contribuírem de contribuírem melhor para a educação das suas crianças e a
existência de instrução pública, a tolerância surgiu como valor fundamental. Foram então condenadas todas
as praticas de tortura ou outros procedimentos que infligicem dor e que assim fossem contra a dignidade
humana. Também neste conceito o ideal de tolerância religiosa nasceu. Mesmo acreditando que a religião
limitava, de certa forma, o uso da razão, os iluministas não rejeitavam a ideia de Deus. Afirmou-se assim o
deísmo (religião natural), onde Deus criador do universo não resultava na religião mas exclusivamente da
experiência do indivíduo, com o objetivo de combater qualquer tipo de fanatismo religioso e a intolerância
promulgada pelas Igrejas. Esta associação, sempre presente, à Natureza ia de encontro à crença de que no
seu estado mais puro, o Homem era bom e livre, desde que afastado dos males da sociedade que corrompem
a sua verdadeira essência, o produto final iluminista seria conquistar os seus direitos naturais
Como dito até agora, a valorização da Razão que fomentou o princípio de igualdade, ponha em causa
a ordem até então estabelecida, e incrementou a opinião de que todos os indivíduos possuem determinados
direitos e deveres que lhes são atribuídos pela Natureza, e para os iluministas estes eram superiores a
qualquer uma das leis impostas pelo Estado. Com as Luzes esta noção consolidou-se , definindo de forma
clara o conjunto de direitos inerentes à natureza humana, estes são o direito à liberdade, à justiça, à
propriedade privada e, sobretudo, à liberdade de consciência.
No entanto a liberdade existente com base na natureza, o direito natural assentava numa moral, a
qual o ser humano tendo em si a razão se devia sujeitar. é com base nessa ideia e da necessidade da vida em
sociedade que, para os iluminista, acreditavam que era necessário renunciar parte dessa liberdade natural, e
curvar se perante uma autoridade política que devia garantir a manutenção da ordem social. Esta relação
entre o governo e o indivíduo, era afirmado num acordo, ou seja, um contrato social.

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2.3-A defesa do contrato social e divisão do poder

John Locke foi o primeiro a levantar a existência do poder do estado enquanto contrato social
livremente assumido entre súditos e governantes, onde o povo é quem confere aos seus governantes a
autoridade necessária para o bom funcionamento social. Se o poder se degenerasse em poder absoluto e não
respeitasse o contrato, consideravam legítima a deposição do monarca. No que diz respeito a Rousseau, este
reforça a ideia que a soberania popular ultrapassa a vontade particular. Neste sentido a associação dos
indivíduos através do contrato tinha subjacente a ideia de submissão relativamente a uma maioria, mas
também a possibilidade de destituição em caso de incumprimento, o que mostrava que a sociedade mantinha
parte da sua liberdade, e era a partir das leis e da partilha do poder com o soberano que a sociedade se
organizava.
Montesquieu considerava que para uma boa organização social era necessário um governo moderado
e representativo, em que o soberano se rege pelas leis e vê o seu poder limitado pela divisão tripartida do
poder, ou seja o desmembramento do poder em três, legislativo,executivo e judicial. Partindo como exemplo
da monarquia parlamentar inglesa, Montesquieu considerava que o respeito dos direitos e das liberdades era
apenas possível devido ao exercício partilhado do poder político. Assim acreditava que os regimes
absolutistas da época iam contra a ordem e a felicidade da humanidade, pois sem limites políticos estes só
garantiam a desordem. Os três diferentes e independentes órgãos de poder deveriam exercer as suas
competências de forma cooperativa com o fim de evitar o abuso do poder.
Deste modo, alguns monarcas europeus, tendo em vista o progresso das suas nações, principalmente
da segunda metade do século XIII procuraram desenvolver reformas sociais, económicas e políticas, bem
como promover a tolerância religiosa e reafirmar a razão, sem pôr o seu poder em causa. Estas ações
contribuíram para modernizar os respectivos países, mas também para confirmar a diferença ideológica entre
o absolutismo régio e a Filosofia das Luzes.

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3-Principais figuras e meios de propagação

As ideias iluministas foram fruto de diversas mentes brilhantes. Os filósofos iluministas começaram a
surgir em território francês em meados do século dezessete, no entanto alguns nomes tomaram a frente do
movimento iluminista em países diversos. Entre eles temos os já mencionados, John Locke, ficou conhecido
como o fundador do empirismo, além de defender a liberdade e a tolerância religiosa, pregou a teoria da
tábua rasa, segundo a qual a mente humana era como uma folha em branco, que se preenchia apenas com a
experiência; Voltaire, conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis,
inclusive liberdade religiosa e livre comércio, as suas obras e ideias influenciaram pensadores importantes
tanto da Revolução Francesa quanto da Americana; Jean-Jacques Rousseau, para quem a educação tradicional
corrompe o homem e tiram-lhe a liberdade, para a criação de um novo homem e de uma nova sociedade,
seria preciso educar a criança de acordo com a Natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e a
razão com vistas à liberdade e à capacidade de julgar; e Montesquieu, um crítico do absolutismo e do
catolicismo, defensor da democracia, sendo sua obra mais destacada “O Espírito das Leis”, no qual aponta
para a divisão tripartida do poder.
Para além deles temos nomes como Denis Diderot a quem devemos a criação da primeira
enciclopédia do mundo, e que juntamente com Jean Le Rond d´Alembert , passou boa parte da sua vida a
organizar da melhor forma possível os pensamentos e conhecimentos da época, para divulgar a filosofia
iluminista no mundo. A coragem, a convicção destes pensadores e a difusão dos resultados obtidos acabaram
prestigiando o emprego da inteligência, pela observação dos fatos e do recurso da razão, independentemente
da fé ou da autoridade.
As ideias iluministas facilmente se propagaram por toda a Europa graças aos diversos meios de
difusão que estas contaram com. Temos então as academias, sociedades formais com objetivo de divulgar
todos os ramos do conhecimento, as bibliotecas, que colecionavam os trabalhos científicos e obras
iluministas, os cafés, onde se reuniam e debatiam novas ideias, e os salões, locais de convívio, onde eram
recebidos os mais importantes intelectuais e se discutiam assuntos específicos e pré definidos, estes não só
serviam de promoção à cultura como formava entre os seus frequentadores amizades e laços de
solidariedade. Para além destes locais, o Iluminismo contou com outros meios de divulgação nomeadamente,
a imprensa, pois os jornais e as revistas científicas permitiram fazer as novas ideologias chegar ao público,
contornando a censura de alguns Estados, a Enciclopédia, que reuniu os mais importantes princípios das
Luzes e um conjunto vasto de conhecimentos, e mesmo sendo proibida e posta mesmo no Índex, continuou a
circular juntamente com os seus ideais . A língua também exerceu um papel fundamental, particularmente a
utilização por parte dos autores das línguas nacionais facilitando o acesso do público e a língua francesa que
se tornou a língua corrente do iluminismo, contribuindo para a universalidade e expansão das ideias das
Luzes.
As principais razões para a difusão do iluminismo na Europa estão então ligadas à ampliação dos
espaços de formulação de conhecimento, ao crescimento do descontentamento com o absolutismo e as
ideias de liberdade desenvolvidas pelos pensadores desta escola de pensamento. Assim, em 1789, a
Revolução Francesa marcou amplamente esta difusão, ao inaugurar um governo regido por princípios, que,
em teoria, eram propostos pelos filósofos desta vertente do pensamento.

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4-Iluminismo em Portugal

Coincidindo praticamente com a ascensão de Pombal, o iluminismo viria a adquirir em Portugal uma
feição de Estado, verificando-se, pois, uma clara aliança entre iluminismo e política. O reinado de D.José as
ideias iluministas fizeram se sentir com força, devido as fortes influências provenientes do estrangeiro.Estas
por suas vezes mesmo entrando em Portugal tarde, sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII,
através de contributos da elite intelectual que depois de forte contacto com as cortes estrangeiras, tentaram
difundir as ideias iluministas no país, estes ficaram então conhecidos como estrangeirados. O pico do
Iluminismo portugues deu-se sobretudo depois de 1755 quando a política de D.José I e Marquês de Pombal
foi associada à prática do despotismo esclarecido, prática esta que justificava o exercício do poder com a
razão e ponha de parte a doutrina de origem divina do poder.
Como mencionado anteriormente, vários monarcas deixaram se levar pelos ideais das Luzes e
implementaram um conjunto de transformações com vista ao progresso e modernização dos seus países,
deram se várias reformas então a nível administrativo, social, económico e ainda na instrução de forma a
alcançar o bem comum e acompanhar as mudanças no pensamento do povo. Neste sentido, o reinado de
D.José não ficou de parte e com a ação governativa do Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e
Melo , conduziu o país com base nesta vertente. No entanto é importante relembrar que mesmo com o
auxílio de vários órgãos públicos, o monarca continuava a deter um poder absoluto e verificava-se uma forte
centralização política.
Mas então falemos da autoridade pombalina, a qual veio consolidar a autoridade dos funcionários do
Estado escolhidos com base nas suas habilidades e competência ignorando qualquer privilégio ganhado por
nascimento, como seguido pelos iluministas. O despotismo esclarecido aplicado retirou inúmeros privilégios
antigos que se baseavam na tradição e se afastaram dos preceitos iluministas e da razão , com objetivo de
nivelar os diversos estratos sociais perante os olhos do soberano e a lei, e evitar a sobreposição de poderes
protegendo os interesses do Estado.
Para além destas reformas sociais, o governo de D. José I procedeu a um conjunto de reformas com o
objetivo de agilizar, organizar e centralizar a máquina burocrática. A nível económico, a contabilidade do
reino conheceu uma nova organização e um maior rigor, tanto no controlo e recolha dos impostos como dos
gastos públicos, tornado a administração da economia mais eficiente, e deu se a promoção do
desenvolvimento do reino e da produção nacional através da criação da Junta do Comércio, que se
adequaram às exigências do Estado com vista a atingir o aclamado bem comum.
Já no âmbito da justiça fizeram-se mudanças subordinadas à razão e ao direito natural, como a
reformulação da estrutura jurídica e legislativa, para também consolidar a autoridade incontestável do rei. A
Lei da Boa Razão exemplifica a aplicação dos princípios iluministas na justiça portuguesa, pois estabelecia
normas para utilização das leis que evitavam os abusos de autoridade.
Este conjunto de reformas teve como pilar principal a unificação administrativa do reino, o
aperfeiçoamento da burocracia, com vista ao progresso e modernização do Estado, tão ambicionado pelos
filósofos das Luzes.

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Conclusão

Podemos concluir então com este trabalho que entre os séculos XVII e o século XVIII, as mudanças
políticas, económicas e culturais juntamente com a aversão aos dogmas do Antigo Regime fizeram surgir uma
nova maneira de pensar, a Filosofia das Luzes.
Também denominado de Iluminismo, esta filosofia defendia uma sociedade mais justa, na qual o
valor do indivíduo se assumia como um dos aspetos mais importantes, e o progresso e a felicidade do Homem
era o seu pilar central. No que diz respeito ao conhecimento a razão tornou-se a única forma válida de atingir
a verdade dos factos, e o saber académico tradicional baseado na tradição foi questionado.
A nova concepção do Homem fez nascer a ideologia dos direitos naturais, onde todos tinham direito
à liberdade e à expressão. No domínio da política consagrou-se a atividade governativa com base em um
contrato social, e Montesquieu reafirmou a divisão tripartida do poder como o único meio da manutenção da
ordem da sociedade e impedir a tirania.
Entre os principais filósofos das luzes destacam-se mentes brilhantes como John Locke, Voltaire,
entre outros, e este junto com a expansão dos locais de discussão cultural, a imprensa e a enciclopédia,
possibilitaram a difusão do pensamento iluminista.
Em Portugal também se fez sentir a ideologia das Luzes. O reinado de D.José I e a ação do Marquês de
Pombal foram claramente marcados por uma forte influência do Iluminismo, visível principalmente nas
reformas do Estado e na crescente preocupação com o ensino, princípios que entram no país por meio dos
estrangeirados.
Em suma a Filosofia das Luzes foi um movimento intelectual que trouxe a Europa uma nova luz, com
princípios como a liberdade de pensamento orientada pelo uso da razão, progresso material e espiritual do
Homem , o desenvolvimento de várias áreas do conhecimento e a luta contra a ignorância e o fanatismo, e
este se propagou pela europa e marcou um grande passo para a modernidade.

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Bibliografia/Sitografia

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Manual Linhas da História, História A, 11°ano, Areal editores

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